terça-feira, 30 de junho de 2009

DESONERAÇÃO DE IMPOSTOS - Isenções são prorrogadas

Renovação das desonerações segue praticada para construção civil, linha branca, automóveis e trigo

O governo anunciou, nesta segunda-feira, a renovação da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por mais três meses para o setor automotivo e antecipou aos consumidores a escala para o aumento gradativo das alíquotas para o período de outubro a dezembro. As medidas de estímulo à economia consideram, ainda, a renovação da desoneração fiscal praticada para os setores da construção civil e de bens duráveis da chamada linha branca, como geladeiras e fogões. As medidas foram anunciadas pelo presidente Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e representam uma renúncia fiscal de cerca de R$ 3 bilhões, segundo fonte. Entre as medidas que foram anunciadas também está a prorrogação, por mais 18 meses, da isenção de PIS e Cofins incidente sobre a venda de trigo, farinha de trigo e pão francês.

Na semana passada, os moinhos e panificadoras sofreram uma grande derrota. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) recusou o pedido da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) para que houvesse a isenção do Imposto de Importação para o cereal oriundo de países fora do Mercosul, para compensar a quebra de safra na Argentina, principal fornecedor do produto para o Brasil. Segundo uma fonte do governo, para evitar um aumento de preço do trigo e derivados, a isenção dos dois impostos foi prorrogada até o fim de 2010. O benefício terminaria no dia 30 de junho, após um ano em vigor. No ano passado, o governo adotou a medida para evitar impactos inflacionários. Em 2008, também houve a suspensão das exportações argentinas de trigo para o Brasil, mas a medida ainda veio acompanhada da redução do imposto de importação para 2 milhões de toneladas de trigo de países como EUA e Canadá. A suspensão do pagamento de PIS/Cofins tem impacto maior para padarias, pequenas indústrias e pequenos varejistas.

Por: Diário do Nordeste

Microempresários terão prazo para se ajustar ao Empreendedor Individual

Os microempresários que aderirem à Lei do Microempreendor Individual (MEI) terão 180 dias para se regularizar de acordo com as leis municipais. O MEI vai garantir benefícios previdênciários a empresários com arrecadação de até R$ 36 mil por ano

Contagem regressiva para que microempreendedores com arrecadação anual de até R$ 36 mil saiam da informalidade e passem a ter direitos previdenciários como aposentadoria por tempo de serviço ou invalidez, seguro por acidente de trabalho ou reclusão, licença-maternidade para as mulheres e até pensão por morte. A partir do dia 1º de julho esses trabalhadores poderão aderir a Lei do Microempreendedor Individual (MEI).

Em Fortaleza, cerca de 350 mil pequenos empresários estão no perfil de adesão ao MEI. São pipoqueiros, costureiras, vendedores ambulantes etc. A Prefeitura vai acompanhar o cadastros dos que aderiem ao MEI e estes, com CNPJ em mãos, terão 180 dias para se regularizarem juntos às exigências legais do município.

De acordo com o secretário de finanças, Alexandre Cialdini, a Prefeitura está elaborando cartilhas e manuais para que os microempresários conheçam as demandas municipais e destaca a importância do MEI também para o município. “É importante que a Prefeitura conheça o cadastro desses empreendedores. E todos os municípios têm pela frente um grande desafio”, avalia.

Segundo Cialdini, diferentes órgãos municipais estão mobilizados e o tema vai ser tratado como política pública, transformando o desafio em oportunidades. “Teremos um grande comércio aberto e formal”.

> O processo de formalização é gratuito e será feito pela Internet, pelo o Portal do Empreendedor. Basta informar os dados pessoais, imprimir o documento e levá-lo assinado à Junta Comercial com cópia da identidade e do CPF.

> O site é www.portaldoempreendedor.gov.br. A contribuição será de R$ 51,15 (11% sobre o salário mínimo) mais R$ 1 para o ICMS (indústria, comércio), R$ 5 para o ISS (prestador de serviço.

