terça-feira, 26 de julho de 2011

Com bom planejamento, empresário começa negócio sem dinheiro próprio

Plano de negócios estruturado ajuda na hora de conseguir financiamento.
Veja dicas de especialistas e saiba itens que precisam constar no plano.


O químico Eduardo Martinez de Almeida, de 47 anos, decidiu que estava na hora de abrir o próprio negócio em 2008, após trabalhar 25 anos como funcionário em multinacionais. Sem capital inicial próprio, contudo, precisou buscar crédito no banco e, graças a um bom plano de negócios, financiou 100% do investimento necessário na época, cerca de R$ 400 mil. De lá para cá, a Star Active, que atua com cosméticos, cresce cerca de 20% ao ano e vende produtos para todo o país.


Para convencer o banco de que o negócio traria retorno, porém, Almeida afirma que foram necessários seis meses de pesquisas sobre o mercado para a elaboração do plano de ação.

“Os bancos vendem dinheiro, é o comércio deles. A partir do momento que você mostra para ele a viabilidade do negócio, os riscos inseridos, e ele confia, ele financia”, diz. O prazo de financiamento foi em 72 meses e o empresário afirma que ainda está pagando as prestações, mas revela que o retorno da empresa já permitiria até quitar o valor se fosse conveniente.

Só ter boa ideia não é suficiente
A experiência de Almeida mostra que, apesar de essencial, uma boa ideia não é suficiente para conseguir um financiamento. Fazer um plano de negócios é importante para trazer credibilidade e convencer o banco de que haverá retorno, afirmam especialistas. É possível, ainda, buscar recursos com fundos ou sócios que acreditam na ideia.


O professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (FGV-SP), Samy Dana, explica que grande parte dos empresários abre um negócio apenas porque têm afinidade com a área, mas não avalia itens como demanda, custos, lucro e capital necessário, o que faz muitas empresas fecharem nos primeiros anos de vida. “Sem dúvida, uma boa ideia é fundamental mas, apesar de necessária, não é suficiente”, afirma.

Plano de negócios
Ao fazer o plano de negócios, o empresário terá em mente todo o capital necessário e a forma que virá o lucro, além das estratégias para alcançar esse retorno.

De acordo com Dariane Castanheira, professora na área de pequenas e médias empresas na Fundação Instituto de Administração (FIA), um plano deve ter o mapeamento do negócio, com informações sobre a empresa e seus produtos, a estratégia para angariar os lucros e a projeção financeira do negócio (veja como fazer um plano de negócio abaixo).


O que deve conter em um plano de negócio

Fazer um bom plano é essencial para conseguir um financiamento. Vaje abaixo um resumo do que deve constar em um plano de negócios, de acordo com o Sebrae (veja o guia completo aqui)


Sumário
Contém os pontos mais importantes do plano. Deve conter dados dos empreendedores (experiência profissional e atribuições), do empreendimento, missão da empresa, setores de atividades, forma jurídica, enquadramento tributário, capital social e fonte de recursos. Só deve ser elaborado após a conclusão do plano


Análise de mercado
É necessário especificar quem são os clientes, seus perfis, necessidades e como encontrá-los. Deve constar também os principais concorrentes. Visite-os e examine suas boas práticas e deficiências, como será a competição e se há espaço para todos. Levante, ainda, quem serão os fornecedores e mantenha o cadastro atualizado


Plano de marketing
É preciso descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados. Informe as linhas de produtos (tamanho, cor, sabores, embalagem, rótulo, marca, etc). Para empresas de serviço, informe quais serviços serão prestados. Liste preços, estratégias promocionais, de comercialização e a localização do negócio


Plano operacional
Por meio de um layout, deve-se definir como será a distribuição dos setores, de recursos (matérias-primas, produtos, estantes, gôndolas, vitrines, prateleiras, equipamentos, móveis, etc.) e das pessoas no espaço disponível. É importante estimar a capacidade de produção da empresa e como ela irá funcionar, levando em conta a necessidade de pessoal


Plano financeiro
Deve constar o total de recursos a ser investido para a empresa começar a funcionar e todos os custos para funcionamento (matéria-prima, comercialização, mão de obra, materiais diversos, depreciação, custos fixos e operacionais mensais). Deve conter, dados como indicador de viabilidade, lucratividade, rentabilidade e prazo de retorno do investimento


