segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Carros voltam a ter financiamentos em 80 meses

Longos financiamentos voltam a ser ofertados no mercado. Entre as opções estão os prazos de 120 dias para pagar a primeira parcela e quase sete anos para quitar a dívida

As facilidades para comprar o carro novo estão de volta ao mercado. As concessionárias oferecem financiamentos de até 80 meses, com a primeira parcela para o carnaval de 2010. Mas se as condições parecem tentadoras, especialistas apontam que o cliente deve planejar o orçamento antes desse tipo de compra.

Há 20 dias o diretor da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e da Fortal Automóveis, Raimundo Brasileiro, oferta veículos novos da Ford com financiamento em até 80 meses, sendo a primeira parcela para 120 dias. Quem optar por esse financiamento hoje quitará o veículo depois de assistir à Copa do Mundo de Futebol no Brasil e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. De acordo com Brasileiro, os longos financiamentos voltaram a aquecer o mercado.

Para o presidente do Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Ceará (Sindivel), Everton Fernandes, os prazos dos financiamentos estavam reduzidos por conta da queda de oferta de crédito, devido aos temores de reflexos da crise econômica. Fernandes acredita que os indicadores econômicos deste ano apontam para um futuro mais claro, que permitem planejamentos a longo prazo.

Mas o presidente do Sindivel alerta os clientes que planejam esse tipo de compra. "O valor da parcela não deve ultrapassar 30% do orçamento e o financiamento não deve ter um prazo maior que o tempo estimado para o uso do veículo. Sendo assim, se a ideia é manter um carro por três anos, o valor total deve ser pago em 36 meses", explica. "Se preciso, é melhor adquirir um carro usado", completa.

Fernandes lembra ainda dos custos com manutenção, que aumentam conforme o tempo de uso do carro e ainda os gastos, além da parcela do financiamento. ``O consumidor deve calcular as despesas com IPVA, renovação do seguro, trocas de pneu etc. Estes gastos também tem que entrar no planejamento antes de fechar negócio``, aconselha, ressaltando que o grande número de parcelas somado aos custos extras ode gerar inadimplência.

Mas para o diretor da Fenabrave, Raimundo Brasileiro, as vendas estão com boa aceitação e ``historicamente, não tem muita inadimplência. A classe média baixa paga bem``. Ainda assim Everton Fernandes orienta aos consumidores que não conseguirem cumprir com o pagamento que negocie com a empresa, podendo inclusive devolver o carro para amenizar a dívida.


PALAVRA

- O valor da parcela não deve ser maior que 30% do orçamento.
- Faça uma projeção de renda para os próximos meses ou anos.
- Quanto maior o período de uso do carro, mais gastos com manutenção. Considere as despesas no cálculo da parcela.
- O veículo gera custos com gasolina, IPVA, renovação de seguro, revisão, troca de pneus etc.
- Tenha garantia de que pode pagar pelo menos seis parcelas caso perca o emprego.
- Economize em outras despesas cotidianas.

Fonte: Caderno Negócios Jornal O Povo

domingo, 29 de novembro de 2009

As 10 armadilhas da gestão da inovação

É preciso gerenciar o processo de inovação para que a intenção de inovar não morra no discurso das lideranças

Por Maximiliano Carlomagno e Felipe Ost Scherer


A inovação ganhou destaque nos meios de comunicação e nos escritórios de empresários, políticos e acadêmicos como a alternativa para superar o concorrente, atender os desejos atuais e futuros dos clientes e garantir a sustentabilidade de empresas públicas e privadas.

É preciso gerenciar o processo de inovação para que a intenção de inovar não morra no discurso das lideranças. Motivados pelo charme e novidade do tema, diversos gestores têm implantado iniciativas de inovação em suas empresas. Mas cuidado! O caminho da gestão da inovação é cheio de armadilhas. Abaixo elencamos as 10 armadilhas mais comuns da Gestão da Inovação e como evitá-las:

1 - Implantar o canal de idéias e achar que estabeleceu um processo de inovação na empresa - Com a grande facilidade de utilização da intranet e internet nas empresas, muitas iniciam os programas de inovação abrindo um canal para colocação de idéias de maneira eletrônica. Passado pouco tempo, percebem que poucas idéias são adicionadas e aquelas cadastradas têm baixo potencial inovador, muitas vezes servindo de canal de reclamações de questões relativas à chefia ou à remuneração. A solução para esse erro é estabelecer um contexto fértil à inovação, que contemple práticas para as 8 dimensões que compõem o octógono da inovação: estratégia, cultura, liderança, pessoas, relacionamentos, funding, estrutura e processo.

2 - Deixar a criatividade fluir livremente - Não! Direcione, delibere os caminhos, estabeleça uma estratégia de inovação. Alguns especialistas acreditam que a criatividade e o caos são inseparáveis. No entanto, a experiência tem nos mostrado que criar direcionadores para que as pessoas na organização utilizem sua criatividade é o melhor caminho. Para isso, a empresa deve definir sua Estratégia de Inovação, estabelecendo tipos e temáticas de inovação desejadas, e comunicar aos colaboradores, criando um catalisador da criatividade e um guia para a busca de novas idéias.

3 – Pedir os números de mercado muito cedo - Esse é um erro comum das empresas que “não querem” errar! Pedir números como tamanho de mercado, fluxo de caixa descontado, taxa de retorno do investimento de uma ideia muito cedo. Essa exigência de informação antes do necessário faz com que somente as melhorias sejam aproveitadas. Projetos de maior grau de novidade e incerteza tendem a ser barrados já que muitas vezes nem a própria idéia está consolidada ou conceituada de maneira a fazer esse tipo de projeção. O resultado é o desenvolvimento de projetos com menor grau de incerteza e conseqüentemente menor potencial de geração de resultado para a empresa. A lógica é simples, e a solução também! No início deve-se trabalhar no “enriquecimento” da idéia a partir de informações qualitativas, do entendimento do benefício que a nova idéia apresenta e das alternativas concorrentes. Num segundo momento será possível realizar projeções à medida que as incertezas sobre a idéia vão sendo reduzidas.

4 – Deixar o “pai ou a mãe” da ideia fazer a gestão do projeto do começo ao fim - Para muitas pessoas, uma boa ideia é como um filho, e como todo pai ou mãe, ninguém melhor que eles mesmos para cuidar da criança. No entanto, em termos de gestão da inovação, em determinadas situações o autor de uma ideia de potencial inovador, não necessariamente é a pessoa mais adequada para fazer a mesma acontecer. Algumas pessoas podem ser muito criativas, mas pouco efetivas na condução de um projeto. Profissionais com alto conhecimento técnico carecem de visão de mercado. A solução é realizar a “polinização cruzada”, fazendo com que diferentes pessoas de dentro e até mesmo fora da empresa possam contribuir na transformação de idéias em inovações.

5 – Medir os resultados da inovação pelo ganho financeiro ou número de produtos/serviços desenvolvidos - Sem dúvida, esses são indicadores importantes para gestão da inovação na empresa, porém não devem ser os únicos. O ideal é montar um Innovation Scorecard (ISC) que, como o BSC, permite que sejam monitoradas as 4 dimensões fundamentais para a gestão da inovação: contexto para inovação, processo de inovação, tipos de inovação e também os resultados da inovação.

6 – Pedir que cada pessoa dedique um pouco do seu tempo à inovação - É a mesma coisa que pedir que ninguém se dedique de forma efetiva ao tema. Todos podem participar do processo de inovação em uma organização, porém a experiência tem mostrado que sem uma coordenação definida do processo, pouca atenção será dada à inovação. O envolvimento com a operação tende a censurar as demandas de inovação. A intenção não é excluir ninguém do processo, mas criar uma estrutura, de acordo com cada empresa, para ser responsável pela gestão do programa de inovação.

7 – Estabelecer uma verba do orçamento para inovação - A intenção é boa, mas isso não é suficiente. Sem dinheiro não ocorre inovação. No entanto, o risco desse modelo é que na busca por recursos, projetos que estejam mais longe do “core business” serão sempre preteridos em nome daqueles mais próximos daquilo que a empresa faz atualmente, já que estão “alinhados” com o negócio. A chave do sucesso para balancear as iniciativas é dividir a verba conforme os tipos e as temáticas de inovação ou mesmo um percentual para negócios fora do core business, se a empresa assim desejar.

8 – Utilizar os experimentos para acertar e verificar se iremos ganhar dinheiro com o projeto - Percebemos que as empresas realizam os projetos- pilotos com o enfoque inadequado. Se não ganham dinheiro nessa fase, entendem que é hora de cancelar o projeto. Experimentos são feitos para aprender de forma estruturada e reduzir as incertezas existentes na nova ideia. Se o projeto for realmente algo de potencial inovador, é provável que ao longo do desenvolvimento várias perguntas ainda estejam sem resposta, e o experimento é a oportunidade para tentar responder algumas delas.

9 – Trabalhar na perspectiva de quanto mais projetos melhor – Muitas empresas têm dificuldade de suspender projetos e produtos que se mostram ineficientes. Fazer a gestão do portfólio de inovação é mais do que acompanhar o número de projetos; é atuar de forma a balancear o portfólio, criando uma perspectiva de gestão de diferentes níveis de risco, investimento e prazo para poder tomar as decisões de alocação de recursos necessários.

10 – Acreditar que todas as ideias estão dentro da empresa – Ainda que os colaboradores sejam uma das principais fontes de ideias, é preciso adotar a mentalidade de “open innovation” e aproveitar o relacionamento com clientes, fornecedores, parceiros, institutos de pesquisa e, em determinados casos, até concorrentes para geração, refinamento e implementação de idéias de potencial inovador.

A inovação é uma das 3 prioridades para 80% dos executivos, segundo pesquisa recente sobre o tema. O resultado das iniciativas, no entanto, tem sido desanimador. Em torno de 60% acreditam que poderiam estar obtendo maiores e melhores resultados. Contornar estas armadilhas pode ser o começo da melhoria da produtividade da inovação na empresa.

Felipe Ost Scherer é Diretor da Innoscience, mestre em administração e professor da ESPM-RS. Maximiliano Carlomagno é Diretor da Innoscience, mestre em administração e professor de graduação e MBA do IBGEN. Ambos são autores do livro Gestão da Inovação na Prática, publicado pela Editora Atlas (www.inovacaonapratica.com.br).

sábado, 28 de novembro de 2009

Elas querem muito mais

Um estudo ouviu 12 mil mulheres nos cinco continentes (entre elas, as brasileiras) para descobrir como vivem, pensam e o que querem. Bons negócios à vista? Cerca de US$ 28 trilhões...


