sexta-feira, 31 de julho de 2009

Adolescente gasta US$ 23 quatrilhões em uma farmácia

O valor foi um erro da administradora de cartão de crédito, mas quase matou o pai da garota de susto

Pagar o cartão de crédito da filha adolescente quase matou de susto um pai nos Estados Unidos. Ao abrir a fatura, o documento mostrava um gasto de US$ 23,148,855,308,184,500.00 em uma farmácia local. Para quem se perdeu na contagem de todos esses dígitos: o valor equivale a US$ 23 quatrilhões. Bem distante do valor total da dívida dos Estados Unidos, que hoje é de US$ 1,08 trilhão, segundo o Departamento do Tesouro.

Em sua carta para a revista Consumerist, especializada em defesa do consumidor, o pai, que se identificou apenas como Dale, conta que ao verificar a fatura de seu cartão conjunto com a filha adolescente, se deparou ainda com uma taxa de US$ 20 dos “sempre ligados funcionários da Visa” por estourar o limite do cartão. E um aviso de que o cartão estava suspenso.

Dale afirmou que ao ligar para a administradora de cartões recebeu como resposta a seguinte justificativa: a falha havia sido causada por “um problema no sistema e que já estava sendo resolvido”.

“Pensei que minhas aulas sobre responsabilidade financeira tivessem falhado”, disse o pai, revoltado.

Renovação de Talentos, a Lição a Aprender com Bernardinho


Nossos líderes precisam se inspirar mais no exemplo de Bernardinho, o técnico da nossa seleção masculina de vôlei que está demonstrando o que significa renovar talentos e cultivar sucessores e substitutos em uma equipe: começou há pouco tempo a formar uma nova geração de jogadores, caras novas com a camisa canarinha. E o time por ele liderado acaba de ganhar o campeonato da Liga Mundial, em Budapeste, culminando uma campanha de alta performance este ano. A maioria das empresas têm tido enorme dificuldade em conduzir programas de sucessão e de contar com substitutos em todos os níveis. O problema vem a tona toda vez que o fundador de alguma empresa desaparece de forma inesperada ou quando algum executivo fica impossibilitado de exercer suas funções ou simplesmente é afastado.

Tenho me defrontado com inúmeras situações nas quais, ao ajudar clientes a definirem o rumo futuro com uma estratégia de crescimento agressivo, os principais dirigentes das empresas se defrontam com o incômodo desafio: não ter gente qualificada para executar a estratégia de forma coerente com o crescimento planejado.

Os profissionais de RH sofrem com isso e ao serem cobrados, tentam convencer os executivos a definir seus sucessores e substitutos. Criam o “Banco de Talentos” ou os tradicionais programas de trainees e dos chamados “High Potentials”. Mas na hora da verdade fica claro que nem sempre esses talentos são aceitos pelos dirigentes como realmente potenciais a quem se deve dar oportunidade. E a maioria parte para contratar os substitutos no mercado, fora dos quadros da empresa. Como se esses programas fossem mais da área de RH do que algo validado pelos dirigentes da empresa.

Mas a maioria dos profissionais de RH nem servem como exemplo porque sequer tomam o remédio que prescrevem. Em recente evento com cerca de 300 deles, perguntei quantos já tinham identificado claramente seus sucessores para serem os futuros Diretores de RH em suas empresas. Quase a metade levantou a mão. Aí questionei: “E quantos de vocês que levantaram as mãos já conseguiram aprovar e legitimizar, com os outros dirigentes da empresa, esse sucessor que vocês identificaram?”. Apenas uns 10% continuaram com as mãos levantadas…

Faça seu comentário aqui: na sua empresa, existe um programa de substitutos e de sucessão claramente definido?

Por: César Souza

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Desaprenda as Velhas Lições da “Arte da Guerra”

Nunca simpatizei muito com as lições atribuídas ao general chinês Sun Tzu. Sempre as considerei um retrocesso no pensamento do management. Afinal, acredito que a era do comando-e-controle já chegou ao fim, esgotou-se o modelo que pode até ter sido útil na Era Industrial e do Produto, inspirada no pensamento militar, burocrático, verticalizado e na máxima popular do “cada macaco no seu galho” e no famoso “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Li e reli os curtos 13 capítulos do livro, apenas para constatar o que sempre desconfiava: essas velhas lições não servem mais para guiar as relações entre pessoas e entidades na Era dos Serviços e dos Clientes.

Mas nunca falei claramente sobre isso, afinal o livro virou um ícone no mundo corporativo, andou adotado em prestigiosas escolas de administração e transformou-se em livro de cabeceira de executivos em vários países, embalados pelas idéias belicistas de que “as verdades de Sun Tzu podem mostrar o caminho da vitória em todas as espécies de conflitos comerciais… nas batalhas em salas de diretoria… até mesmo na guerra dos sexos! São todas formas de guerra…”.

Considero nocivas para a formação de líderes, principalmente os mais jovens, essas idéias professadas em tom de verdade, sem uma análise crítica do seu contexto – essas estratégias foram reveladas em fragmentos escritos em tiras de bambu, há 2500 anos durante a dinastia Han. Se analisarmos a história do século XX, podemos perceber que tais idéias do general chinês devem ter servido de bela fonte de inspiração para personagens como outro chinês, o Mao Tse Tung, para Hitler e Stalin, assim como para alguns grupos terroristas e partidos políticos radicais.

Me atrevo agora a sugerir que devemos desaprender as lições da Arte da Guerra, após ter ouvido a brilhante palestra de Ricardo Neves, um pensador brasileiro original, em que ele desconstrói de forma consistente, profunda e contundente o modelo mental dos seguidores da ideologia Sun Tzu. Sugiro a leitura do seu novo livro “Tempo de Pensar Fora da Caixa” (Campus, 2009) muito mais útil e construtivo que as verdades obsoletas do general chinês, pois apresenta questionamentos e idéias – em vez de certezas – propositivas sobre a necessária transformação das organizações rumo a “Economia do Conhecimento”.

Por: César Souza -EM CIMA DO LANCE

Bancos públicos ampliam empréstimos em 11% no semestre

Como representam a maioria no sistema, os bancos privados detêm a maior parcela do crédito ofertado, com participação de 41,6% em junho

BRASÍLIA - O Banco Central (BC) destacou hoje que a atuação dos bancos oficiais, no período de crise, foi mesmo importante para restabelecer a oferta de crédito interno a pessoas físicas e empresas. A fatia das instituições financeiras públicas no crédito global subiu de 34,5% em junho de 2008, antes do acirramento da crise, para 38,6% ao fim do primeiro semestre deste ano.

Como representam a maioria no sistema, os bancos privados detêm a maior parcela do crédito ofertado, com participação de 41,6% em junho. Mas a fatia caiu em relação a um ano antes, quando detinham 44,1%. Os bancos estrangeiros, por sua vez, registraram participação de 19,8% no estoque total de R$ 1,278 trilhão em crédito no Brasil.

Ainda segundo o BC, o saldo das carteiras de crédito dos bancos públicos cresceu 10,9% no primeiro semestre de 2009, enquanto os empréstimos dos bancos privados tiveram alta de apenas 1,4%. Entre os estrangeiros, houve retração de 1,9% na primeira metade deste ano.

Essa combinação gerou um crescimento de 4,2% no estoque de crédito do sistema financeiro como um todo no primeiro semestre.

Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, o crédito mantém crescimento "moderado" no ano, a despeito de ser um ano de crise. Sua previsão é de que o estoque de crédito chegará a 45% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim de 2009. Em junho, atingiu 43,7% do PIB.

Dados parciais para julho, até o dia 16, mostram que o crédito geral crescia 0,2%, sendo alta de 0,8% para pessoas físicas e de 0,2% para empresas (considerando o crédito livre).

Também para os 12 primeiros dias úteis deste mês, a pesquisa do BC apontava recuo na taxa geral de juros para 36,2%, depois de ter fechado em junho em 36,7% ao ano. O custo médio das linhas a pessoas físicas ficou estável em 45,6%. A taxa para empresas recuava 0,6 ponto, para 26,8% anuais. Já o spread (diferença entre custos de captação e de aplicação) geral descia de 27,2% para 26,9% ao ano.

Por: Azelma Rodrigues Valor Online

domingo, 26 de julho de 2009

O mundo é cor-de-rosa

Clovis Souza aprendeu o ofício de florista aos dez anos de idade e transformou-o em um negócio de R$ 15 milhões

Aos dez anos de idade, Clovis Souza começou a trabalhar em uma floricultura instalada embaixo de sua casa, no bairro da Mooca, em São Paulo. Não por necessidade. O garoto queria conquistar a sua independência financeira e tanto insistiu que a tia arrumou o serviço. Sua principal tarefa era tirar espinhos de rosas e limpar as flores que seriam usadas nos arranjos. Pegava no batente às 14 horas, depois de voltar da escola e almoçar. Nos fins de tarde, a mãe aparecia para saber se estava tudo bem - e trazer um lanchinho. "Os outros funcionários riam muito de mim", relembra. Com o primeiro salário, fez questão de comprar uma pizza de mussarela para toda a família. "Desde aquela idade, eu queria ter o meu dinheiro", diz. Pois conseguiu: com seus próprios "trocados", comprou uma casa própria para cada membro do clã - a mãe, os três irmãos e ele mesmo. Souza transformou uma atividade prosaica em um negócio com faturamento anual de R$ 15 milhões projetado para 2009. Hoje, aos 39 anos, é dono da Giuliana Flores, uma das maiores floriculturas online do país. Com 89 funcionários - entre eles, nove familiares -, a empresa prevê neste ano vendas 40% superiores às de 2008.

Foram vários episódios e aprendizados em 29 anos de carreira, mas é possível afirmar que o destino do empresário foi traçado naquele primeiro ofício. O menino simplesmente apaixonou-se pelas flores. Manuseá-las dava-lhe um grande prazer e, curioso como só ele, Souza via um mundo se abrir naquela lojinha sob a sua casa. "Flores são usadas para presentear pessoas próximas em momentos de alegria. Poder participar dessas ocasiões é recompensador."

Ele permaneceu quatro anos em seu primeiro emprego. Depois, passou por outras quatro floriculturas. A ideia de abrir o próprio negócio surgiu quando tinha 22 anos. "Nesse momento, decidi que eu queria ter a minha floricultura, para implementar o meu jeito de trabalhar", diz. Souza tinha conhecimento e garra. O problema era a escassez de dinheiro. "Eu só podia contar com um carro velho e uma pequena poupança. Não daria para montar a empresa", conta. A saída foi recorrer à família, ou melhor, aos (semi) agregados. A mãe de sua namorada na época apostou no entusiasmo do então aspirante a empresário. Ela entrou com o capital e ele, com o trabalho. Como o orçamento ainda assim era apertado, Souza fez das tripas coração para montar a loja, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Ele mesmo colocou o piso e pintou as paredes. No shopping Center Norte, onde dava consultoria a uma floricultura, notou certo dia que havia peças de vidro no lixo. Souza não teve dúvida: colocou-as no carro e fez delas prateleiras para a sua primeira unidade.

No começo, o empresário manteve o emprego e a loja simultaneamente, porque receava não conseguir pagar o aluguel. A dupla jornada durou pouco. Dois meses depois de levantar as portas, a Giuliana Flores já tinha um faturamento que permitia arcar com as contas e caminhar com as próprias pernas. Souza logo mostrou a que veio. Escolheu o local a dedo, entre duas floriculturas tradicionais do bairro, uma com 19 anos de mercado e a outra com 27. "Sempre acreditei que a concorrência é saudável para o desenvolvimento do negócio, porque estimula a inovação", afirma. Para conquistar os clientes, ele procurava inventar arranjos diferentes. Visitava floriculturas de toda a cidade e ia a feiras de artesanato, com a de Embu, próxima à capital paulista, para buscar fontes de inspiração. "Em uma das feirinhas que visitei, no começo dos anos 90, vi pássaros de madeira que poderiam incrementar os arranjos. Comprei alguns e a novidade foi um sucesso."

