quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Os produtos mais vendidos nos Natais desta década

Discman, tocador de MP3, celular com lanterna e até pen drive estão entre os itens que mais fizeram sucesso nos Natais passados

Talvez você nem se lembre, mas um dia sonhou em ter (ou teve) um Discman para ouvir os seus CDs, ou uma câmera de poderosos 2 megapixels. Estes são apenas dois exemplos de produtos que estiveram entre os mais vendidos do Natal de anos passados.

O site de comércio eletrônico Mercado Livre fez um levantamento curioso, com os produtos mais comprados por seus clientes nos Natais desta década. Os eletrônicos foram o maior sucesso, mas também aparecem no ranking produtos do personagem infantil Bob Esponja e aparelhos de ginástica. Uma verdadeira viagem no tempo, a lista mostra como a tecnologia evoluiu nos últimos dez anos. Confira a lista:

2000
O Discman hoje pode ser considerado um objeto de museu, mas no ano 2000 era desejado por muitos. Para quem não se lembra, era um tocador de CD portátil que substituía o WALKMAN, que tocava fita K7. Foi o produto mais vendido no site no Mercado Livre naquele ano.

2001
Com a febre das câmeras digitais, em 2001, o item mais vendido no site de comércio eletrônico no Brasil foi a Canon PowerShot S10, uma digital com lente de apenas 2 Megapixels. Hoje, nem os celulares têm câmeras com resolução tão baixa.

2002
No Natal de 2002 o campeão de vendas no Mercado Livre foi o AB Toner, aquele aparelho que era preso à cintura e dava leves choques para enrijecer o abdômen.

2003
Nada mais útil e desejado do que um celular com lanterna. Pelo menos era esse o pensamento dos consumidores que fizeram as compras de Natal online no Mercado Livre. O então recém-lançado Nokia 1100 foi o campeão de vendas em 2003.

2004
Não só os eletroeletrônicos são os queridinhos de quem compra pela internet. Prova disso é que, em 2004, o grande sucesso de vendas no site do Mercado Livre foi o boneco Bob Esponja.

2005
2005 foi o ano dos MPtudo, os pequenos tocadores que incluíam funções de MP3, pendrive, rádio e gravador foi os mais vendidos.

2006
Com o lançamento do PlayStation 2, da Sony, não teve para ninguém. No Natal de 2006, o produto mais vendido no Mercado Livre foi o console para videogame.

2007
Este foi o ano dos pendrives. Com tamanho cada vez menor e capacidade de armazenamento de dados cada vez maior, esse foi o item mais vendido na internet no Natal.

2008
Mais uma vez foi um ano dos videogames. Só que desta vez, o console mais desejado foi o Nintendo Wii, aquele que simulava partidas de tênis e jogos de boliche dentro da sala.

2009
No ano passado o campeão de vendas foi o GPS Garmin. Tudo para não perder o rumo.

Qual será o grande hit deste Natal? Você tem algum palpite?

Por: Silvia Balieiro - Época Negócios

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Especialistas apontam áreas de trabalho mais promissoras em 2011

Setores ligados ao desenvolvimento do país devem ser beneficiados.
Economia aquecida e preparação para Copa 'puxam' profissionais.

O ano de 2011 deverá ser mais promissor para setores ligados diretamente ao desenvolvimento do país, segundo especialistas em mercado de trabalho ouvidos pelo G1. O bom desempenho da economia brasileira aumenta a demanda por mão de obra qualificada para áreas como infraestrutura, energia, telecomunicações, tecnologia e óleo e gás.

Além dos segmentos diretamente relacionados ao crescimento econômico, os especialistas lembram também a tendência de forte alta na área de bem estar social, o que envolve desde sustentabilidade e meio ambiente até saúde e estética.

ÁREAS PROMISSORAS PARA 2011

Área comercial e internet
“A área sofreu muito na crise econômica, já que muitas empresas cortaram os profissionais porque as vendas diminuíram”, diz Renato Grinberg, diretor da Trabalhando.com.br. De acordo com o especialista, com o crescimento econômico, as empresas voltam a precisar desses profissionais. Para Alexia Franco, líder da operação da Hays no Rio de Janeiro, empresa da área de recrutamento, o segmento de vendas pela internet deve se destacar pelo crescimento das operações. “São necessários profissionais que saibam atuar no desenvolvimento de parcerias de negócios na internet, com expertise na área”, afirma.

Tecnologia da Informação (TI) e comunicação
Os perfis dos profissionais do setor estão cada vez mais complexos e as empresas precisam de pessoal com qualificações e conhecimentos em plataformas específicas. Além disso, a previsão é que os investimentos em redes sociais continuem a crescer, o que demanda especialistas na área, segundo Selma Morandi, diretora do Grupo Foco, empresa do setor de recursos humanos. “Tudo o que se fala em termos de desenvolvimento impacta na área de tecnologia”, lembra Alexia Franco, líder da operação da Hays. Para o diretor de graduação do Centro Universitário Senac, Eduardo Ehlers, a área de TI cada vez mais se aproxima da comunicação. “Há um crescimento no setor de produção multimídia como um todo”, afirma. Ele destaca, ainda, o segmento de jogos digitais.

Telecomunicações
O setor de telecomunicações necessita cada vez mais de especialistas em tecnologias como transferências de dados, 3G e Rede IP, cabos, entre outras, diz Alexia Franco, da Hays. Quanto mais cresce o número de usuários de celulares, por exemplo, aumenta a demanda nas redes de telecomunicações e de telefonia celular. “É preciso de profissionais como engenheiros e analistas de telecomunicações para a elaboração de projetos e até mesmo monitoramento e atuação nessas redes", aponta o consultor da Alliance Coaching, Silvio Celestino.

Varejo e consumo
O crescimento econômico estimula a contratação de profissionais em diversas áreas do varejo, como alimentos, bebidas, cosméticos, roupas e supermercados, entre outros. A demanda é por trabalhadores de vários níveis, desde iniciantes a diretores, diz Selma Morandi, diretora do Grupo Foco. “O setor não caiu durante a crise, mas há uma nova demanda em função do aumento do nível da renda”, diz Alexia Franco, líder da operação da Hays. O crescimento no setor gera, ainda, investimentos em campanhas de publicidade e até em novos empreendimentos

Sustentabilidade, meio ambiente e saúde
Para Selma Morandi, diretora do Grupo Foco, as empresas devem investir cada vez mais em profissionais voltados às áreas ambiental e de sustentabilidade. Nesse caso, a necessidade é por profissionais que acompanham e tenham experiência e especializações no setor. Para o diretor de graduação do Centro Universitário Senac, Eduardo Ehlers, há uma crescente busca pelo bem-estar individual e coletivo. “Cada vez se fala mais sobre ambiente e vida saudável”, disse. Ehlers prevê crescimento também em áreas como estética, turismo e hospitalidade, relacionadas ao bem-estar.

Energia
Eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, além de empresas de fora que pretendem investir no Brasil, demandam profissionais do setor de energia, destaca Selma Morandi, diretora do Grupo Foco. Mas é difícil preencher as vagas. “Falta qualificação nessa área. Os engenheiros ou migraram de área ou foram para o exterior”, diz ela. Alexia Franco, líder da operação da Hays no Rio de Janeiro, lembra, ainda, que o crescimento do pais depende do setor da energia, o que torna o setor permanentemente promissor.

Construção civil
O setor também deverá se beneficiar com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, diz Selma Morandi, diretora do Grupo Foco. Além de programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, e o crescimento do setor imobiliário no país aumentam a procura por profissionais especializados. “Falta desde mão de obra básica até analistas financeiros voltados à área da construção”, diz o consultor da Alliance Coaching, Silvio Celestino. De acordo com o especialista, todos os setores que estão em volta sentem o reflexo, como materiais de construção, imobiliárias e design de interiores.

Óleo e gás
Descobertas de reservas de petróleo no país aquecem o setor e atraem investimentos, diz Alexia Franco, líder da operação da Hays no Rio de Janeiro. “Há empresas que antes tinham apenas representações e agora já querem ter as próprias estruturas no Brasil”, diz. Além disso, o setor de extração de minérios também está aquecido, diz Selma Morandi, do Grupo Foco

Infraestrutura e transporte
Assim como nos setores da energia e da construção civil, eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 também demandam profissionais voltados para infraestrutura. “Até mesmo a área de shoppings centers e estruturas comerciais precisam de especialistas”, afirma Alexia Franco, líder da operação da Hays. O consultor da Alliance Coaching, Silvio Celestino, lembra que o setor de transporte aéreo também deverá se beneficiar.

Setor farmacêutico
De acordo com Alexia Franco, da Hays, laboratórios do exterior buscam trazer investimentos para o Brasil, o que demanda profissionais técnicos e com atuação científica. Segundo ela, a pesquisa e o desenvolvimento, que sempre foram feitos lá fora, pode passam a acontecer no país.

Setor contábil, fiscal e financeiro
Por conta do aquecimento da economia, a demanda por profissionais nas áreas contábil, fiscal e financeira é crescente, diz Renato Grinberg, diretor da Trabalhando.com.br. O setor de fundos de investimentos também está em crescimento, aponta Alexia Franco, da Hays. “Há muitos investidores estrangeiros querendo aplicar em fundos de investimentos no Brasil em função do alto retorno”, afirma. Para o consultor da Alliance Coaching, Silvio Celestino, a demanda por profissionais da área de investimentos será ainda maior se a taxa de juros brasileira continuar a cair. “Passa a ficar desinteressante aplicar na poupança e cresce a demanda por analistas financeiros.”