Por Karla Spotorno


Há muito se sabe que as mulheres são as principais decisoras nas escolhas de produtos e marcas domésticas. Um inédito levantamento mundial, que traçou um perfil do gênero em 22 países, agora contabiliza: seu poder de consumo vai aumentar em US$ 8 trilhões nos próximos cinco anos e saltar para US$ 28 trilhões. “A economia feminina terá impacto ainda maior do que o PIB conjunto dos países do Bric”, avalia Michael Silverstein, consultor sênior do Boston Consulting Group (BCG) e coordenador do estudo, ao fazer referência ao bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia e China. Por trás dessas cifras siderais há, entre outras, a previsão de que a força de trabalho feminina crescerá 20% até 2014. Pelo estudo, é possível estabelecer contrastes que emergem do retrato das brasileiras revelado pela pesquisa:

De cada 100 entrevistadas, 91 dizem que ganharão mais dinheiro em cinco anos, ante 71 da média internacional. Educação é a chave para alcançar o sucesso, segundo 87% das brasileiras – índice igualmente superior ao da média mundial (64%).

“As principais diferenças da brasileira de hoje em relação à de três ou quatro décadas atrás são a postura de vencedora e o consequente reforço da autoestima”, afirma a socióloga Clarice Herzog, que desde os anos 70 pesquisa o consumo e o comportamento feminino. “Hoje elas estudam, trabalham e cuidam da família.” As estatísticas oficiais confirmam a dramática transformação: elas formam 43% da população economicamente ativa (gente que está ocupada ou buscando emprego), já são maioria nas universidades (57%) e chefiam 35% das famílias, ou 21,3 milhões de lares, um crescimento de quase 9% em apenas um ano, de acordo com o IBGE.

>>> O preço do avanço é o estresse, como declara mais da metade das brasileiras entrevistadas, em proporção superior à média internacional (49%). “Existe aqui um ponto positivo. No passado isso vinha como lamentação. Hoje é diferente: elas não abrem mão de suas conquistas e seguem com suas multifunções”, diz Clarice.

Para Cecília Russo, sócia-diretora da Troiano Consultoria de Marca e autora de Vida de Equilibrista, a solução virá da maior flexibilidade do mercado de trabalho e da busca de equilíbrio na divisão das tarefas domésticas para amenizar a dupla jornada. Segundo o levantamento, 70% delas ainda continuam a cargo das mulheres ou de suas auxiliares. Tome como exemplo a executiva paulistana Daniela Costa, 31 anos, diretora da CA, do setor de TI, e mãe de trigêmeos de 1 ano. Ausente de casa por 11 horas diárias, ela aplica práticas de gestão empresarial na vida doméstica. Seu time reúne três babás e uma empregada, pouco menos da metade da equipe que coordena na CA. Foram recrutadas entre mais de 50 candidatas. Nas entrevistas, aplicou técnicas de seleção que usa quando tem de contratar alguém para a empresa. “Isso é importante, porque a gente percebe as contradições no discurso dos candidatos”, afirma.

Daniela criou uma espécie de manual de procedimentos e um plano de incentivos. Bem objetiva, a “Cartilha da Dani” estabelece os horários das refeições, do banho e da hora de dormir, além de tarefas rotineiras, como limpeza do uniforme, organização da casa, dos brinquedos, do quarto e das roupas das crianças. “A regra é clara para todas”, diz. Quem supera os resultados, pode receber um bônus em dinheiro ou até um aumento. “Vale a pena pagar mais se a funcionária vai além das expectativas. Sou perfeccionista. Não admito estar no trabalho pensando ou fazendo outras coisas. E não sou do tipo de mãe que liga a cada cinco minutos para saber o que o filho comeu.” Daniela ainda conta com uma grande ajuda do marido, Fábio Costa, gerente financeiro de um laboratório farmacêutico e, também em casa, encarregado do orçamento e das compras de supermercado.


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

BID aprova linha de crédito de US$ 3 bi para pequena empresa

Recursos vão financiar investimento de pequenas e médias empresas.
Empréstimos terão prazo de 20 anos e carência de 4 anos, diz banco.


O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aprovou nesta quinta-feira (19) uma linha de crédito de US$ 3 bilhões voltada ao financiamento das micro, pequenas e médias empresas brasileiras.

A assistência do BID incluirá fundos de contrapartida do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Brasileiro), também no valor de US$ 3 bilhões.

Segundo o BID, a meta é assegurar um fluxo estável de recursos de médio e longo prazo para financiar projetos de investimento de micro, pequenas e médias empresas, responsáveis pela geração de dois de cada três empregos no país.

"Os fundos proporcionarão liquidez para que as instituições financeiras ofereçam crédito para essas empresas expandirem, modernizarem e diversificarem sua produção", disse o banco em comunicado.

A liberação da primeira de uma série de três parcelas dessa linha, no valor de US$ 1 bilhão, foi aprovada pela diretoria executiva da instituição nesta quinta. Os empréstimos terão prazo de pagamento de 20 anos e carência de quatro anos.

Microempresas, microempresários e indivíduos poderão receber até US$ 200 mil de financiamento do programa. Pequenas e médias empresas poderão obter, respectivamente, até US$ 850 mil e US$ 3 milhões. O programa do BID dá continuidade a uma linha de crédito similar aprovada em 2004 pela instituição.

Do G1, com informações da Agência Estado

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mais de 80 mil microempreendedores se formalizaram, diz governo

Programa está disponível para DF, SP, MG, RJ, RS, PR, SC, ES e CE.
Expectativa é de formalizar um milhão de trabalhadores até julho de 2010
.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou nesta sexta-feira (20) que o programa do microempreendedor individual já foi responsável pela formalização de mais de 80 mil trabalhadores desde que foi autorizado, em 1º de julho para o Distrito Federal e desde 24 de julho para os empreendedores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Posteriormente, foram incluídos também os estados do Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O governo informa que a disponibilização da formalização no Portal do Empreendedor para os outros estados acontecerá somente em janeiro de 2010.

Responsável pelo Portal do Empreendedor, onde ocorre todo o processo de inscrição ao Programa do Empreendedor Individual, o MDIC registrou 2,29 milhões de visitas ao site. A meta é formalizar um milhão de trabalhadores até julho de 2010.

Processo de adesão

O processo de adesão é gratuito e feito pela internet. No site, o empresário individual obterá, no ato da formalização, o seu CNPJ, seu cadastro na Junta Comercial e sua inscrição no INSS. Mensalmente, o microempreendedor pagará menos de R$ 60, sendo a maior parte destinada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A figura do microempreendedor individual foi criada pelo governo para que os trabalhadores se formalizem. É destinado ao microempresário, como doceiros, borracheiros, camelôs, manicures, cabeleireiros e eletricistas. Segundo o governo, há cerca de 11 milhões de trabalhadores na informalidade.

Ao aderirem ao programa, estes trabalhadores poderão contar com a chamada "rede de proteção social", pois sua família poderá contar com pensão por morte e auxílio-reclusão. Ao se formalizar, a trabalhadora passa a ter direito a salário-maternidade (dez contribuições). Os empreendedores também têm direito à aposentadoria por idade (180 contribuições), à aposentadoria por invalidez (12 contribuições) e ao auxílio-doença (12 contribuições).

Para se enquadrar na lei, além do faturamento anual máximo de R$ 36 mil, o empreendedor deve trabalhar sozinho ou com apenas um funcionário, ser optante do Simples Nacional, exercer atividades tipificadas de empreendedor individual e não ser titular, sócio ou administrador de outra empresa.

Os trabalhadores interessados em aderir ao Programa do Empreendedor Individual que não têm computador em casa poderão fazer a opção nas agências do Sebrae, nas empresas contábeis cadastradas no Simples Nacional e nas salas do empreendedor que estão sendo inauguradas pelo Brasil. É recomendável que o pagamento da primeira parcela seja feita somente após a confirmação da formalização pela Junta Comercial, informou o governo.

Problemas

Segundo o MDIC, o portal está disponível, embora apresente "problemas de instabilidade no sistema" em função do "grande volume de acessos simultâneos". Tais problemas podem, de acordo com o governo, ocasionar "dificuldades de concluir o registro em alguns momentos".

O Ministério do Desenvolvimento informou ainda que foi criada uma "sala de comando" do Portal do Empreendedor em 22 de otubro, mantendo num mesmo espaço físico os técnicos de todos os órgãos envolvidos.

Segundo o governo, a "sala de comando" dá "agilidade às soluções dos problemas e ao monitoramento do funcionamento do Portal". "A equipe está trabalhando para ajustar o sistema às necessidades encontradas até o momento, realizar os testes de funcionamento e otimizar sua operacionalização", acrescentou.

Fonte: Do G1, em Brasília

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Da águia à corrida ao pódio

As quatro etapas que o candidato ao posto mais alto da empresa deve transpor para chegar lá

Por Álvaro Oppermann


Tornar-se presidente é a aspiração de uma parcela significativa de executivos e executivas nas empresas. Ocorre que a sucessão corporativa é um assunto quase sempre envolto em brumas. E o que vaza na mídia muitas vezes ganha ares sensacionalistas. Mas um trabalho dos professores José Ramón Pin e Guido Stein, da Iese Business School, na Espanha, tenta desmistificar o processo – a exemplo de estudos dos especialistas em gestão Marshall Goldsmith e Ram Charan. O trabalho de Pin e Stein identifica as fases mais importantes da trajetória de um executivo e indica o que é importante saber e fazer para obter resultados.

A primeira etapa começa quando o profissional é promovido a um posto executivo. Na comparação de Pin e Stein, esse é o “estágio da águia”, uma analogia com a visão aguçada em todas as direções da ave de rapina. É durante esse período que o profissional deve ocupar estrategicamente uma posição de relevância, no que diz respeito ao futuro econômico da corporação (trocando em miúdos, geração de dinheiro novo e crescimento sustentável). No estágio da águia, quatro capacidades-chave precisam ser desenvolvidas: aprimorar-se em áreas específicas, aprender a delegar funções, discernir entre poder e influência (o profissional terá de influenciar pessoas hierarquicamente superiores) e, por fim – o que é especialmente valioso –, encontrar um mentor no alto escalão.

O segundo estágio, de acordo com o estudo, diz respeito ao desenvolvimento de competências executivas e ganhou a alcunha de “estágio da aranha” – nesse período, o profissional começa a tecer uma rede de relacionamentos internos e externos. Nestes tempos em que a hierarquia das empresas tem forma “achatada” – mais próxima a um disco de pizza do que a uma pirâmide –, saber tecer as redes é fundamental para conseguir se adaptar às mudanças na corporação, desenvolver relacionamento com clientes e atenuar conflitos. As redes de relacionamento poderosas não são construídas de interações casuais, mas sim por meio de atividades como dar palestras em eventos empresariais ou participar de comitês e forças-tarefa dentro da própria empresa.