Por: Dalviane Pires - O Povo on line

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Nordeste reduz diferença na indústria

Nos últimos cinco anos, o Nordeste foi a região que mais diminuiu diferenças na indústria em relação ao Sul e Sudeste. Pesquisa divulgada pelo IBGE aponta crescimento na participação no total de pessoal ocupado no setor, que passou de 11,7% para 12,7%

A Região Nordeste foi a que mais diminuiu diferenças entre o Sul e Sudeste, considerando o pessoal ocupado, salários e retiradas, salários médios, receita líquida de vendas e valor da transformação industrial, segundo Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que apresentou resultados de 2003 a 2007.

No período, o Nordeste foi o que mais ganhou em participação no total do pessoal ocupado, passando de 11,7% para 12,7%, enquanto a Região Sul, que passou de 26,4% para 25,2%, mostrou a maior perda. Nas demais regiões, as participações foram as seguintes: Sudeste (de 54,0% para 53,7%), Norte (de 3,4% para 3,6%) e Centro-Oeste (de 4,5% para 4,7%).

De acordo com a pesquisa, em 2007 o setor industrial da Região Nordeste possuía 912 mil pessoas ocupadas, 20 mil plataformas, e gerou R$ 10,9 bilhões em salários e retiradas, R$ 132 bilhões em receita líquida de vendas, R$ 129 bilhões de produção, a um custo de operação de R$ 71,9 bilhões, com valor de transformação de 57 bilhões.

No Ceará os números da indústria no mesmo ano mostram 4,4 mil empregos em 202 mil parques que geraram R$ 1,7 bilhão em salários e retiradas, R$ 17 bilhões em receita líquida, R$ 15 bilhões de produção a um custo de R$ 8 bilhões e valor de transformação de RS 6,9 bilhões. Em receita líquida, o Estado perde apenas para Bahia e Pernambuco, no Nordeste, que apresentaram no período resultados de R$ 66 bilhões e R$ 17,8 bilhões, respectivamente.

Em relação ao número de indústrias instaladas, o Ceará aparece também em terceiro lugar, mas a diferença é mínima em relação a Pernambuco, que possuía, em 2007, 4,47 mil parques, e a Bahia, onde havia 4,9 mil plataformas.

Segundo o coordenador da unidade de economia e estatística do Instituto de Crescimento Industrial do Ceará (Indi), Pedro Jorge Ramos Viana, o fato da indústria nordestina ainda ser mais voltada para o setor de transformação ajuda na aproximação dos números do Sul e Sudeste.

“É uma questão matemática. Enquanto aqui nós mantemos o crescimento, no Sul e Sudeste invariavelmente existem quedas. A indústria nordestina é voltada para produtos do dia-a-dia, que são menos afetados por crises. Já no Sul e Sudeste o maior volume é de bens duráveis, como máquinas e veículos, que são vulneráveis aos mercados externos”, explicou.

Brasil
De 2003 a 2007, o número de empresas no País subiu de 138,9 mil para 164,3 mil, um crescimento de 18%. Os trabalhadores passaram para 7,2 milhões, um aumento de 22%. O Sudeste e o Sul, somados, concentram 80,3% do número de unidades industriais. As demais são responsáveis por 19,7%.

Por: Carlos Henrique Coelho - O Povo on line

Caixa vai cortar juro para micro e pequena empresa

A Caixa Econômica Federal se prepara para anunciar um grande corte nas taxas de juros na próxima semana, agora para micro e pequenas empresas. A informação foi dada pela presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho. Assim que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovar o uso do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir eventual calote nos empréstimos desse segmento, a instituição passará a praticar as novas taxas. Em alguns casos, o juro será reduzido pela metade.

O FGC deve beneficiar as instituições que emprestarem a micro e pequenas empresas. A maior parte dos recursos do Fundo virá do Tesouro Nacional, que deve iniciar com um aporte de R$ 2 bilhões. A medida é coordenada com a equipe econômica, e tem como objetivo manter aquecida a atividade nesse setor, que ainda não teve a oferta de crédito restabelecida completamente.