Recursos humanos
O aquecimento do mercado de trabalho faz com que as empresas busquem profissionais de recursos humanos qualificados para atuar em áreas como as de desenvolvimento, capacitação, treinamento, gestão e retenção. “Durante a crise, o profissional de RH ficou um pouco esquecido”, diz Alexia Franco, da Hays. Para o consultor da Alliance Coaching, Silvio Celestino, há demanda também por profissionais que saibam treinar líderes com origem técnica. “Quando você tem um líder que não foi preparado, ele pode provocar situações constrangedoras com o profissional."

Seguros e segurança
Algumas áreas são favorecidas por disfuncionalidades do Brasil, lembra o consultor da Alliance Coaching, Silvio Celestino, que cita o setor de segurança como em crescimento. Ele lembra, ainda, que o bom desempenho da economia e o aumento da renda fazem com que uma nova camada da população tenha acesso a bens que antes não tinha, como automóveis, exigindo das empresas de seguros adequação para esse público

Candidato deve buscar atender mercado

Na hora de mirar um setor para buscar trabalho, não basta olhar apenas para a tendência de crescimento. Especialistas afirmam que os candidatos devem estar qualificados e preparados para essas vagas. “É preciso estar atento ao mercado e buscar aperfeiçoamento profissional”, afirma Selma Morandi, diretora do Grupo Foco.

Alexia Franco, líder da operação da Hays no Rio de Janeiro, afirma, ainda, que cada candidato deve estar atento ao segmento onde atua, pois cada setor tem sua necessidade. A especialista dá a dica para profissionais de áreas técnicas buscarem experiência na elaboração de projetos. “Tudo depende de projetos atualmente. É preciso saber lidar com cronogramas.”

Alexia destaca a importância de adquirir certificações. Um segundo idioma, principalmente o inglês, também é um investimento importante, segundo a especialista. “Muita gente não investe no inglês e fica para trás."

Proatividade
Para Alexia, porém, os candidatos precisam ter proatividade e ir atrás do mercado. “Tem muito profissional passivo. É preciso ler jornal, ver as empresas que estão em alta. Quem busca a carreira é o executivo”, diz

Selma concorda e destaca que o importante é estar sempre atualizado em relação às tendências e não esperar que a oportunidade “caia no colo”. É importante, também, ter autoconhecimento para saber o que gosta de fazer e “ir trilhando o caminho”, lembra Alexia.

Por: Gabriela Gasparin - G1

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Trate sua Carreira como um Negócio

Ouvi recentemente de um empresário catarinense que não vivemos apenas uma “época de mudanças”, mas sim uma “mudança de época”. Isso exige uma nova forma de pensar sobre a vida e o trabalho. A carreira tradicional acabou. Não fique esperando que a empresa onde trabalha planeje a sua. Quer fazer de sua carreira um sucesso? Trate-a como um negócio, em vez de como uma sucessão de cargos que pretende acumular ao longo da sua vida útil.

Você provavelmente sabe muito bem cuidar dos projetos da empresa onde trabalha. Seja pelo menos tão bom ao gerenciar o seu projeto de vida e carreira. Você já deve ter preparado algum tipo de business plan para um novo produto, um negócio ou um mercado que sua empresa está analisando. Ou já deve ter assistido a apresentação de algum desses planos preparado por um colega. Se ainda não o é, você deve estar almejando um dia ser o presidente da empresa. Ou sonhando que um headhunter o recrute para ser o diretor-executivo de uma unidade de negócios ou até mesmo de outra empresa. Mas, lembre-se, você já é o presidente da sua vida, o empreendimento mais importante que pode imaginar. Chegou a hora de preparar o business plan mais importante de todos o negócios com os quais já se envolveu até hoje: o da sua carreira.

Mas, como fazer?

O primeiro passo é mudar sua forma de pensar. Pense como um empreendedor, saia da zona de conforto que você construiu para si nos últimos anos. A década na qual vivemos hoje será lembrada no futuro como o início de uma revolução imperceptível, o momento em que um grande número de pessoas reassumiu as rédeas de seu destino, que havia sido de certa forma delegado à empresa, ao governo, à Igreja e a outras instituições.

No passado nos acomodamos com a tentativa das empresas de traçar os planos de carreira de seus funcionários. Mas isso não é mais possível, esse mundo acabou. O ritmo alucinante de mudanças no qual vivemos impede as empresas de fazerem planos de carreira de longo prazo. Uma simples razão: será que algumas dessas carreiras na ladeira organizacional ainda existirão daqui a 10 anos?

Se você tem tido sucesso e se acostumou a pensar e a fazer as coisas de uma forma nos últimos anos, saiba que o sucesso do passado não garante seu futuro. E que o maior inimigo do sucesso é o próprio sucesso que acaba fazendo-nos acomodar. Não acredite que “devagar, e sempre, a gente chega lá”. Hoje em dia, devagar não se chega a lugar algum e quem espera nunca alcança. Ou pode chegar tarde demais quando as oportunidades viraram a realidade de quem chegou mais rápido que você.

Outra forma de pensar que pode ajudar muito seu posicionamento estratégico no mercado de trabalho: as opções que você tem não se limitam aos competidores da empresa onde trabalha. Muita gente quando pensa no mercado de trabalho se limita a pensar apenas na concorrência. Amplie seus horizontes. Pense em toda a cadeia do negócio. As oportunidades podem estar nos distribuidores dos produtos de sua empresa; ou em algum fornecedor estratégico, em algum parceiro. Ou pense em montar sua própria empresa para prestar serviços para o atual empregador.

Você já pensou onde quer chegar daqui a três anos, em 2010? E em 2015? Sim, isso mesmo, você já tem visualizado o futuro que gostaria de inventar? Identifique onde você quer chegar com clareza pois fica difícil definir uma estratégia quando não temos clara a métrica do nosso sucesso. E curiosamente a maioria das pessoas gasta a maior parte do seu tempo pensando no passado, de onde veio, as dificuldades que enfrentou, se vangloriando dos acertos que teve. Outra grande parte do tempo também é usada em justificar onde está, o seu presente, os desafios que vive, as metas a alcançar até o final do ano. E acaba dedicando pouquíssimo tempo a pensar onde deseja chegar, a inventar seu futuro, a sonhar de olhos abertos com os pés no chão. Perceba que o importante não é de onde você veio, nem onde está, mas onde você quer chegar !

Vamos lá, mexa-se! Prepare um plano para sua carreira e trate-a como um negócio. Pense como um empreendedor. Evite se colocar como um empregado que pensa na seqüência de cargos que pretende acumular ao longo do tempo.

Por: César Souza - Blog do Líder

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Como Identificar, Desenvolver e Engajar Jovens Líderes?

No futuro serão necessários lideres em quantidade muito maior e bem mais eficazes que no passado. E um dos principais desafios das empresas é o de como selecionar, formar, criar e engajar esses “jovens lideres” na organização. Assim como os times de futebol têm dificuldade e identificar e engajar os craques do futuro, as empresas também terão dificuldade em atrair e reter aqueles talentos da próxima geração com potencial de liderança, pois esses possuem valores e atitudes muito diferentes sobre o trabalho e sobre a vida em geral. Os atuais programas de “trainees” ou “jovens talentos” terão de ser revistos, reinventados e readaptados aos novos tempos para que as empresas sejam objeto de desejo dos profissionais competentes.

As grandes empresas estão se reestruturando em unidades negociais menores para se tornarem mais competitivas. Em vez de poucos líderes no topo da pirâmide como no passado, as empresas competitivas passaram a necessitar de muitos líderes em todos os níveis. A Era Industrial separou a estratégia da execução com o intuito de aumentar a produtividade. Pretendeu separar o pensar do fazer. Porém, na Era do Conhecimento as empresas não podem mais se dar ao luxo de privilegiar o pensar apenas no topo. Precisam da criatividade humana em todos os níveis para serem competitivas. A disponibilidade de líderes eficazes – e não mais de gerentes eficientes – para empresariar produtos, áreas geográficas, mercados ou projetos passou a ser um dos maiores fatores a distinguir as empresas vencedoras. As empresas necessitam de líderes em todos os seus centros de resultados, inclusive nas áreas funcionais que precisam de espírito mais empreendedor e menos burocrático.

Diante desta realidade, as empresas vencedoras serão aquelas que souberem montar verdadeiras FÁBRICAS DE LÍDERES!

Por essas razões, o líder eficaz passou a ser quem também souber criar condições para que a liderança se manifeste nas outras pessoas. Em vez do mítico líder carismático que serviu de modelo na era que se finda, os líderes do futuro serão aqueles capazes de arquitetar e implantar formas de organização que permitam o florescimento da liderança nos outros, identificando e cultivando líderes em todos os níveis.

Na montagem dessa “fábrica de líderes” importante desmistificar o verdadeiro papel do líder, mostrar caminhos, exemplos, referencias e apontar algumas características fundamentais para essa formação.

O desafio não é apenas montar um programa, mas criar uma cultura que inspire os jovens talentos, de forma natural, acrescentando aprendizados importantes para a organização e ao mesmo tempo tornando-os cúmplices e disseminadores da cultura da empresa. Dos valores, das atitudes e posturas condizentes com esses valores.

Essa a grande oportunidade para o RH tomar iniciativas e criar projetos que capacitem e formem novos lideres para o futuro da organização. Será que sua empresa realmente esta formando novos líderes ou está apenas gerenciando um programa de trainees? E se está formando, está conseguindo reter esses talentos ou eles estão migrando para os braços de seus concorrentes?

Por: Cézar Souza - Blog do Líder

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Entrega do IR 2011 começa em 1º de março, informa Receita Federal

Em 2011, não será mais permitida a entrega via formulários, lembra Receita.
Também é o último ano do acordo para correção de 4,5% da tabela do IR.

Alexandro Martello
Do G1, em Brasília


A Secretaria da Receita Federal publicou nesta segunda-feira (13), no Diário Oficial da União, as regras para a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2011, ano-base 2010.