O terceiro estágio é um prolongamento do anterior e é identificado pelo consultor Ram Charan, em um artigo sobre o mesmo assunto, ao louva-a-deus, o símbolo do equilíbrio. É a fase da consolidação. Nessa etapa, o executivo pula de uma posição de responsabilidade para outra. “O candidato pode começar gerindo um único produto, depois um segmento de consumo, para depois pilotar diversas linhas de produtos, uma unidade de negócios ou uma divisão”, escreve Charan.

Estágio da águia, da aranha e do louva-a-deus. A luta até
o topo se parece um pouco com o kung fu

É nessa fase, alertam Pin e Stein, que o plano do aspirante a CEO pode soçobrar, dependendo de uma série de fatores, da personalidade pessoal do executivo aos resultados profissionais. Para vencer esse período, “é crítico que o candidato mantenha a confiança e o apoio do atual presidente”, diz Goldsmith. Parece óbvio, mas não é. Como exemplo, ele lembra a história de um candidato potencial que teve a infeliz ideia de escrever e-mails jocosos sobre o presidente. Os e-mails acabaram inadvertidamente na caixa de mensagens do CEO, e o fim da história não precisa ser contado.

A quarta e última etapa é, enfim, a da seleção. O processo pode tomar a forma de uma “corrida de cavalos”, na qual vários candidatos disputam o cargo, ou uma “corrida de revezamento”, em que existe apenas um candidato, que é preparado para o cargo e “recebe o bastão”. Nessa etapa, os candidatos são altamente qualificados, e a decisão final depende da opinião de vários grupos – do atual CEO, dos subordinados diretos da presidência, do conselho, dos acionistas e até mesmo dos analistas de mercado e consumidores.

Porém, lembra Goldsmith, nem sempre a escolha do novo CEO segue critérios puramente objetivos. Em 1978, Lee Iacocca, tido pelos observadores de Detroit como o mais bem preparado candidato à presidência da Ford, acabou demitido da empresa sem cerimônia. “Às vezes, você simplesmente não gosta de alguém”, justificou então Henry Ford II. Ou seja, mesmo o sucesso nas etapas anteriores não garante que o sonho se realize.

Marshall Goldsmith – Considerado um dos mais respeitados especialistas em coaching para líderes nos EUA, ele também é autor de vários best-sellers, inclusive no Brasil, como Reinventando o Seu Próprio Sucesso e Coaching: o Exercício da Liderança

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Os principais desafios do empreendedorismo

Inovação, negócios sustentáveis e políticas públicas foram os temas que marcaram o início da Semana Global de Empreendedorismo, que aconteceu até o dia 22 de novembro, e reuniu cerca de 4 milhões de pessoas em todo o país em workshops e outras atividades sobre o tema

"Se Bill Gates estivesse aqui, ele ainda estaria na garagem”. A frase de Fernando Dolabela, consultor e professor da Fundação Dom Cabral, ilustra as dificuldades que os empreendedores brasileiros enfrentam. Entre elas: a carência mais políticas públicas específicas, a capacidade de inovar e a preocupação em criar uma empresa sustentável.

Estes foram alguns dos pontos levantados na abertura da segunda edição da Semana Global do Empreendedorismo, evento que acontece em 90 países durante sete dias para debater o tema.

O professor Fernando Dolabela, da Fundação Dom Cabral, afirmou ainda que a burocracia para abrir ou fechar uma empresa, a falta de investimento em inovação e as altas taxas de impostos fazem com que muitos desistam de seus negócios no meio do camnho. E isso, segundo ele, acaba influenciando outras gerações. “O que vemos na universidade são estudantes querendo prestar concurso público. É preciso gerar condições para que esses jovens desejem ser donos do próprio negócio”, afirma.

Já Paulo Okamotto, presidente do Sebrae Nacional, entidade de apoio às micro e pequenas empresas, é mais otimista. Para ele, o momento é bom para os novos negócios. Isso porque o Brasil está no radar de grandes corporações mundiais, o que pode gerar oportunidades aos empreendedores. “Falávamos que o Brasil era o país do futuro. O futuro já chegou e temos condições para superar as dificuldades”, afirmou Okamotto.

Rodrigo Teles, presidente do Instituto Endeavor, entidade sem fins lucrativos que promove o empreendedorismo, concorda com Okamatto. “O que vemos é que há um crescimento no Brasil de empreendedores por oportunidade e não só por conveniência. Acredito que o fato de o país ter reagido tão bem diante da crise econômica, faz com que a cultura empreendedora ganhe força, mesmo diante dos percalços”.

Teles justifica o crescimento do interesse pelo empreendedorismo com aumento do número de participantes na Semana Global. Na sua primeira edição, em 2008, cerca de 1,4 milhão de pessoas participaram das atividades em todos os estados brasileiros. Para este ano, cerca de 4 milhões são esperadas. “São pessoas que geram ideias e transformam oportunidades em grandes negócios”.

Os dados divulgados em 2008 pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que mede as taxas de empreendedorismo mundial, reforçam a tese de Teles. O Brasil é o terceiro país mais empreendedor entre os integrantes do G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo, com uma pontuação de 12,02% no índice médio de empreendedores, atrás apenas da Argentina (16,5%) e do México (13,1%). De acordo com o ranking, são 3,82 milhões de indivíduos empreendedores no Brasil, com idade entre 18 e 24 anos.

Dessa parcela de brasileiros, 68% empreendem por oportunidade e 32% por necessidade – para cada brasileiro que empreende por necessidade, há dois que o fazem por oportunidade.

Negócios sustentáveis
Os debatedores ressaltaram a importância de criar um negócio sustentável. Segundo especialistas, não se pode abrir empresas e depois não ter como mantê-las. “É preciso pensar na perenidade de seus empreendimentos. E como fazer isso? A melhor maneira é adaptar-se ao cenário econômico,” afirma Ricardo Guimarães, presidente da Thymus Branding, consultoria de identidade de marca. “Sustentabilidade não pode ser uma bandeira de um grupo só e também não é só ligada ao meio ambiente."

Guimarães reforça que para ter um negócio sustentável é importante a colaboração entre os diferentes departamentos. Além disso, é preciso mudar o conceito de empresa. “As pessoas não são uma máquina, o fornecedor não é custo e consumidor é quem opina e pode colaborar com o produto. Isso precisa fazer parte das empresas nos dias de hoje”.

Por Viviane Maia

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sistema tributário não estimula empreendedorismo

Incertezas e mudanças constantes na cobrança de impostos atrapalham a criação de novos negócios

O sistema tributário brasileiro não estimula o empreendedorismo. Essa é a maior crítica feita por empresários e tributaristas no evento “Desafios Para Quem Gera Empregos”, promovido pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), nesta quinta-feira (19/11), que faz parte da Semana Global de Empreendedorismo.

Além de a carga tributária ser muito alta, a burocracia para cumprir todas as obrigações é muito grande e toma muito o tempo dos empresários. Estudo do Banco Mundial aponta isto ao afirmar que no Brasil são necessárias 2600 horas por ano para cumprir todas as normas e regras exigidas pelo sistema tributário, enquanto a média dos países desenvolvidos é de 120 horas. No ranking de facilidade para pagamento de impostos, o Brasil ocupa a 137ª posição entre 181 países.

Para os representantes da indústria, os empreendedores também são prejudicados pela falta de segurança em relação às políticas tributárias. “O ambiente atual no Brasil não facilita o empreendedorismo. O país não oferece ferramentas para que novos negócios prosperem”, afirma Evandro Guimarães, vice-presidente de relações institucionais das Organizações Globo, que participou da abertura do seminário da CNI.

Para Guimarães, a falta de segurança e de clareza em relação às regras impostas pelo governo prejudica o surgimento de novos negócios. Novas regras e diferentes alíquotas são aprovadas todos os dias. Com tantas mudanças, o empresário que abre seu negócio hoje não consegue prever o quanto pagará de impostos no final do ano que vem. “O brasileiro tem um potencial empreendedor, mas as incertezas muitas vezes levam os grandes talentos para a economia informal”, afirma Robson Braga de Andrade, vice-presidente da CNI.

O potencial empreendedor do brasileiro citado por Andrade é o primeiro passo, mas ainda não garante a criação de novos negócios. “Precisamos criar um ambiente capaz de transformar as ideias e as intenções em ações práticas”, diz Juliano Seabra, representante do Instituto Empreender Endeavor. Citando um estudo da OCDE, Seabra afirma que são necessários seis pontos determinantes para que a ação empreendedora dê certo: cultura, educação, inovação, acesso a capital, ambiente regulatório e condição de mercado.

O Brasil ainda não tem todos esses pontos, mas eventos como a Semana Global de Empreendedorismo, diz Seabra, têm o objetivo de estimular mudanças para tornar o país um solo fértil para o crescimento de novos negócios.

Por Silvia Balieiro

domingo, 22 de novembro de 2009

Banco Central vai selecionar 500 para compor quadro de servidores

Os concurseiros tiveram que esperar mais de quatro anos até que o BC abrisse o processo de seleção de novos servidores

O Banco Central lançou os editais para seleção de analistas e técnicos. As inscrições estarão abertas de 26 de novembro a 16 de dezembro. Os concurseiros tiveram que esperar mais de quatro anos até que o BC abrisse o processo de seleção de novos servidores.

Com sérios problemas de pessoal - cerca de 2 mil funcionários vão se aposentar até 2012 -, o órgão tem pressa em realizar a seleção e corre contra o relógio para poder nomear os aprovados até julho, quando a lei eleitoral passa a impedir o procedimento.

As 500 vagas, autorizadas em julho pelo Ministério do Planejamento, serão insuficientes para completar o quadro e o BC pretende chamar 50% mais aprovados, como permite a lei. São 350 vagas para analistas e 150 para técnicos.

Ao contrário do que ocorreu nos demais editais, as vagas não foram distribuídas por região, criando, assim, um banco único de aprovados.
A divisão para cada uma das regionais do banco só será conhecida no edital de convocação para o curso de formação, segunda etapa do
concurso.

A remuneração é um dos grandes atrativos do concurso: os analistas receberão R$ 12.413,65 e os técnicos, R$ 4.896,25. A partir de 1º de julho, esses valores passam para R$ 12.960,77 e R$ 4.917,28, respectivamente, por conta da última parcela do reajuste programado aos servidores federais.

A carreira não exige formação específica para analistas, apenas que seja de nível superior e, para os técnicos, a formação exigida é o ensino fundamental completo.

Analistas têm a função dividida em nas seguintes áreas: informática (50), economia (50), fiscalização (120), administração/comunicação (60), infraestrutura/auditoria (40) e processos (40). Os técnicos terão que escolher entre a área administrativa (75) e de segurança institucional (75).

O economista Charles Dias, 38 anos, esperava ansioso pela realização do concurso do BC. Há dois anos, ele trocou a agitação de São Paulo e 12 anos de atividade na iniciativa privada pela tranquilidade da casa dos pais em Pouso Alegre (MG) para se preparar para concursos públicos.