Na próxima semana, o CMN deve aprovar a regulamentação do FGC, para permitir que as instituições financeiras recebam recursos para cobrir eventuais prejuízos em caso de inadimplência das pequenas empresas. O novo instrumento é a principal aposta do Ministério da Fazenda para reduzir o custo do crédito e restabelecer a oferta de empréstimos para esse segmento de empresas, que sofre duramente com a restrição de crédito desde o agravamento da crise, em setembro do ano passado. Apesar da melhora das condições da economia, o nível de oferta de empréstimos a empresas menores ainda não é considerado normal.

Segundo Maria Fernanda, essa redução das taxas de juros só será possível porque as operações passarão a contar com o "seguro" do FGC. Com isso, os riscos da operação diminuem drasticamente, abrindo espaço para que a instituição reduza os spreads bancários - margem cobrada na operação - e, por consequência, corte os juros finais.

A linha com a maior redução proporcional será a destinada aos investimentos. Sem citar o produto, a presidente da Caixa disse que a taxa que atualmente é de TR acrescida de 6,5% ao ano cairá para TR somada a juro de 3% a 4%. Na página do banco na internet, é possível constatar que o juro atual citado por Maria Fernanda coincide com o financiamento de máquinas e equipamentos para micro e pequenas empresas. Essa será a sétima queda de juro anunciada pelo banco este ano.

Por: O Povo on line

domingo, 28 de junho de 2009

Norte-americanos devem quase seis Petrobras aos cartões de crédito

Dívida é de US$ 931 bilhões. Crédito provocou inadimplência recorde.Crise pode retardar retomada do crescimento do país, dizem analistas.

Em meio à mais grave crise econômica das últimas décadas, o “calote” nos cartões de crédito atingiu níveis recordes nos Estados Unidos.

Juntos, os americanos devem às operadoras de cartões US$ 931 bilhões, segundo a Credit.com, empresa que faz avaliação de crédito nos EUA. A cifra é quase seis vezes o valor de mercado da Petrobras, a maior empresa brasileira.

Há hoje em circulação nos EUA, segundo Adam Levin, presidente da Credit.com, cerca de 800 milhões de cartões – uma média de seis para cada cliente do sistema (para efeito de comparação, no Brasil há cerca de 128 milhões de cartões).

“É muito cartão de crédito”, aponta o executivo. Com números tão altos, as empresas projetam perdas de US$ 90 bilhões este ano em dívidas que já não têm esperança de receber. No mês passado, a dívida média dos americanos com o cartão de crédito chegou a US$ 7,3 mil. Consequência, dizem os analistas, da irresponsabilidade tanto das administradoras quanto dos consumidores.

“As empresas emprestaram irresponsavelmente, os consumidores gastaram irresponsavelmente, todo mundo estava acreditando que amanhã seria ainda melhor do que hoje. E aí tivemos a virada, o desemprego, e esse cenário mudou”, explica Levin.

Histórico
A crise dos cartões de crédito é a última – pelo menos até agora – etapa do colapso da economia americana.

Mas sua origem está, segundo os analistas, na baixa taxa básica de juros praticada no país (a ‘Selic’ dos EUA), que levou as empresas do setor a expandir o crédito a níveis considerados exagerados para garantir seus lucros.

“O que provavelmente aconteceu é que houve uma leve indução dos bancos. Eles socaram crédito, e isso induz as pessoas a tomarem dinheiro emprestado. O crédito fácil induziu de certa forma a que o consumidor chegasse a esse nível (de endividamento)”, explica Ricardo Araújo, economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para Levin, essa indução não foi tão “leve” assim. "Toda semana, os consumidores recebiam ‘cheques de conveniência’ pelo correio, com uma cartinha dizendo que bastava depositar. Era a cocaína do crédito, quase irresistível. Eles também iam às universidades oferecendo tudo grátis para quem contratasse um cartão. E os estudantes acabavam com quatro, cinco cartões de crédito, e com uma dívida às vezes de mais de US$ 3 mil quando se formavam”, afirma.

“Acho que essa crise poderia ter sido evitada se as empresas não tivessem ficado atirando dinheiro nas pessoas”, declarou.Enquanto o crédito no país esteve abundante, essa situação não gerou problemas mais sérios. Mas veio a crise.