Segundo o órgão, o prazo de entrega da declaração do IR deste ano começa em 1º de março e vai até o dia 29 de abril. Quem perder o prazo está sujeito a uma multa mínima de R$ 165,74.

Formas de entrega
A declaração poderá ser enviada pela internet, por meio da utilização do programa de transmissão da Receita Federal (Receitanet), ou via disquete (nas agências do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal). Neste ano, pela primeira vez, não será permitida a entrega via formulários. O ano passado foi o último ano de entrega por meio de formulários.

Obrigatoriedade
Segundo a Receita Federal, estão obrigadas a apresentar a declaração as pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis superiores a R$ 22.487,25 em 2010.

Também estão obrigados a apresentar o documento os contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil no ano passado.

Também é obrigatória a entrega para quem obteve, em qualquer mês de 2010, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas.

Quem teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro do ano passado, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil, também deve declarar IR neste ano.

A obrigação com o Fisco se aplica também àqueles contribuintes que passaram à condição de residente no Brasil, em qualquer mês do ano passado, e nesta condição se encontravam em 31 de dezembro.

A regra também vale para quem optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado à aplicação na aquisição de imóveis residenciais localizados no país, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato de venda.

Atividade rural
Também é obrigatória a entrega da declaração de IR 2011 para quem teve, em 2010, receita bruta em valor superior a R$ 112.436,25 oriunda de atividade rural. O documento também tem de ser entregue por quem pretenda compensar, no ano-calendário de 2010 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2010.

Completo ou simplificado
A Receita Federal lembra que os contribuintes podem optar por dois modelos na entrega do documento: simplificado ou completo. A regra para fazer a declaração simplificada continua a mesma: desconto de 20% na renda tributável. Este desconto substitui todas as deduções legais da declaração completa. Em 2011, o limite do desconto é de R$ 13.317,09. Em 2010, o limite foi de R$ 12.743,63.

No caso da dedução por dependentes, possível apenas por meio da declaração completa, o valor subiu de até R$ 1.730,40 em 2010 para até R$ 1.808,28 no ano que vem. Nas despesas com educação (ensino infantil, fundamental, médio, técnico e superior, o que engloba graduação e pós-graduação), o limite individual de dedução passou de até R$ 2.708,94, em 2010, para até R$ 2.830,84 no próximo ano.

Para despesas médicas, as deduções continuam sem limite máximo. Podem ser deduzidos pagamentos a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, hospitais, além de exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias.

Declaração de bens e dívidas
Segundo o Fisco, a pessoa física deve relacionar, na declaração do IR, os bens e direitos que, no Brasil ou no exterior, assim como suas dívidas. De acordo com o órgão, ficam dispensados de serem informados os saldos em contas correntes abaixo de R$ 140, os bens móveis, exceto carros, embarcações e aeronaves, com valor abaixo de R$ 5 mil. Também não precisam ser informados valores de ações, assim como ouro, ou outro ativo financeiro, com valor abaixo de R$ 1 mil. As dívidas dos contribuintes, ou seus dependentes, que sejam menores do que R$ 5 mil em 31 de dezembro de 2010 também não precisam ser declaradas.

Último ano da correção da tabela
Após quatro anos, a correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) chegou ao fim. O último percentual de reajuste, de 4,5%, incidirá nos valores em 2010, e será aplicado na declaração do Imposto de Renda de 2011. Depois disso, porém, não há nada fechado para que a atualização continue acontecendo.

Ao corrigir a tabela do IR, o governo abdica de arrecadação, uma vez que menos contribuintes passarão a pagar o Imposto de Renda. Ou aqueles que continuarão pagando, com o reajuste da tabela, seriam menos tributados. Para que o reajuste da tabela do IR continue acontecendo de 2011 em diante, com impacto nos anos seguintes, a presidente eleita, Dilma Rousseff, terá de dar o seu aval para um novo acordo com os sindicatos.

Imposto a pagar
Caso o contribuinte tenha auferido imposto a pagar em sua declaração do IR, a Receita informou que isso poderá ser dividido em até oito cotas mensais, mas nenhuma delas pode ser inferior a R$ 50. Caso o imposto a pagar seja menor do que R$ 100, deverá ser pago em cota única. A primeira cota, ou a única, devem ser pagas até 29 de abril, e as demais até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros.

O débito automático em conta corrente também permanece como opção para o pagamento do imposto devido ao Fisco, mas é permitida somente para declarações apresentadas até 31 de março para cota única, ou primeira cota, ou entre 1º e 29 de abril a partir da segunda cota.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Em sintonia com o país

SEBRAE utiliza rádio e internet para formar os novos empreendedores brasileiros.

Por Época Negócios

O Sebrae é hoje a principal voz do micro e pequeno empresário. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, criado em 1972, é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como principal objetivo levar conhecimento de gestão de negócios ao seu público-alvo. Mas faz mais do que isso. A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, sancionada no final de 2006, embora seja um assunto de caráter político, leva a sua assinatura. A base do texto que definiu as novas diretrizes para o setor levou em conta a proposta elaborada pela entidade, feita com base nas demandas e sugestões dos empresários do segmento. Seu papel foi fundamental para sensibilizar a sociedade sobre a importância da aprovação da lei. O Sebrae também atua fortemente em bancos, sistemas cooperativos e instituições de microcrédito, defendendo a necessidade de ampliação da oferta de serviços e produtos para empreendedores formais e informais. “Essas iniciativas não são papel do Sebrae, que tem um viés técnico e não político”, afirma seu presidente, Paulo Okamoto. “Mas não poderíamos deixar de apoiar os pequenos empreendedores nessa hora.” É justamente esse envolvimento com os assuntos que estimulam o empreendedorismo que rendeu ao Sebrae o título de marca de maior prestígio no setor de educação e ensino do anuário Época NEGÓCIOS 100. Importante: concorrendo com instituições de peso, como a Fundação Getulio Vargas, a Universidade de São Paulo, a Pontifícia Universidade Católica e a Universidade Paulista.


“Uma marca só tem valor quando presta serviço relevante ao seu público. O Sebrae sempre perseguiu essa missão”, diz Laura Chiavone, sócia da Limo Inc., consultoria especializada em planejamento de comunicação. Apesar disso, ou por isso mesmo, o Sebrae sabe que tem de aperfeiçoar constantemente seus serviços. Ultimamente, está concentrado em divulgar de forma mais abrangente sua marca. Uma pesquisa realizada há cinco anos pela entidade trouxe uma boa e uma má notícia. A boa: a maioria dos brasileiros conhece a marca Sebrae. A má: muita gente não sabe exatamente o que o Sebrae faz, apesar de a instituição apoiar mais de 2 mil projetos de educação e instrução empresarial em diferentes segmentos econômicos. As principais dúvidas dizem respeito a quem pode usar o serviço, como chegar até ele e o que ele oferece. “Tem gente que ainda acha que somos uma ONG”, diz Okamoto. Baseada nesse diagnóstico, a entidade resolveu mudar seu planejamento de comunicação, diminuindo o investimento na grande mídia e priorizando os veículos regionais. Em outras palavras, passou a usar mais o rádio como meio de divulgação de suas atividades e reduziu a verba que destinava a outros veículos. Uma clara opção pelas comunidades mais carentes em detrimento da classe média, que já conhece e utiliza os serviços do Sebrae de forma mais intensa.

Do volume total de investimento em comunicação e marketing, que gira em torno de R$ 32 milhões anuais, a entidade direcionou R$ 4 milhões para emissoras de rádio. “Trata-se do veículo mais adequado para atingir o maior número de comunidades distantes”, afirma Okamoto. De fato, os veículos regionais permitem uma exposição mais precisa e didática, já que, nesses canais, o tempo e o espaço são mais generosos. Um dos programas de educação pelo rádio que merecem destaque é o A Gente Sabe, a Gente Faz, voltado para as comunidades rurais, que já atingiu 4.814 municípios por meio de 536 emissoras locais.

Outro canal que está sendo bastante utilizado pelo Sebrae é a internet. Atualmente, o site da entidade oferece cinco cursos gratuitos a distância. Eles ensinam como montar uma empresa e dão noções de marketing e gestão para quem quer vender mais e melhor. As 662 turmas montadas até agora contaram com a participação de 132,4 mil alunos. Além disso, mais 42 cursos, voltados para as áreas de mar­keting, finanças e gestão de pessoas, entre outras, estão disponíveis nas 374 unidades do Sebrae e em outras 460 instituições parceiras. Para atrair o público jovem, lançou ainda o Desafio Sebrae, competição que já mobilizou 86 mil universitários. A proposta é que esses estudantes façam a simulação virtual da gestão de uma empresa fictícia. O objetivo é despertar o espírito empreendedor da juventude. Bom para a economia do país. As micro e pequenas empresas representam cerca de 90% do total de empresas brasileiras, absorvem mais da metade dos trabalhadores formais do país e respondem por 20% do PIB nacional, segundo dados do IBGE.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Inovação com a marca de Gandhi

Indianos ensinam ao mundo como produzir mais com menos para mais pessoas

Por Alexandre Teixeira

Depois do belicoso Sun Tzu e sua arte da guerra, é a vez de Gandhi ser adaptado para o mundo da gestão. O cientista indiano Raghunath Mashelkar, um especialista em polímeros que se reinventou como guru da administração de empresas, propõe uma abordagem diferente de Pesquisa e Desenvolvimento, inspirada pelo ícone maior do pacifismo. Ele a batizou de engenharia gandhiana e a ancorou em realizações da indústria indiana, como o Tata Nano, carro mais barato do mundo, uma vacina efetiva contra a hepatite B que custa um quadragésimo das existentes no Ocidente e uma técnica de cirurgia de catarata cujo custo é um centésimo do cobrado em outros países.