Na sua visão, houve pequenas mudanças no edital de agora em comparação ao do último concurso, de 2005. Ele acredita que o perfil dos candidatos fará toda a diferença. "As provas tendem a ser mais complicadas. Os concurseiros estão muito mais bem preparados do que há quatro anos. E é isso que fará toda diferença", avaliou.

A inscrição pode ser feita pelo site www.cesgranrio.org.br e custará R$ 50 e R$ 110, dependendo do cargo. As provas serão aplicadas no dia 31 de janeiro - no período matutino para técnicos e no verspertino para analistas - em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre, Belém, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador.

Os aprovados na primeira etapa, passarão por avaliação de títulos e sindicância de vida pregressa antes de serem matriculados
no curso de formação, que terá duração mínima de 120 horas. O resultado das provas será conhecido em abril, no caso dos técnicos, e
em maio, no caso dos analistas.

Fonte: Caderno Negócios Jornal O Povo.

sábado, 21 de novembro de 2009

Uma grande dor de cabeça

No próximo dia 1°, a Lei do SAC completa um ano de vigência. Diversos serviços regulados estão incluídos no decreto. Dentre eles, o prestado pela telefonia fixa e celular, considerado hoje como um dos mais problemáticos

A gerente comercial Mirella Lopes contratou, há dois anos, um plano de telefonia móvel com bônus de 500 minutos para as ligações entre números da mesma operadora ou para telefones fixos. Em dezembro de 2008, ela recebe a fatura mensal um pouco mais cara que o normal. Na correria das festas de fim de ano, a conta foi paga, sem muita atenção.

No mês seguinte, a conta chega R$ 120 mais cara. A solução foi ligar para a Oi, a operadora contratada. ``Passei quase duas horas no telefone``, conta. Quando conseguiu atendimento, a resposta dada foi de que passado um ano de contrato, a promoção havia expirado. ``Mas ninguém me avisou isso quando fiz o contrato``, destaca.

A demora no atendimento das operadoras de telefonia móvel é um dos mais notáveis problemas quando o assunto é o decreto 6.523/08 que regula a lei 8.078/90. O decreto, conhecido como Lei do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), entrou em vigor em 1° de dezembro de 2008 e refere-se também ao atendimento de outros serviços, como cartões de crédito e transportes aéreos. Mas, na prática, seu cumprimento ainda deixa falhas.

O presidente da Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente (Abrarec), Ricardo Meir, aponta que ``qualquer empresa com um pouquinho de noção de cidadania, não pode deixar de ter um centro para falar com seu cliente. Não é só deixar um -fale conosco-, é você ter pessoas preparadas para dialogar. Nesse ponto, as empresas não estão preparadas``. Meir diz ainda que as teles falham na forma de tentar minimizar os problemas. A percepção coletiva é de que elas não se incomodam com o cliente``, destaca Meir. Mirella concorda. Sobre seu caso, reclama: ``Me senti enganada``.

Segundo o secretário-executivo do Procon Ceará, João Gualberto Soares, estão sendo feitas autuações e aplicadas multas às empresas. ``Essas multas de atendimento de telefonia e banco têm que ser altas, porque eles ganham muito dinheiro``, aponta.

A Oi, via assessoria de imprensa, afirmou que o caso de Mirella foi resolvido em fevereiro de 2009 e que a cliente continua na base de telefonia móvel da empresa. Por nota, disse ainda ter ``como princípio o comprometimento em fazer grandes investimentos para levar, com qualidade, cada vez mais serviços``. (Camille Soares)

ONDE RECLAMAR

>Se seu problema for demora no atendimento pelas operadoras de telefonia ou de TV por assinatura, acesse o site www.anatel.gov.br e deixe sua reclamação na seção ``fale conosco`` ou entre em contato com a agência através da Central de Relacionamento 133. Se a demora for com os planos de saúde, o endereço é www.ans.gov.br e o telefone 0800.701 9656. No site do Ministério da Justiça (www.mj.gov.br), há uma seção específica para que o consumidor reclame o atendimento do SAC.

Fonte: Caderno Negócios Jornal O Povo

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Brasileiros estão preocupados com as mudanças do clima

Os brasileiros estão preocupados com o aumento da temperatura do planeta e consideram o aquecimento global um problema grave. A conclusão é da pesquisa CNI-Ibope, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante a inauguração do escritório da entidade em São Paulo. Conforme o levantamento, 92% dos entrevistados têm a consciência de que a temperatura está aumentando e 90% acham que a questão é muito grave ou grave.

A pesquisa revela que apenas 16% dos brasileiros não têm qualquer preocupação com o meio ambiente. A maior preocupação é com o desmatamento, que foi mencionado por 50% dos entrevistados. Em seguida vem a poluição da água, a poluição do ar, o tratamento e o acúmulo de lixo e a mudança do clima.

Os dados mostram que a consciência da população em relação ao desmatamento aumentou comparativamente à pesquisa anterior feita em 2007. Há dois anos, o número de entrevistados que citavam o desmatamento como o fator de maior preocupação ambiental era de 42%.

Na avaliação de 47% dos brasileiros, todos os países devem contribuir com o combate ao aquecimento global. Mas os países ricos devem ter uma participação maior no esforço pela redução das emissões dos gases que produzem o efeito estufa. A pesquisa CNI/Ibope sobre meio ambiente foi feita entre 11 e 14 de setembro deste ano, com 2.002 pessoas com mais de 16 anos de idade, residentes em 142 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.

Por: AMORAES

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ensinamentos imutáveis nas práticas gerenciais

É fácil constatar que os conceitos da gestão empresarial moderna, lançados por Peter Drucker, permanecem quase imutáveis no dia a dia de muitas empresas.

Por seu esforço de transformar o conhecimento em teorias de administração, Peter Drucker ficou conhecido, entre outras alcunhas, como o “pai do management moderno”. Muitas de suas orientações em termos de práticas gerenciais permanecem atualíssimas, norteando a administração de diversas companhias.

Vamos abordar alguns importantes tópicos:

1) Iniciando um trabalho

Para iniciar qualquer trabalho ou projeto em uma empresa, é necessário que o gerente:
• Pergunte “O que precisa ser feito?”
• Pergunte “O que é bom para a empresa?”
• Crie um plano de ação.
• Assuma a responsabilidade pelas decisões.
• Assuma a responsabilidade pela comunicação.
• Foque oportunidades em vez de problemas.
• Faça reuniões produtivas.• Pense e diga “nós” em vez de “eu”.

É o que Drucker chama de “as oito práticas do executivo eficaz.”

2) No dia a dia

• Abandone as coisas que não funcionam mais, as que nunca funcionaram e as que sobreviveram após o esgotamento de sua vida útil e de sua capacidade de contribuição. Ou seja, deve ser abandonado tudo aquilo que estiver desgastado, obsoleto e improdutivo;

• Concentre-se nas coisas que funcionam, nas que produzem resultados e nas que melhoram a capacidade de funcionamento da organização;

• Aplique seus esforços no menor número possível de produtos, serviços, clientes, mercados, canais de distribuição, usos finais e assim por diante, para que possam produzir a maior receita possível;

• Considere que, hoje em dia, as empresas produzem conhecimento e informação, e não simplesmente mercadorias ou serviços. Vivemos em um tempo em que o conhecimento é o fator de maior importância, mais do que produtos, serviços e processos;

• Analise os “semissucessos” e os “semifracassos;

• Foque o mercado (o produto ou serviço é definido pelo cliente e não pelo produtor);• Faça uma previsão financeira adequada;

• Tenha uma administração profissional, com conselho diretor formal, que forneça ao dono recomendações e pareceres de que necessita, bem como questionamentos;

• Não administre apenas pelo curto prazo (uma grande tentação para muitos administradores). É importante buscar o equilíbrio entre o curto, o médio e o longo prazos;

• Olhe sempre para o futuro. Embora ainda indeterminado, ele pode ser moldado por ações intencionais. E a única coisa que pode efetivamente motivar essas ações é uma ideia – de uma economia diferente, um processo diferente ou um mercado diferente, explorado por uma empresa diferente. Fazer o futuro requer coragem. Requer trabalho, mas também requer fé.

3) A tomada de decisão

Tomar decisões constitui um ponto crítico em qualquer administração.

Confira algumas valiosas dicas de Peter Drucker:

- Classifique o problema. Ele é genérico? É excepcional e único? Ou é a primeira manifestação de uma nova espécie, para a qual ainda é preciso desenvolver uma regra?

- Defina o problema: com o que estamos lidando?

- Especifique a resposta para o problema. Quais são as "condições limitadoras"?

- Decida o que é "correto", ao invés do que é aceitável, para satisfazer as condições limitadoras. O que irá satisfazer plenamente as especificações antes que se dê atenção a compromissos, adaptações e concessões necessários para tornar a decisão aceitável?

- Insira na decisão a ação para executá-la. Qual deve ser o compromisso com a ação? Quem deve saber a respeito dela?

- Teste a validade e a eficácia da decisão em relação ao curso real das coisas. Como está sendo executada a decisão? As suposições sobre as quais ela se baseou são apropriadas ou obsoletas?

4) Recursos Humanos

De acordo com as ideias de Peter Drucker, nenhuma estratégia de sucesso é possível sem as pessoas. Para ele, a chave para a grandeza está em buscar o potencial das pessoas e dedicar tempo ao seu desenvolvimento.

O trabalhador tem de ser valorizado pelo seu conhecimento individual, não por atender a necessidades padronizadas. É importante, também, tomar sempre boas decisões sobre pessoas, porque elas determinam a capacidade de desempenho da organização.

Por exemplo: não entregue atribuições novas e grandes a pessoas com pouca experiência, pois isso só aumenta os riscos. Dê atribuições deste tipo a alguém cujo comportamento e cujos hábitos sejam seus conhecidos e que tenha conquistado confiança e credibilidade dentro da organização.

Com relação a um recém-chegado de alto nível, coloque-o inicialmente numa posição já estabelecida, na qual as expectativas são conhecidas e o auxílio disponível.

5) Inovação

Para Drucker, os verdadeiros empreendedores são aqueles que aprendem a praticar a inovação sistemática, que consiste na busca deliberada e organizada de mudanças e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica ou social.

Assim, a inovação é o meio pelo qual os empreendedores exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou um serviço diferente.

Mesmo assim, inovadores de sucesso são conservadores. “Eles não se concentram nos riscos, e sim nas oportunidades”, sintetiza Drucker. Analisam sistematicamente as fontes de oportunidades inovadoras e decidem, entre todas, quais serão exploradas. É natural, assim, que escolham as de menor risco ou as de risco bem definido.