Dois anos depois de abrir as portas da Giuliana Flores, Souza inaugurou a segunda unidade, também em São Caetano do Sul. O que seria uma conquista importante - e suficiente - para qualquer empreendedor, para Souza era só um passo. Ele não queria ficar restrito à duas "lojinhas". Resolveu então criar a venda de flores por catálogo (na época, nem se esboçava a internet). "A gente tirava fotos dos produtos, imprimia e entregava na região do ABC paulista." A experiência foi importante para o início da Giuliana Flores online. Quando a empresa decidiu ir para a internet, no ano 2000, já tinha experiência em fazer fotos dos arranjos, entregar as flores e receber pedidos a distância.

Em nove anos, os processos foram aperfeiçoados, com o desenvolvimento de softwares adequados às necessidades da empresa. Depois que o cliente faz o pedido pela internet, a linha de produção prepara o arranjo e uma das cinco transportadoras parceiras da Giuliana Flores retira o produto. O prazo máximo entre a saída da mercadoria e a entrega é de 24 horas. "Trabalhamos com esse limite para manter a qualidade do produto." Além disso, assim que um pedido é entregue, a central telefônica da empresa informa ao cliente quem recebeu a encomenda. "As pessoas ficam ansiosas para saber se as flores foram entregues. Encontramos um jeito de resolver a situação."

Sempre procurando aperfeiçoar o negócio, Souza começou, há quatro anos, a firmar parcerias para agregar valor aos seus produtos. Hoje, junto com as flores, o cliente pode presentear a pessoa querida com bombons, vinhos e bichinhos de pelúcia, entre outros itens. São mais de 40 marcas oferecidas no site da empresa - Kopenhagen, Havanna, Salton, Amor aos Pedaços -, sempre vendidas junto com os arranjos. "Flores e chocolate combinam perfeitamente na hora de presentear", diz Laury Roman, diretor comercial da Ofner, uma das empresas parceiras. "O público da Giuliana é muito similar ao nosso e a oferta de produtos da Ofner no site deles funciona como um reforço da nossa marca." O site da Giuliana também é uma forma de fazer com que a Ofner, confeitaria com 17 lojas em São Paulo, chegue além da capital paulista. "Eles sabem entregar itens delicados com qualidade em diversos estados brasileiros. Então por que não usufruir dessa logística?", analisa Roman.

Atualmente, a Giuliana Flores entrega as encomendas em 1.100 cidades do país e tem, em sua base de dados, mais de 230 mil pessoas cadastradas. Por dia, segundo Souza, a floricultura virtual recebe cerca de 500 pedidos. Em épocas fortes para o setor, como o Dia das Mães e o dos Namorados, o número de encomendas chega a 5 mil pedidos diários. Nos períodos de pico, com os trabalhadores temporários, a quantidade de funcionários dobra.

A loja da Giuliana Flores em São Caetano do Sul foi o começo de tudo e é mantida até os dias atuais. O grupo é formado por três lojas físicas - todas na região do ABC paulista - e três virtuais: a Giuliana Flores, voltada para as classes A e B, a Nova Flor, direcionada à classe C, e a Cestas Michelli, que entrega cestas de café da manhã. A internet representa 90% do faturamento do grupo e o carro-chefe é a Giuliana Flores, responsável por 60% dos ingressos. Segundo o instituto de pesquisa e-Bit, o comércio de flores movimenta 1% do varejo eletrônico no Brasil. Neste ano, a estimativa é que o setor fature R$ 100 milhões. Só o grupo Giuliana Flores deve representar 15% desse total. O negócio prospera. Mas que fim levou a ex-futura sogra que bancou o investimento inicial? Depois que terminou com a namorada - seis anos após a abertura da empresa -, Souza comprou a participação dela por R$ 80 mil, pagos metade à vista e o restante em dez parcelas. A quem interessar, ele hoje está muito bem casado.

Por: Adriana Fonseca - PEGN On Line

sábado, 25 de julho de 2009

Desemprego tem 3ª queda seguida e é o menor desde dezembro, mostra IBGE

A taxa de desemprego no país registrou em junho sua terceira queda mensal consecutiva, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desemprego no mês passado ficou em 8,1%, na menor taxa desde os 6,8% registrados em dezembro do ano passado. Em maio, o desemprego havia ficado em 8,8%.

Na comparação com junho de 2008, no entanto, o desemprego ficou quase estável: naquele mês, a taxa ficara em 7,9%.

A análise do IBGE mostra que, na passagem de maio para junho, houve alta de 4,1% no emprego entre militares e funcionários públicos estatutários. Nas demais categorias (empregados com e sem carteira de trabalho assinada no setor privado e trabalhadores por conta própria) houve estabilidade na mesma comparação.

O número de desempregados nas regiões metropolitanas pesquisadas foi calculado em 1,9 milhão – uma queda de 8,3% na comparação com o mês anterior. Já a população ocupada ficou em 21,1 milhões, uma alta de 0,8% frente a maio.

Por: G1 - São Pauso

Confiança do consumidor volta ao patamar de setembro, mostra FGV

Nono mês do ano passado deu início à fase mais aguda da crise mundial.Indicador teve quinta alta mensal consecutiva.

No quinto mês seguido de recuperação, a confiança do consumidor retomou o patamar registrado em setembro passado, mês em que a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers deu início à fase mais aguda da crise financeira mundial. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve alta de 2,8% na passagem de junho para julho, atingindo 111,4 pontos. Em setembro de 2008, havia ficado em 111,7 pontos.

Em fevereiro, o ICC havia atingido sua mínima histórica, aos 95,3 pontos.

Segundo a FGV, tanto as avaliações sobre a situação presente quanto as previsões para os próximos meses melhoraram em julho. O Índice da Situação Atual (ISA) elevou-se em 2,8%, de 107,9 para 110,9 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou pelo quinto mês consecutivo, em 2,9%, alcançando 111,8 pontos, o maior nível desde maio de 2008 (112,7 pontos).

As expectativas em relação à situação financeira da família nos próximos seis meses foi o quesito que mais contribuiu para a elevação do ICC neste mês. Entre junho e julho, a proporção de consumidores que prevêem melhora aumentou de 32,7% para 35,7%.

A avaliação em relação à situação econômica local presente foi a melhor desde setembro de 2008: a proporção dos que a avaliam como boa foi de 11,5% do total, enquanto a dos que a julgam ruim ficou em 34,9%. Em setembro passado, estas parcelas haviam sido de 16,6% e 35,1%, respectivamente.

Por: G1 - São Paulo

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Aplicações em Títulos Públicos crescem 55%

FINANÇAS PESSOAIS

Os títulos tornaram-se mais interessantes a partir do momento em que os fundos de renda fixa perderam rendimento

A procura pelos títulos públicos bateu recorde de movimento financeiro e de número de investidores no Tesouro Direto, em maio. A modalidade em que pessoas físicas compram esses papéis diretamente do governo por meio da internet registrou aumento de 55% no volume movimentado em relação ao mesmo mês de 2008, passando de R$ 97,059 milhões para R$ 150,5 milhões. São 158,6 mil cadastrados no programa, com R$ 2,8 bilhões aplicados em papéis do Governo Federal.

Os títulos tornaram-se mais interessantes para o pequeno investidor pessoa física a partir do momento em que os fundos de renda fixa perderam rendimento com a queda da Selic, a taxa básica de juros. ´Há uma migração, pois são dois investimentos seguros, mas o Tesouro está rendendo mais´, comenta Roberto Vertamatti, diretor executivo de finanças da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Rendimento

De acordo com o diretor de produtos e estratégia da Infinity Asset, André Paes, mesmo que o Tesouro Direto também use a Selic como base de rendimento, quando a taxa básica cai, o juro cai para todos, o que faz os títulos públicos ainda ficarem na frente de outros ativos de renda fixa. ´O que o torna atrativo é o custo menor, pois a taxa de corretagem é de até 0,8% para os títulos públicos e, nos fundos de renda fixa, a taxa administrativa está em 3%´, explica o executivo.

Frente à caderneta de poupança, o Tesouro Direto também se mostra atrativo. Segundo Vertamatti, a expectativa é que a poupança tenha valorização de 7,5% este ano, com 6,17% de rendimento mais a Taxa Referencial (TR).

Já os títulos públicos devem render entre 8,5% e 9% líquidos. Mas se a aplicação for feita por mais tempo, como nos papéis com vencimentos em 2024, o rendimento pode ficar acima de 10%.

Facilidade

´O crescimento dessa opção de investimento ocorre também por causa da informação. Muita gente desconhecia os títulos e passou a investir depois que comparou com outras modalidades de mesmo risco´, explica Paes.

De acordo com ele, a comodidade para realizar e controlar as aplicações são grandes atrativos para os investidores. ´No caso do Tesouro Direto, se pode fazer a aplicação diretamente por meio do site do governo federal´, destaca.

PesquisaO diretor da Anefac recomenda a aplicação em papéis com rendimento pré-fixado. Ele explica que essa é a melhor opção para quem tiver interesse em um investimento mais duradouro, que pode ser corrigido com juros mais compensadores. ´Apesar da expectativa de crescimento da Selic em 2010, a longo prazo o juros devem cair, o que faz os títulos pré-fixados mais interessantes´, enfatiza o executivo.

A recomendação dos especialistas é que o interessado pesquise entre as corretoras a que disponibiliza a melhor taxa de corretagem. ´Encontra-se por 0,3% ou 0,4%. Mas se for um investidor antigo, é possível conseguir taxa zero´, pontua Roberto Vertamatti.

Por: Diário do Nordeste - Negócios

Queda do juro é fundamental

RETOMADA DE INVESTIMENTOS

A continuidade do movimento de queda da taxa básica de juros é absolutamente necessária para que os empresários retomem os investimentos no País. A avaliação é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, que não revelou, no entanto, qual nível considera adequado para que a Selic represente um estímulo para os investimentos produtivos. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros do Brasil começa hoje e termina na quarta-feira.

´Do ponto de vista de médio a longo prazo, seria absolutamente necessário que o Brasil considerasse o impacto que tem os juros sobre as decisões de investimento. O Brasil, praticamente de 2004 para cá, constituiu um ciclo de expansão sustentado nos investimentos que foi o maior desde os anos 1970, desde o milagre econômico´, afirmou.

´Se há um sinal de recuperação econômica, certamente há melhora no cenário de decisões de investimento a longo prazo se cai a taxa de juros´, completou o diretor do Ipea.

Pochmann destacou que a redução dos juros poderia garantir uma folga fiscal para setores econômicos não beneficiados pelas medidas tributárias anunciadas desde o início da crise internacional.

´É possível considerar também em termos de folga fiscal desonerações em outros setores que seriam muito importantes do ponto de vista da retomada dos investimentos. Não apenas o setor de bens de capital, mas setores regionalmente importantes que de certa maneira poderiam ser considerados na base da desoneração de alguns tributos´, afirmou o especialista.

O presidente do Ipea disse ainda que a redução da alíquota de IPI para setores industriais acabou tendo efeito principalmente para as Regiões Sul e Sudeste, as mais industrializadas do País. Para ele, um acordo nacional que envolvesse governo federal, governadores e prefeitos poderia reduzir a tributação que incide sobre comércio e serviços.

´Seria interessante um acordo nacional que envolvesse governadores e prefeitos, por que eles detêm uma parcela da tributação considerável sobre os serviços e sobre o consumo, caso do ICMS´, citou.