Construção de cenários
Simule valores e situações diversas para a empresa, como cenários onde o negócio obtenha resultados pessimistas (queda nas vendas ou aumento dos custos) ou otimistas (crescimento do faturamento e diminuição das despesas). Pense em ações para agir em cada caso. Faça quantas simulações forem necessárias e tenha sempre alternativas (plano B)


Avaliação estratégica
É preciso avaliar os pontos fortes e fracos do negócio, com a finalidade de tornar a empresa mais eficiente e competitiva. Um exemplo é a análise F.O.F.A (iniciais de forças, oportunidades, fraquezas e ameaças). É preciso analisar cada um desses pontos, para pensar nos aspectos favoráveis e desfavoráveis do negócio, seus proprietários e mercado.


“A empresa que está iniciando agora, não é fácil conseguir. Mas se ela fizer um plano de negócios e enviar para algum banco que opera com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é mais fácil”, sugere Dariane.

Pesquisa
Foi o que fez o químico Almeida que, apesar de gostar muito da área e ter experiência como químico, fez um curso para empresários e buscou todas as informações antes de abrir a empresa.


“Eu comecei a buscar o que produzir, o que o mercado queria (...). Fiz o plano para saber o investimento, o capital de giro de no mínimo seis meses. Quando você faz o plano tem que levar em consideração tudo o que precisa para a empresa funcionar, inclusive os próprios funcionários”, sugere. Por conta disso, o empresário conta que visualizou desde o início da produção, com a compra dos materiais e embalagens, ao processo de distribuição aos salões de beleza. A empresa atua no ramo de cosméticos para profissionais.

“A lógica do capitalismo é ‘eu não tenho dinheiro, mas tenho a ideia’. Mas, na prática, isso tem algumas barreiras”, explica o professor Dana. De acordo com o especialista, apesar da Selic (taxa básica de juros) estar atualmente em 12,5%, é muito difícil uma empresa conseguir um empréstimo próximo a esses patamares, e mais complicado ainda é conseguir lucrar tanto no começo do negócio para pagar o empréstimo.

“Se você não oferecer garantias reais, bens que sejam liquidados, o banco não vai te dar dinheiro”, ressalta o especialista. Almeida, por exemplo, disse que tinha alguns bens para oferecer como garantia ao banco.


Curso de gestão
Por conta dessa dificuldade é que Dana indica a realização de um curso de gestão para os aspirantes a empresários. Não precisa ser um curso muito longo, mas é importante buscar informações iniciais. O especialista sugere, inclusive, os cursos do SEBRAE.


O analista técnico SEBRAE-RJ, Ricardo Amaral, lembra que, em muitos casos é preciso ter ao menos uma parte ou até 100% do capital. “O ideal mesmo é que todo empreendedor consiga abrir a seu negócio com recursos próprios, sem precisar de financiamento (...). Todo negócio tem prazo para maturar, e quando você começa com endividamento, já começa com sócio que vai querer receber todo mês”, afirma.

Amaral afirma que, por conta disso, o planejamento é essencial. “Às vezes o empresário tem R$ 60 mil achando que dá, mas o negócio que ele quer exige R$ 90 mil. Ele tem que pensar quanto ele precisa para se manter, as contas e a família todo mês”, afirma.

Outra sugestão dos especialistas é procurar um banco onde o empresário já possui histórico ou bom relacionamento como pessoa física. Amaral, do Sebrae, indica que também pode ser uma opção colocar a empresa para funcionar, mesmo sem implantar tudo, e já ir construindo uma relação com o banco para, dali alguns meses, solicitar o empréstimo. É claro que, de qualquer forma, será necessário um bom planejamento.

Dana, da FGV, indica ainda outras opções para buscar financiamento, como os chamados Angel Capital, que são grupos que identificam boas oportunidades de negócio para investimento, ou até mesmo incubadoras. De acordo com o professor, um bom networking, nesses casos, pode ajudar a conseguir sócios.

Almeida sugere, contudo, que o importante é gostar do que faz e acreditar no negócio. “Na vida de micro e pequeno empresário tem que se preparar, gostar muito do que faz e ter determinação (...). Quando você gosta do que faz e acredita, essa mudança de empregado para patrão é imediata. O empreendedorismo está em todos nós, até para casar a gente precisa se vender”, avalia.


