quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Parceria entre Google e DudaMobile permite a pequeno negócio ter site para smartphone


Google coloca no ar hoje ferramenta desenvolvida para empreendedores e que será gratuita nos primeiros doze meses.

O Google, em parceria com a empresa DudaMobile, lança hoje no Brasil uma ferramenta capaz de adaptar um site convencional em móvel, visível portanto em smartphones. Um dos focos da iniciativa é atrair pequenos empreendimentos que ainda não oferecem ao consumidor uma versão mobile de suas páginas virtuais. “Para restaurantes, 14% do tempo de pesquisa o brasileiro faz pelo celular. Ou seja, 14% da demanda digital vem do celular, mas infelizmente essas empresas não oferecem uma experiência boa para o consumidor”, diz Peter Fernandez, especialista em publicidade móvel do Google para a América Latina.

A ferramenta faz parte do GoMo – iniciativa desenvolvida pela gigante de buscas para ajudar negócios a entrarem na era móvel – e não terá custos para o empreendedor no primeiro ano de uso. Após doze meses, o DudaMobile cobrará pelo serviço de hospedagem. “Basicamente, é uma parceria de distribuição. Para o Google, é incrivelmente importante educar o mercado sobre a importância de sites mobile. Para DudaMobile, é uma oportunidade de alcançar a audiência do Google”, analisa Fernandez.

O executivo afirma, porém, que o pequeno empresário não deve usar a ferramenta com a esperança de que ela aumentará sua relevância no sistema de buscas do Google. “Isso nunca afetaria os rankings. O que pode na verdade afetar o posicionamento dos sites feitos através dessa ferramenta é que as taxas de cliques para sites que funcionam em mobile sempre serão maiores do que as taxas daqueles que não funcionam bem. Então, ao longo do tempo, vai melhorar a qualidade do resultado”, garante Fernandez.

O Google não faz previsão sobre quantos pequenos empreendedores pretende atingir com o lançamento, mas o Brasil é o primeiro país da América Latina a receber o projeto – há planos para que a ferramenta esteja disponível em breve na Argentina e também no México.
Etapas. Para transformar o site, o empresário precisa passar por algumas etapas. A primeira é digitar, em um campo específico da ferramenta, o endereço da página virtual. Em seguida, o sistema faz a adaptação. O empreendedor poderá, no entanto, customizar a versão mobile – colocar o telefone em destaque ou criar um ícone para o interessado acessar o mapa com a localização do seu negócio. Durante o processo, a ferramenta vai gerar o código da versão mobile, que deverá ser incorporado ao original da página.

O Google não é a primeira empresa interessada em criar soluções para pequenos empreendimentos no Brasil. Recentemente, o Facebook lançou um programa que chama-se Rota do Sucesso. Trata-se de uma consultoria para empreendedores interessados em usar a rede social como estratégia de comunicação.

Mas por que o pequeno empresário brasileiro é tão interessante para grandes empresas?

“Toda essa questão tem explicação na teoria da cauda longa. Na verdade, pequenos clientes, juntos, podem ser maiores que os grandes mercados”, analisa o professor Marcelo Nakagawa, coordenador do centro de empreendedorismo do Insper. 

“Quando o Google lançou o AdWords e o AdSense, permitiu que a quitanda da esquina pudesse fazer propaganda em seu site. E juntando todas as quitandas do mundo, elas são muito maiores que a Unilever anunciando.”
 
Segundo Nakagawa, iniciativas desse tipo são passos que empresas como Google e Facebook precisam dar para continuarem suas trajetórias de expansão. “Eles são negócios fortemente pressionados porque estão crescendo a taxas menores e atender o pequeno empresário é um caminho natural para quem tem que crescer vendendo serviços no mundo online”, conclui.

Como funciona
Virtual - O empreendedor deve acessar o site onde a ferramenta está disponível (www.gomobrasil.com.br/comeceagora) e também precisará digitar o endereço virtual do site da sua empresa.