“Existem dois tipos de riscos: Aqueles que não podemos nos dar ao luxo de correr e aqueles que não podemos nos dar ao luxo de não correr.” (Peter Drucker)

Para estimular a inovação, Peter Drucker apresenta algumas sugestões de práticas administrativas:

- Reserve, nas reuniões e relatórios, espaço para o sucesso inesperado. É importante dar atenção, discutir e buscar as soluções dos problemas. Mas, se eles forem as únicas coisas a serem discutidas, as oportunidades morrerão por negligência;

- Incentive as pessoas e unidades que fazem o melhor de forma diferente, e compartilhe experiências;- Avalie sempre quais iniciativas devem receber mais apoio, quais abriram novas oportunidades e o que fazer com as que não trouxeram bons resultados;

- Em termos de estrutura organizacional, separe o novo do já estabelecido;

- Mude o esquema de remuneração e incentivos. As pessoas não devem ser recompensadas pelo fracasso, mas certamente não podem ser punidas por tentar acertar;

- Não use apenas as informações internas.

HSM Online

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Por que, onde e como INOVAR?

Com estratégias idênticas, empresas optam por melhorar sua eficácia operacional, suportando estratégia fraca. Isso não garante desempenho superior.

O ambiente empresarial no cenário atual é complexo, competitivo e incerto. Mudanças de ordem macro-econômica, regulatória, competitiva e mercadológica criam continuamente uma nova realidade. O pós-crise ressalta fenômenos como a formação de novos mercados, surgimento de novos concorrentes e convergência entre setores. Também merecem destaque a instabilidade política no Oriente, as pandemias, os avanços com a Internet e a consolidação da consciência ambiental.

O impacto decorrente do relacionamento desses fatores é amplificado, já que as empresas operam em um mundo em rede, onde a intensidade extrema de conexões entre os diversos agentes afeta sensivelmente a estabilidade do ambiente.

Esse cenário hipercompetitivo pode ser ilustrado com a análise de uma breve evolução do tempo de permanência das empresas no índice Standard & Poor’s (S&P) das maiores empresas dos Estados Unidos. Criado em 1920 – o índice S&P – ainda em sua formação
original com apenas 90 empresas, apresentava 65 anos de tempo médio de permanência das organizações que o compunham. Já em 1998, a média de permanência no expandido S&P 500 havia caído para 10 anos. Se a história for um guia, nos próximos 25 anos, somente um terço, das atuais 500 empresas, fará parte do índice.

Torna-se cada vez mais difícil gerar e sustentar vantagem perante os concorrentes em intervalos maiores do que cinco anos, conforme pesquisa recente sobre o tema. Não gerando e mantendo vantagens fica impossível obter desempenho superior.

A competição moderna
Deixemos de pensar nos fenômenos que tornam o ambiente hipercompetitivo e passemos a olhar dentro da competição. Ficaram para trás os anos em que “fazer bem feito” era garantia de resultado. Nas décadas de 80/90, com o advento da gestão da qualidade as empresas atingiram um novo patamar de eficácia operacional. As diferentes e importantes técnicas como benchmarking, six-sigma e qualidade total colaboraram para a transformação da produção artesanal na operação global supereficiente.

Entretanto, analisando as estratégias das empresas, é possível perceber como decorrência um processo de convergência estratégica em diferentes setores. Define-se um suposto “modelo ideal” e todos tendem a adotar tal estratégia. O instituto Gallup confirmou isso ao perguntar para mais de 500 CEO’s se as estratégias de seus principais concorrentes tornaram-se “mais semelhantes” ou “mais diferentes” das suas. A grande maioria respondeu que as estratégias de seus concorrentes estavam cada vez “mais semelhantes”.

Atuando com estratégias idênticas, as empresas optam apenas por melhorar sua eficácia operacional, muitas vezes, suportando uma estratégia fraca, o que não é suficiente para obter e sustentar desempenho superior.

Quando a eficiência operacional substitui a estratégia, o resultado é um jogo de soma zero, com as pressões sobre o custo comprometendo as margens e o investimento em longo prazo. A mudança dessa mentalidade de gestão passa por menos imitação da concorrência e atenção no uso do benchmarking. Uma orientação excessivamente concorrencial e a substituição da estratégia pela adoção das melhores práticas podem fomentar um modelo de gestão reativo, incremental e pouco inovador.

O que não é inovação
Nos últimos anos, o tema inovação ganhou a capa das principais revistas de negócios, virou tema central de congressos e tornou-se pauta em conversas entre executivos de alta gestão. Para 83% dos CEO’s que responderam pesquisa recente, a inovação é uma das 3 prioridades para a empresa. No entanto, tão grande quanto sua repercussão têm sido os mal-entendidos a respeito do que realmente é inovação, como colocá-la em prática e como obter resultados de sua aplicação. Para facilitar o entendimento do que é inovação, vamos falar do que não é inovação.

Inovação não é melhoria do existente
Muitas empresas percebem como incompatíveis ou iguais as melhorias e as inovações. Nem uma coisa nem outra. Pode haver integração entre os dois movimentos, mas gerenciar os dois
com a mesma mentalidade, ferramentas e práticas pode ser tão danoso quanto percebê-las como antagônicas.

Inovação não é adequação àquilo que todo mercado tem ou utiliza e sua empresa ainda não tem.
Pensar que a própria empresa é o elemento de comparação para definir se algo é ou não inovador é um erro. Algumas publicações especializadas classificam como inovação tudo aquilo que uma empresa introduz, independentemente de existir no mercado.

Inovação não é criatividade
Não se pode classificar tudo que é novo, inédito, original como inovador. Alguns produtos são classificados como inovadores antes mesmo de seu lançamento. Fazer algo diferente e criativo não é suficiente para considerarmos algo como inovação. É preciso que haja resultado, reduções significativas de custos, altos ganhos de eficiência, criação de novos mercados, elaboração de novo método de produção, aumento de receita

Inovação não é apenas um novo produto
Existe uma tendência a identificar e promover apenas inovações de produto. A empresa pode influenciar seus resultados com 12 tipos de inovações de diferentes intensidades que aproveitem suas competências, estratégia e postura dos concorrentes. A maioria das definições acerca dos tipos de inovações limita a inovação a empresas industriais ou de alta tecnologia. Os erros de aplicação limitam os resultados com a gestão da inovação nas empresas.

Ponto de vista sobre inovação
Os executivos precisam de um modelo estratégico, integrado e gerenciável para abordar com eficácia a inovação nas empresas. Inovação não é algo simplesmente novo. É algo novo que traz resultados para a empresa. O mundo está cheio de inventores que nunca obtiveram sucesso com suas idéias “brilhantes”. É preciso separar inovação de invenção mas também de melhoria. A melhoria refere-se a pequenos ajustes necessários para a continuidade e o aperfeiçoamento das atividades do negócio. A inovação é a transformação de novas idéias em resultado.

A inovação não deve ser vista simplesmente como o desenvolvimento de um novo produto, podendo emergir como novos modelos de negócio, novos mercados, serviços, plataformas tecnológicas e criação de canais de distribuição alternativos. Cada empresa tem um perfil de inovação próprio que deve ser gerenciado a fim de priorizar os tipos de inovações mais adequados à sua realidade e estratégia.

Para que uma empresa cresça e reforce sua posição competitiva, a inovação deve ser um processo continuado e não episódico! Inovar significa buscar incessantemente o crescimento e a liderança. Envolve criatividade, transpiração, persistência e risco.

A criatividade é apenas uma parte da inovação. Ela passa pela definição de estratégias, avaliação de idéias, experimentação, gestão de projetos e monitoramento de resultados. Por isso, a indução da inovação deve ser feita por ferramentas e métodos específicos para tal realidade que considerem o nível de incerteza e risco de projetos de inovação.

Esperar um “espasmo criativo” para que uma nova idéia seja gerada e dê frutos não é a melhor forma de gerenciar a inovação. Assim como outros conceitos já consolidados no meio empresarial – como a gestão da qualidade, planejamento estratégico, gestão de recursos humanos e tantos outros - a inovação deve ser um processo gerenciado que objetiva reduzir a variabilidade do processo.

Fazendo a inovação funcionar
A inovação é um fenômeno organizacional. A melhoria dos resultados da gestão da inovação passa pelo domínio das oito dimensões apresentadas no Octógono da Inovação. A ferramenta aborda desde o alinhamento estratégico da inovação, passa pelos aspectos de estrutura organizacional, funding, liderança, incentivos, open innovation e cultura.

Estratégia de Inovação
– Como a empresa articula o direcionamento das iniciativas de inovação? Quais os tipos de inovação prioritários?

Liderança para Inovação
– O quão claro é o entendimento das lideranças quanto à necessidade e relevância da inovação? De que forma as lideranças apóiam o ambiente de inovação?

Estrutura para Inovação
– Onde está localizada a atividade de inovação e como ela é organizada?

Pessoas para Inovação
– Como é o apoio à inovação, seus incentivos e reconhecimentos?

Processo de Inovação
– Como as oportunidades de inovação são geradas, desenvolvidas e avaliadas?

Funding para Inovação
– Como as iniciativas de inovação são financiadas?

Cultura de Inovação
– O que a alta gestão diz e faz para criar um ambiente que estimule a inovação?

Relacionamentos para Inovação
- De que forma a organização utiliza parceiros, clientes e concorrentes na geração e refinamento de ideias?

Por: Maximiliano Carlomagno (Diretor da Innoscience, mestre em administração e professor de graduação e MBA do IBGEN) e Felipe Ost Scherer (Diretor da Innoscience, mestre em administração e professor da ESPM-RS). Ambos são autores do livro Gestão da Inovação na Prática. HSM Online

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Grupo sul-africano Naspers compra Buscapé por US$ 342 milhões

O Conglomerado de mídia sul-africano Naspers Limited anunciou nesta terça-feira (29/9) a compra do serviço brasileiro de comparação de preços Buscapé.A Naspers comprou 91% das ações do Buscapé por 342 milhões de dólares, o que dá ao serviço brasileiro comandado por Romero Rodrigues o valor de mercado de 375,8 milhões de dólares.Segundo o acordo, os responsáveis pelo Buscapé permanecerão no negócio com rendimentos estáveis pelos próximos cinco anos.
De acordo com o diretor de internet da Naspers, Antonie Roux, o Buscapé dará ao grupo "um negócio de rápido crescimento alinhado com nosso foco em comércio eletrônico".

A plataforma diversificada oferecida pela empresa apresenta "um conjunto de modelos de negócios dentro da cadeia de valores do comércio eletrônico em diferentes mercados na América Latina", afirma ele.
A aquisição segue uma estrategia da Naspers de investir em grupos que atuem no setor de comércio eletrônico ao redor do mundo.

Além de operar a plataforma de e-commerce Allegro, a Naspers pagou 1,9 bilhão de dólares em dezembro de 2007 pelo serviço europeu de leilões Tradus.