Por: Gabriela Gasparin (G1 - São Paulo)

sábado, 16 de julho de 2011

Pacificação abre caminho para formalização nas favelas do Rio

A cidade do Rio de Janeiro tem 152 complexos de favelas e 467 favelas isoladas, de acordo com o Instituto Pereira Passos (IPP), que produz estatísticas sobre o município. De acordo com o Censo Favelas Empresarial, da Secretaria estadual da Casa Civil, a maioria dos negócios existentes nessas áreas opera na informalidade. Na Rocinha, em Manguinhos e no Alemão, mais de 90% estão irregulares, segundo o levantamento. Com a pacificação das favelas, no entanto, esse cenário tem começado a mudar.

“A UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) é uma novidade muito bacana, e traz a necessidade da formalização das atividades empresariais”, diz Carla Teixeira, coordenadora do Programa de Desenvolvimento do Empreendedorismo em Comunidades Pacificadas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio de Janeiro (Sebrae-RJ).

Para contar as histórias dos empreendedores nas comunidades pacificadas do Rio de Janeiro, o G1 publica uma série de reportagens sobre formalização nas favelas. A primeira delas, feita no morro do Chapéu Mangueira, mostra o empreendedor cujo bar foi premiado e a professora que teve a renda elevado com a formalização. Reportagens seguintes vão contar, entre outras histórias, as dos ex-presidiários que se tornaram guia de turismo e dono de salão de cabeleireiro, do açougueiro que montou uma pet shop, e de um salão de barbeiros onde ninguém é patrão.


Dados da Secretaria municipal de Ordem Pública mostram que na Tijuca, na Zona Norte, onde ficam as UPPs do Borel, do Salgueiro, do Turano e da Formiga, foram formalizadas 777 empresas desde janeiro de 2009 – um aumento de 568% em relação aos 137 alvarás concedidos até então.


Em Jacarepaguá, na Zona Oeste, onde fica a UPP da Cidade de Deus, foram 1.986 formalizações desde janeiro de 2009. Até dezembro de 2008, 509 empresas haviam sido legalizadas na região. Também na Zona Oeste, em Campo Grande e em Santa Cruz, onde nenhuma das favelas da região têm UPP, foram registradas 34 e 30 formalizações nas comunidades locais, respectivamente, desde janeiro de 2009.


Do total de favelas no Rio, 28 comunidades foram ocupadas pela polícia, a partir de dezembro de 2008, e são atendidas por 17 UPPs. De acordo com o IPP, que é responsável pela produção e difusão de informações estatísticas, cartográficas e georreferenciadas da capital fluminense, quase 1,1 milhão de pessoas vivem nessas comunidades – cerca de 18% da população carioca, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Falta de dados – e de poder público
A principal dificuldade para conhecer o universo do empreendedorismo nas favelas cariocas é a falta de dados, já que, durante muitas décadas, o poder público não esteve presente nas comunidades, na imensa maioria dominadas pelo poder paralelo e bélico do tráfico de drogas. “Não existe uma pesquisa sobre negócios em favelas”, afirma Carla Teixeira. “Todo mundo gostaria de ter essa pesquisa, mas a gente não tem, e até se ressente disso”, complementa.


“Usamos os números do Censo Empresarial pela falta de dados específicos sobre os negócios em favelas”, aponta Carla.


Na Rocinha, no Alemão e em Manguinhos, de acordo com o Censo, mais de 90% dos negócios são informais. Nas três comunidades, mais de 50% das justificativas para não se legalizar foram: “não sente necessidade de formalizar” e “falta de capital”. Apesar do baixo índice de formalização, o Censo Empresarial mostra que, em média, 21% dos empreendedores têm o “desejo” de se legalizar. Entretanto, pouco mais de 5% deles tentaram, efetivamente, formalizar o negócio.


“Décadas de ausência do poder público permitiram que a informalidade predominasse nas favelas. E, por conta disso, ainda hoje, muitos comerciantes têm resistência à legalização do negócio”, ressalta Mario Borghini, diretor de Desenvolvimento Econômico Estratégico do IPP e coordenador do Empresa Bacana, projeto que desde 2010 sobe as favelas para informar e facilitar o processo de formalização.


Para Borghini, a desinformação é uma das principais causas para a resistência à legalização dos empreendimentos. “Existe muito preconceito com relação à formalização. Os comerciantes veem que ninguém na favela é legalizado, e não se legalizam também”, ressalta ele.