Enquanto o crédito no país esteve abundante, essa situação não gerou problemas mais sérios. Mas veio a crise.

“Era um festival de crédito. E uma vez que o carnaval acabou, as pessoas subitamente se deram conta de que existe essa palavra feia chamada consequência. Nós todos fizemos isso a nós mesmos”, diz Levin. Segundo os especialistas, a restrição de outras linhas de crédito também contribuiu para que os americanos buscassem o cartão para pagar suas contas.

“Os consumidores estavam confortáveis com o crédito. Mas com a depreciação imobiliária, as linhas de crédito não são mais o que costumavam ser. Eles não têm mais essa fonte de alavancagem para usar para fazer compras”, explica Ezra Becker, analista da empresa norte-americana de gestão de crédito TransUnion. Em uma repetição do que ocorreu com a crise das hipotecas, a falta de uma regulamentação mais rígida e transparente sobre o setor é apontada pelos especialistas como responsável pelo que o executivo da Credit.com qualifica de “festival de irresponsabilidades.

“As empresas de cartões de crédito, podiam, a qualquer momento, aumentar sua taxa de juros. Você tem muita gente que acordou um dia e descobriu que a taxa de juros do seu cartão de crédito tinha ido de 8% para 18%, ou de 15% para 30%”, diz ele. “O Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) permitiu que o ativo dos bancos inchasse nas carteiras de crédito. Os bancos incharam seus ativos com um volume demasiado de crédito ao consumidor. Houve um exagero, o Fed não pensou nas dívidas, nas inadimplências”, explica o professor Araújo, da FGV.

Futuro
A crise dos cartões assombra o já combalido sistema financeiro do país. Mas, se até o início do ano havia o temor de que o problema resultasse em mais uma onda de falências no setor financeiro, agora a expectativa é “apenas” de que contribua para retardar a retomada do crescimento.“Acho que não está nem perto de ser tão ruim quanto poderia ter sido”, diz Ezra Becker.

A razão, segundo ele, é que, ao contrário da questão das hipotecas, esse problema foi observado com antecedência, e o mercado teve tempo de agir, reduzindo a oferta de crédito aos consumidores com alto risco de crédito e renegociando dívidas. O próprio governo dos EUA também reagiu, no mês passado, aprovando uma lei que restringe juros e taxas cobrados pelas administradoras.

“No curto prazo, essa legislação pode causar dor aos emprestadores, enquanto eles buscam formas de recuperar suas perdas. Mas no longo prazo força a inovação, força os emprestadores a encontrar novos produtos que serão mais benéficos para os consumidores” diz Becker.

A solução final, no entanto, só deve vir com a retomada do crescimento econômico, segundo o professor Araújo.

“O grande problema hoje é se o crédito vai ser restabelecido. Se o americano médio está inadimplente, é preciso que ele aumente a sua renda, e isso só vai melhorar com o aumento do emprego. Quando a economia apresentar níveis de crescimento do consumo, certamente isso vai levar a um aumento da renda, e isso é que pode, junto com a saúde financeira dos bancos, melhorar essa situação de crédito”. Os próprios consumidores, dizem eles, estão fazendo sua parte – também porque, com o país em crise, perder a única fonte de crédito pode significar o fim da linha.

“As pessoas estão se esforçando para manter o bom relacionamento com o cartão porque, muitas vezes, é a única fonte de crédito para fazer compras ou porque estão desempregadas”, diz Becker, para quem isso já está exigindo uma redução no padrão de consumo da população, para um patamar mais “saudável”.

Por: Laura Naime - G1

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sábado, 27 de junho de 2009

Quando a gripe suína está entre nós

Empresas que têm funcionários infectados pelo vírus - como a Vale, a Unilever e a Natura - contam como reagiram




A influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, já afeta o dia a dia das empresas brasileiras. Companhias como a Vale, a Unilever, a Natura, a Serasa e Boehringer já anunciaram que ao menos um de seus funcionários apresentou casos confirmados. Outras empresas - como a Comgás - têm suspeitas da doença e ainda aguardam os resultados dos testes.