Mashelkar tem seu nome associado ao Laboratório Nacional de Química da Índia, mas hoje é presidente da Global Research Alliance, uma rede de institutos de P&D dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia. Ele cunhou o termo engenharia gandhiana para definir inovações que permitam conseguir mais com menos para mais pessoas. Segundo Mashelkar, a frugalidade necessária para tanto expressa um dos ensinamentos do herói da independência indiana: “A Terra provê o suficiente para satisfazer as necessidades, não a ganância, de todos os homens”. Trata-se, portanto, de inovação inclusiva. Produtos e serviços que melhorem a vida de todos – inclusive, mas não somente, as dos 4 bilhões de pessoas que vivem hoje com menos de dois dólares por dia. Isto significa, sim, custos ultrabaixos. Mas o binômio perseguido é “baixo preço, alto desempenho”. Às vezes, com alta tecnologia.

“Um novo sistema de localização por satélite de zonas pesqueiras elevou os níveis de produtividade, e portanto de renda, de milhões de pessoas ao longo da costa indiana que dependem da pesca para sobreviver”, disse ele em entrevista à revista strategy + business, da consultoria Booz&Co. Cientistas medem a quantidade de clorofila na água e a temperatura na superfície do mar para detectar a concentração de peixes em uma determinada área. A informação é, então, transmitida para painéis eletrônicos instalados nos piers onde se concentram os pescadores e, por mensagem de texto, para os celulares daqueles que já estão no mar. Bom negócio tanto para o provedor de notícias por celular (neste caso, a Bharti Airtel) como para os pescadores.

Na definição de Mashelkar, inovação é fazer as coisas de um jeito diferente para fazer uma grande diferença. Muito bem, a estratégia de Gandhi, que mobilizou milhões de indianos em torno da ideia de resistência pacífica e da não violência, foi um jeito diferente de promover uma rebelião. E fez uma grande diferença, na medida em que resultou na retirada do poderoso império britânico do subcontinente.

Décadas antes da independência, no início do século 20, Jamshedji Tata foi ridicularizado quando anunciou sua intenção de produzir aço na Índia. Informado de seus planos, Sir Fredrick Upcott, o inglês que presidia a Indian Railways, desdenhou do projeto e disse que comeria cada grama do metal produzido no país. Um século depois, a Tata Steel produz aço em várias partes do mundo, a preços imbatíveis, e é dona da Corus Steel, um antigo ícone da siderurgia britânica. De modo semelhante, ainda que muitas décadas mais tarde, houve deboche quando Dhirubhai Ambani – fundador do Grupo Reliance, um dos três maiores conglomerados indianos – disse que uma chamada de longa distância deveria custar o mesmo que um cartão postal. Hoje, a Índia tem as menores tarifas para ligações telefônicas, os celulares mais baratos e a base de assinantes que mais cresce no mundo.

A proporção que interessa a Mashelkar é: preço versus desempenho. É possível oferecer por US$ 100 um laptop que originalmente custa US$ 2 mil, sem comprometer a performance de suas funções básicas? Nicholas Negroponte, do MIT, fixou esse alvo já há um bom tempo e ainda não o atingiu. Vinay Deshpande, da indiana Encore, foi quem chegou mais perto. Ele criou o Mobilis, que desde 2009 é produzido na Malásia e cujo preço já baixou dos US$ 200.

Fazer mais com menos, para muita gente, é a verdadeira vocação do segundo país mais populoso da Terra. “O desafio indiano é que não apenas temos de ter inovação e paixão, mas também compaixão”, disse uma vez Mashelkar. A beleza desse conceito é que ele não é válido apenas para a Índia. Nem só para países emergentes. “Se você sente que a engenharia gandhiana é para os pobres do mundo, lamento. Você está enganado”, Mashelkar costuma dizer. Fazer mais com menos, para mais gente, é um imperativo universal quando os recursos não renováveis estão desaparecendo rapidamente.

Este químico indiano tem uma visão de futuro peculiar. Para ele, tecnologias de reciclagem e reprocessamento irão se tornar dominantes à medida que o cenário internacional de abundância dê lugar a um de escassez. Como dizia C.K.Prahalad, suas aspirações têm de ser sempre maiores que seus recursos. Se e quando a regra do jogo for oferecer produtos e serviços bons e baratos para tantos consumidores quanto possível, talvez mesmo o marketing tenha de ser redefinido, e o valor das marcas passe a ser medido de outra maneira.

Mashelkar e Prahalad, que morreu no ano passado, escreveram juntos um artigo pra a Harvard Business Review intitulado “O Santo Graal da Inovação”. A ideia do ensaio, em resumo, é a de que preço baixo e sustentabilidade estão substituindo preço alto e abundância como motores da inovação. Mas poucos executivos sabem lidar com essa virada. As empresas precisam tornar seus produtos acessíveis para mais gente, vendendo-os mais barato e produzindo-os com menos recursos. “Enquanto essa obrigação está provando ser um pesadelo para muitas companhias ocidentais, nossa pesquisa sugere que uns poucos pioneiros em países em desenvolvimento estão mostrando o caminho”, escreve a dupla. “Em nenhum outro lugar isso é mais evidente do que na Índia, que não era exatamente famosa pela inovação até recentemente.”

AS CINCO REGRAS DA INOVAÇÃO GANDHIANA

1. Desenvolva um profundo compromisso de servir os que não estão servidos
2. Articule e abrace uma visão clara
3. Fixe metas muito ambiciosas para nutrir um espírito empreendedor
4. Aceite que restrições irão sempre existir e opere criativamente dentro delas
5. Fique nas pessoas, não apenas na riqueza e nos lucros do acionista

Na essência da engenharia gandhiana está a tradição ancestral do jugaad, uma versão indiana do jeitinho brasileiro, explicada pelos pesquisadores como a habilidade de desenvolver alternativas e improvisações para superar a falta de recursos e resolver problemas aparentemente insolúveis. Reprocessado, o jugaad deu origem, entre outras maravilhas, a modelos de negócios disruptivos que se apropriam de tecnologias ocidentais e as utilizam como base para inovações que resultam em barateamento além do imaginável, sem prejuízo da qualidade. Empresas como Wipro e Infosys fazem fora de casa uma parcela expressiva do trabalho de programação e valem-se do talento de baixo custo dos engenheiros indianos para criar software e serviços com um custo-benefício imbatível. O que muda, no caso, é a organização do trabalho.

E o modelo brasileiro de inovação, adapta-se à engenharia gandhiana? Potencialmente, sim. Mas as iniciativas nessa direção ainda são tímidas, para dizer o mínimo. “As empresas brasileiras”, afirmou a revista The Economist duas semanas atrás, “estão fazendo muito menos do que suas rivais na Índia e na Indonésia para dominar a arte de produzir bens frugais para as massas”. Não que o tema seja inédito por aqui. “Ideias sábias e produtos direcionados aos pobres abundam no país”, diz a The Economist, citando exemplos como o mini-freezer da Whirlpool e os pontos de atendimento flutuantes mantidos pela Nestlé e pelo Bradesco no rio Amazonas. O grande senão é que a maioria dessas inovações são trazidas por estrangeiros. Faz falta para o país uma versão brasileira da engenharia gandhiana.

“QUALIDADE É INEGOCIÁVEL”
O criador do conceito de “engenharia gandhiana” diz que fazer mais barato não é suficiente

Ramesh Mashelkar, o cientista indiano que cunhou a expressão engenharia gandhiana e defende uma forma de inovação centrada em fazer mais com menos para mais gente, sustenta que sua concepção de negócios é diferente da engenharia frugal, muito em voga na Índia. Qualidade e desempenho, segundo ele, são inegociáveis nos produtos e serviços inspirados pela filosofia de Mahatma Gandhi, o grande líder pacifista da independência indiana. Nesta breve entrevista concedida a Época NEGÓCIOS a partir de seu escritório em Pune, na Índia, Mashelkar, hoje membro da Global Research Alliance, diz que o Brasil tem potencial semelhante ao da Índia para inovar com os mais pobres em vista.

ÉPOCA NEGÓCIOS – Qual é a diferença entre engenharia gandhiana e engenharia frugal, se é que há alguma?


Ramesh Mashelkar – A engenharia frugal é baseada em minimizar despesas, mesmo que às custas de reduzir o desempenho [dos produtos e serviços assim criados]. Então, “menos por menos” é aceitável, desde que sirva para “mais e mais” pessoas. A engenharia gandhiana é inteiramente centrada em “mais com menos para mais pessoas”. Ela insiste em oferecer alto valor emocional e funcional mesmo para as pessoas na base da pirâmide.

EN - Qual um bom exemplo de produto ou serviço nascido da engenharia gandhiana?
RM - A Aravind Eye Care [um centro oftalmológico indiano], que oferece por algo entre US$ 30 e US$ 300 cirurgias de catarata que custam US$ 3000 internacionalmente. Eles não oferecem baixa qualidade. Na verdade, uma comparação com a Faculdade Real de Cirurgiões Oftalmologistas, no Reino Unido, mostra que o desempenho da Aravind é melhor pelos parâmetros pós-operatórios.




terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quase metade dos brasileiros compra produtos piratas, diz Fecomercio-RJ

Este ano, mais de 70 milhões de pessoas adquiriram falsificações. Fatia da população que vê relação entre pirataria e crime organizado recuou.

Quase metade dos brasileiros compraram produtos falsificados este ano, segundo pesquisa da Fecomercio-RJ/Ipsos. São cerca de 70,2 milhões de consumidores de produtos piratas – 13,8 milhões a mais de pessoas que o registrado em 2006.