O Buscapé servirá de entrada da Naspers no setor de comércio eletrônico da América Latina, mercado na qual o conglomerado tem "interesse particular". Romero adinta que integrações entre o Buscapé e o Allegro poderão acontecer.
Criado por quatro colegas na Universidade de São Paulo em junho de 1999, o Buscapé completou sua primeira década este no comparando preços de cerca de 11,7 milhões de produtos oferecidos por 600 mil lojas.

Em maio de 2006, o Buscapé comprou seu principal concorrente, o BondFaro, e consolidou a dominação no mercado brasileiro de comparação de preços.Em julho de 2007, o Buscapé comprou a consultoria e-bit, responsável por compilar semestralmente dados do comércio eletrônico no Brasil dentro do relatório WebShoppers.

Ao comprar o serviço Pagamento Digital em 2008, a empresa entrou no setor de pagamentos eletrônicos, investindo também na aquisição da plataforma FControl para proteger as transações online.

Segundo previsão da e-bit, o comércio eletrônico deverá movimentar 10,5 bilhões de reais durante 2009, aumento de 28% em relação aos 8,2 bilhões de reais registrados durante 2008.
Fonte: IDG Now

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O futuro e a Economia Criativa


A crescente importância do intangível traz um novo desafio para as empresas: a avaliação e seu papel nas organizações.

Vivemos um momento em que há um novo motor da economia. Passamos por fases onde este motor foi sucessivamente a matéria prima, depois o produto, em seguida os serviços e agora é a vez da “Economia da Experiência”: a experiência é o ‘bem’ que tende a ser mais desejado, especialmente se forem experiências transformadoras.

Os setores diretamente ligados à economia da experiência, como turismo e entretenimento, crescem a taxas seis vezes maiores que os outros. Vivências diferenciadas e valores simbólicos agregados aumentam a percepção de valor e fazem com que o intangível (como uma marca, ou o trabalho criativo) valha mais do que o tangível (como uma fábrica, ou o trabalho braçal).

A crescente importância do intangível traz um novo desafio para as empresas: a avaliação de intangíveis e seu papel dentro das organizações. Gestão de conhecimento, rede de relações, reputação, governança, inovação, design, parcerias tecnológicas e comerciais, criatividade. Tudo isso vale, e muito. O BNDES, por exemplo, tem se dedicado a desenvolver métodos para mensurar esse valor e que também possam embasar o financiamento às atividades criativas.

Neste momento de transição do tangível para o intangível, concreto para o simbólico, também as relações de negócios se transformam. Temos um cenário onde produtos e serviços são cada vez mais semelhantes e o diferencial que pode garantir tanto o desenvolvimento quanto a sobrevivência empresarial será cada vez mais cultural, simbólico, baseado em relações e no tipo de experiência que o produto ou serviço oferece.

Um grande desafio empresarial no momento é conseguir ser visto (num mar de informações) e escolhido (num mar de ofertas e oportunidades diversas). Hoje, o consumidor escolhe aquilo que lhe proporciona uma experiência mais interessante, desperta sua simpatia, gera um sentimento de confiança, identificação.

A escolha de uma empresa ou marca, está ligada à sua cultura e relação com a comunidade, assim como aos valores culturais agregados ao negócio ou servindo como base para inovação de produtos, serviços e processos. É o que faz com que se pague dez reais por um sabonete Natura (e existem sabonetes de R$ 0,90).

Uma Ferrari tem um preço diferenciado, mas como todos os outros carros têm apenas 4 rodas e uma direção. Qual a sua diferença? A sua marca é um ícone. Evidentemente, com muita qualidade e tecnologia dando credibilidade a toda essa magia. Nestes e em outros casos, o design é um diferencial competitivo capaz de reinventar o negócio.

Nas últimas três edições do São Paulo Fashion Week, temos realizado ‘Encontros de Economia Criativa’ com lideranças empresariais, governamentais, criativas e do setor financeiro, para discutir o potencial que ela oferece e as estratégias para concretizá-los. Setores considerados tradicionais, revitalizados pela Economia Criativa, tem nos ativos intangíveis uma nova forma de competitividade, inovando através de design, processos, materiais, tornado-se setores dinâmicos, capazes de exportar, atrair investimentos, gerar empregos, e sobretudo sobreviver à violência da atual concorrência internacional.

Outro vetor que tem grande influência no futuro do setor é a transição de uma economia de “hits” – alguns poucos produtos, massificados e que vendem muito – para o que tem sido chamado de economia do nicho (ou da “Cauda Longa”): diversos, pequenos, segmentados. Nichos que individualmente vendem pouco, mas somados representam uma fatia atraente e promissora.

Como atender todas estas tendências e saber aproveitar as oportunidades que oferecem? A Economia Criativa nos oferece instrumentos para transformar nossa criatividade (potencial) em inovação (realidade).

O grande diferencial da Economia Criativa é que ela promove desenvolvimento sustentável e humano e não mero crescimento econômico. Quando trabalhamos com criatividade e cultura, atuamos simultaneamente em quatro dimensões: econômica (em geral, a única percebida), social, simbólica e ambiental.

Eis porque a economia criativa é estratégica não apenas para os negócios criativos, mas para todos aqueles que ganham competitividade através do que chamamos “culturalização dos negócios”: valor agregado a partir de elementos intangíveis e culturais para o crescimento do negócios de forma sustentável.

Por: Lala Deheinzelin (Enthusiasmo Cultural, palestrante, criativa e consultora; assessora do Programa de Economia Criativa da South - South Cooperation Unit/PNUD/ONU; membro do Conselho do In-Mod Instituto Nacional de Moda e Design/SPFW) HSM Online

E você o que achou?

domingo, 15 de novembro de 2009

Sua mente e a nova economia

Como psicólogos, estatísticos, neurocientistas (e até economistas!) trabalham para decifrar o cérebro de consumidores e investidores e reescrever a teoria econômica que há um ano levou o mundo à crise

Por Alexandre Teixeira e Edson Porto

Em laboratórios médicos assépticos, como o Centro de Ciências de Neuroimagem, em Londres, uma revolução econômica é tramada. Separados da ação por vidros grossos, neuroeconomistas observam a entrada de cobaias humanas em câmaras do tamanho de um automóvel e 32 toneladas de peso. Normalmente entra-se nessas máquinas para diagnosticar tumores não detectados por tomógrafos convencionais. Neste caso, voluntários são pagos para participar de jogos que simulam situações de consumo, aplicações financeiras ou poupança. Esse gigantesco equipamento – adquirido por um punhado de centros de pesquisa espalhados pelo mundo, ao custo de até US$ 4 milhões – produz o que os neurocientistas chamam de Imagem por Ressonância Magnética Funcional. O aparelho rastreia, com precisão milimétrica, o cérebro do voluntário, medindo a quantidade de sangue oxigenado nas diferentes áreas que o compõem e identificando quais delas “acendem”, destacando-se em vermelho fogo, quando tomamos decisões de compra ou investimento.

Pesquisadores de mercado já sabiam que, ao provar o mesmíssimo vinho apresentado em garrafas de R$ 20 e de R$ 100, consumidores dizem preferir o mais caro. Com auxílio da ressonância magnética, descobriu-se que um gole do vinho de R$ 100 efetivamente “acende” mais o córtex orbitofrontal (área do cérebro sensível a recompensa e punição) do que o de R$ 20. Do mesmo modo, usando a neurociência para entender a aversão ao risco, pesquisadores constataram que o medo de perder dinheiro é um processo químico no cérebro do investidor. Uma experiência conduzida na Alemanha replicou uma situação de tomada de decisão, pedindo a voluntários monitorados por tomógrafos que escolhessem entre fundos de investimento domésticos e estrangeiros. O teste revelou níveis de atividade significativamente mais altos nas áreas do cérebro identificadas com o medo de prejuízos quando os participantes analisavam fundos com ativos fora da Alemanha – mesmo que eles não fossem intrinsecamente mais arriscados.

A ressonância magnética é uma das ferramentas importantes da neuroeconomia, uma das ciências multidisciplinares que se apresentam como linhas auxiliares do esforço acadêmico e empresarial para resgatar a economia do beco sem saída em que se viu metida desde a eclosão da Crise de 2008. Há técnicas mais complexas (e assustadoras), como a Tomografia com Emissão de Pósitrons, que exige a injeção de soluções radioativas no cérebro para a realização de experiências, ou os estudos de pacientes com lesões cerebrais. A finalidade, no entanto, é a mesma. Entender, de verdade, como funciona o cérebro econômico de homens e mulheres de carne e osso – e livrá-los das abstrações grosseiras que os transformaram em máquinas obstinadamente racionais de tomar decisões. Economistas de boa-fé agora admitem que simplificaram demais as coisas e construíram teorias sobre os mercados tratando consumidores e investidores como caixas-pretas. Seus colegas nos laboratórios de neurociência se oferecem para abri-las.

Usando a neurociência para entender a aversão ao risco, pesquisadores
descobriram: o medo de perder dinheiro é um processo químico cerebral


“Pensar sobre como o cérebro implementa decisões econômicas, comparado a pensar sobre escolhas resultantes de preferências e crenças, é como trocar a TV em preto e branco por uma em cores”, compara Colin Camerer, um dos pioneiros da neuroeconomia. A imagem resultante não é bonita como a do homo economicus, ser mitológico que habita os livros-texto de economia e foi debochadamente descrito pelo economista comportamental Richard Thaler como capaz de “pensar como Albert Einstein, armazenar tanta memória quanto o Big Blue da IBM e ter a força de vontade de Mahatma Gandhi”. Na TV em cores da neuroeconomia, fica claro que o tal homem econômico não existe, é fruto da imaginação pouco fértil dos economistas ortodoxos. Com seu cérebro escaneado, homens e mulheres surgem emocionais, contraditórios, medrosos – em suma, humanos. É sobre essa gente de verdade que um grupo de pensadores originais se propõe a mergulhar.

Tido por muitos como o pai da economia comportamental, Thaler acredita que a crise que abalou as finanças globais terá impacto profundo na forma de pensar dos economistas. Aos 64 anos, ele diz que, ao longo de sua carreira, nunca havia visto seus colegas tão envolvidos com uma crise econômica contemporânea. “Economistas raramente falam de economia no almoço ou no café. Agora é tudo o que eles discutem”, disse a Época NEGÓCIOS, de sua casa, em Chicago. Para Thaler, a Crise de 2008 será “um ponto de inflexão para a teoria econômica, como foi a Grande Depressão na primeira metade do século passado”. Segundo ele, os economistas levaram muito tempo para entender o significado da Crise de 1929, mas ela alterou – e, em alguns casos, enterrou – teorias econômicas amplamente aceitas nas décadas anteriores. Thaler entende que o mesmo pode acontecer agora, embora acredite que esse será um processo longo e tortuoso. “Ainda estaremos estudando esta crise daqui a 30 anos.”