‘Todos que realizam atividades produtivas são empreendedores’, diz diretora do Sebrae
Carla Teixeira ressalta que, muitas vezes, os empreendedores não se identificam como tal. “A moça que vende empadas na rua não se considera uma empreendedora, mas ela é. Quando perguntamos, em palestras, quem é empreendedor, ninguém levanta a mão. Quando perguntamos: ‘Quem é empresário?’, algumas pessoas se manifestam. E quando, finalmente, perguntamos: ‘Quem se vira para gerar seu sustento?’, todos levantam a mão”, conta a diretora do Sebrae.


“Todos que realizam atividades produtivas, às vezes até empregam alguém, e geram receita ao final do dia, do mês, são empreendedores”, enfatiza Carla. Para se enquadrar dentro do programa Microempreendedor Individual (MEI), a renda bruta anual não pode passar de R$ 36 mil, e só é possível ter um empregado, além, claro do dono do negócio. “O MEI engloba várias atividades. As mais solicitadas são: salão de beleza, comércio de bebidas e alimentos, e de roupas”, ressalta a diretora do Sebrae. “E tem uma lei tramitando na Câmara Federal para aumentar a renda anual até R$ 48 mil”, complementa. Aqueles que conseguem uma renda anual maior devem se inscrever no Simples, que concede o alvará para quem ganha entre R$ 36 mil e R$ 2,4 milhões por ano.


Carla Teixeira explica que o imposto mensal para quem se inscreve no MEI varia entre R$ 27 e R$ 33, e já inclui o pagamento da previdência ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – o que garante aposentadoria e auxílio-doença, ou auxílio-invalidez -, do Imposto Sobre Serviços (ISS) e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Para ter um emprego, precisa de um diploma. Para você empreender, precisa de força de vontade. Empreender é ser pró-ativo, protagonista das próprias ações”, conclui Carla.


Fonte: G1 Economia

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Aprenda como montar um e-Commerce dentro do Facebook




Camila Porto (TechTudo)

De uma rede desconhecida há alguns anos, o Facebook explodiu em número de usuários e visibilidade. Sua grande gama de recursos, tanto para pessoas quanto para empresas, permitiu que a rede conquistasse usuários para se relacionar e para fazer negócios. E isso fez surgir o termo F-commerce (e-commerce dentro do Facebook), considerado uma das novas tendências e possibilidades de marketing e vendas dentro do Facebook.

Com o suporte para aplicativos, qualquer pessoa pode anunciar e comercializar produtos dentro da maior rede social do mundo; e o LikeStore é um dos primeiros aplicativos nacionais que permitem este processo. Por isso, hoje, você vai aprender como usar essa solução para começar a divulgar o seu negócio pelo Facebook.

Instalando o LikeStore em sua FanPage
Passo 1. Para começar a usar o aplicativo, você precisa ter uma fanpage no Facebook.

Passo 2. Acesse o site do LikeStore e clique em “Crie sua loja” (botão lilás no canto inferior direito).

Passo 3. Libere o acesso do app às suas informações.

Personalizando sua loja
Passo 4. Assim que o aplicativo for liberado, está na hora de começar a inserir as informações na sua loja. Divididas em quatro áreas (Início, Produtos, Pedidos e Configurações), as informações que são exigidas podem ser completadas em sequência.

Passo 5. Na guia “Início” você precisará inserir os dados da sua loja, configurar o meio de pagamento, instalar o app na página que você deseja exibir a loja, se houver necessidade, definir os métodos de entrega e, por fim, realizar o cadastro dos produtos.

Passo 6. Na aba “Início”, é preciso prestar atenção aos itens 2 e 3. O item “Configure seu meio de pagamento” demanda que, para que as transações sejam realizadas na loja, você tenha uma conta no gerenciador de pagamentos Moip, pois este é o sistema utilizado na LikeStore.

Já no item 3, basta clicar em “Associar à página” e, em seguida, clicar em “Associar página” novamente. Por fim, defina em qual página o app será instalado.

Passo 7. Ao instalar o LikeStore, retorne até página onde ele foi instalado, vá até a aba “LikeStore” e clique em “Confirmar Associação/Ir para o Admin”.

Passo 8. Siga com o preenchimento das informações solicitadas em todas as abas para deixar sua loja completa. Vale lembrar que o preenchimento de todos os dados é fundamental.