Tanto as companhias que ainda não têm casos confirmados como as que já possuem têm adotado medidas para evitar a contaminação de mais trabalhadores. Em geral, as principais ações englobam a suspensão ou restrição de viagens ao exterior, o monitoramento do estado de saúde de quem viaja a trabalho e o afastamento temporário dos que tiveram contato com pessoas infectadas.


Após um caso confirmado, a Unilever Brasil afastou temporariamente outras 24 pessoas que tiveram contato próximo com o empregado infectado. A companhia informa que tomou todas as medidas preventivas recomendadas pela vigilância sanitária e que desde a divulgação dos primeiros casos da gripe suína tem orientado internamente seu time sobre os cuidados necessários para a prevenção da doença.


Além de reforçar a importância da higienização e esclarecimento dos sintomas, a Unilever criou um material específico com procedimentos indicados para viagens internacionais, além de colocar à disposição desses funcionários o serviço de saúde da empresa para monitoramento dos viajantes.


Na Vale, cerca de 90 funcionários que tiveram contato com um prestador de serviços infectado após uma viagem à Argentina também foram afastados de suas atividades. Até o dia 29 de junho, eles permanecerão em casa, sob observação. As outras medidas adotadas foram higienização das instalações e do duto de ar condicionado dos locais de trabalho onde prestador esteve, a maior orientação aos demais funcionários e o acompanhamento dos empregados com destino e retorno de países considerados áreas de risco pela OMS. Também foram vetadas viagens para o México e reduzidos os deslocamentos para os demais países das Américas e a Austrália. Como alternativa, são usados aparelhos de teleconferências para reuniões entre equipes.


Paralelamente, a Vale desenvolveu um plano de contingenciamento pandêmico para os diversos cenários da gripe suína, contemplando até mesmo a possibilidade de que vários empregados sejam infectados. O "centro de controle corporativo", que coordena esse plano, utiliza diversas ferramentas de rastreabilidade dos empregados que viajam ao exterior. Para evitar a proliferação da doença, a Natura, que tem dois casos confirmados e três sob suspeita, orientou os funcionários que trabalham no setor daqueles que foram infectados a procurar orientação médica e a permanecer em casa até que se descarte a contaminação. Os demais também receberam informações sobre a doença e seus sintomas.


A Serasa formou um comitê de prevenção, que conta com a participação de médicos. Além de monitorar a gripe suína e estudar a melhor forma de agir, o comitê tem como objetivo conferir maior agilidade na tomada de decisões, proporcionando tranquilidade aos funcionários. Com a confirmação de cinco casos da doença na empresa, as viagens ao exterior foram suspensas. Antes disso, todos os funcionários que saíam do país a trabalho passavam por uma consulta antes e após a viagem. Hoje, 93 funcionários que tiveram contato com os infectados estão afastados para observação. Mas os trabalhos não foram prejudicados pelas medidas. Recursos como videoconferência e e-mail evitam que os projetos sejam paralisados.


A Boehringer Ingelheim do Brasil – que, por ironia, atua no setor de saúde – afastou por sete dias 25 trabalhadores sem sintomas que tiveram contato mais prolongado com um funcionário vítima do primeiro caso de gripe H1N1 alocado na fábrica de Itapecerica da Serra (SP). Sua contaminação ocorreu durante uma viagem à Argentina. As medidas preventivas abrangem não apenas os funcionários da fábrica como também outros prestadores de serviços e fornecedores que estiveram nos mesmos locais que o funcionário infectado. A empresa diz que a produção e distribuição de medicamentos e o abastecimento do mercado seguem normalmente.


Enquanto aguarda os resultados de dois casos suspeitos, a Comgás já põe em prática seu plano pandêmico.


Em geral, os planos pandêmicos das empresas preveem: o monitoramento da evolução das epidemais no mundo, a pré-definição das pessoas que precisam permanecer na empresa e as que podem trabalhar de casa se houver contaminação, a orientação médica dos funcionários e a restrição das viagens a áreas de risco.