Desde o início do levantamento, há quatro anos, CDs e DVDs figuram no topo da lista de produtos piratas mais consumidos. Apesar disso, nos últimos cinco anos, o percentual de brasileiros consumidores de CD ilegal caiu de 86% para 79%. Já o consumo de DVDs ilegais aumentou de 35% para 77%.

“O binômio que sustenta esta expansão é agilidade com que hoje os falsificadores podem reproduzir essas mídias, pelo avanço e disseminação da tecnologia, e o aumento significativo na venda de aparelhos de DVD”, diz a Fecomercio-RJ em nota.

Ainda de acordo com a pesquisa, o preço baixo é o fator decisivo na hora da compra - nenhum dos malefícios e prejuízos do consumo ilegal é levado consideravelmente em conta.

O levantamento também mostra que os consumidores de produtos piratas acreditam cada vez menos que a pirataria provoca desemprego. Em 2006, 64% dos brasileiros acreditavam que a pirataria causava desemprego. Em 2010, caiu para 56%. No mesmo período, o percentual de brasileiros que associam a pirataria ao crime organizado recuou de 70% para 60%.

A pesquisa ouviu 1000 pessoas de 70 (setenta) cidades, incluindo 9 (nove) regiões metropolitanas.

Por: G1 - Economia e Negócios

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ÁFRICA: Celeiro de oportunidades!!!

A analista do SEBRAE RN, Ann Cynthia Ferro, foi designada a uma missão técnica internacional à África, visitando os países de Cabo Verde e Guiné Bissau. A missão teve como objetivo apresentar e articular a realização de uma ferramenta de capacitação empreendedora chamada “Oficina SEBRAE de Empreendedorismo”. A técnica relata sua experiência em ambos os países e destaca o comportamento empreendedor do povo africano.

Cabo Verde - Campo Fértil

A missão técnica internacional começou no país de Cabo Verde na simpática ilhota chamada Praia.

A proposta é realizarmos uma Oficina de empreendedorismo para capacitar e orientar os empreendedores locais. O comércio é a economia forte na região. A cidade está em pleno desenvolvimento e novos empreendimentos são visíveis. Outras ilhas ao redor da capital, o turismo é forte e tem crescido bastante. Com isso, a prestação de serviços é um fator preocupante.

O SEBRAE em parceria com outras instituições viabilizarão a realização da ação que terá um impacto significante para o país em relação à capacitação, gestão, orientação empresarial e comportamento empreendedor. O que mais chama atenção do povo do país é a receptividade e o interesse na busca de novos conhecimentos.


Guiné Bissau - Nova Realidade

O país padece de estrutura física! Não tem saneamento básico, coleta de lixo, energia elétrica... Um caos!

Pensei que nesta cidade nada seria viável realizar no âmbito das ações de orientação empresarial e capacitação. Engano-me! Diante de tantas dificuldades o empreendedorismo por necessidade é uma das poucas opções de sobrevivência. Deparo-me com características empreendedoras que muitas vezes conhecemos apenas na sua palavra.

É simplesmente impressionante o poder de iniciativa, criatividade, persistência daquela gente! Milhares de empreendedores que dividem milimetricamente um espaço no chão onde expõem seus produtos em cima de lonas pretas e sob a proteção de guarda sol coloridos! O visual seria bonito se não fosse tamanha miséria. A poeira vermelha da estrada que antes foi asfalto compõe o quadro.

Pessoas vão e voltam nesta enorme avenida negociando dos mais variados produtos, desde frutas, roupas, material de construção, produtos importados, miudezas, artesanatos entre outros. Destaco o artesanato local, em todas as esquinas encontramos belas peças de madeira preta, típica da áfrica. Bijuterias, roupas, instrumentos musicais.

Como sobrevivem de venda de souvenires e lembrancinhas em um país onde o turismo passa longe de ser uma fonte de economia? É essa persistência que impressiona!

Foi a criatividade em negociar um produto ao se aproximar de uma banca (se assim pode ser chamada), onde o atendimento, poder de persuasão são as grandes armas que dispõem. Esses poucos exemplos aqui relatados se constituem em demonstrações inequívocas de comportamento empreendedor!

Pessoas que empreendem sem nem saber que são empresários no amplo sentido da palavra. Que podem ser exemplos no âmbito de micro empresas! Sem dúvidas as futuras ações em conseqüência das apresentações e articulações que foram realizadas nesta missão farão uma grande diferença para esses empresários.

Quando pensei que levaria conhecimento á essa missão, fui eu quem mais aprendi com o que vi!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Salário de 15% dos executivos de finanças é superior a R$ 500 mil

De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), ao lado de administradores, engenheiros dominam essa área

Talita Abrantes, de EXAME.com

Faixa de remuneração anual mais comum entre os profissionais do setor de finanças é de 201 mil a 500 mil reais

Dos profissionais que atuam na área de Finanças, 15% dos profissionais recebem remuneração anual superior a 500 mil reais. É o que indica pesquisa divulgada nesta sexta-feira 12 pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF).

Para chegar a este número, o IBEF consultou 350 profissionais. Desses, 39% já ocupam o cargo de diretoria da área financeira de alguma empresa. Outros 37% exercem função gerencial.

"Nos últimos anos, muitas pessoas bem qualificadas estão chegando ao mercado. Geralmente, são profissionais que conciliam a carreira acadêmica com a corporativa e que conseguem entregar bons resultados", afirma Antônio Sérgio de Almeida, organizador do Prêmio Revelação em Finanças IBEF SP/ KPMG, que foi entregue à pouco em São Paulo.

Essa combinação de fatores é fundamental, segundo ele, para que tantos jovens consigam alcançar cargos de liderança.

O equivalente a 32% dos profissionais entrevistados recebem uma remuneração anual de 201 mil a 500 mil reais. Outros 24%, salários totais de 101 mil a 200 mil reais por ano. Por fim, 22% deles fecham o ano com uma remuneração de 100 mil reais.

Para comprovar uma teoria que os especialistas em geração Y defendem há um tempo, o estudo mostrou que a mobilidade entre os profissionais de finanças nessa faixa etária é grande. Apenas 17% deles estão na empresa há mais de dez anos e 22%, entre cinco e dez anos.

Enquanto isso, 39% dos profissionais ouvidos permanecem na mesma empresa por até cinco anos.

Formação
Economia deixou de ser a graduação que mais forma profissionais para o setor de Finanças. Este ano, o curso perdeu para Administração e Engenharia nesta categoria. Segundo a pesquisa, 15% dos profissionais da área são economistas, enquanto 29% têm formação voltada para Administração de Empresas.

A massa de engenheiros também é maior do que a de economistas. Do total de pesquisados, 20% são formados em algum ramo da Engenharia. Outros 17% concluíram a graduação em Ciências Contábeis.

A pesquisa mostra que 78% dos profissionais já concluíram uma pós-graduação ou um curso de MBA. Além deles, 12% estão cursando uma especialização desse tipo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

iMasters InterCon 2010 começa hoje

A edição 2010 do iMasters InterCon tem início hoje, no WTC, em São Paulo. O objetivo é reunir os melhores profissionais da internet, por dois dias, para uma reflexão profunda e avançada sobre o seu futuro.

O conteúdo será apresentado em formato diferenciado, num único ambiente, com dois apresentadores - Luli Radfahrer (USP) e Manoel Lemos (Abril) -, tendo como referência os temas Massive Applications, Social Interfaces, Local, Data Visualization, Cloud Computing e Game Development.

Hoje, "sobem ao palco" Fernanda Weiden, do Google, Fabiano Coura, da R/GA, Raphael Vasconcellos, da Agência Click, Benny Spiewak da KLA, Karina Israel e Daniel Prado, da YDreams, Marco Sinhoreli, da Globo.com, e Daniel Bergqvist, da Opera Software.

Amanhã, é a vez de Marcus Vinícius Baldo, da USP, Anselmo Endlich, da Wine.com.br, Julio Vasconcellos, do Peixe Urbano, Leandro Castro, referência em Natural Computing e Rodrigo Gonzatto, do Instituto Faber-Ludens.

Quem ficou de fora pode acompanhar o InterCon 2010 pelo Twitter, seguindo o @iMInterCon, pela hashtag #intercon2010 ou pelo streaming do evento.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O DNA dos Profissionais Vencedores

“Doutor, o meu negócio depende de uma coisa só – do freguês, dos meus dois auxiliares e do fluxo de caixa. O resto é o resto!”, respondeu o dono de uma padaria em Poconé, Mato Grosso, ao ser perguntado sobre a causa do seu sucesso. O “padeiro de Poconé” nunca entrou numa escola, nunca aprendeu a departamentalizar o seu negócio. Mas tem uma rara competência: pensa de forma integrada sobre a essência do seu negócio!

O aprendizado de competências faz movimentos comparáveis aos do coração, de sístoles e diástoles. Em alguns momentos é necessário fazer uma contração (sístole), ou seja, integrar as competências que já temos, às vezes de forma dispersa. Em outros momentos, é preciso expandir (diástole) as suas fronteiras e aprender novas competências.

Primeiro, vamos pensar no movimento da contração, a sístole. A lição do padeiro de Poconé é bastante útil para salientar que existem três competências fundamentais que precisam ser integradas se desejamos ter sucesso em nossas carreiras e em nossos empreendimentos: (1) a gestão de pessoas; (2) a gestão de clientes; e (3) gestão de resultados.

Visualize, leitor, um triângulo: no vértice de cima, o cliente. Nos dois vértices de baixo, um representa as pessoas, o outro os resultados. No centro do triângulo, comprometimento.
Na minha experiência desde meus tempos de executivo, comprometimento é conseqüência da boa gestão de clientes, da boa gestão de pessoas e do foco nos resultados.
Não dá para falar em gestão de pessoas, sem falarmos na gestão de clientes. E vice-versa. Recursos humanos e marketing precisam aprender a andar de mãos dadas e não de costas um para o outro como tem sido a tônica. Quando maximizamos a sinergia de ambos, os resultados aparecem.

