quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um terço dos idosos segue no mercado

PARA COMPOR ORÇAMENTO FAMILIAR

Decisão deve-se à necessidade de complementar a renda familiar após a aposentadoria

Um terço dos cearenses acima de 60 anos tende a se manter no mercado de trabalho. O índice é considerado "elevado" pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado (STDS), que elaborou a pesquisa "A pessoa idosa no Ceará: características da pessoas com mais de 60 anos". O motivo é compor o orçamento da família. "Em função dos baixos recursos da aposentadoria, ele continua no mercado para ampliar a renda familiar", diz o técnico do setor de diversidade e acessibilidade da STDS, Evaldo Monteiro. "Cerca de 70% dos idosos recebem apenas um salário mínimo". Entre 2001 e 2007, o número de idosos no Estado foi acrescido de 181,1 mil pessoas, o que indica a adição média anual de 30,2 mil idosos. Neste período, o total passou de 700.102 para 881.230 pessoas.

Mais mulheres
A proporção de mulheres neste segmento se ampliou de 55% para 57%, indicando a maior participação feminina entre as pessoas com mais idade.

A proporção de idosos no Estado, no entanto, está em queda nos anos 2000. Declinou de 38,7% (2001) para 36,5% (2007). Segundo o relatório da pesquisa, esta redução de dois pontos percentuais durante este período pode refletir, em parte, uma estabilização das oportunidades de trabalho para este segmento populacional ou um ritmo de crescimento populacional superior às vagas ofertadas para as pessoas com esse perfil etário. O número de ocupados com mais de 60 anos cresceu ao longo do período investigado. Atingiu 316,6 mil idosos ocupados, em 2007. Em 2001, eram 270.903. Outra justificativa é o número de desempregados neste grupo de idade, que dobrou, atingindo mais de 5 mil pessoas, em 2007. Destes, 61% são do sexo masculino e 39% do sexo feminino. Em 2001, era 2,5 mil desempregados.

Rural x urbano
A pesquisa também mostra que as taxas de participação da força de trabalho das pessoas com 60 anos ou mais no meio rural são bem maiores do que as taxas das áreas urbanas. Apesar dessa realidade, enquanto a participação urbana permaneceu estável, oscilando de 30,64% (2001) para 30,21% (2007), a rural diminuiu de 57,65% para 54,72%, no mesmo período, comportamento observado entre as mulheres (de 42,22% para 39,81%). O fato pode estar associado à expansão tanto da Previdência Rural para elas, como às recentes políticas de redistribuição de renda, a exemplo do Programa Bolsa Família.

Por: CAROL DE CASTRO

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