Se a sociedade culpa os banqueiros por tudo o que aconteceu de meados de 2007 para cá, há na academia quem aponte dedos acusadores para teóricos do pensamento econômico. “A profissão de economista deve ficar com muito da culpa pela crise. Se for para se tornar útil de novo, ela deve passar por uma revolução intelectual – tornando-se ao mesmo tempo mais ampla e humilde”, escreveu Anatole Kaletsky, comentarista econômico do Times, de Londres. No mundo todo, intelectuais que passaram os últimos anos de castigo, acusados de contrariar o senso comum, levantam a voz para condenar quem os condenou. “A crise fala por si. As anomalias foram grandes demais”, diz o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira. “O mundo está aberto a novas ideias.”

sábado, 14 de novembro de 2009

Governo age para estimular investimento

VEM AÍ NOVO PACOTE

Governo quer que empresas comprem equipamentos para a modernização do parque industrial brasileiro

Paralelamente às medidas pontuais em estudo para evitar uma queda mais acentuada do dólar, a equipe econômica trabalha para acelerar a agenda de estímulo ao investimento. A avaliação levada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que as empresas têm que aproveitar o momento, inclusive de dólar mais barato, para comprar máquinas e equipamentos necessários a uma ampla modernização do parque industrial brasileiro.

O governo quer patrocinar um novo pacote de medidas para estimular os investimentos e estuda a possibilidade de eliminar, ou pelo menos reduzir para seis meses, o prazo para que as empresas utilizem os créditos de PIS e Cofins obtidos na compra de máquinas e equipamentos. Esse prazo, que já foi de 48 meses, está hoje em 12 meses. Se prevalecer a tese de dedução automática, a Receita Federal contabiliza uma perda de receita avaliada entre R$ 6,5 bilhões e R$ 7 bilhões. O volume de recursos é significativo, mas a taxação do investimento é considerada pelo setor empresarial uma anomalia e um entrave ao investimento.

A agenda pró-investimento inclui também uma nova rodada de redução dos custos de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O BNDES vai receber novo empréstimo do Tesouro justamente para deslanchar essa agenda de investimentos.

Para a equipe do ministro Mantega, sem essa modernização não há com garantir um "choque" de competitividade às empresas, capaz de evitar uma crise cambial mais à frente, quando o Brasil receber ainda mais recursos externos com o pré-sal, a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas de 2016. Esse ganho de competitividade das empresas é necessário porque o país está importando mais com o dólar mais barato e enfrenta uma competição no mundo mais acirrada depois da crise financeira internacional. Além do fato de que o Brasil pode perder mercado externo.

"O aumento do investimento vai garantir a transição para o real como moeda forte", disse uma fonte da Fazenda. Segundo a fonte, o ministro e outros integrantes da sua equipe têm mantido reuniões com lideranças empresariais para discutir essa agenda, já que o setor produtivo mantém ainda receio de voltar investir. "Temos um trabalho também de convencimento dos empresários da importância de aproveitar esse momento", ressaltou a fonte, destacando que o setor produtivo precisa fugir do caminho fácil de querer competitividade apenas pela "via de taxa de câmbio elevada". Boa parte das reuniões tem ocorrido em São Paulo, onde o ministro tem despachado no prédio da Caixa Econômica.

Fonte: Caderno Negócios Diário do Nordeste.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Entidade pede o ressarcimento para consumidor

Pro Teste diz que consumidor deverá ser compensado com desconto na tarifa de energia no próximo reajuste. Entidade espera que o caso seja resolvido administrativamente

Em resposta às declarações do diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, negando a possibilidade de devolução do que os consumidores pagaram a mais por conta de erro no cálculo da tarifa de energia, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) protocolou ofício ontem em Brasília. Este é o segundo ofício em que a entidade pede a Aneel a correção da metodologia de reajustes tarifários e medidas para a recomposição dos danos causados aos consumidores.

Segundo a advogada da Pro Teste, Flávia Lefèvre Guimarães, que assina o ofício, é preciso que a agência além de adequar a fórmula de reajuste do contrato evitando erros futuros, estabeleça regras para ressarcimento dos prejuízos ocorridos no passado. Para ela, uma forma seria a compensação nos percentuais de reajustes a serem aplicados a partir de 2010. Ela entende que, dependendo do cálculo da tarifa seria aplicado um desconto de acordo com o que foi calculado a mais para a concessionária de energia durante cerca de 10 anos.

Explica que a sociedade teve prejuízo porque o ganho de escala não foi compartilhado e a Aneel tem obrigação de devolver. No ofício destaca que ``a despeito do reconhecimento pela Aneel, temos visto manifestações do diretor geral da agência na mídia, afirmando que a Consulta Pública aberta à participação da sociedade só contemplará situações futuras e que o passado não será tratado, por entender que as empresas concessionárias estariam amparadas pelos contratos de concessão e, por isso, não estariam obrigadas a devolver os recursos obtidos. Com todo o respeito, a Pro Teste vem discordar da interpretação expressada pelo representante maior da Aneel``. Para a Pro Teste a omissão da agência em encontrar uma regra capaz de indenizar os consumidores pode configurar ilícito e responsabilidade para os agentes públicos com atribuição legal para tratar da matéria.

Depois de admitir o erro de metologia a Aneel decidiu submeter à audiência pública, por intercâmbio documental, uma proposta de alteração de cláusulas dos contratos de concessão assinados com as 63 distribuidoras. As contribuições podem ser enviadas ao e-mail ap043_2009@aneel.gov.br até o dia 27 de novembro de 2009.

EMAIS

- O erro na metodologia de cálculo dos reajustes tarifários foi detectado por auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). O TCU fez o trabalho a pedido do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), em 2007. O caso veio à tona no mês passado na CPI das Tarifas de Energia Elétrica da Câmara Federal. Em depoimentos a Aneel e representantes de concessionárias reconheceram o erro e concordaram em fazer a correção. A CPI e os órgãos de defesa do consumidor querem a devolução, de alguma forma, do que foi pago a mais. A Aneel está fazendo os cálculos mas ainda não admitiu oficialmente devolver.

- As perdas para os consumidores por conta da falha na metodologia de cálculo do reajuste das tarifas de energia elétrica passam de R$ 600 milhões, só no primeiro semestre deste ano, segundo cálculos feitos pela Aneel. Em julho o órgão regulador calculou o efeito da distorção da metodologia de cálculo em dez distribuidoras e enviou o número para o Ministério de Minas e Energia. No total, as perdas para o consumidor chegaram a R$ 631 milhões. Das dez distribuidoras analisadas, a que recebeu mais recursos do consumidor por conta da metodologia errada foi a Eletropaulo, com R$ 174,1 milhões. Para mudar os contratos, no entanto, a agência precisa da concordância das próprias distribuidoras.

Por: Artumira Dutra

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Dados têm que ser organizados

PARA EVITAR PROBLEMAS

Organização. Esta é a palavra de ordem, apontam os especialistas, para que o contribuinte não venha a ter problemas com o fisco diante de tamanho controle e acompanhamento.

"Recomendamos que as pessoas físicas mantenham o controle de todos os seus gastos durante o ano e verifiquem se os rendimentos, ou outras fontes de renda, são suficientes para comprovar os pagamentos, além das demais preocupações, como lançar corretamente a receita, os bens, etc", orienta Isnar Holanda, consultora tributária do Grupo Fortes de Serviços.

Já as empresas, diz ela, "devem ter todo cuidado com os seus registros contábeis, conferindo as declarações antes de encaminhá-las ao fisco e cruzando as informações entre elas, para não estarem divergentes".

Guardar documentos
Mas que tipo de informação, então, o contribuinte deve ter em mãos e por quanto tempo ele deve guardá-la?

Conforme a especialista, a pessoa física deve guardar todos os documentos e papéis que comprovem os dados informados nas declarações. "Na declaração de rendimentos pessoa física, por exemplo, guardar todos os comprovantes médicos, carnês de pagamento de colégio, faculdade, plano de saúde. Além disso, a guarda de documentos e comprovantes de pagamentos protege o contribuinte, inclusive, de cobranças indevidas", lembra.

Segundo ela, esses documentos fiscais bem como faturas, duplicatas, guias, recibos e todos os demais deverão ser conservados no mínimo pelo prazo de cinco anos, período por meio do qual o Fisco pode fazer uma fiscalização.

Em relação à pessoa jurídica, a legislação vigente determina que ela é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial.

Ocorrendo extravio, deterioração ou destruição de livros, fichas, documentos ou papéis de interesse da escrituração, a pessoa jurídica deve publicar, em jornal de grande circulação do local de seu estabelecimento, aviso concernente ao fato e deste dará minuciosa informação, dentro de 48 horas, ao órgão competente do Registro do Comércio, remetendo cópia da comunicação ao órgão da Secretaria da Receita Federal de sua jurisdição, para que não venha a ter problemas. E lembra: "a legalização de novos livros ou fichas só será providenciada depois de observado esse procedimento".

Por fim, fala, os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, deverão ser conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios.

Somado a todos esses cuidados, acrescenta a tributarista Tiziane Machado, o contribuinte deve buscar ainda ajuda profissional, como uma boa empresa de contabilidade ou assessoria jurídica. "A declaração do IR ou os controles contábeis e fiscais não são tão simples", ensina a advogada tributarista.

"Além disso, depois de cinco anos o Fisco pode ainda vir a pedir explicações sobre preenchimentos antigos".

"Então se organizar e pedir ajuda profissional é essencial para não ser pego por cometer um simples erro", reforça Tiziane Machado. (ADJ)

Fonte: Caderno Negócios Diário do Nordeste

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Empresas partem na busca por novos talentos

PROGRAMAS DE TRAINEE

Com remuneração atraente, pacotes de benefícios e treinamento, empresas pretendem formar futuros líderes

Quem está concluindo a faculdade, ou tem até dois anos de formado, e deseja uma oportunidade para ingressar no mercado de trabalho com o pé direito deve ficar em alerta. Muitas empresas iniciaram a temporada de contratação de trainees para começar a trabalhar no ano que vem. A ideia é que após a conclusão do programa, de acordo com o desempenho, os contratados venham, no futuro, a ocupar posições estratégicas dentro dessas organizações.

Entre a regras impostas para participar dos processos seletivos constam domínio de informática; noções de inglês, ou até mesmo fluência; disponibilidade para residir em outros estados da Federação e um perfil antenado, realizador, inovador e com fortes habilidade interpessoais. Por outro lado, como recompensa, as empresas chegam a oferecer política de remuneração agressiva; assistência médica; seguro de vida; participação nos lucros e resultados; e uma bateria de treinamentos técnicos e comportamentais que prometem turbinar a carreira de quem for admitido.