Mesmo empresas que ainda não registraram nem casos suspeitos da doença também adotam precauções. O Itaú Unibanco, por exemplo, formou um comitê multidisciplinar para acompanhar a evolução da doença em todos os países nas quais possui negócios e que também é responsável por orientar seus funcionários sobre a doença. São enviados aos empregados boletins periódicos sobre as formas de contágio, os principais sintomas e as ações de prevenção, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. As mesmas informações também estão disponíveis na intranet.


Um problema nacional
No Brasil, a farmacêutica Roche, fabricante do Tamiflu, medicamento antiviral contra gripes como a suína, direcionou toda a produção do remédio para o governo, conforme determinação da Organização Mundial da Saúde. Segundo a empresa, a produção mundial do Tamiflu em 2009 será de 400 milhões de tratamentos.


No Brasil, o Ministério da Saúde adquiriu 12.500 tratamentos do Tamiflu para uso imediato e outros 9 milhões estão em estoque. Segundo o órgão, todo paciente atendido pela rede de saúde com sintomas da doença é orientado a procurar um dos 53 centros de referência do ministério, espalhados pelo país. Nesses locais, é feita a coleta de material para os exames e o início do tratamento com administração do medicamento mesmo antes da confirmação da doença.


Segundo o último comunicado do Ministério da Saúde, existiam 399 casos de gripe suína confirmados no Brasil e outros 310 sob suspeita. Até 24 de junho, 101 países tinham casos confirmados e divulgados da doença, de acordo com informações dos governos ou da OMS. No mundo, são 56.584 casos confirmados e 259 óbitos - nenhum no Brasil.


O que dizem os especialistas
Segundo a diretora de divulgação da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), Márcia Bandini, a experiência com a gripe aviária em 2005 (vírus H5N1) serviu de lição para que a OMS criasse diretrizes sobre as medidas a serem tomadas por governos e empresas a fim de conter eventuais pandemias. Em geral, elas são responsáveis pelo comprometimento de 20% da força de trabalho dos países afetados. “Desde então, a maior parte das grandes empresas do Brasil passou a adotar planos de contingência pandêmicos. Mas isso não significa que as pequenas e médias não possam se preparar também”, diz Márcia.


Segundo a médica infectologista do Hospital das Clínicas, Maria Cláudia Stockler, além das medidas já adotadas pelas empresas, existem algumas ações adicionais que podem ser tomadas, como manter álcool gel para a limpeza das mãos em lugares acessíveis e manter janelas abertas para facilitar a circulação de ar.


Uma vez constatado o caso, os funcionários que tiveram contato com o doente devem ficar em observação por dez dias. Isso porque, em adultos, o período de incubação costuma ser de sete dias. Caso apresente um dos sintomas, a pessoa deve procurar imediatamente um dos centros de referência do Ministério da Saúde. Os sintomas principais são febre acima de 37,5 ºC e tosse.


Maria Cláudia alerta que o uso da máscara tem efeito limitado. A principal forma de contaminação é por gotículas que são expelidas ao falar, tossir e espirrar. Por isso, é recomendável lavar as mãos várias vezes ao dia com água e sabão ou álcool gel. Após usar o banheiro e antes de comer, é recomendável evitar tocar os olhos, o nariz ou a boca. Além disso, os especialistas afirmam que o melhor é usar lenço de papel descartável e nunca se automedicar.


Em relação aos funcionários afastados pelas empresas que tiveram contato com doentes, Márcia ressalta que essas pessoas estão em isolamento domiciliar, mas não são consideradas inaptas para trabalhar. Ou seja, dependendo da atividade, o trabalho pode ser exercido em casa.


Por: Gisele Cabrini e Francine De Lorenzo - Portal Exame


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sexta-feira, 26 de junho de 2009

O falso dilema familiar

Com nosso pai prestes a se aposentar, meu irmão e eu devemos assumir os negócios da família. O desempenho da empresa é muito bom, mas será que vocês poderiam nos dizer como mudar algumas divisões que ganhariam muito se adotassem práticas de gestão modernas? Só não queremos interferir em nossa cultura tão especial... (Anônimo, Kerala, Índia)

De certa forma, a pergunta que você nos faz é universal. Praticamente todos os novos líderes, quer estejam assumindo uma pequena empresa familiar ou uma companhia de capital aberto em expansão, têm de imaginar um meio de modificar as áreas improdutivas sem prejuízo daquelas que parecem estar funcionando bem. Portanto, a resposta à sua pergunta também é de abrangência universal. O líder estimula a mudança quando explica claramente por que ela é necessária, quando pinta um quadro do futuro da empresa, quando descreve aos funcionários as vantagens do plano a ser posto em prática. Tudo isso ressaltando a necessidade imperiosa de que a mudança aconteça de maneira constante e sem tréguas, até que seja totalmente aceita e implantada.