Customizar - A plataforma se encarrega da transformação, mas o empresário pode destacar, por exemplo, o telefone do seu negócio ou colocar um ícone com o mapa de localização da empresa.

Código - Durante o processo de adaptação do site, a ferramenta vai gerar o código da versão mobile. Ele deverá ser incorporado ao original na página da pequena empresa pelo webmaster.

Adaptação - O empreendedor, ou a pessoa responsável pelo site, vai precisar instalar o redirecionamento, importante para que o site ‘entenda’ a origem do acesso: desktop, notebook ou smartphone.

 Por: Daniel Fernandes - Estadão PME

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os líderes avisam: faltam líderes no mercado

Foto: Monalisa Lins/Estadão
 
Sem espelho. Para o headhunter Robert Wong, liderança também é resultado de exemplos

Faltam líderes para sustentar as estratégias de crescimento das empresas nos próximos cinco anos. A afirmação não vem apenas de analistas do mercado de trabalho ou headhunters. Esta é a visão dos próprios líderes, segundo aponta um estudo realizado pela consultoria de negócios Empreenda.

Em agosto deste ano, a empresa entrevistou 840 presidentes, líderes de áreas de negócios e diretores durante o Congresso Nacional de Recursos Humanos (Conarh 2012). Para 87% deles, as empresas brasileiras não têm líderes suficientes para lidar com os desafios atuais e futuros das organizações. O índice vem piorando com o passar dos anos, segundo o presidente da Empreenda, César Souza. De acordo com ele, em 2009, quando começou a realizar a pesquisa, 63% dos executivos entrevistados demonstravam essa percepção. No ano passado, o número foi a 71%.

“A falta de liderança será o calcanhar de aquiles da expansão das empresas daqui em diante. É o que impede que as empresas tirem seus planos do papel e os transformem em realidade. Vejo muitas organizações engavetando planos de explorar oportunidades em outros mercados por falta de gente para enviar. Ficam no dilema de cobrir um santo e descobrir outro”, diz Souza.

Não é apenas o aquecimento da economia brasileira e o aumento da demanda que explicam essa escassez, dizem consultores de recursos humanos. Para eles, esse cenário tem origens mais amplas.

A falta de exemplo é a primeira e principal delas, afirma o headhunter e presidente da Robert Wong Consultoria Executiva, Robert Wong. “Os líderes potenciais existem e estão nas organizações, porém não querem aparecer. E o exemplo é o maior fomentador para que eles se apresentem”, afirma Wong.

“Por que temos tanta criança querendo ser jogador de futebol? Por que houve tanto furor no tênis quando o Gustavo Kuerten estava no auge? Porque a sociedade precisa de heróis, ela quer heróis para se inspirar”, acrescenta Wong. Para ele, no mundo corporativo há carência de ícones, de líderes visionários capazes de criar sonhos e envolver as pessoas nesses sonhos.

Souza, da Empreenda, faz coro com Wong. “Os líderes de hoje não conseguem criar essa identificação, falta a eles legitimidade para inspirar as pessoas, para que elas se espelhem neles. Um líder inspira pelo exemplo, pela coerência, pelos valores”, diz o consultor que cita como exemplos desse tipo de liderança os presidentes da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, da Natura, Luiz Seabra, e do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano.

“Vivemos também um período de transição no Brasil. Ainda precisamos criar um ambiente propício para a liderança. Um ambiente onde as pessoas ouçam menos ‘não’. Passamos por um período de ditadura, quando se via a repressão àqueles que se diferenciavam. E o modelo de educação que se vê nas escolas também não fomenta essas diferenças”, completa Wong, ampliando a questão.

Desenvolvimento.A abordagem do desenvolvimento de lideranças nos últimos anos também levou a esse cenário na visão dos especialistas. “O crescimento acelerado da economia levou as companhias a acelerar esse processo e a promover as pessoas a postos de liderança mesmo antes de elas estarem prontas”, observa o presidente da consultoria em treinamento Eagles Flight, Dave Root.