Por: Diario do Nordeste - Negócios

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Custa caro ao bolso do natalense manter um carro

Poucos setores foram tão beneficiados recentemente com a intervenção governamental quanto o automobilístico. A redução e prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a trajetória descendente da taxa Selic (atualmente em 9,25% ao ano) provocou a esperada corrida às lojas e concessionárias. E com ela, novos custos foram agregados à vida financeira dos compradores dos automóveis, que somados à prestação do veículo - e à falta de um planejamento - podem desregrar o orçamento mensal do indivíduo.

"O carro é uma família", fala, sobre os gastos, o professor de economia e finanças da Faculdade de Natal (Fal), Marcos Guedes. Sem especificar extamente o quanto os custos com o veículo devem representar para o orçamento da família, ele alerta para o fato de que, às vezes, as pessoas chegam a sacrificar outros bens ou serviços para bancar os encargos financeiros do automóvel.

"Não dá para, por exemplo, economizar com a educação dos filhos como umasubstituição para manter o carro. O veículo deve ser também uma fonte de prazer, o que não vai acontecer se o financiamento representar uma penalização para a pessoa", afirma o especialista. O professor faz uma referência ao seu próprio caso como exemplo. "Acabei de pagar R$ 342,17 de IPVA", diz ele. O imposto é de um modelo Celta 2002 e, no pagamento, foi incluso o valor do licenciamento (R$ 60) e o seguro obrigatório (R$ 93,87).

Os gastos com combustível são outro elemento importante na planilha. Guedes fala que uma pessoa que vá e volte para o trabalho, deixe os filhos na escola e saia eventualmente à noite gasta, em média, quatro tanques de combustível por mês. Estimando um tanque com capacidade para 45 litros (modelo de carro popular) e o preço da gasolina a R$ 2,59, o valor mensal chega a R$ 116,55. No ano, este valor vai para R$ 5.520. Ou seja, em um ano o custo com combustível pode chegar a uma entrada de 20% no financiamento de um carro popular.

E a conta segue. No caso do professor, a cada 10 milquilômetros rodados ele desembolsa R$ 200 na troca de óleo e filtros. Além de R$ 800 reais com pneus cada vez que rodar 30 mil quilômetros.

Marcos Guedes ainda dá a dica para deixar uma reserva para imprevistos como problemas mecânicos. "Um simples problema com um cabo de embreagem, que me custaria em torno de R$ 30, se tornou em uma conta de R$ 1 mil", fala ele, explicando que, na ocasião da troca do cabo, o mecânico avisou que toda a embreagem estava com problemas e, como o carro já tinha mais de 40 mil quilômetros rodados, ele resolveu fazer um serviço maior.

Por Renato Lisboa da redação do DIARIODENATAL.COM.BR

Novo parcelamento de dívidas junto à Receita Federal do Brasil

Com a conversão da Medida Provisória n.º 449/08 na Lei n.º 11.941, em 27 de maio de 2009, foi criado uma nova oportunidade para todas empresas, pessoas físicas e empreendedores colocarem suas contas em dia com o Governo Federal, através de um novo programa de parcelamento de débitos, que será disponibilizado pela Secretária da Receita Federal já nos próximos dias.

A nova lei permite o parcelamento de dívidas com a Secretária da Receita Federal e com a Previdência Social, das dívidas vencidas até 30/11/08, inclusive aquelas que já haviam sido parceladas nos programas REFIS, PAE e PAEX, em até 180 meses. Entre as dívidas que poderão ser parceladas estão incluída as contribuições para o INSS descontadas dos empregados e não recolhidos pelas empresas, além daquelas resultantes no aproveitamento indevido de créditos do IPI na aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários.

Além da possibilidade do reparcelamento das dívidas, o novo programa traz ainda vantagem que no que refere à redução de multas, juros de mora e dos encargos financeiros incidentes sobre as dívidas vencidas. As reduções serão as seguintes:

I - Dividam vencidas que não tiverem sido objeto de parcelamentos anteriores:

a) pagamento a vista: redução de 100% das multas de mora e de ofício, redução de 40% das multas isoladas, redução de 45% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais;

b) parceladas em até 30 meses: redução de 90% das multas de mora e de oficio, redução de 35% das multas isoladas; redução de 40% dos juros de mora e de 100% sobre o valor dos encargos legais;

c) parceladas em até 60 meses: redução de 80% das multas de mora e de ofício, de 30% das multas isoladas, de 35% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais;

d) parcelados em até 120 meses: redução de 70% das multas de mora e de ofício, de 25% das multas isoladas, de 30% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais;

e) parcelados em até 180 meses: redução de 60% das multas de mora e de ofício, de 20% das multas isoladas, de 25% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais.

No caso do reparcelamento de dividas incluídas nos parcelamentos das modalidades Refis, Paes ou Paex, serão concedidas as seguintes reduções:

a) débitos incluídos no Refis: redução de 40% das multas de mora e de ofício, redução
de 40% das multas isoladas, redução de 25% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais;

b) débitos incluídos no Paes: redução de 70% das multas de mora e de ofício, de 40% das isoladas, de 30% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais;

c) débitos incluídos no Paex: redução de 80% das multas de mora e de ofício, de 40% das multas isoladas, de 35% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais;

e) débitos incluídos no parcelamento previsto no artigo 38 da Lei n.º 8.212/91 e do parcelamento previsto no artigo 10 da Lei n.º 10.522/02: redução de 100% das multas de mora e de ofício, redução de 40% das multas isoladas, redução de 40% dos juros de mora e de 100% sobre os encargos legais.

As sociedades civis uniprofissionais poderão também parcelar seus débitos da COFINS nesta nova modalidade de parcelamento.

O valor mínimo de cada parcela será de R$ 50,00 (cinquenta reais) para pessoas físicas e de R$ 100,00 (cem reais) para pessoas jurídicas no caso de débitos que não tiverem sido objeto de parcelamentos nas modalidades Refis, Paes ou Paex. No caso dos antigos parcelamentos, o valor mínimo de cada parcela será de 85% do valor da última parcela devida no mês anterior ao da edição da Medida Provisória n.º 449/08.

No caso de aproveitamento indevido do crédito do IPI, o valor mínimo de cada parcela será de R$ 2.000,00 (dois mil reais).

No caso do parcelamento pelo Refis, a parcela mínima será de 85% da média das 12 ultimas parcelas devidas no Refis antes da edição da Medida Provisória n.º 449/08. Caso o contribuinte tenha sido excluído ou tiver rescindido sua participação no Refis em um período menor que 12 meses, a parcela mínima será de 85% da média das parcelas devidas no Refis antes da edição da Medida Provisória n.º 449/08. Tais valores serão limitados ao mínimo de R$ 50,00, no caso de pessoa física, ou R$ 100,00, no caso de pessoa jurídica.

A data para pagamento a vista ou para opção pelo novo parcelamento irá até o último dia útil do mês de novembro de 2009.

Aconselhamos aos interessados neste novo parcelamento entrarem em contato com o posto de atendimento da Secretária da Receita Federal mais próximo e também com seu escritório de contabilidade.

Por: Boris Hermanson (Consultor -Atendimento & Fomento - SEBRAE/SP)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Valor deve ser devolvido em dobro

COBRANÇAS INDEVIDAS

O consumidor que sofrer qualquer tipo de cobrança indevida deve reclamar e exigir a devolução dos valores, enviando à empresa carta ou e-mail, de preferência com aviso de recebimento (AR). Além disso, é recomendável registrar reclamação no SAC (ou ouvidoria) da empresa e pedir um número de protocolo.

É importante lembrar que o artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que a devolução deve ser feita em dobro, acrescida de juros e correção monetária. A exceção à regra ocorre caso a empresa comprove que houve ´engano justificável ´, mas não é admitida nas cobranças via débito automático ou nos chamados ´erros do sistema´.

Outro fator deverá também ser considerado. Caso a empresa demore muito para solucionar o caso, o consumidor pode, ainda, reclamar no Procon de sua cidade e até solicitar indenização por danos morais por ter sido enganado e ´torturado´ para reaver seu dinheiro.

Outro ponto a que o consumidor deve ficar atento é caso ainda não tenha pago o valor indevido, mas seu nome seja inscrito em cadastros de proteção ao crédito (como SPC e Serasa), também tem direito à indenização por danos morais.

Na Justiça, o caminho é o Juizado Especial Cível que intermedia soluções para causas de até 40 salários mínimos - se for até 20 salários, não é necessário ter advogado.

Por: Diario do Nordeste - Negócios

Crediário é o maior desde Plano Real

Desde o Plano Real, o prazo para financiamentos não é tão extenso no Brasil. A média é de 495 dias para a quitação de dívidas

O prazo médio dos financiamentos concedidos aos consumidores do comércio no mês de maio chegou a 495 dias, ou um ano e quatro meses de prestações. Este é o sinal mais forte da retomada da confiança na economia brasileira e o maior resultado pelo Banco Central, em sua série histórica, que começou junto com a criação do Plano Real, em julho de 1994.

O comércio vem estendendo o prazo de pagamento das compras há 15 anos, com a estabilização da economia. Esta elevação no período para a quitação de débitos acontece graças ao aumento de crédito na praça.

No mês de maio de 2008, o prazo médio chegava a 456 dias, já em setembro também do ano passado houve forte interrupção neste processo graças à crise financeira internacional, deflagrada com a quebra do banco americano Lehman Brothers.

Com a retração da economia mundial, os bancos pararam de emprestar e com isso o comércio reduziu os prazos para o crediário. O motivo alegado foi o temor por aumento de desemprego e com isso crescimento de inadimplência.

Confiança

No entanto, diferente de outros momentos de crise, desta vez os prazos longos de financiamentos ao consumidor estão voltando mais rapidamente. “Isso se deve à ação mais intensa dos bancos públicos de expandir o crédito para as famílias. Os bancos privados vêm a reboque”, diz o sócio da RC Consultores, Fábio Silveira.

A rápida recuperação do crediário também pode ser explicada pelo fim do pânico entre os bancos, o retorno da confiança na economia, a queda da taxa básica de juros e o início de uma reação no mercado de trabalho.

Este cenário contribui para que quase todos os prazos da economia estejam sendo esticados. O fato é bom para que consumidores, empresas e o próprio Governo passem a ganhar liquidez.

As linhas de crédito consignado e de veículos, que têm parcelamentos mais longos e menos arriscadas, puxam o aumento dos financiamentos.

No crédito consignado, por exemplo, o desconto é feito na folha de salários, com risco quase zero de calote. Já os veículos podem ser recuperados em caso de inadimplência.

Por: Jornal O Povo - Negócios

terça-feira, 21 de julho de 2009

Regiões ricas pagam tarifa menor de energia

Um paradoxo rege o modelo brasileiro de tarifas de energia elétrica: enquanto as mais baixas taxas são cobradas em áreas mais ricas, as regiões mais pobres convivem com os maiores preços do serviço.O Maranhão, por exemplo, tem a segunda menor renda per capita do Brasil, mas sua população paga a maior tarifa de energia dentre as 64 distribuidoras instaladas no país.

A tarifa da Cemar, distribuidora local, é 72% maior do que a da CEB em Brasília, que tem o maior PIB per capita do país e onde a energia é a mais barata (o preço só é menor no Amapá por razões atípicas, pois a Aneel não autoriza reajustes da distribuidora porque ela está inadimplente com geradoras).

Na comparação com os consumidores residenciais da Eletropaulo, maior distribuidora do país, a tarifa no Maranhão é 43% mais cara. Todas essas concessionárias figuram entre as com menores tarifas do país.

Os cálculos foram feitos com base em dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e consideram a tarifa básica, ou seja, apenas o custo da energia. Não estão embutidos encargos (como a taxa de iluminação pública de alguns Estados) e o ICMS, diferenciado em cada Estado -que pode variar de 12% a 30%, dependendo do Estado e da faixa de consumo de energia. Em alguns Estados, a baixa renda é isenta do tributo.