Existe uma razão para que as pessoas vejam dificuldades na mudança. Em empresas familiares como a sua, mudar pode ser uma experiência muito difícil exatamente por causa daquilo que você descreveu como "cultura especial". As empresas familiares diferem das grandes empresas em geral devido à sua cultura - na verdade, é por isso que muita gente se sente atraída por elas. Independentemente do tamanho, essas empresas familiares tendem a ter uma atmosfera mais intimista. Você trabalha para uma pessoa de verdade ou para o legado deixado por ela, e não para uma entidade genérica cujos donos são um conjunto de acionistas sem rosto. Além disso, as empresas familiares costumam ter um ambiente mais conciliador, em que o mau desempenho é quase sempre interpretado num contexto em que se levam em conta os problemas pessoais do funcionário. Não faltam chances para quem não tem a performance desejada. A cultura dessas empresas traz sempre embutido um sentimento de orgulho, segurança e continuidade, o que torna a introdução de mudanças um assunto muito delicado para a liderança.

Isso, no entanto, é só parte da dificuldade. A outra parte tem a ver com seu pai. A maior parte das empresas familiares gira em torno da figura do patriarca. Seus valores dão o tom ao negócio, sua palavra tem o mesmo peso que o evangelho. As pessoas acreditam que ele carrega a empresa no sangue. Afinal de contas, foi graças à sua sabedoria que ela foi construída. Portanto, qualquer novo líder que venha a substituir o patriarca, seja ele um membro da família preparado durante muito tempo para isso, seja alguém vindo de fora, precisa entender uma coisa: a ajuda desse patriarca é fundamental.

É bem possível que seu pai tenha lhe dito que apoia seus planos de mudança. De fato, nas empresas familiares mais bem-sucedidas, os patriarcas contam realmente com seus descendentes para a introdução de práticas modernas que eles mesmos não foram capazes de vislumbrar. Em nossa experiência, porém, o líder prestes a deixar a empresa nutre certa ambivalência em relação ao novo rumo proposto para a instituição depois de sua saída. E, como sempre acontece nas famílias, todo mundo sabe disso. O que você pode fazer?

Nas empresas abertas, normalmente aconselhamos que as mudanças sejam feitas de forma rápida. No seu caso, porém, vamos abrir uma exceção. Para conseguir o apoio do patriarca, os novos líderes de empresas familiares precisam dar um tempo, de modo que as coisas possam ir acontecendo aos poucos. Durante esse período, certifique-se de que seu pai compreenda que você respeita sinceramente tudo o que ele construiu. Certifique-se também de que ele entenda as vantagens financeiras, competitivas e até mesmo culturais de seu programa de mudanças. Por fim, e esta talvez seja a parte mais importante, tente descobrir um meio de fazer com que ele participe do processo de mudança, em vez de simplesmente acompanhá-lo em silêncio. Esteja certo de que nada convencerá mais os empregados da importância das mudanças do que o testemunho favorável de seu ex-líder.

Não queremos que você pense que estamos lhe passando uma fórmula. A sucessão nas empresas familiares nem sempre é tão organizada e previsível - assim como as próprias famílias! Contudo, se você administrar essa fase com as emoções no lugar certo, terá a oportunidade de construir algo notável: uma empresa familiar que cresce mais e melhor nas mãos da nova geração.