Além disso, nos últimos anos as empresas focaram seus esforços em criar gerentes eficientes e não líderes eficazes, afirma Souza. “O que se vê então são chefes ocupando os postos de liderança. Profissionais municiados de técnicas e ferramentas, orientados para chefiar apenas, e não para pensar no futuro e inspirar as pessoas” avalia.

A forma como as empresas têm taxado os jovens da geração Y (como impacientes, infiéis, inquietos) é, na visão de Souza, um reflexo de como as empresas pensam seu modelo de liderança. “Elas querem profissionais que acatem ordens apenas, o que é uma forma antiga de pensar. Tanto que os jovens preferem investir na criação de seus próprios negócios a fazer parte de estruturas engessadas.”

Para Root, é preciso repensar a forma de encarar as lideranças, não somente no topo da organização, mas também nos outros níveis. “Para encarar os desafios que estão por vir, as organizações precisam se tornar fábricas de líderes e não só de produtos.”

‘É responsabilidade do gestor inspirar a equipe’
O impacto de uma liderança mal preparada é grande para o desenvolvimento das organizações. De acordo com os manuais de gestão de pessoas, uma das principais funções dos líderes é formar outros líderes. Portanto, uma liderança que não serve de exemplo é uma barreira para a sucessão.

“Sem ter em quem se espelhar, o profissional perde as referências para dar os próximos passos no seu desenvolvimento. Frequentes vezes ouvimos gestores que saíram das empresas onde estavam por olhar para cima e não enxergar alguém com visão, alguém que o inspire e o puxe para cima”, diz a gerente da divisão de Mercado Financeiro da Robert Half, Ana Guimarães.

Segundo ela, porém, a ausência de um ícone não exime o profissional de buscar o que falta a ele. “É responsabilidade do gestor também inspirar a equipe. E deve também ser o responsável pela sua própria carreira.”

O headhunter Robert Wong diz que todos temos em nós a semente do líder. “Alguns em níveis mais altos, outros em níveis menores. É preciso se questionar a respeito disso”, afirma ele.

O mesmo diz o presidente da consultoria Empreenda, César Souza. Para ele os profissionais têm de buscar se capacitar como líderes.

“As pessoas têm de tentar descobrir o líder que existe nelas. Olhar para seus pontos fracos, e desenvolvê-los. O líder antes de pretender liderar os outros deve aprender a liderar a si”, aponta.

Para Souza não basta que o profissional vá buscar novas ferramentas e técnicas em cursos de formação.
 
“Isso não aumenta a empregabilidade e não é o que o mercado precisa. Mais que um técnico competente ele procura quem seja capaz de assumir a responsabilidade de liderar. Quem seja capaz de influenciar as pessoas e inspirá-las para trabalhar em prol dos objetivos que foram definidos pelo próprio líder. É para isso que as pessoas devem se voltar”, diz.
 
Em um de seus livros, Souza descreve o que chama de as cinco forças de um líder. A primeira delas é a capacidade de construir uma causa, um propósito juntamente com a equipe. A segunda, é identificar três potenciais sucessores e se comprometer com o seu desenvolvimento, criando um ambiente em que essas pessoas possam desenvolver o líder que existe nelas.

A terceira diz respeito ao que Souza chama de liderança em 360 graus. Ela consiste em identificar oportunidade de liderar além das paredes da empresa ou além do departamento do qual faz parte.

A penúltima força, de acordo c om o consultor, é a capacidade de obter resultados além dos esperados e, a última, é listar cinco valores e agir de forma coerente para assim liderar pelo carisma.