Ainda na lista das mais altas tarifas estão distribuidoras de Rondônia, interior de Minas Gerais, Piauí e Tocantins -todos com renda per capita menor. Também está a Ampla, que abastece parte da região metropolitana e o interior do Rio e tem grandes perdas de energia.

A própria Aneel, que regula as tarifas, mostra-se preocupada com a discrepância do custo entre as distribuidoras.

Segundo o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, é preciso reduzir a "assimetria" de preço entre as várias concessionárias. Não é "tolerável", avalia, o consumidor de alta renda de Brasília pagar o menor valor do país, enquanto o do Maranhão, mais pobre, paga mais.

Tal realidade, afirma, retira até mesmo o poder de atração de investimentos a Estados de menor renda -já que a disparidade persiste também no custo da energia para as indústrias.

Em vista disso, o governo estuda mudanças, como subsídios e novas regras de concessão, para reduzir a diferença.

O desequilíbrio decorre das próprias características do mercado de cada distribuidora. As concessionárias em regiões mais ricas têm mais consumidores concentrados num espaço menor.
Ou seja, uma rede menor atende a um número maior de usuários, o que reduz os investimentos.
É o caso da Eletropaulo, por exemplo.

Já nas áreas mais pobres, a densidade de consumidores é baixa e os custos para manter a rede são os mesmos. Nesse perfil, está a Cemar (Maranhão).

"É um problema da economia da escala. Uma rede do mesmo tamanho numa área pobre atende menos pessoas e com consumo mais baixo. Isso onera a tarifa", diz o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio.

Para corrigir esse problema, diz Hubner, uma das ideias é ampliar o subsídio dos consumidores de regiões mais carentes e reduzir o incentivo à baixa renda em áreas com maior renda, onde a tarifa já é mais baixa. Ele citou o caso da Eletropaulo.

Famílias com consumo de até 100 kWh já têm desconto progressivo de 40% a 65% na conta de luz. O benefício é suportado pela CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), encargo cobrado de todos os consumidores, com orçamento de R$ 2,8 bilhões neste ano.

Por: PEDRO SOARESHUMBERTO MEDINA da Folha de S.Paulo, no Rio e Brasília

Gasto da mulher da classe C com alimentos semiprontos cresceu 15% desde 2002

Uma pesquisa realizada pelo Data Popular revelou que a mulher da classe C aumentou em 15% os gastos com alimentos semiprontos entre os anos de 2002 e 2009. Divulgado nesta sexta-feira (17), o estudo ainda mostrou que os gastos com refeição fora do lar cresceram 20% no mesmo período.

De acordo com o levantamento, existem 96 milhões de mulheres no Brasil, o que representa 51,3% da população nacional, sendo que 80,6 milhões delas estão nas classes de menor poder aquisitivo (C, D e E).

O estudo diz que, como gestora do orçamento doméstico, a mulher sempre desempenhou um papel de decisão das compras da casa e, com o tempo, ela tem se tornado mais prática quando o assunto é alimentação.

Mercado de trabalho e consumo

A atuação no mercado de trabalho também mudou a forma de consumir da mulher. Quanto menor a classe social, maior a participação delas no mundo corporativo: na classe AB, 1,1 milhão delas trabalham, ante 2,7 milhões na classe C e 3 milhões na classe DE.

Com a maior participação da mulher no mercado de trabalho, o estudo concluiu que ela passou a ter mais autonomia na decisão sobre marcas e produtos. E este consumo vai estar aliado com o tempo que sobra para as tarefas domésticas.

O estudo mostrou que 30% dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres, sendo que, na classe E, esse número sobe para 36%, passando a 32% na classe D, 30% na classe C, 26% na classe B e 22% na A.

Por: INFOMONEY

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Período de deflação está chegando ao fim

Nos sete primeiros meses de 2009, o IGP-10 acumulou deflação de 1,54%, menor índice para o período de toda a série histórica, iniciada em 1993. Em julho, o IGP-10 registrou deflação de 0,35%. Mas a tendência é de reversão, diz a FGV

O movimento de preços medido pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) deverá se inverter nos próximos meses. A tendência é que as seguidas taxas de deflação verificadas ao longo deste ano não tenham continuidade, e os índices deverão ser positivos daqui para frente, segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

Nos sete primeiros meses de 2009, o IGP-10 acumulou deflação de 1,54%, menor índice para o período de toda a série histórica, iniciada em 1993.

Quadros explicou que a deflação de 0,35% observada em julho foi influenciada pela redução dos preços do óleo diesel, do minério de ferro e da soja, além de certo efeito da valorizaçã o cambial.

No atacado, o óleo diesel teve deflação de 7,02% em julho - ante 0,08% em junho, resultado direto da redução autorizada pela Petrobras. Para o consumidor, a queda no preço do diesel chegou a 3,13% em julho.

Já o preço do minério de ferro teve retração de 7,03% em julho, depois de cair 14,34% em junho. A soja recuou 1,21% em julho, depois de registrar alta de 3,02% no mês anterior.

“A queda nos preços de alguns produtos como o diesel e o minério de ferro revela ainda um efeito defasado da crise. Mas daqui para frente, não são esperadas reduções significativas. As pendências de queda por causa da crise acabaram’’, afirmou.

Quem deverá dar o tom nas taxas dos IGPs nos próximos meses são os itens administrados. São esperados ajustes que terão influência significativa sobre a inflação, como o aumento da tarifa de energia elétrica em São Paulo e nas taxas de telefonia.

“Nos últimos meses, houve uma certa trégua nos preços dos administrados. Mas daqui para frente, terão um impacto maior, eles serão a bola da vez’’, observou Quadros.

Julho O IGP-10 registrou deflação de 0,35% em julho, após recuo e 0,03% em junho. No ano, o índice acumula queda de 1,54%, enquanto nos últimos 12 meses acumula recuo de 0,06%. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A metodologia aplicada na apuração do IGP-10 é a mesma do IGP-M e do IGP-DI, também a purados pela FGV, com a única diferença de ter um período de coleta diferente.

O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência. O Índice de Preços por Atacado (IPA) caiu 0,68% em julho, contra baixa de 0,17% em julho. (da Folhapress)

Por: Diário do Nordeste - Negócios

''Brasil enfrenta bem a crise porque fez o dever de casa''

Para vice-presidente do Banco Mundial, alguns países da América Latina adotaram políticas adequadas

A América Latina está resistindo melhor a esta crise do que resistiu às do passado porque se preparou adequadamente durante os anos que a precederam, segundo Pamela Cox, vice-presidente para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial. O Brasil, para ela, "é um dos países que fizeram o dever de casa", com sólida política fiscal, redução de pobreza e acúmulo de reservas.

Ela acha, entretanto, que a região é dependente do comércio mundial e, portanto, precisa da recuperação do mundo desenvolvido para manter um ritmo satisfatório de crescimento no médio e longo prazos. Pamela esteve no Brasil esta semana, onde participou, no Rio, na segunda-feira, de um seminário sobre investimentos públicos na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela conversou com o Estado no Rio.

A economista elogiou o Bolsa-Família e a sua expansão em plena crise, o que dá aos pobres uma rede de segurança social. O Banco Mundial prevê que a crise levará ao aumento de 8 milhões a 13 milhões no número de pobres na América Latina e no Caribe, depois de uma queda de 60 milhões de 2002 a 2006.

A economista notou que, diferentemente do Leste Europeu, a América Latina não foi atingida pela crise por meio do setor financeiro, mas da economia real, afetada pela contração do comércio internacional e pela queda do preço das commodities. "A América Latina foi atingida não porque tenha aplicado as políticas econômicas erradas, mas por causa da abertura para o resto do mundo.

"Ela observou que, entre 2002 e 2006, a América Latina foi beneficiada com um crescimento médio de 5% ao ano e diversos países da região aproveitaram para implementar políticas econômicas adequadas, como superávits fiscais, redução da dívida pública e taxas de câmbio flexíveis.

Para Pamela, há, dentro da América Latina, diferenças entre o desempenho dos países na crise. Ela cita fatores como a dependência dos Estados Unidos em termos de comércio, muito forte no caso do México e de vários países centro-americanos, como um fator que aumentou o impacto da crise. Países como Venezuela e Equador, por outro lado, são muito dependentes das receitas do petróleo e prejudicados pela queda no seu preço.

Quanto ao fato de Venezuela, Equador e Argentina, por exemplo, terem executado políticas econômicas bem distintas de países como Brasil, Chile e Peru, ela é mais cautelosa. Evitando críticas específicas, diz apenas que os que "têm determinado tipo de política econômica - não têm dívida alta, não gastam mais do que podem e gastam sabiamente em investimentos de alto retorno - são os que crescem mais no longo prazo".

Por: Fernando Dantas - Estadão

domingo, 19 de julho de 2009

No País, aposta oficial é frustrada

GERAÇÃO DE EMPREGO

A reação lenta da indústria, prejudicada pelo desaquecimento do mercado internacional e a retomada também lenta do crédito, frustrou as expectativas de criação de emprego do governo em junho. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no mês passado houve geração líquida de 119.495 empregos formais, volume 61,38% inferior ao registrado em junho de 2008. Com os dados do mês passado, o Caged acumula no primeiro semestre um saldo positivo de 299.506 empregos formais, resultado 78% inferior ao verificado no mesmo período do ano passado, quando foram abertas 1.361.388 novas vagas.

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, esperava a criação de 131.557 em junho e, na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já falava em 136 mil vagas. ´Esperávamos uma recuperação melhor da indústria de transformação em São Paulo e, particularmente, um resultado melhor da indústria alimentícia´, disse Lupi. Segundo o Ministério do Trabalho, o desempenho de junho elevou em 0,37% o estoque de empregos da economia, que atingiu 32.292.808 vagas. O saldo em junho é resultado de um total de 1.356.349 admissões e 1.236.854 demissões.

A indústria teve o terceiro mês seguido de saldo líquido positivo de empregos, ao registrar 2.001 novas vagas no mês passado. Mas, no primeiro semestre, a indústria ainda registra saldo negativo de 144.477 vagas. Mas Lupi espera um melhor desempenho do setor industrial a partir do segundo semestre deste ano.

Ele afirmou que o seu otimismo se sustenta no fato de que vários segmentos da indústria já não têm mais estoques tão altos quanto tinha no início do ano e, além disso, o crescimento anunciado ontem do PIB da China de 7,9%, reforça crescimento do PIB brasileiro de 2% no ano com a criação de pelo menos um milhão de novos empregos formais.

O destaque em junho foi o setor de agropecuária, com a criação de 57.169 vagas. À exceção da extrativa mineral, que registrou saldo líquido negativo de 26 vagas, todos os setores mostraram contratações líquidas em junho. Serviços foi o segundo destaque do mês, com 22.877 vagas, seguido da construção civil (18.321 vagas).

O economista da LCA, Fábio Romão, faz um contraponto ao otimismo do ministro. Ele concorda que pode ocorrer uma retomada das contratações no segundo semestre, especialmente a partir de agosto, mas não chega tão alto nas apostas de Lupi de crescimento do PIB e de vagas no ano. ´Neste ano, acredito que serão criados 650 mil empregos, o que é coerente com um avanço do PIB de 0,5%. Em 2008, foi gerado 1,452 milhão de vagas, mas o País cresceu 5,1% no ano passado´, disse.

Para ele, realmente a fraca velocidade de reação da indústria em junho não permitiu que o Caged registrasse um ritmo maior de expansão. Para ele, o desempenho do setor manufatureiro apresenta lenta melhora — gerou 183 vagas em abril e 1.100 postos em maio — por causa de dois fatores básicos — o tardio fim dos estoques de empresas e as dificuldades dos fabricantes de bens duráveis e de máquinas —, relacionados ao ritmo lento dos investimentos e das exportações.