Oferecendo desenvolvimento profissional, com percurso acelerado rumo aos altos níveis executivos da companhia, a TIM lançou o "Talentos sem Fronteiras", que vai recrutar 100 jovens a fim de prepará-los para assumir posições de liderança na empresa nos próximos anos. "A TIM acredita que o seu principal patrimônio é representado pelo valor das pessoas, pelas ideias inovadoras que podem trazer e pelo sucesso que elas fazem acontecer. Acreditamos que seja importante uma contínua fertilização das nossas competências com a entrada de jovens de talento", afirma Beniamino Bimonte, diretor de recursos humanos da TIM no Brasil.

Os candidatos serão selecionados nas melhores universidades do País, farão teste online, dinâmica de grupo, painel com gestores e entrevistas. A divulgação começa agora, mas a contratação está prevista para o início do próximo ano.

O programa tem duração de até três anos e será executado em etapas de desenvolvimento de carreira, com uma bolsa para formação em programas avançados de pós-graduação nas mais renomadas instituições de ensino no exterior, como, por exemplo, Harvard e Columbia University. O candidato deverá ter formação superior - no máximo, dois anos de formado -, inglês fluente e um perfil antenado, realizador, inovador, com forte relacionamento interpessoal e disponibilidade para viagens e transferências.

As pessoas selecionadas trabalharão nas operações da TIM no Rio de Janeiro, São Paulo, Santo André, Curitiba, Recife e Brasília, mas as posições estão abertas para candidatos de todo o Brasil. Os 100 escolhidos vão desempenhar papéis ligados à estratégia de negócios da empresa, sendo na área tecnológica, Marketing, Comercial e Atendimento ao Cliente e em áreas de suporte, como Recursos Humanos, Finanças, Assuntos Regulatórios, Suprimentos, Logística e Imagem e Publicidade. Para mais informações ou inscrições basta acessar o site da TIM na internet: www.tim.com.br.

Outra organização que também iniciou a caça a novos talentos foi o grupo cearense Marquise. São 12 vagas oferecidas a universitários que vão concluir a faculdade até meados de 2011, dos cursos de engenharia, administração, economia e ciências atuariais. As inscrições podem ser feitas até o dia 16 deste mês na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). Para tanto, o candidato precisa levar histórico acadêmico, currículo e uma foto 3x4. As vagas são destinadas a alunos que vão concluir até meados de 2011 os cursos de Administração, Economia, Ciências Atuariais e Engenharias Civil, Mecânica, Química, de Produção e Elétrica. Os estudantes devem ter domínio de informática e noções de inglês. Para participar do programa também é preciso ter disponibilidade de cinco horárias diárias, de segunda-feira a sábado, e após o término do programa, que dura 18 meses, o trainee poderá residir em outros estados. Da seleção constam dinâmicas de grupo, testes situacionais e posológicos, além de entrevistas com diretores.

Quem também está com inscrições abertas para um programa de trainees é o Grupo M. Dias Branco. Podem participar jovens com formação superior concluída até dezembro deste ano ou com no máximo 2 anos de formado nos cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Química, Engenharia de Alimentos, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Administração de Empresas, Economia e Contabilidade.

Quem se candidatar precisa ter disponibilidade para residir em outros estados; ter experiência mínima de 6 meses (incluindo estágio); inglês intermediário; e domínio de informática (pacote Office). O processo seletivo inclui avaliação curricular, prova escrita de raciocínio lógico, atualidades, inglês instrumental e redação; estudo de caso, redação, avaliação psicológica; e entrevistas com recursos humanos e gestores.

Ao ingressar no Grupo, o trainee participa de um programa de desenvolvimento técnico e comportamental de 12 meses de duração, com o objetivo de proporcionar um conhecimento amplo e variado acerca dos principais processos da organização. Para se inscrever basta acessar a página www.mdisbranco.com.br, até o dia 17 de novembro próximo.

Por: ANCHIETA DANTAS JR. - REPÓRTER

De olho no cidadão e no caixa das empresas

Utilizando-se da eficiência, principalmente da tecnologia da informação, fisco amplia vigilância

Que tal receber a declaração do Imposto de Renda em casa, já pronta, apenas para validar as informações? Difícil de acreditar? Não duvide. O acompanhamento e o controle da vida fiscal dos contribuintes e das empresas está ficando tão aperfeiçoado que, em até dois anos, a Receita Federal poderá vir a adotar o procedimento. Utilizando-se da eficiência, principalmente da tecnologia da informação, e acrescentando sempre novos recursos de acompanhamento das rotinas contábeis e fiscais, o fisco aperta o cerco e está cada vez mais de olho no bolso dos indivíduos e no caixa das empresas.

Para tanto, desde o ano passado, o órgão do governo federal responsável pela fiscalização e arrecadação passou a contar com o T-Rex, um supercomputador montado nos Estados Unidos, e com o software Harpia, desenvolvido por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Unicamp, capaz de cruzar informações de várias origens, com rapidez e precisão, e de um número de contribuintes bem superior ao atualmente existente no País.

Cruzamento de dados
A combinação tornará possível não só integrar e sistematizar a base de dados da Receita, mas também receber e analisar informações envolvendo CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) e CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) a partir de outras fontes, como as secretarias estaduais da Fazenda e de Finanças dos municípios, bancos, administradoras de cartão de crédito, factoring, cartórios, departamentos estaduais de trânsito, imobiliárias, empresas em geral, galerias de arte e até de matérias publicadas na mídia ou investigações já realizadas, como as famosas CPIs (Comissões Parlamentar de Inquérito).

"Hoje, todo o acompanhamento da vida do contribuinte se sustenta a partir dos sistemas de informação e dos equipamentos implementados pela Receita Federal, que trabalham com mecanismos de confrontação de informações prestadas pelos próprios contribuintes. Essa confrontação se dá entre o que o ele declara e aquilo que o Fisco obtém de dados sobre a sua movimentação financeira, patrimonial e de renda", reforça o tributarista Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Controle tende a crescer
Para alimentar toda essa base de dados, lembra Isnar Araújo Holanda, consultora tributária do Grupo Fortes de Serviços, a Receita já dispõem de vários controles, traduzidos na forma de diversas declarações.

No entanto, afirma a especialista, esse acompanhamento só tende a aumentar com a entrada em vigor da Nota Fiscal Eletrônica e do Sped fiscal e contábil - o novo Sistema Publico de Escrituração Digital, que pretende substituir os Livros de Registros de Entrada e Saídas de Mercadorias, os Livros de Apuração de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), além do Livro de Inventário; e ainda os Livros contábeis Razão e Diário, que atualmente, as empresas ainda não geram digitalmente.

"A partir de então, haverá cruzamentos entre todas as transações comerciais feitas pelas pessoas físicas e jurídicas", esclarece a consultora tributária.

Por conta disso, conclui a advogada tributarista Tiziane Machado, "com o Fisco controlando e acompanhando toda a movimentação de compra e venda de mercadorias e as despesas das empresas, custo a custo, não existirá mais margem para subterfúgios, ou seja, para que haja sonegação".

"Engana-se quem pensa que a partir de agora poderá ludibriar o Fisco, que está trocando informação em nível federal, estadual e municipal", alerta a especialista.

Opinião do especialista
Contribuinte deve se preparar

O que se vê, atualmente, é o governo utilizando ferramentas de tecnologia para melhorar o acompanhamento da movimentação financeira, patrimonial e de renda dos contribuintes. Assim, o fisco vai se armando de forma tal, que vai ficar cada vez mais difícil de esconder alguma coisa. Nesse sentido, é bom o contribuinte se preparar para não ser pego de surpresa, pois a fiscalização pode ser feita com base nos últimos cinco anos. É preciso que haja correspondência entre as informações prestadas pelas pessoas físicas e pelas pessoas jurídicas. O que estava antes disponível em separado vai ser unificado. O próprio Sped tem essa função de acompanhar o contribuinte mais de perto. A partir de agora, é como se o fisco estivesse trabalhando dentro das empresas. Por isso é importante o contribuinte procurar orientação profissional para entender essas mudanças, para passar a trabalhar de acordo com as novas regras.

Cassius Antunes Coelho
Presidente do Sescap

Principais controles

Imposto de renda
Da pessoa física e jurídica

Dimof
Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira

Decred
Declaração de Operações com Cartões de Crédito

Dimob
Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias

Sped
Sistema Público de Escrituração Digital

NFE
Nota Fiscal Eletrônica


Por: ANCHIETA DANTAS JR. REPÓRTER

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nova Lei do Inquilinato facilitará ordens de despejo

Com a nova Lei do Inquilinato, que está prestes a ser sancionada, os donos de imóveis podem despejar os inadimplentes em 30 dias. Mas como essa lei pode beneficiar também os inquilinos? Segundo os profissionais do mercado de locação, a legislação também possibilitará uma maior oferta de imóveis

A nova Lei do Inquilinato foi aprovada na semana passada pelo Senado e agora deve passar pela avaliação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que pode sancioná-la. A principal mudança da nova legislação é que ela permite ao proprietário retomar seu imóvel mais facilmente em caso de inadimplência.

Atualmente é possível abrir um processo por causa do atraso no pagamento de apenas um mês de aluguel, mas com a mudança, o despejo é sumário e o inquilino terá 30 dias para sair do imóvel.

Mas o que pode parecer ruim para todos que moram de aluguel, tem também um lado positivo, pelo menos é o que se espera. O que dizem os especialistas é que, com a nova lei, os proprietários tem maior segurança e por isso não precisam mais de tanta rigidez na hora de alugar um imóvel, ou seja, as exigências como fiador, podem ser diminuídas. Além disso, essa segurança pode também fazer com que os imóveis que atualmente estão fechados porque os donos não querem ter problemas com inquilinos inadimplentes poderiam voltar ao mercado, baixando o preço dos aluguéis, por conta da lei da oferta e da procura.

A dúvida é se realmente essas consequências irão surgir, já que os benefícios para os inquilinos são expectativas do mercado resultantes da nova Lei do Inquilinato.

De acordo com Maria Lucia Forti, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis (Secovi-CE) o locatário que cumpre com suas responsabilidades certamente terá uma maior liberdade junto ao proprietário do seu imóvel para negociar o contrato de locação. ``É importante o locador ter um bom inquilino no seu imóvel``, ressalta.

Para Lídia Vieira, diretora da SJ, imobiliária especializada em aluguel com mais de 7 mil imóveis na carteira, o ganho real é do mercado. ``Entende-se que mais imóveis serão ofertados, resultando em melhoria no equilíbrio na oferta e procura.

A médio prazo, aliviará o volume de ações de despejo``, avalia. Ela acredita que para o inquilino será mais fácil viabilizar um fiador para sua locação, vez que o novo formato de desobrigação do fiador será mais claro e objetivo.

"Resumindo: a Lei trará melhorias na relação entre proprietários e inquilinos tornando mais atraente ao proprietário o investimento em imóveis para renda", conclui.

Por: Henriette de Salvi