Acontece que dividiram o indivisível em três departamentos: o de marketing, o de RH e o de planejamento estratégico. E, infelizmente, vemos especialistas, experts, que só entendem de uma dessas três áreas que, no fundo, não são três. É uma só! E tem prevalecido o lema do “cada macaco no seu galho”. Isso pode até ter funcionado na Era Industrial, mas na Era dos Serviços os vencedores serão aqueles que conseguirem integrar 3 letras – P, C, e R: P de pessoas, C de clientes e R de resultados. Esse é o DNA dos profissionais vencedores.
Sempre nos queixamos dos feudos, dos departamentos, das “ilhas de competência”, que não conseguem se transformar no “arquipélago de excelência” com que sonhamos. Lutamos para integrar nossas equipes.

Mas desconfio que precisamos integrá-las antes na nossa mente. Na forma de pensar. Precisamos unir mentalmente o que nunca deveria ter sido separado. Enquanto pensarmos em departamentos especializados vai ser difícil integrar equipes. Quando mudarmos nossa forma de pensar será mais fácil mudar.

Já falei da sístole, da necessidade de integrar três competências essenciais ao sucesso. Agora vamos falar da necessidade de expandir as fronteiras do conhecimento em cada uma das três competências abaixo:

  • Precisamos entender que o sonho é a primeira etapa do Planejamento Estratégico. Precisamos valorizar o intangível, o emocional, o desejo, o ilógico que muitas vezes é o que determina o rumo das empresas. Estratégia não é apenas macro-econometrica, racional, lógica. Grandes empresas que existem hoje como Natura, Embraer, Alpargatas foram fruto de líderes que sonharam de olhos abertos, acordados. Não nasceram grandes. Começaram pequenas, sonharam grande e cresceram rápido.
  • Precisamos aprender que cliente não é responsabilidade apenas das áreas de marketing, vendas e comercial. É responsabilidade de todos, do porteiro ao presidente. Isso implica na nossa responsabilidade de preparar todos para interagir com os clientes. Infelizmente, muitas empresas perdem clientes porque as áreas de contabilidade, logística, jurídico, produção, etc. não foram preparadas para isso. Por isso criei em 1998 o termo clientividade. Criei uma palavra que não existe porque queria ir além do marketing. Muito além. Clientividade trata de atitudes e posturas. Vai muito além dos 4 Ps do Philip Kotler que fala de produto, preço, promoção e place, mas esqueceu do mais importante, do cliente, que deveria estar no centro do modelo. A clientividade fala do intangível, invisível, daquilo que o freguês não pega, nem vê, mas sente: atitudes!
  • A terceira diz respeito à necessidade de expandirmos a fronteira do conhecimento sobre liderança. Infelizmente, estamos formando líderes para uma realidade que já não existe mais. Se desejamos construir famílias mais felizes, empresas mais saudáveis e comunidades mais solidárias, precisamos mudar a forma de pensar a liderança, que não é sinônimo de carisma, nem de cargo ou posição social. Liderança não é coisa de uns poucos privilegiados, visionários. Liderança não é coisa de salvadores de empresas nem de salvadores da pátria.

Precisamos de líderes que não se contentam em formar seguidores, formam outros líderes. Não ficam felizes em fazer apenas o combinado, surpreendem pelos resultados. Não se conformam em oferecer empregos, oferecem causas. E não inspiram apenas pelo carisma, mas pelos valores.

E agora, leitor? Pense nas sístoles e diástoles de seu coração e liste quais as competências que você precisa integrar e as que você deve expandir para ampliar suas fronteiras como profissional.

Por: César Souza - Blog do Líder

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Incubadoras ajudam a lançar novos negócios; saiba como funcionam

Ser empreendedor é essencial para esse tipo de negócio, diz especialista.
Empresas costumam fazer parcerias governamentais e com universidades.

Ajudar um empreendimento inovador a entrar no mercado de maneira mais madura e competitiva é o principal objetivo das chamadas incubadoras de empresas. Para isso, esses centros de negócios apostam principalmente na capacitação dos futuros empreendedores, na articulação de políticas públicas e na geração e disseminação de conhecimento.

“A missão central é apoiar o nascimento e o fortalecimento de negócios inovadores”, diz Francilene Procópio Garcia, vice-presidente da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

“Para ter sucesso, para ajudar que empresas inovadoras cheguem cada vez mais ao mercado, é preciso de todo apoio que ela [incubadora] dá na área de aconselhamento técnico, captação de recursos, gestão de negócios, redução de riscos, além de acompanhar o amadurecimento da empresa como negócio, para que vá ao mercado lidar com suas concorrentes de maneira competitiva.”

Para ingressar no mundo dos negócios via incubadoras, tão importante quanto ter uma ideia inovadora é ter espírito empreendedor. “Às vezes é alguém muito bom tecnicamente, mas não é empreendedor. No processo de apoio inicial, ela se preocupa também em capacitar o empreendedor a bolar um bom plano de negócio”, destaca Francilene.

As incubadoras de negócios normalmente mantêm estreita relação com o meio acadêmico. “A maior parte das incubadoras de base tecnológica ou tem parceria com instituições acadêmicas ou tem algum tipo de mecanismo que a relacione com a Academia”, diz a vice-presidente da Anprotec.

“Existem incubadoras mais sociais, mas que também atuam se apropriando de conhecimento. É uma inovação que não é de ruptura, de quebra, mas que vai causar algum impacto de natureza. Quando insere design num trabalho de artesanato no Cariri para fazer melhor manejo do sisal é um conhecimento que está aplicando. Pode não ser altamente intenso em termos de tecnologia, mas mesmo as incubadoras de cunho mais social têm que ter lucro e precisam de inovação”, lembra Francilene.

Outras parcerias
Para atuarem de maneira mais efetiva, as incubadoras também estabelecem parcerias governamentais e empresariais. A Anprotec conta atualmente com 272 entidades associadas que representam cerca de 400 incubadoras de empresas e 6.300 empreendimentos.

Apesar da estreita relação com o meio acadêmico, as incubadoras não se destinam somente a estudantes universitários. “Em princípio, qualquer cidadão que queira empreender pode recorrer a uma incubadora”, diz.

Tecnologia
O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) foi criado há mais de uma década e é, hoje, segundo o diretor, Sérgio Risola, a maior incubadora da América. “Hoje temos 140 empresas incubadas e mais 100 associadas”, diz. O centro apoia empresas nascentes com vocação para tecnologia nas mais diferentes áreas, como medicina, saúde hospitalar, tecnologia da informação e meio ambiente, entre outras.

Para entrar no Cietec, Risola explica que o empreendedor tem que já ter passado a fase de pesquisa, um dos tripés que, ao lado de desenvolvimento e inovação (juntos, formam a sigla PDI), sustenta o projeto de um novo negócio. “O Cietec atua no fim do desenvolvimento para aquela empresa que está com um protótipo bem materializado. Em até um ano e meio tem que estar pondo o pé no mercado”, diz.

“O Cietec tem um balcão que recebe pessoas e tem um site muito ativo. A pessoa pode se inscrever no processo seletivo. Nas primeiras entrevistas a gente sempre bate muito naquelas teclas aparentemente triviais: Você tem experiência no tipo de coisa que quer fazer? Você conhece o mercado em que quer atuar ou está caindo de paraquedas? Você já ficou no comando e foi responsável por algum negócio? Ao comandar pessoas, você percebeu que tem esta competência, as pessoas te respeitam? Você está disposto a trabalhar acima de 12 horas por dia? Você conhece minimamente aspectos fiscais, tributários, marcos regulatórios do país?”, detalha o diretor do centro.

Risola diz que, ao ingressar em uma incubadora de tecnologia, o empreendedor passa a ter mais facilidade de acesso a recursos financeiros. Ainda assim, é importante que o futuro empresário tenha dinheiro para sustentar seu projeto por aproximadamente um ano ,sem contar com a entrada de novos aportes. “A pergunta final é: você quer mesmo fazer isso acima de qualquer coisa na sua vida agora?”, diz.

"Sabatina"
Se o candidato passar desta "sabatina”, o próximo passo é apresentar por escrito a ideia de negócio, explicando qual é o serviço que ele quer oferecer. “A pessoa tem que mostrar como vê o mercado, vai escrever se existe concorrência, o número de sócios que quer ter, em que mercado quer atuar. São as propostas básicas.” Se for pré-aprovado, ingressa então no Cietec para ficar um mês montando o plano de negócio.

Nesta etapa, o futuro empresário vai passar 15 dias em sala de aula e mais 15 dias recebendo consultoria. “Os professores vão dar mecanismos para entender o tamanho do mercado que ele quer atuar. Qual é a meta? Quer ganhar quanto? A gente precisa conhecer o tamanho da cabeça deste empreendedor”, fala Risola.

Depois, o candidato finaliza o plano de negócio que será, posteriormente, avaliado por um comitê de consultores das entidades parceiras do Cietec, como a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), entre outras.

“Os planos são julgados por critérios que nós determinamos, não tem aleatoriedade, subjetividade, é uma análise lógica”, informa o diretor do centro. Ele diz que leva quatro meses para que o interessado receba o veredicto se foi aprovado para entrar na incubadora. “Aí, pega a ‘chavinha’ para ficar de três até quatro anos aqui dentro conosco.”

Sobrevivência

“Temos, de 2002 a 2010, 95 empresas que saíram graduadas para caminhar sozinhas. Quando fizemos o balanço em dezembro de 2009, tínhamos 89 empresas graduadas – 75 estavam vivas no mercado ainda. Isso demonstra como a sobrevivência dessas empresas nascidas neste ambiente vão mais longe”, destaca Risola.