Por: Diário do Nordeste - Negócios

sábado, 18 de julho de 2009

Inadimplência cresce 10% no primeiro semestre

A inadimplência do consumidor cresceu 10,4% entre janeiro e junho, na comparação com o mesmo período de 2008, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Física, divulgado ontem. O volume de dívidas não pagas, contudo, mostrou sinais de estabilização no fim do primeiro semestre. Para o Serasa Experian, o conceito de inadimplência leva em conta a entrada no nome do devedor no bancos de dados da empresa O prazo da inadimplência varia conforme a instituição que cede o crédito.

Os dados do Serasa mostram que a inadimplência perdeu força do primeiro para o segundo trimestre. Entre janeiro e março, houve elevação de 11,4% na comparação com o mesmo período em 2008, ainda refletindo os efeitos da crise. No segundo trimestre, contudo, houve um crescimento menor, de 9,4%. O volume de dívidas não pagas no intervalo de abril a junho ficou estável na comparação com o último trimestre de 2008, quando também houve crescimento de 9,4% ante o mesmo período do ano anterior — diz a pesquisa.

O assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, lembra que o nível das dívidas não pagas aumentava antes da crise financeira internacional e se intensificou depois dela.´

A forte expansão do crédito aumentou o endividamento dos consumidores. Quando a crise começou, a inadimplência já era alta´. Por outro lado, o abalo econômico-financeiro mundial provocou retração no crédito interno e isso contribuiu para um crescimento menor da inadimplência.

Por: Diario do Nordeste - Negócios

Do pessimismo carrancudo ao otimismo moderado

Toda mídia destaca que o Brasil está deixando a recessão para trás. A Reuters chega a proclamar a nova era dos juros baixos no país. E a GM anuncia um investimento de US$ 1 bilhão no mercado nacional.

Impulsionada por rumores de que a Vale fechou acordo com compradores chineses para vender minério com descontos menores que os previstos e por uma nova onda de otimismo nos EUA, a Bovespa avançou 4,96% nesta quarta-feira. As ações da mineradora subiram 8%.

Para um mês que começou tão nebuloso, com a fuga de capitais estrangeiros, poderia ser pior.

Só não dá para sustentar uma substituição maior do pessimismo carrancudo por um otimismo moderado porque ainda está havendo perda de renda no país. O emprego industrial caiu pelo nono mês consecutivo em São Paulo. A retomada da produção em alguns segmentos não é acompanhada por contratações. E alguns analistas veem uma recuperação lenta no cenário. Dos 22 segmentos industriais pesquisados pela Fiesp, 14 mais demitiram do que contrataram em junho. Isso resultou em queda de 0,42% no nível de emprego.

É difícil parar este movimento de retração. Há apenas uma safra lenta de contratações em alguns setores. Em muitos casos, com queda de qualidade dos empregos oferecidos.

Por outro lado, o cenário externo melhorou. A economia chinesa, atenção, cresceu 7,9% no segundo trimestre. Um avanço e tanto, já que a expansão de janeiro a março havia sido de 6,1%. E a Bolsa de Nova York subiu 5,8% em três dias.

Por: Alexandre Teixeira - Época Negócios

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Normas dão mais clareza ao plano de saúde coletivo

Além de ter conceitos mais específicos, planos mudarão procedimentos, como os reajustes, que passam a ser anuais

Tornar mais claros os conceitos e normas dos planos coletivos de saúde é o objetivo maior das duas novas resoluções da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), publicadas ontem no Diário Oficial da União. “Estamos trabalhando para melhorar a orientação aos beneficiários, que passam a fazer uma escolha mais informada do plano antes de assinar o contrato”, argumentou Aléxia Ferreira, chefe de gabinete da presidência da ANS.

A mudança mais relevante é a limitação dos reajustes por variação de custos, que não poderão ser realizados em periodicidade inferior a 12 meses. Também não há mais reajustes diferenciados para beneficiários de um mesmo contrato, nem distinção entre o valor cobrado dos usuários que já fazem parte do plano e os que vierem a ser incluídos. As regras passam a ter efeito num prazo de 30 dias.

Algumas das definições que ficaram mais claras através das resoluções normativas 195 e 196 envolvem os conceitos de planos coletivos empresarial e por adesão. O primeiro é agora definido como o que oferece cobertura de assistência a saúde à população vinculada a pessoa jurídica com caráter empregatício ou estatutário. Já o plano por adesão é aquele que oferece assistência à população que mantenha vínculo com pessoas jurídicas de caráter profissional, classista e setorial.

Número de beneficiários

Outras mudanças importantes dizem respeito ao perfil da pessoa jurídica contratante dos planos. Não mais será exigida a carência de planos com 30 ou mais beneficiários (anteriormente o número mínimo para perder carência era de 50 usuários). A exigência de Cobertura Parcial Temporária (CPT) ou Agravo para Doença ou Lesão Preexistente em planos coletivos empresariais também fica proibida para esse novo perfil.

As resoluções, além das novas definições, contemplam a parte disciplinar e a atuação das administradoras de benefícios (conhecidas como intermediárias). “Agora ela atua somente com o contratante pessoa jurídica. Além disso, ele passa a ter um registro na ANS, o que facilita a fiscalização por parte da Agência”, diz Aléxia.

O pagamento das contraprestações pecuniárias também sofreu alteração. Anteriormente ele podia ser feito pelo próprio beneficiário diretamente à operadora. Agora passa a ser de responsabilidade exclusiva da empresa contratante. A operadora, dessa forma, não pode efetuar cobrança diretamente ao beneficiário.

As resoluções também instituem o Guia de Leitura Contratual e o Manual para contratação de planos de saúde, que serão disponibilizados pela operadora no ato da contratação. “Buscamos, dessa forma, oferecer aos contratantes opções de entidades mais legítimas”, informou a chefe de gabinete.

Por: GUTO CASTRO NETO - Diario do Nordeste

Quarta versão do Refis federal anistia dívidas de até R$ 10 mil

Até o dia 27 deste mês, a Receita Federal do Brasil deve editar instrução normativa detalhando a operacionalização do Refis IV que, dentre outras vantagens, perdoa as dívidas no valor de até R$ 10 mil

A quarta versão do Programa de Recuperação Fiscal (Refis IV) pode começar a ser operacionalizado pela Receita Federal do Brasil (RFB) ainda este mês. A lei 11.941/2009, fruto da conversão da Medida Provisória 449/08, que trata do tema, diz que a Receita tem até o dia 27 deste mês para editar a instrução normativa que vai detalhar a operacionalização da legislação.

Entre as vantagens pensadas para ajudar especialmente os pequenos empresários a enfrentar a crise financeira, está o perdão dos débitos com a Receita Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Dívida Ativa da União, cujo valor total consolidado, até 31 de dezembro de 2007, seja igual ou inferior a R$ 10 mil.

Além disso, traz novas condições de pagamento de débitos fiscais federais que poderão ser parcelados em até 180 meses.

O também chamado Refis da crise estabelece as dívidas a serem perdoadas, para pessoas físicas ou jurídicas, devam estar vencidas há mais de cinco anos. No caso do parcelamento, o artigo primeiro da lei diz que poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 meses, os débitos administrados pela RFB e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, vencidos até 30 de novembro de 2008, de pessoas físicas ou jurídicas.

O advogado tributarista, Valdetário Andrade Monteiro, destaca duas peculiaridades do Refis IV. A primeira é que podem entrar até as dívidas que estiverem em processo de execução. Nesse caso, o processo é suspenso. A outra é a possibilidade de incluir saldos remanescentes dos débitos consolidados no Refis (Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000), no Parcelamento Especial (Paes), de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional (Paex, da Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006) e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002.

Multas Monteiro também observa que as reduções de multa e juros de mora que podem chegar a 100% no caso de pagamento à vista. E avalia que uma dívida de R$ 50 mil, de janeiro de 2002, hoje teria saldo de quase R$ 200 mil. “O pagamento à vista vai aproximar o contribuinte da realidade de 2002”, diz, considerando que sobre as dívidas do Estado existe a incidência de juros da taxa básica de juros (Selic) que, ao longo dos anos, quase sempre esteve no pico, tornando as dívidas praticamente impagáveis.

Na opinião do advogado, esse é um dos motivos que levam o Governo a adotar, periodicamente, programas de recuperação fiscal. Mesmo sem estatística, acredita que milhares de pessoas físicas e jurídicas serão beneficiadas no Ceará e Brasil.

Destaca que apesar das vantagens o Governo Federal está colocando condições para se manter no parcelamento. Entre elas, destaca que o contribuinte não pode atrasar três parcelas, consecutivas ou não. “Se isso ocorrer haverá a exclusão do programa e perda de todos os benefícios”, explica, ressaltando que outro ponto importante é o fato de não precisar apresentar garantias (arrolar bens etc).

VANTAGENS

- Enquanto aguarda a operacionalização do Refis IV, o contribuinte pode procurar a Receita para saber se tem débito. Às vezes, a empresa nem sabe que tem débito porque ainda não foi notificada. Outra forma é pedir, através do site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) uma certidão negativa. Se houver pendência o procedimento vai registrar

- Benfícios do Refis IV

- Recepção dos contribuintes optantes pela MP 449/2008 aos parcelamentos da Lei 11.941/2009 (Refis/Paes/IPI)

- Alongamento dos prazos

- Redução do valor das prestações (R$2.000,00)

- Dispensa da apresentação de garantias

Por: Artumira Dutra - Jornal O Povo

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Companhias aéreas buscam novas fontes de receita

Com margens cada vez mais apertadas, empresas apostam em milhagem e venda de serviços

Com a competição acirrada e margens cada vez menores na venda de passagens, as companhias aéreas estão se estruturando e abusando da criatividade para faturar nos extras. A cobrança por bagagens extras já se tornou uma realidade nos Estados Unidos - só no primeiro trimestre deste ano, as companhias aéreas americanas arrecadaram US$ 566,3 milhões com taxas de bagagem. Na Irlanda, a Ryanair estuda cobrar até pelo uso do banheiro.

No Brasil, depois de uma experiência piloto, a Gol se prepara para estender, de forma gradual e para voos acima de uma hora e quarenta minutos, a venda de lanches a bordo. A iniciativa, que já está em teste em 5 rotas, será estendida para o voo São Paulo-Brasília.

De acordo com o vice-presidente financeiro da Gol, Leonardo Pereira, no futuro, a empresa também poderá oferecer outros produtos a bordo, como perfumes e artigos tradicionais das lojas duty free, além de merchandising da própria Gol, como maquetes de avião.

O executivo não faz projeções financeiras sobre as metas da companhia com a venda a bordo, mas afirma que as chamadas receitas auxiliares - tudo o que não é receita de passagem, como carga, fretamento, programa de milhagem, entre outros - representam hoje 11% do faturamento da empresa, que foi de R$ 6,4 bilhões no ano passado. A maior parte disso hoje é carga, com R$ 500 milhões. "Não vejo por que não poderíamos dobrar o faturamento com as receitas auxiliares em cinco anos", afirma. De acordo com o executivo, as receitas auxiliares têm potencial para chegar a 20% das receitas de uma companhia aérea, não mais do que isso. "É preciso diversificar as receitas, mas sem afetar o conforto do passageiro."

Em termos de receitas auxiliares, a Gol, e também a concorrente TAM, apostam sobretudo no potencial dos seus programas de milhagem.

O programa Fidelidade, da TAM, que conta com 5,9 milhões de clientes cadastrados, rendeu R$ 528,2 milhões no ano passado - ante uma receita líquida total de R$ 11 bilhões. O número representa um crescimento de 82% em relação ao ano anterior. Para este ano, o crescimento deve ser ainda maior, graças ao efeito do ingresso da companhia na rede Star Alliance. Só no primeiro trimestre deste ano, a receita foi de R$ 209 milhões, crescimento de 160% ante o igual período de 2008.