Passo 9. Para ter acesso ao painel de controle da página, utilize o link: http://apps.facebook.com/likestore-admin/

Passo 10. Ao concluir a instalação, acesse a página onde o app foi instalado e clique em “Editar página” (no canto superior direito). Em seguida, clique em “Aplicativos”, vá até “Editar configurações” do app da LikeStore. Por fim, mude o nome da guia para um que chame a atenção dos seus clientes. Assim, quando eles acessarem sua página, verão que você possui uma loja dentro do Facebook.

Observações
Para utilizar o LikeStore é necessário possuir uma FanPage e uma conta no integrador de pagamentos Moip. Ao longo do processo de criação da loja será necessário confirmar sua conta no integrador de pagamento, o que exige que a pessoa envie alguns documentos.

Além disso, o uso do LikeStore é gratuito, porém, sempre que você realizar uma venda será necessário pagar uma taxa de 2% para o LikeStore, além dos 5,9%+R$0,39 destinados ao Moip. Por isso, leia atentamente todas as informações e cláusulas dos termos de uso do sistema.
Para finalizar, estude se você ou sua empresa possuem recursos financeiros, logística e pessoal para vender pelo Facebook. Assim como um site de e-commerce, qualquer transação online demanda atenção e dedicação.


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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Após ficar desempregado, ex-preso vira empreendedor no Acre

Josué de Medeiros investe na distribuição de água e gás em Rio Branco.
Empreendedor individual quer, em breve, mudar registro para microempresa.

Por: Gabriela Gasparin (G1 - São Paulo)
Distribuir galões de água foi a forma que Josué Firmino de Medeiros, de 31 anos, encontrou para garantir uma renda mensal no ano passado, depois de viver desde 2008 entre o desemprego e o subemprego em Rio Branco. Ex-presidiário, disse que enfrentou dificuldades para encontrar uma boa colocação no mercado quando deixou a prisão, há cerca de dois anos.

O “quebra-galho”, contudo, deu tão certo que o negócio foi regularizado pela lei do empreendedor individual e, para este ano, a previsão é ultrapassar o teto de R$ 36 mil de faturamento permitido na legislação, o que levará o empresário a tomar o próximo passo: registrar a Distribuidora Kadosh de Água e Gás como uma microempresa.

“O mercado de trabalho era bem difícil quando eu saí do presídio. Cheguei a trabalhar em uma madeireira, mas eu entrava às 6h e pouco não tinha hora para sair. Como eu não podia passar do horário [estabelecido pela condicional, que termina em 2012], que era às 19h, eu tinha muita dificuldade”, explica o empreendedor, que também diz ter trabalhado como servente. Medeiros conta que foi preso por tráfico de drogas ao viajar em companhia de uma namorada que, segundo ele, era traficante. “Ela mexia com entorpecentes e eu não sabia”, diz.

'Vou vender água'A ideia de distribuir água surgiu em uma conversa com a mulher, que até então trabalhava como auxiliar de limpeza em um banco. “Ela falou, ‘vamos montar um negócio para nós’ (...). Eu falei, ‘amor, vou vender água’”, afirma, acrescentando que começou com quatro galões por dia. Hoje, são cerca de cem.

Quando as vendas começaram a aumentar, a esposa de Medeiros, Gyglyanne Silva Nascimento, de 29 anos, deixou o emprego para ajudar no negócio. Ela cuida de toda a parte administrativa, enquanto o marido faz, sozinho, as entregas.

São cerca de 80 viagens por dia e às vezes não sobra tempo sequer para almoçar. “Tem dia que o almoço fica em cima da mesa e ele só vai comer à noite. Eu também não dou conta das ligações. São quatro celulares mais o telefone residencial”, explica Gyglyanne.

A distribuição, que começou com uma “bicicleta velha”, passou a ser realizada com motos. “Em menos de um ano, já troquei de moto umas quatro ou cinco vezes”, revela.

Medeiros afirma que atualmente trabalha com duas motocicletas, uma para cada ocasião. Quando a entrega é grande, leva os galões em uma moto que comporta uma carreta com capacidade para 9 galões. Quando o pedido é menor, a entrega é feita em uma moto mais antiga. “Agora, estou precisando de uma que custa R$ 13 mil, que já dá para levar 20 galões”, revela.

Para encher os galões, o empresário viaja até a cidade vizinha, Senador Guiomard. O galão cheio é vendido a R$ 3,75 e, de acordo com Medeiros, o lucro com a venda de cada unidade é de cerca de R$ 1. A entrega é grátis. A estratégia, segundo ele, é atrair a clientela pelo bom preço e ganhar na quantidade.