Ele cita ainda dados financeiros, que constam dos indicadores da entidade. O Cietec recebia R$ 1 milhão por ano do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cerca de R$ 90 mil por mês. “Está nos nossos indicadores, a cada R$ 1,00, a gente devolve R$ 5,80 em imposto das nossas empresas, sem contar o produto e a mão-de-obra. Em 2009, das empresas aqui dentro, um terço delas que já faturavam, faturaram R$ 41 milhões.”

Para concluir, Risola deixa o seguinte recado: “empreendedorismo tem risco, mas quando põe metodologia, diminui muito esses riscos”.

Por: Fabíola Glenia - G1 São Paulo

domingo, 14 de novembro de 2010

Havaianas terão comercial em rádio cubano

De olho na abertura do mercado de Cuba, empresas brasileiras costuram acordos para vender seus serviços e produtos na ilha.

Cubanos que forem às lojas estatais de Havana comprar sandálias Havaianas não encontrarão mais os calçados empilhados em prateleiras padronizadas, como há dois meses. Agora, "las legítimas" estão penduradas num display, colorido e modernoso, da marca. A mudança seria banal em qualquer lugar do mundo. Mas na ilha socialista não é, dizem empresários brasileiros de olho na iminente mudança estrutural da economia cubana.

Em quatro meses, o presidente Raúl Castro liberalizou 178 atividades de trabalho, anunciou o corte de 500 mil cargos públicos (um décimo do total), e prometeu apoiar pequenas empresas e reformar o sistema tributário. Externamente, há um encontro de interesses: tanto Raúl quer atrair negócios quanto empresários querem acesso ao promissor, mas ainda inóspito, mercado cubano. O Brasil entraria aí.

"Os cubanos estão ficando mais agressivos e o Brasil quer responder a essa demanda", afirma Maurício Borges, diretor da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), do governo federal.

Além da mudança na apresentação em lojas, as Havaianas ganharam a bênção de Raúl para veicular dois spots publicitários em uma rádio. A entrega de brindes também foi liberada. "Não há preconceito ideológico. Cuba tem uma demanda altíssima e é promissora para qualquer firma séria do Brasil", diz Jorge Miranda, da Rolldey, companhia catarinense que acaba de fechar um contrato de US$ 5 milhões para fornecer painéis de madeira a empresas cubanas (estatais, claro) de construção civil.

A Apex levou 27 empresas brasileiras para um evento em Havana, na semana passada, esperando que a viagem rendesse US$ 29 milhões em negócios. Ao final, deu US$ 48 milhões. O Brasil é o oitavo fornecedor de bens e serviços a Cuba e Borges diz que o País subirá rapidamente na lista em um futuro próximo.

Por: Agência Estado

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Eike Batista deixa em aberto possibilidade de aquisição de TV

Embora tenha dito que "interessa, sim", o empresário não falou sobre possíveis negociações. Silvio Santos disse que único negócio que não vender é o SBT.

Alvo de rumores de que estaria estudando a compra do SBT, o empresário Eike Batista deixou em aberto a possibilidade de adquirir a rede de televisão de Sílvio Santos. Perguntado se seria interessante ter um canal de televisão, visto que o Grupo EBX anunciou ontem uma joint venture com a multinacional de mídia, esportes e entretenimento IMG, Eike economizou na resposta: "Claro. Interessa, sim".

Apesar de parecer animado com a possibilidade, o empresário foi vago. "Estamos olhando tudo que dá para arbitrar e fazer melhor", disse. "O Brasil tem áreas de excelência em que compete com qualquer player mundial, mas tem outro lado que é o Brasil ineficiente. Em tudo o que é ineficiente enxergamos espaços grandes", disse hoje a jornalistas após participar de homenagem do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Rio (Firjan).

Em entrevista publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, Luiz Sandoval, executivo do Grupo Silvio Santos, disse que o único negócio que Silvio Santos não admite vender é o SBT. As especulações surgiram ontem, embaladas pelas notícias referentes aos problemas no banco Panamericano, pertencente ao grupo do apresentador, e ganharam vulto na rede de microblogs Twitter.


O SBT e outras empresas do Grupo Sílvio Santos foram dados como garantia em um empréstimo de R$ 2,5 bilhões tomados do Fundo Garantidor de Crédito para cobrir um rombo financeiro no banco. A postura de Eike difere do posicionamento adotado em julho, quando usuários do Twitter especularam sobre o interesse do empresário em entrar na área de comunicação com a compra do Jornal do Brasil. Na ocasião, ele negou os boatos. "Apesar da admiração pelo JB, respondendo a tweets sobre o assunto, investir em empresa de comunicação não está no foco da EBX neste momento", publicou ele no site sobre as mensagens recebidas. Sobre a atuação da joint venture com a IMG, Eike citou o potencial do sócio na área de conteúdo. "Eles têm mais de 20 mil horas de conteúdo anual, que divulgam através da mídia mundial. É uma empresa essencialmente de conteúdo", afirmou.


O empresário disse também que a expectativa é de que sejam gerados negócios na construção de arenas multiuso para receber shows e eventos esportivos. "Os americanos estão despertando para o potencial do consumo brasileiro", disse, citando que a demanda no País tende a explodir nos próximos anos. Ele não revelou o local dos possíveis investimentos nas arenas, mas disse que várias regiões serão estudadas.

A empresa formada a partir da parceria receberá o nome de IMGX, seguindo o mesmo padrão de outras empresas de Eike. Segundo Eike, outro investimento de peso que o seu grupo vai fazer é em uma fábrica brasileira de automóveis. "Queremos que ela (a fábrica) esteja produzindo dentro de três anos", disse. A ideia, disse, é atrair um parceiro com larga experiência em tecnologia. "Estamos falando com chineses, japoneses, europeus, americanos. Queremos a BMW no Brasil", afirmou, citando que a demanda de veículos nos próximos dez anos deve crescer expressivamente.

Por: Agência Estado

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Google aumenta o salário de todos os seus funcionários em 10%

Em e-mail a todos os funcionários, o CEO Eric Schimidt disse que o prêmio é um reconhecimento ao trabalho duro de toda equipe. Decisão deverá custar US$ 1 bilhão por ano à gigante de internet.

O Google anunciou nesta terça-feira uma surpresa mais do que bem-vinda para todos os seus funcionários: um aumento de 10% e mais bônus de US$ 1.000. O prêmio pelo bom desempenho de toda a equipe começa a valer a partir do dia 1º de janeiro de 2011.

A surpresa foi anunciada pelo CEO da companhia, Eric Schmidt, por meio de um e-mail interno. Nele, o executivo afirma que o aumento é apenas uma compensação pelos bom desempenho de todos os funcionários.

Pelas contas feitas pelo site Business Insider, o agrado deverá custar US$ 1 bilhão à gigante de internet por ano.

Veja abaixo a tradução do e-mail enviado aos funcionários do Google:

É com prazer que venho compartilhar com os funcionários do Google no mundo inteiro um notícia muito, muito boa. Mas primeiro, deixe-me dizer que nós temos os melhores funcionários de todo o mundo. ponto. O grupo mais brilhante e mais capaz. É por isso que fico feliz em vir trabalhar aqui todos os dias -- e tenho certeza que vocês sentem o mesmo. Queremos garantir que todos se sintam recompensados pelo trabalho duro e queremos continuar atraindo os melhores talentos para o Google.

Por isso decidimos dar um aumento de 10% a todos vocês a partir de 1º de janeiro. Esta decisão é mundial e vale para todos os níveis de empregados em reconhecimento a tudo que cada um fez pelo Google.

E tem mais. Nós vimos nos feedbacks no Googlegeist e em outra pesquisas que vocês consideram o salário mais importante do que qualquer outra forma de remuneração, como os bônus. Preocupados com isso, estamos transferindo parte do bônus de cada um para o salário mensal. Assim, parte do bônus será recebido mês a mês no contracheque. Isso também vale a partir de 1º de janeiro. Em breve vocês receberão um e-mail com os detalhes das mudanças. E uma última coisa... Todos receberão seus bônus de feriado em dinheiro.

Googlers, vocês são o que torna esta empresa maravilhosa, e nosso objetivo aqui é reconhecer toda a contibuição que têm dado à empresa. Obrigado por tudo que vocês fazem e por tornarem o Google um lugar onde mágicas acontecem.

Talvez seja este um dos motivos para o Google ser presença constante nas listas de Melhores Lugares para se Trabalhar.

Por: Época Negócios

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A regra de ouro da inovação

Estudo The Global Innovation 1000, da consultoria Booz & Company, mostra que o essencial para as empresas é ser bom no que realmente importa, não em tudo.

Qual o segredo que permite a algumas companhias lançar continuamente produtos e serviços que além de inovadores são lucrativos e sucessos de mercado? Ser bom no que importa, não em tudo. É o que aponta a sexta edição do estudo The Global Innovation 1000, da consultoria americana Booz & Company, que analisa as mil empresas de capital aberto ao redor do mundo que mais investiram em pesquisa e desenvolvimento em 2009. Ao contrário do que o senso comum poderia supor, o volume de investimentos em P&D não é a garantia para uma estratégia vencedora de inovação. O que realmente importa, segundo a pesquisa, é alinhar uma combinação de talento, conhecimento, ferramentas e processos, voltados a inovar, com as diretrizes gerais do plano de negócios da companhia.

Descubra quais são as empresas mais inovadoras do Brasil
Dentro deste contexto, a função dos líderes em inovação não é somente escolher a série correta de competências a perseguir, mas também decidir quais as que não importam tanto para atingir um desempenho acima da média.