Recentemente, a TAM anunciou a transformação do Fidelidade em uma unidade de negócios, que vai se dedicar a potencializar as receitas e a rentabilidade. As divisões de carga e de manutenção também estão recebendo o mesmo tratamento de unidades de negócios.

Para a Gol, o programa Smiles representa hoje 2% das receitas, que no ano passado totalizaram R$ 6,4 bilhões. Mas a Gol tem demonstrado que está empenhada na sua revitalização. Recentemente, anunciou parcerias de cartões com os bancos Bradesco e Banco do Brasil, e também de compartilhamento de programas de milhagem com as companhias estrangeiras Air France-KLM e American Airlines. "Essas alianças globais não vão parar por aí", avisa Pereira. "O ideal, que queremos atingir nos próximos doze meses, é ter uns 4 a 5 acordos internacionais desse porte.

"Quando a Gol comprou a Varig, o Smiles quase não gerava receita, mas tinha 5,7 milhões de participantes, a maioria de alta renda. Hoje são 6,2 milhões, mas apenas 3 milhões ativos. "Mas o número de ativos está crescendo rápido, pois as pessoas estão se cadastrando a uma velocidade de 100 mil por mês", afirma Pereira.

Segundo ele, o Smiles está levando para a Gol um público de mais alta renda, que antes não voava pela companhia, entre outras razões, pela falta de um programa de milhagem. "A marca Smiles está mostrando claramente o seu valor."

Por: Mariana Barbosa - Estadão

Intenção de compra volta ao nível pré-crise no Brasil

Os brasileiros estão buscando mais crédito e devem comprar mais bens duráveis - de geladeiras a carros - nos próximos meses

Duas pesquisas mostram que a disposição de ir às compras do brasileiro já voltou ao nível anterior à crise. Os brasileiros estão buscando mais crédito e devem comprar mais bens duráveis - de geladeiras a carros - nos próximos meses, o que reforça o cenário favorável à recuperação da economia no segundo semestre.

O Indicador Demanda do Consumidor por Crédito, preparado pela empresa de informações de crédito Serasa Experian, atingiu em junho 102,7 pontos, contra 101,2 pontos alcançados em outubro de 2008, quando foi deflagrada a crise financeira. "É a primeira vez que o indicador supera o patamar de outubro", diz o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Já o Índice de Intenção de Compras de Bens Duráveis, apurado pelo programa de administração do varejo Provar, da USP, e pela consultoria Felisoni Associados, revela que a disposição do consumidor para adquirir um carro zero ou uma geladeira cresceu 20% no trimestre em relação ao mesmo período de 2008. O indicador, que será divulgado hoje, mostra também que a intenção de levar para casa algum bem durável está no nível mais alto dos últimos dez anos para o período julho a setembro.

Duas razões explicam a mudança de ânimo dos consumidores: o aumento da oferta de crédito, com melhores condições de prazos e juros, e a maior confiança, especialmente entre os consumidores de baixa renda, na manutenção do emprego. "A tendência é de recuperação do crédito", afirma Rabi.

Por: Jornal O Povo - Negócios

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Apple só está viva porque morreu

Então, o que a história mostra é o seguinte: inovação (riqueza nova) não vem de empresas com performances “crista da onda”, vem da coleção ,sempre renovada, de empresas (modelos de negócio) competindo . É o mercado que inova, não são empresas individuais.

Este é um insight fundamental que está muito bem documentado mas para o qual pouca gente dá bola.Você pergunta: mas, e uma empresa como a GE, com mais de 100 anos de janela? Eu digo:a GE é o nome de um portfólio de negócios independentes, e esse portfólio tem mudado e mudado e mudado. Só o nome dura. Veja o que Jack Welch fez lá. Essencialmente, ele introduziu mecanismos de gestão para maximizar o resultado da coleção de negócios GE. Podou tudo o que não contribuia. Era agressivo, mal educado e até truculento com qualquer gestor que tentasse privilegiar sua unidade de negócio em detrimento do todo (chame o “todo” de “mercado GE” se você quiser).

A Apple, que em 1995 estava quebrada e hoje é considerada a mais inovadora empresa do mundo, muda e mudou e mudou. Seu valor hoje vem de produtos e processos inexistentes há 10 anos. Seu modelo de negócios é outro. Mudou até o nome , tirou o “Computer“, e ficou só “Apple”-um sinal de que iria se meter em coisas não “computer” como música, telecom e outras. A Apple do início dos anos 90 morreu, se não no nome, na alma. Ela só está viva porque morreu.

A gurulândia dá entender que se todos fosse “não arrogantes,” ou se os líderes fossem mais “servidores nível5″, ou se tivessem ficado “no que conhecem”, ou “ouvido mais seus clientes” ou qualquer outro mandamento bôbo desses, não fracassariam. Lorota. Numa coleção de empresas competindo, alguém vai perder independentemente dosatributos que possa ter.Quem vai ganhar no longo prazo é o mercado. Empresas individuais só ganham no curto prazo.

Para Schumpeter,inovação é a substituição de formas antigas por formas novas. Produtos novos, processos novos, modelos de negócio novos. Essa substituição é permanente, é parte da dinâmica capitalista, e ele a chamou de“destruição criativa”- expressão que todo mundo usa sem entender que se refere ao estrago que os empreendedores inflingem às empresas estabelecidas, não ao que as empresas estabelecidas fazem com elas mesmas.Empresas estabelecidas tendem a ser molengas por razões “computacionais” (ver post anterior). Esse papo de “reinvenção permanente” de empresas é só isso mesmo, papo. É muito raro. Para acontecer,exige um tipo de líder “nada servidor”, como Jack Welch.

A dinâmica -turbulenta, instável-de substituição do velho pelo novo, é o que define a personalidade e a alma do capitalismo de livre mercado. Só pode ser suprimida se se reprimem as liberdades para empreender. Só se se enjaular a liberdade individual. Sem “destruição criativa” não se gera riqueza.


Os agentes da inovação são os empreendedores. Empreendedores são indivíduos (são pessoas, não são instituições, nem governos, nem partidos) que são movidos “pelo sonho e pela vontade de fundar um reino particular”.

Por causa da “destruição criativa” homens de negócios prósperos pisam num terreno que está permanentemente se “esfarelando em baixo de seus pés”. A instabilidade, o não equilíbrio, a desigualdade e a turbulência, na visão de Schumpeter, são inevitáveis- são o preço a pagar pelo progresso.

A melhor maneira de administrar empresas (não todas, só a partir de certo estágio de sua maturação), é embutido nelas a forma pela qual os mercados funcionam. É promovendo a “destruição criativa” dentro delas. Matando ou vendendo negócios ou atividades que estejam “andando de lado” ou decadentes e introduzindo novos. Transformado a empresa em um portfólio de atividades que competirão entre si pelos recursos da corporação como um todo.

As que geram mais valor e tem perspectivas de continuar gerando, ficam. As outras devem ser vendidas ou fechadas.

Por: Clemente -Época Negócios

Cai demanda por energia elétrica no País

Antes do agravamento da crise, no ano passado, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) previa uma carga de demanda de energia da ordem de 55.504 megawatts (MW) médios para 2009

A sobra de energia elétrica provocada pela retração da economia nacional já equivale a quase um Complexo do Rio Madeira (que inclui as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio). Antes do agravamento da crise, no ano passado, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) previa uma carga de demanda de energia da ordem de 55.504 megawatts (MW) médios para 2009. Com o recuo do consumo, esse número foi revisado para 52.422 MW médios - uma queda de 3.082 MW médios (quando prontas, as usinas do Madeira terão 4.115 MW médios).

Os dados constam do último Plano Anual de Operação Energética (PEN) 2009, referente ao primeiro quadrimestre. Os cálculos do ONS são baseados na premissa de que o Produto Interno Bruto (PIB) do País crescerá 2% em 2009 e 4,1% ao ano no período de 2010-2013. A próxima revisão deverá ser concluída em setembro e não será surpresa se o ONS fizer novos ajustes.

Ao contrário da recuperação que houve nos meses de fevereiro e março, a partir de maio a demanda de energia ficou abaixo dos 50 mil MW médios. Em seu relatório mensal, o operador do sistema afirma que "os sinais de recuperação do setor industrial ainda não foram observados no total da carga de energia."

Por: Jornal O Povo - Agência Estado

terça-feira, 14 de julho de 2009

Medida para controlar cartões sai até outubro

A ideia central é montar uma estrutura que permita redução das taxas cobradas pelas administradoras de cartões e do prazo de pagamento aos lojistas
A equipe econômica pretende encaminhar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o início de outubro uma série de medidas para aumentar a regulamentação e controle sobre o setor de cartões no País, segmento que movimentou ao menos R$ 375 bilhões no ano passado e ainda vive sob o domínio de apenas duas empresas. Depois de extenso estudo sobre o setor, elaborado em conjunto pelo Banco Central (BC) e as secretarias de direito e acompanhamento econômico dos Ministérios da Justiça e da Fazenda, técnicos preparam agora as medidas que serão encaminhadas ao Palácio do Planalto. A ideia central é montar uma estrutura que permita redução das taxas cobradas pelas administradoras de cartões e do prazo de pagamento aos lojistas, além de uma diminuição das barreiras à entrada de novas empresas.

o mesmo tempo que o governo se debruça sobre o assunto, duas comissões especiais da Câmara dos Deputados preparam uma série de propostas para o setor. Um dos documentos, elaborado pelo deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP), será votado nesta semana pela comissão que trata da crise financeira mundial e possíveis medidas para minimizar os efeitos sobre o sistema financeiro e o mercado de capitais do País.

"A questão central é a necessidade de promover concorrência no setor, que, efetivamente, não existe hoje", afirma Palocci em seu relatório. Na avaliação do ex-ministro da Fazenda, o ponto que merece atenção imediata é o que trata dos chamados credenciadores, responsáveis pela administração do contrato de uso do cartão. "O credenciador deve vender contratos de diferentes bandeiras, assim você elimina o monopólio e o comerciante ganha", defende o deputado.

No relatório preliminar sobre medidas para compensar os efeitos da crise no comércio brasileiro, o deputado Neudo Campos (PP-PR) defende um trabalho objetivo para reduzir as taxas de juros praticadas atualmente pela indústria. "As taxas são um absurdo", afirma. Para Palocci, a concorrência poderá solucionar parte desse problema. "As taxas são altas, é verdade, mas são altas porque não tem concorrência", pondera.
Agência Estado

Por: Jornal O Povo - Negócios

O mito da “crista da onda”

Empresas só são inovadoras mesmo, por períodos relativamente curtos, findos os quais duas coisas acontecem: ou elas morrem ou ficam “tocando a bola” para o lado. A literatura de negócios diz: “eis aqui o segredo para ficar na crista da onda para sempre”. Eu digo:ninguém pode ficar na crista da onda porque as leis da inovação não permitem. Portanto, é a capacidade de voltar à crista da onda que se deve buscar,não a permanência lá.

Leis da inovação? Continue lendo. A DELL ficou 20 anos(15?) na “crista” com um modelo de venda direta que foi uma sensação enquanto durou. Durou até que a HP tomasse o lugar dela e, agora, a DELL vende também via canais tradicionais (como supermercados) para tentar voltar á crista .É a vida. A DELL não escorregou da crista porque ficou arrogante.

Empresas escorregam da crista da onda porque não conseguem processar todas as informações de mercado a tempo de poderem agir preventivamente. É uma dificuldade física.Computacional. Há inputs demais a serem processadas, e não há empresa que tenha capacidade de processamento suficiente para,digamos,”computar mercados”. É isso que as faz cair. Elas têm que cair .

Além da dificuldade técnica, barreiras comportamentais INEVITÁVEIS também impedem a computação correta:os vièses humanos impedem a tomada de decisão que evitaria o escorregão, mesmo quando a informação é computável. Dá para eliminar os viéses? Não. Só se você deixar de ser humano. Não se trata de um defeito a ser eliminado,trata-se da matéria prima que molda a natureza humana.