GásNo dia 31 de março deste ano, o casal recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para entrar em um novo mercado, a distribuição de botijões gás em Rio Branco. Assim que foi autorizado, Medeiros conta que já começou a distribuir e já tem de 20 a 25 pedidos ao dia. A meta é chegar aos 40. “Foi outra benção que aconteceu para nós”, diz. Cada botijão sai a R$ 43 e, nesse caso, o lucro é de R$ 5 a R$ 6 com a venda unitária.

Como a demanda está crescendo em ritmo acelerado, Medeiros já pensa em contratar um ajudante. Outro objetivo, diz o empresário, é comprar um caminhão, “nem que seja pequeno”, para o transporte dos galões.

Enquanto o marido pensa na logística da distribuição, Gyglyanne cuida dos números. De acordo com ela, já são cerca de 400 clientes cadastrados, entre empresas e famílias. “A gente vende para o pobre e para o rico. Queremos conquistar todas as áreas e classes sociais”, diz.

Ela afirma que a intenção é montar uma segunda unidade da distribuidora, em outro distrito. “O empreendedor tem que ter visão. Ter visão e trabalhar. Porque se tiver só a visão ficar deitado, não acontece nada”, opina a empresária.

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Sebrae formaliza 1.043 empreendedores no Rio Grande do Norte

Com a III Semana do Empreendedor Individual, o Sebrae-RN formaliza 1.040 empreendedores e atinge a marca de 18.513 cadastrados em todo o Estado. A meta era formalizar 600 trabalhadores nos seis dias de ação intensiva.

Da Redação

Para ter seu negócio legalizado e garantir benefícios previdenciários, 1.043 empreendedores se cadastraram num dos postos de atendimento do Sebrae-RN, na capital e no interior, durante a III Semana de Formalização do Programa Empreendedor Individual, realizada entre os dias 27 de Junho e 2 deste mês. A meta da semana, que era de 600 formalizações, foi superada. Os escritórios e postos de atendimento do Sebrae foram responsáveis pela formalização de 1.040 empreendedores, contribuindo para alcançar a marca de 18.513 Empreendedores Individuais em todo o Rio Grande do Norte.

Durante a semana de formalização foram realizados cerca de 3 mil atendimentos e 40 palestras e mini-cursos oferecidos pelos parceiros do Sebrae, como o Banco do Brasil, Bando do Nordeste, Caixa Econômica, OAB-RN, INSS, SESCON, Agência de Fomento (AGN), Ceape, Redecard e Itaú. No período foram realizadas 1.515 formalizações, sendo 1.040 realizadas pelo Sebrae e 475 realizadas através da Internet, no Portal do Empreendedor.

De acordo com o gerente da Unidade de Orientação Empresarial do Sebrae-RN, Edwin Aldrin, o Sebrae é responsável por cerca de 70% das formalizações que são realizadas no Rio Grande do Norte. Segundo o gerente, apesar da praticidade de se formalizar online, o ideal ainda é procurar o Sebrae mais próximo na hora de se formalizar. “Porque aqui nós damos todas as informações e orientações de como proceder com a declaração e o contador, por exemplo, além de oferecermos consultoria para ajudar a consolidar esses empreendimentos”, explica.

Um levantamento feito pelo Sebrae-RN revela que os setores que mais se formalizaram nos últimos meses foram comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (10%), cabeleireiro (7,6%), lanchonetes, casas de chá, sucos e similares (3%), minimercados e mercearias (2,8%) e bares e outros estabelecimentos (2,7%). O objetivo do Sebrae é dar continuidade ao atendimento aos empresários já formalizados com o Projeto Negócio a Negócio e com o programa de Soluções Básicas para Gestão e Fortalecimento dos Negócios (SEI), além dos produtos e serviços.

Para este ano a meta mobilizadora estabelecida pelo Sebrae Nacional foi de 6.500 empreendedores individuais até dezembro. Contudo, o Sebrae-RN já ultrapassou esta marca e está com 7.335 empreendedores formalizados. Ao todo foram mobilizados 80 colaboradores, entre funcionários, estagiários e parceiros do programa, o que facilitou a superação da meta em todo o Estado do Rio Grande do Norte.

Por: Angência SEBRAE de Notícias RN (www.rn.agenciasebrae.com.br)