Por: Leandro Costa - Economia & Negócios - Estadão.com.br

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

6 dicas para empreendedores ganharem tempo no dia a dia

Especialistas recomendas sempre planejar a agenda do dia seguinte e aproveitar os momentos entre um compromisso e outro



Para quem tem uma agenda apertada e imprevisível, aproveitar bem o tempo é a única solução para dar conta de todas as tarefas do dia. A primeira coisa que os empreendedores devem considerar é que não é a quantidade de coisas que você faz durante o dia que elevará sua produtividade. “As pessoas acabam fazendo mais, só que parece que não fizeram nada”, afirma Fernando Serra, diretor acadêmico da HSM Educação e especialista em organização profissional. 

Para Homero Reis, coach organizacional e presidente da Homero Reis Consultores, empresários que têm problemas com a falta de tempo, na verdade, têm outras dificuldades clássicas. “Não delega, não capacita, não prioriza e não confia”, conta. Com a ajuda de Serra e Reis, confira seis recomendações para ganhar tempo durante um dia na sua pequena empresa ou startup.

1. Faça um planejamento
Não gosta de anotar tudo em uma agenda? Resuma suas tarefas em lembretes no celular ou, se preferir anote em pequenos papeis. Mas, para os especialistas, listar as tarefas é importante para que o empresário se lembre do que é fundamental ser feito.

A revisão é essencial para que o planejamento funcione. Serra explica que ao avaliar o que foi feito e o que ainda faltou, as prioridades para o dia seguinte ficam mais claras. “Programe suas atividades e veja qual a duração delas”, explica. Com a lista mais completa possível, Reis recomenda marcar as atividades que somente você pode resolver. Isso ajudará a enxergar quais funções você pode delegar.
 
2. Liste também os compromissos pessoais
Ao listar os compromissos com a família e amigos, você se prepara melhor durante o dia para aquele evento importante. “Isso pode ajudar durante o dia. Regularmente, eu coloco que tenho que ir ao cinema às 21 horas com a minha mulher e isso me obriga a chegar em casa às 20 horas”, explica Serra.

3. Prepare-se para cada compromisso
Tem um encontro com um cliente ou fornecedor? Tenha em mente qual é o seu objetivo, o que você precisa levar para esse encontro e o que irá falar. Esse exercício de organização mental ajudará na realização das atividades ao longo de um dia. “As pessoas acabam listando atividades demais e não se preparam”, afirma Serra.

Priorizar o que é fundamental para cada reunião, seja com clientes ou funcionários, ajudará o empreendedor a realizar as tarefas com qualidade, economizando tempo no futuro.

 4. Delegue mais
Pensar que não existe ninguém para fazer as coisas por você é uma desculpa que toma muito tempo do empresário. “Se você tem pessoas capacitadas, elas não fazem porque você não manda”, resume Reis. Reúna profissionais que você confie e que possam colaborar.

“Se você é um empreendedor, você usualmente é um centralizador e acaba fazendo coisas que deveria delegar”, afirma Serra. Por isso, ao fazer o planejamento de suas tarefas diárias, não se esqueça de marcar aquelas que podem ser feitas por outras pessoas.

5. Aproveite cada minuto
O momento em trânsito é ideal para que empreendedores que andam de táxi ou transporte público coloquem em dia tarefas como retornar ligações, responder e-mails e se atualizar com notícias. “Nesse momento, relaxe, escute uma música, pratique o inglês ou coloque sua agenda em ordem”, ensina Serra.

Durante viagens, faça da espera em aeroportos um momento para realizar uma tarefa que irá economizar tempo posteriormente. Ler jornais, revistas ou revisar relatórios de sua empresa são atividades produtivas.

6. Desapegue do celular
Hoje, o celular é um dos principais elos que o empreendedor tem com o seu negócio. Entretanto, para que seu dia renda mais, essa ferramenta tem que ser bem utilizada. “Se estou em uma reunião com o cliente, não posso deixar o celular ligado e vibrando o tempo todo”, diz Serra.

A concentração é indispensável para um dia produtivo e a recomendação dos especialistas é que há momentos que o celular precisa ser desligado, para evitar a tentação de checar e-mails, ver quem ligou ou receber notificações de redes sociais.

Por: Camila Lam - Exame.com