Diante disso tudo então, qual seria a recomendação para quem quer dirigir bem uma empresa?

Por: Clemente - Época Negócios

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A tentação do crédito fácil


Bancos, financeiras e operadoras de cartões de crédito estão cada vez mais perto do consumidor.

A avidez das promotoras de cartões de crédito para conseguirem mais um usuário deste instrumento financeiro continua a mesma. É difícil encontrar uma pessoa que ande pelo eixo avenida Rio Branco - rua João Pessoa, no Centro de Natal, e não tenha sido abordada por uma dessas jovens portanto pranchetas e telefones celulares prontos para checar se o CPF do potencial cliente admite a emissão do cartão. Elas só não têm o mesmo empenho em esclarecer os encargos, multas e juros que todo "dinheiro de plástico" provoca quando o pagamento não é feito em dia. E é aí que a facilidade se transforma em uma grande dor de cabeça

Apesar dos dados dos últimos meses da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal) indicarem diminuição da inadimplência no estado, os números do Banco Central (BC) sinalizam o inverso no cenário nacional. Um estudo do BC mostrou que, considerados os consumidores que devem financiamentos há mais de 90 dias, a inadimplência atingiu o seumaior nível desde junho de 2000, passando de 8,6%.

Por trás dos índices e das ofertas de cartões e empréstimos, estão histórias como a da dona de casa Célia Maria Freire, de 55 anos. Ela circulava pelas financeiras do Centro em busca de R$ 1,3 mil para o tratamento renal. Dona Célia não tem plano de saúde. "Preciso quebrar as pedras que ainda estão nos rins. Já fiz duas cirurgias, mas as pedras voltaram".

Ela fala que, com R$ 7 mil, faz outra cirurgia para ver se "resolve de vez" o incômodo da dor renal. A reportagem encontrou a dona de casa quando ela acabara de sair de uma financeira, mas o dinheiro que ela tanto pretendia receber não foi liberado por causa de suas "pendências". "A moça falou que eu não podia receber dinheiro porque eu ainda devo à financeira", fala ela mostrando os débitos no extrato sua conta, que chegam a mais de R$ 500 por mês. O salário de Célia é um pouco mais de R$ 1 mil, uma pensão que recebe pela morte do pai, que era da Marinha. A mulher, que disse dever mais de R$ 10 mil, continuou sua peregrinação em busca de uma outra entidade que, enfim, liberasse o crédito.

Há quem, embora ainda procure acesso a crédito, acredite ter aprendido a lição da educação a financeira. A assistente administrativa Maria Rosilene Marçal, 36, já chegou a acumular uma dívida de R$ 3 mil, mas diz ter quitado a pendência "seguindo os conselhos da mãe". "Eu era muito consumista, vivia comprando besteira. Mas comecei a ouvir mais a minha mãe e só passei a comprar o estritamente necessário. Mas também me endividei porque fiquei um tempo desempregada", diz ela, que tinha acabado de conseguir um novo cartão de crédito.

Pesquisa

Simulação feita pela reportagem do Diário de Natal de um empréstimo de R$ 1.000, pagos em 12 prestações com suas taxas de juros mensais e suas respectivas taxas anualizadas.

Financeira Parcelas Valor Total Taxas Mensais Taxas Anuais

Fininvest 12xR$ 198,32 R$ 2.379,84 13,6% 137,98%

Cacique 12xR$ 159,00 R$ 1.908,00 11,45% 90,8%

Losango 12xR$ 170,00 R$ 2.040,00 9,9% 104%

Morada 12xR$ 144,96 R$ 1.739,52 6,49% 73,9%

Credicard 12xR$ 144,30 R$ 1.731,60 5,99% 73,1%

Financiamentos

Dinheiro bem-vindo

- Pegue um empréstimo apenas se for estritamente necessário;

- Observe seu orçamento, veja quanto você pode destinar ao pagamento do empréstimo por mês;

- Pesquise em pelo menos três instituições para encontrar as melhores taxas

- não esqueça de perguntar sobre o Custo Efetivo Total (CET), que inclui todos os custos de um crédito;

- Escolhido o banco, tente dividir o pagamento no menor número de parcelas possível;

- Pegue emprestado apenas o que precisar, ignore as sugestões do banco ou da financeira para você pegar mais dinheiro;

- Se seu empréstimo for consignado, não se esqueça de que ele virá automaticamente descontado em sua folha de pagamento;

- Se conseguir dinheiro para quitar a dívida antes, não aceite a primeira proposta do banco ou da financeira: vá ao Procon e peça ajuda no cálculo.

Por: Renato Lisboa - Diario de Natal - Economia

Um mundo de oportunidades

Segundo os últimos levantamentos feitos pelo IBGE, 60,1 milhões de pessoas moram sozinhas em todo o País, um público que vem procurando cada vez mais produtos com maior valor agregado

Investir em estudos, viagens, profissão, compra do carro e da casa para, quem sabe um dia, resolver dividir a vida com alguém. Essa liberdade para escolher ser solteiro já faz parte dos planos e da realidade de milhões de brasileiros e brasileiras. Atentas para este mercado crescente, que inclui não só jovens que nunca casaram como divorciados e pessoas da terceira idade, as empresas vêm, ano a ano, lançando produtos e serviços.

Fazem parte desta lista a prática, e muitas vezes necessária, comida congelada, que já se consolidou nos hábitos alimentares de muita gente e tem o seu próprio espaço nas prateleiras dos supermercados; os imóveis adaptados às necessidades de quem vive só, com pouco espaço privativo e muito conforto na área comum; e os eletrodomésticos que ajudam a garantir a velocidade da vida moderna e levam uma dose de luxo para o solteiro bem-sucedido. Isso sem falar nos serviços para atender quem mora sozinho, que vão desde diaristas a pacotes de viagem feitos exclusivamente para quem quer conhecer pessoas.

Apesar de a demanda e a consequente oferta de produtos e serviços serem visíveis, mensurar quanto este mercado movimenta no País e no Ceará não é das tarefas mais fáceis. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2007, mostram que 60,1 milhões de pessoas moram sozinhas em todo o País, sendo 15,5 milhões somente no Nordeste. “As pessoas estão casando mais tarde e isso vem gerando oportunidades de negócio. É interessante observar que muita gente hoje sai de casa para aproveitar melhor a vida e não mais para casar. Muita gente quer aproveitar de forma mais individualista mesmo e acaba tendo mais dinheiro para gastar do que se tivesse constituído uma família. É a TV mais cara que compra e o próprio desenvolvimento da vaidade masculina, que também abre infinitas possibilidades de negócios para as empresas mais atentas”, analisa o professor Carlos Bittencourt, do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Fortaleza (Unifor).

O superintendente da Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio), Alex Araújo, concorda com a tendência de crescimento desse público consumidor. “É uma tendência internacional a ampliação desse tipo de arranjo. Normalmente, são pessoas com poder aquisitivo mais elevado, com profissão definida, principalmente em grandes cidades como é o caso de Fortaleza”, afirma.

Características
Estudo realizado pela Nielsen, especializada em pesquisas sobre mercado, mostra que as categorias de produtos com maior valor agregado e com apelo à praticidade são as mais vendidas entre as pessoas que moram sozinhas. Nesse público, o gasto é superior à média nacional no que se refere a chá pronto (47%), água de coco (67%), suco concentrado (15% maior) e protetor solar/bronzeador (19%). Nesses lares, a ausência de crianças e adolescentes justifica as baixas vendas de leite fermentado, sobremesa láctea e catchup, de acordo com informações fornecidas pela Nielsen.

Mesmo com as boas vendas de alguns produtos existentes no mercado, será que os solteiros têm suas demandas atendidas satisfatoriamente? O superintendente da Fecomércio acha que, no Ceará, não. “A oferta de produtos aqui ainda segue muito o que é feito em escala nacional. No que diz respeito aos alimentos, existem porções pequenas semi-prontas e prontas e, localmente, eu vejo claramente a adaptação dos imóveis para acompanhar o modo de vida das pessoas, e serviços de lavanderia e arrumação de casa. No entanto, no Rio e em São Paulo, há bares e eventos específicos para solteiros. Então, eu acho que a relação oferta-demanda aqui no Ceará está relativamente adequada, mas há nichos mal atendidos como é o caso do entretenimento que precisa de produtos e serviços próprios”, avalia.

Por: Wânia Caldas da Redação. Jornal O Povo

domingo, 12 de julho de 2009

Uso da rede elétrica pela web pode reduzir tarifa

Brasília. O uso da rede elétrica para a distribuição de serviços de internet em alta velocidade poderá baratear as tarifas de energia. Proposta da área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que examina o assunto, prevê que 90% da receita obtida pelas distribuidoras de energia com o aluguel dos fios para as empresas de internet terá de ser empregada na redução de tarifas de eletricidade.

A resolução que definirá as regras para o uso da internet pela rede elétrica deve ser votada pela diretoria da Aneel ainda neste mês. O assessor da Superintendência de Regulação da Distribuição, Carlos Mattar, disse que o critério já é utilizado no aluguel de postes para passagem dos cabos da telefonia. ´A distribuidora não tem custo nenhum com isso.´

Ele explicou que, se houver necessidade de investimento na rede, a empresa de telecomunicações é que arcará com o custo. O mesmo ocorre com os postes. ´Ela (a distribuidora) não vai investir um centavo e ainda vai ganhar 10%.´A resolução da Aneel, segundo Mattar, deixará claro que a locação não pode comprometer nem alterar o fornecimento de energia elétrica. Pela legislação, as distribuidoras não poderão operar diretamente os serviços de internet. Se estiverem interessadas em entrar no negócio, terão de criar uma subsidiária específica.

Para definir as regras, a Aneel estudou a experiência internacional, que mostra que vários países já têm utilizado a tecnologia de PLC (Power Line Communication), para prestar serviços de internet em alta velocidade. ´Já que a tecnologia existe, e há muitas empresas interessadas, vamos disponibilizar a rede de distribuição para que esse serviço seja prestado, conforme algumas regras estabelecidas por nós.´ O relatório da área técnica foi concluído no mês passado, mas foi feita alteração para que empresas sejam obrigadas a dar publicidade ao aluguel da infraestrutura.

Por: Diario do Nordeste Negócios

Saiba quando fechar a boca

Falar demais pode ser um pecado maior do que a timidez. Conheça cinco situações em que é melhor não dizer nada

Profissionais em todo o mundo sofrem com a timidez. Contudo, é no problema oposto – falar em excesso – que residem os efeitos mais danosos à carreira. É o que afirma a escritora de negócios Tamara “Tammy” Erickson, autora do badalado Plugged In. Tammy elencou, num artigo recente, as cinco situações em que é mais conveniente ficar de boca fechada:

Evite excesso de explicações_ O excesso de explicação, segundo ela, é um veneno, especialmente perigoso às equipes de venda. “Depois que o cliente já manifestou que vai comprar o produto, não perca tempo descrevendo mais um de seus itens ou benefícios.” A informação, quando em excesso, gera confusão e irritação. O princípio vale para a conduta do profissional no escritório. Seja sucinto, aconselha ela. Quando alguém perguntar no corredor “como vai você?”, não dê uma folha corrida de sua vida.

Sem desculpas na hora errada_O profissional deve estar sempre bem preparado. Porém, se acontecer o infortúnio de não estar, deve evitar as desculpas. Além de inócuas (não melhorarão o desempenho), elas o deixarão sob uma luz desfavorável frente aos colegas. “Começar uma reunião avisando a todos que você não teve tempo de se preparar adequadamente soa a insolência, desrespeito e desleixo”, diz Tammy. Também gera animosidade. “Lembre-se que, provavelmente, o colega da cadeira ao lado ficou até as 2 da manhã se preparando para a reunião.”