A habilidade desses líderes está sendo testada em um momento particularmente difícil. Em 2009, pela primeira vez em 10 anos, os investimentos das empresas em P&D caíram de US$ 521 bilhões em 2008 para US$ 503 bilhões, uma queda de 3,5%, ou US$ 18 bilhões, mostrando que a recessão mundial, que ainda não mostrara seus impactos nos recursos destinados à inovação, afetou, sim, a estratégia das empresas na área.


Visão do todo

A análise das empresas presentes no The Global Innovation 1000 mostra que as estratégias
mais bem-sucedidas de negócios são aquelas que contemplam todos os setores da companhia. “Nossa análise sugere que, enquanto a maioria das empresas são relativamente competentes em executar habilidades críticas nas áreas de idealização, definição de projetos e desenvolvimento de produtos, elas têm um desempenho abaixo da média no estágio de comercialização. Claramente, há um gap entre a capacidade das companhias de criarem produtos inovadores e a habilidade de levá-los ao mercado com sucesso”, diz a pesquisa.

O estudo revela que as empresas que se concentram em desenvolver uma séri
e de competências voltadas à inovação claramente superam seus concorrentes, mas esse não é o único fator que explica o porquê do desempenho acima da média. É preciso também aliar isso à excelência nas demais áreas, como produção, logística, vendas, marketing e recursos humanos. Essa "regra de ouro" das empresas inovadoras foi detectada na edição de 2007 do estudo: as empresas que conseguiram alinhar perfeitamente suas mais diferentes áreas registraram um crescimento de receita 40% superior, garantindo um retorno melhor dos investimentos em inovação.

Estratégias para inovar
O estudo da Booz & Company revelou também que praticamente todas as empresas seguem pelo uma de três estratégias básicas para inovar: engajar o atuais e potenciais consumidores na criação de novos produtos e serviços, observar cuidadosamente os concorrentes e as tendências de mercado, e investir em pesquisa e desenvolvimento, buscando resolver necessidades não atendidas dos consumidores por meio da tecnologia.

As competências envolvidas para colocar em ação estes três modelos são essenciais para o sucesso da estratégia de inovação das companhias. Ao contrário das empresas mais revolucionárias na área, como Apple, Google, Xerox e Siemens, aquelas presentes no grupo das 25% com os piores
desempenhos, não dispensam tanta atenção na identificação e desenvolvimento de tais habilidades, mostra o estudo.

As companhias com pior desempenho citam apenas três competências como importantes: estar em contato com o consumidor no estágio de desenvolvimento de produtos, pesquisar o mercado pote
ncial durante a seleção de projetos e a capacidade de descobrir as necessidades do consumidor. Segundo a pesquisa, embora estes três aspectos sejam essenciais, os casos mais bem-sucedidos mostram que eles não são suficientes, pois precisam ainda ser integrados a outros atributos como acompanhamento das mais novas tecnologias e o gerenciamento da plataforma de produtos.

Investimentos em P&D
A queda nos investimentos em P&D foi acompanhada também por um recuo das receitas das companhias. A soma do gasto das empresas participantes do The Global Innovation 1000 caiu 11%, de US$ 15,1 trilhões para US$ 13,4 trilhões, quase três vezes mais que a queda em P&D. Como resulta
do, a relação entre os gastos em inovação e a receita subiu de 3,5% para 3,8%, o que indica que as companhias tentaram manter seus programas na área, considerados por elas essenciais.

A redução com os gastos em P&D, no entanto, não ocorreu em todos os setores. Muito pelo contrário, ela foi concentrada em três segmentos: automobilístico (-US$ 12,1 bilhões), da computação e eletrônicos (-US$ 9,7 bilhões), e de bens manufaturados (-US$ 1,3 bilhão). Os demais setores, em geral, mantiveram ou até aumentaram seus gastos com inovação.

No ranking geral, apesar do corte, a indústria automobilística (US$ 85 bilhões) continua sendo a que mais alocada recursos para inovação em 2009, seguida pelo setor de computação e eletrônicos (US$ 146,6 bilhões) e pela saúde (US$ 111,1 bilhões).

Em termos geográficos, as regiões atingidas mais duramente pela crise foram as que reduziram mais seus gastos em P&D. O Japão teve a queda mais acentuada, de 10,8%. Na sequência, aparecem a América do Norte (3,8%) e a Europa (0,2%). Por outro lado, as companhias chinesas e indianas aumentaram seus investimentos na área em 41,8%.


As mudanças fize
ram com que a lista das empresas que mais investem em inovação fosse bastante alterada (veja tabela abaixo). A Toyota, pela primeira vez desde 2006, perdeu o primeiro lugar para a Roche, após um corte de 20% em P&D. As empresas farmacêuticas tomaram em 2009 seis das dez primeiras posições da lista. Somente a Roche aumentou o percentual de investimentos de 11,6%, para US$ 9,1 bilhões.

As 10 mais inovadoras
O estudo da Booz & Company também pediu a 450 líderes em mais de 400 empresas de dez setores para nomear as empresas que eles consideram mais inovadoras. As respostas levam a Apple à primeira posição do ranking, com 79% dos votos, seguida pelo Google, com 49%, e a 3M, com 20% (veja tabela abaixo). A Apple ilustra bem o argumento de que não é apenas a quantidade investida em P&D que determina o sucesso de inovação, mas sim como ela é usada. A empresa de Steve Jobs investe apenas 3,1% de seu faturamento em P&D, menos do que a metade do que a média de seu setor.


Como se pode observar, apenas três empresas do Top 10 das mais inovadoras aparecem também no ranking das que mais gastam com P&D: Toyota, Samsung e Microsoft. Comparando os resultados financeiros das mais inovadoras com as que mais investem em P&D, observa-se que as mais inovadoras se destacam por ter maior crescimento de receita e do Ebitda. O caminho do sucesso pela inovação tem mais nuances do que apenas os aspectos financeiros. É um desafio e tanto para os gestores nos dias de hoje.
Por: Época Negócios

Um tipo de líder para cada projeto

Não existe um só líder da inovação. O que há são capacidades diferenciadas para cada tipo de desafio.

Imagine a cena. Na sala de reuniões, o CEO entrevista – um a um – executivos que se candidataram a uma cobiçada vaga num projeto estratégico. Os currículos são impecáveis. O histórico dos entrevistados é reluzente. Entre um café com adoçante e outro, o presidente ouve dos candidatos casos de sucesso que combinam criatividade e disciplina no lançamento de novos produtos, aceitação de riscos e expectativa de aprender com o fracasso, ótima condução de equipes, retenção de talentos e, por fim, paixão pela missão e pelo negócio. Todos os candidatos parecem perfeitos. Porém, o CEO ainda está desconfiado. Intuitivamente, sabe que o novo projeto – uma verdadeira joia lucrativa para o grupo – pede características pessoais diferenciadas do futuro diretor ou diretora. As entrevistas seguem. E a incerteza também.

O hipotético CEO seria uma alma gêmea do professor Jean-Philippe Deschamps, da escola de negócios IMD, de Lausanne, Suíça. Deschamps, autor de diversos clássicos dos negócios, como Produtos Irresistíveis (1996), tem estudado no último decênio a liderança voltada para a inovação. É o tema de que vai tratar, neste mês de setembro, no seminário Driving Strategic Innovation, do MIT. Sua conclusão: não existe um perfil único de líder que se encaixe a todas as facetas da inovação – seja ela uma nova categoria de produto, modelo de negócios, soluções de serviços ou melhorias técnicas. Existem qualidades distintas e específicas do líder que se aplicam melhor a esta ou àquela disciplina do processo. É uma questão, enfim, de vocação. A chave para descobri-la é o processo em si. Exemplos ajudam a esclarecer a tese de Deschamps:

Visionário - Também chamado pelo professor de “campeão da inovação”, encaixa-se como uma luva para o desafio mercadológico do tipo mais raro: a criação de uma nova categoria de produto ou serviço. Exemplo de líder visionário, segundo Deschamps, é Lewis Lehr , ex-presidente da 3M, que costumava dizer “eu sigo aqueles que, na empresa, perseguem os sonhos”. Sem esta liderança, inovações radicais, como a criação do post-it na 3M, ou das embalagens de celulose para enlatados da Tetra Pak, correriam sério risco de emperrar.

Arquiteto - Um tipo analítico e pragmático. É o ideal para a implementação de novos modelos de negócio ou novos sistemas que alteram o modelo antigo. Assim como o visionário, uma de suas características é possuir a concepção global do objetivo a ser alcançado, porém com atenção às minúcias da execução. Um exemplo é Ray Webster, o CEO da EasyJet entre 1995 e 2005, um dos arquitetos do modelo de sucesso de companhia aérea de baixo custo.

Conector - É a personalidade ideal para liderar projetos de soluções ao cliente, que normalmente envolvem diferentes departamentos da empresa, fornecedores e usuários. Este tipo combina maleabilidade na negociação com rigor de execução. “Conectores” estavam por trás da bem-sucedida reestruturação da IBM, convertida em provedora com soluções customizadas de serviços. “Devem combinar carisma com capacidade de orquestração”, diz Deschamps.

Treinador - O treinador “raçudo”, como Felipão, é perfeito para o tipo mais comum de inovação, a incremental, que visa aperfeiçoamentos em produtos e serviços. É um mestre de execução sincronizada e veloz, pois a rapidez para aterrissar nas prateleiras é vital, nesse caso. “É um líder que deve combinar as qualidades dos treinadores do esporte. É durão e exigente, mas também uma mãe na hora certa, dando todo o apoio à equipe”, conclui Deschamps.

Lewis Lehr – Nascido em 1921, entrou para a história dos negócios em 1981 como presidente da 3M. Era também um frasista brilhante. Uma de sua máximas: “Não existe um único negócio para o qual a gente não deva inventar uma nova tecnologia”

Por: Álvaro Oppermann - Época Negócios