Não faça perguntas tolas_Elas mostrarão – de modo cristalino e pungente – o seu desconhecimento do assunto e despreparo. Esta é a dica mais capciosa da lista. Afinal, se você não domina um assunto, como vai saber se a sua pergunta é inteligente ou não? A saída é a discrição e a cautela, de acordo com a autora. Uma coisa é certa: evite dar espetáculos de pretensa erudição sobre assuntos que não domine. É uma receita certa para o desastre.

Não banque o engraçadinho_As piadas em ambiente de trabalho são uma perigosa via de mão dupla. O bom humor, quando dosado, é uma excelente ferramenta para tornar o profissional benquisto, quebrar o gelo e desfazer hostilidades. Contudo, não arrisque muito e saiba usá-lo. Ninguém gosta de engraçadinhos.

Evite o óbvio_É o caso da enfermeira que, antes de dar a injeção, avisa que “a agulha está esterilizada”. O reforço de um pressuposto pode ter efeito contrário: manchar uma reputação. Imagine um contador que avisa aos clientes de que não os está enganando. Foi uma situação assim, aliás, que inspirou Tammy a escrever sobre o bico calado. Durante um voo, o comandante, depois de informar sobre a previsão de chegada para dali a uma hora, fez um acréscimo: “Não se preocupem, temos combustível para chegar”. Felizmente, o aviso passou despercebido à maioria, mas não foi exatamente tranquilizador.
Por: Época NEGÓCIOS

sábado, 11 de julho de 2009

Como evitar que atritos azedem o ambiente de trabalho

Manter o equilíbrio no ambiente de trabalho é essencial para o sucesso das empresas e para o bem-estar da equipe e, por isso, resolver e evitar problemas de relacionamento ou de "química" entre chefe e funcionários é uma tarefa crucial.

De acordo com Aloísio Buoro, consultor da DBM, consultoria especializada em gestão de capital humano, uma primeira medida nesse sentido é evitar dar autoridade em abundância a uma só pessoa.

"Quando o individuo tem muito poder, amplia-se o risco de ele estabelecer relações que não são respeitosas com as demais pessoas, de perder a noção do que é correto, iniciando assim uma série de problemas", diz.

"Um dos piores é o fato de a concentração de poder fazer com que a empresa opere de acordo apenas com uma linha de raciocínio, sem abrir espaço para pontos de vistas diferentes", explica o consultor.

Outro meio de se evitar problemas de "química" é dar feedback constante para os funcionários e, ao mesmo tempo, abrir espaço na agenda para escutar os profissionais e ainda para ensiná-los a lidar com problemas de relacionamento. "É necessário abrir caminho para que o funcionário se expresse, informe suas dúvidas e problemas. Uma relação madura e transparente evita confronto entre funcionários", diz Buoro.

Se um problema de química não for solucionado a despeito de os funcionários envolvidos contarem com instrumentos e conhecimento para isso, cabe à empresa informá-los que estão prejudicando o ambiente da corporação e que é aguardada uma a solução para o problema.

"A companhia deve deixar bem claro que não deseja perder talentos por questões de relacionamento e que espera que os profissionais envolvidos no assunto solucionem a questão", afirma o consultor da DBM.

"Isso deve ser feito sem que a empresa tome partido. Ela deve manifestar sua preocupação com um ambiente equilibrado, no qual inveja, falta de humildade ou arrogância não sejam mais fortes".

Aloísio finaliza citando três normas para que os executivos de uma empresa mantenham o bom relacionamento com seus pares no ambiente de trabalho: sinceridade, clareza e capacidade de auto-questionamento.

Por Canal Executivo UOL

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Como agir na busca por uma oportunidade de emprego

Quando um profissional decide procurar por novas oportunidades no mercado de trabalho, além do currículo, que é o cartão de visita, o networking e a entrevista são as principais ferramentas, principalmente se o candidato passou um longo período numa mesma empresa.

O início do processo de busca de oportunidades de carreira requer dedicação e planejamento. Para tentar ajudar, a Career Center, empresa especializada em Recursos Humanos e gestão de carreira, elenca a seguir algumas dicas:

- Currículo: Na hora de elaborar o currículo, inserir os resultados alcançados apresenta o quanto você pode trazer de sua experiência para a empresa e pode proporcionar uma preferência do recrutador entre os concorrentes. Além de falar dos cargos exercidos, das atividades realizadas e do período em que trabalhou, é importante mostrar quais vantagens o profissional agregou à empresa durante o período em que exerceu sua última função.

“Não adianta colocar o que fez, tem que dizer o impacto que causou, deixando claro assim que o profissional busca resultados”, diz Claudia Monari, consultora da Career Center.

- Networking: Procure por todos os cartões de visitas que recebeu até hoje. Separe pelo menos 60 nomes, avalie cada um e prepare-se para restabelecer contato. Atualmente, manter uma rede de networking é questão de sobrevivência e aprendizagem, pois é uma forma de troca de conhecimentos. Segundo dados da consultoria, 57% de seus clientes são recolocados no mercado por meio de networking. Em uma reunião com esses contatos, trocam-se idéias, conselhos, informações sobre setores de trabalho e competências.

- Planejamento financeiro: É importante se programar para não passar “aperto” durante o período de busca de trabalho. Portanto, fazer um planejamento adequado é essencial para não ter maiores problemas durante o processo de reinserção no mercado.

- Prepare-se para a entrevista: Descubra tudo o que puder a respeito da empresa, pois você poderá ser questionado: “O que sabe sobre a nossa empresa?” Informações básicas, como atualidades sobre o mercado em que a empresa está inserida, sua origem, número de funcionários, localização, principais produtos e concorrentes darão suporte na hora da entrevista. A melhor fonte para isso é consultar o site dela na internet. Cuidar da apresentação pessoal, da empatia a ser criada e não chegar atrasado são fatores fundamentais a serem priorizados.

- Durante a entrevista: Não existe fórmula para enfrentar uma entrevista, porém há um conjunto de fatores compatíveis com seus objetivos e o da empresa, que pode levar ao sucesso. A entrevista de trabalho muitas vezes causa temor, mas ela deve ser encarada como um momento de apresentação das suas competências e habilidades, ou seja, uma oportunidade de exposição. Algumas medidas podem ajudar nesse processo, como responder somente o que for perguntado e evitar respostas prontas e decoradas; apresentar o perfil pessoal e de carreira destacando os pontos fortes e fracos; e falar do motivo de desligamento da empresa, quando houver, de forma clara e objetiva.

- Salário: A dica dos consultores é comentar sobre salário somente ao final da entrevista. É importante, primeiramente, saber sobre e cargo disponível. Se necessário, comente seu último salário e benefícios, quando questionado, e sempre esteja aberto para negociação. Outra dica é conhecer os benefícios da empresa antes de falar sua faixa salarial.

Por fim, finaliza a consultora, além dessas dicas é essencial ter planejamento de carreira e sempre demonstrar interesse e entusiasmo pelo que faz.

Por: Canal Executivo UOL

Consumidor está Reduzindo Gastos e Selecionando mais

Consultoria afirma que o entendimento das mudanças no comportamento dos clientes é fundamental para o sucesso das empresas

A crise econômica mundial e seu impacto no consumo das famílias ganharam uma nova urgência na pauta das empresas. A "terapia de compras" parece não funcionar mais para acalmar os 45% dos brasileiros que se dizem ansiosos com o futuro e os 55% que planejam uma redução consciente e seletiva de consumo, de acordo com um novo relatório do The Boston Consulting Group (BCG), consultoria líder em estratégia e gestão empresarial.

No estudo Winning Consumers Through the Downturn: Relatório BCG 2009 sobre o Sentimento do Consumidor, realizado com 21.800 consumidores em 13 países, o BCG identificou que 55% dos brasileiros pretendem reduzir gastos nos próximos 12 meses, o que coloca o País no mesmo nível das regiões mais afetadas pela crise, como Estados Unidos (58%) e Europa (59%), e o diferencia de Índia (34%) e China (26%). A consultoria também identificou que existe uma aceleração da tendência de trading down, isto é, a propensão do consumidor a comprar produtos mais baratos em determinadas categorias. No Brasil, a tendência de trading down afeta praticamente a metade das categorias pesquisadas.

Segundo Olavo Cunha, sócio do escritório do BCG em São Paulo, os consumidores demonstram estar mais pessimistas em relação ao que é apontado pelos índices atuais de confiança. "Isso pode indicar que estamos apenas defasados em relação aos países desenvolvidos", explica o executivo. "Por outro lado, a melhoria no humor do consumidor é a chave para uma recuperação econômica mais rápida, dados os sólidos fundamentos macroeconômicos do Brasil", conclui Cunha.

A boa notícia, segundo o BCG, é que o consumidor brasileiro está aprendendo novas maneiras de aliviar a ansiedade sobre o futuro e balancear o orçamento. As famílias planejam passar mais tempo em casa, por exemplo, e aguçam o faro por ofertas de valor, para mudar os canais de compra e redescobrir o conceito de frugalidade. Neste momento, ganham as categorias associadas ao cuidado com a saúde e ao bem-estar da família, além das pequenas autoindulgências. Em contrapartida, perdem as categorias de maior dispêndio e que podem ser adiadas.

Cunha ressalta que as famílias brasileiras que melhoraram os rendimentos nos últimos cinco anos (vide o aumento da classe C) não querem perder o status nem a realização conquistados. "Essas famílias não vão mais comprar indiscriminadamente produtos premium ou que ofereçam status. Vão comprar seletivamente, e em poucas categorias", alerta. O relatório do BCG aponta que mais de 90% dos consumidores pretendem reduzir em até 20% os gastos com viagens, decoração, vestuário e linha branca este ano. Por outro lado, categorias como alimentos frescos, lácteos, café e até pequenas concessões como chocolate devem ter suas vendas estáveis ou registrar aumentos tímidos em relação ao ano passado.

Conquistando o consumidor na crise

Apesar de os brasileiros estarem ansiosos com o futuro, ainda são relativamente otimistas sobre a recuperação econômica. Somente 37% dos brasileiros acreditam que a situação ficará pior este ano, ante 56% dos americanos, 60% dos europeus e 50% dos mexicanos. Para as empresas, é crítico entender como ajustar sua estratégia de atuação no mercado para conquistar esse consumidor receoso. "As empresas devem avaliar como aumentar o valor percebido daquilo que oferecem e rebalancear os investimentos entre categorias e canais de vendas, a fim de atender um consumidor mais seletivo e atento a promoções, e também se lembrar de que o conforto pode vir de pequenas concessões", diz Olavo Cunha.

A capacidade de entender o que muda no comportamento do consumidor, a rapidez de adaptação e os cuidados com o atendimento são cruciais. Vendas com maior interface humana, como o modelo porta-a-porta, ganham maior importância em um momento no qual o consumidor está inseguro e busca mais informações para suas decisões de compras.

Segundo o BCG, as mudanças no consumo variam conforme a categoria de produto e o tipo de consumidor e criam boas oportunidades para as empresas. Cuidados com saúde, aparência e bem-estar continuam sendo um poderoso motor para o consumo e o trading up. Ou seja, existe a intenção de pagar preços mais elevados por produtos e serviços em algumas categorias, desde que ofereçam benefícios técnicos, funcionais e emocionais mais relevantes.

Sobre a pesquisaConduzida pela primeira vez no Brasil, em março, a pesquisa sobre o impacto da crise no comportamento de compra do consumidor entrevistou 825 famílias em São Paulo, Porto Alegre e Recife e avaliou seus sentimentos e planos de consumo para o curto e longo prazos. Globalmente, o estudo foi conduzido em 13 países e realizou 21.800 entrevistas. Os consumidores foram questionados sobre um total de 19 grupos de produtos, que cobrem mais de 150 categorias.

Fonte: Da Redação - site http://www.empreendedor.com.br/