Por: Jack Welch (Portal Exame)

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A Transição da Empresa Familiar Precisa do Comprometimento dos Fundadores e Herdeiros

A administração de uma empresa familiar pode parecer, mas não é uma tarefa simples. Isto porque envolve uma questão fundamental que pode ser a razão do sucesso ou fracasso: saber como administrar os relacionamentos. E quando se trata da transição, ou seja, a sucessão da liderança por outro membro da família, o processo se torna ainda mais delicado.

Segundo estudiosos, uma empresa só se torna "verdadeiramente" familiar quando consegue passar o controle para a segunda geração. Em grandes empresas há inúmeros casos de sucesso, nos quais os herdeiros conseguiram perpetuar o trabalho de seu fundador. Mas este não é um processo apenas das grandes, pequenas e médias empresas também precisam enfrentar a sucessão, que pode ser a chave para seu crescimento ou extinção.

Conceitualmente, as empresas familiares podem ser divididas em três tipos básicos:
Tradicional: na qual a família fundou e administra exercendo o domínio completo sobre os negócios;

A Mista: aonde o capital é aberto, mas a família ainda detém o controle e a de influência familiar, em que a maioria das ações está em poder do mercado, mas a família mantém a influência estratégica.

As pequenas e médias empresas familiares: geralmente se encontram no primeiro tipo. Nestas empresas o processo tende a ser mais complicado porque as questões familiares ficam mais evidentes. Geralmente os fundadores ainda não têm a consciência da importância da sucessão, que é feita informalmente. Eles esquecem que seu sonho não é, necessariamente, o sonho dos herdeiros.

Por isso, os fundadores têm um papel fundamental: eles devem conduzir a transição. Mas não é uma tarefa fácil, isto porque os empreendedores nem sempre são bons administradores com ampla visão empresarial e têm dificuldade em passar a liderança para os herdeiros. O desafio é transformar a família numa família empresária, até porque o fundador pode ser um ótimo empreendedor, mas um fracasso como pai, que não soube preparar os filhos para assumir a empresa.

A iniciativa deverá ser do fundador, mas ela precisa ser discutida e decidida em conjunto com os herdeiros, para que a decisão não seja questionada quando o fundador não estiver mais presente.

A vantagem da profissionalização
Durante a sucessão, é comum se instalar um clima de desconfiança junto aos funcionários, que tende a trazer prejuízos até para a produtividade. Isto acontece porque de uma maneira geral, na primeira geração, a lealdade dos funcionários não é a empresa, mas a figura do fundador. E esta lealdade não é transferível.

A solução mais uma vez está no diálogo e transparência. O sucessor e o sucedido precisam trabalhar esta questão com comunicação clara para que os colaboradores entendam a importância deste processo. Mas neste ponto, alertamos que os herdeiros tendem a cometer um erro gravíssimo: achar que a equipe do pai não serve mais. Não é uma questão de destruir, mas de entender e dar continuidade. Os herdeiros precisam construir novas lealdades com os que já estão e com os que estão por vir.

Lidar com as pessoas, sejam os colaboradores, sejam os herdeiros, é a maior dificuldade de todo o processo, mas também a única saída para que se atinja o sucesso. Acreditamos que o ponto fundamental é a disposição da família em trabalhar questões prioritárias, mas que são delicadas e íntimas. Não adianta colocar adiar os problemas de relacionamento, porque elas vão aparecer novamente.

Em alguns casos, a melhor solução é a venda da empresa e a divisão dos ativos. Mas isto não significa que a empresa familiar não seja viável. Afinal grande parte da economia brasileira se movimenta com a ajuda das empresas familiares, sobretudo, os pequenos negócios.

Erros Comuns:
1. Iniciar o processo de sucessão após a morte do fundador;
2. O fundador escolher/impor o sucessor;
3. Querer acomodar todos os herdeiros na empresa;
4. Adotar o mesmo modelo de administração do fundador;
5. Romper totalmente com o passado;
6. Não separar questões familiares e profissionais;
7. Achar que contratar profissionais externos e afastar a família da gestão resolve.

O correto é:
1. O processo deve começar com a presença do fundador;
2. O sucessor deve ser escolhido em comum acordo entre o fundador e os herdeiros;
3. Nem sempre a empresa conseguirá acolher todos os herdeiros. A empresa não pode ser um "cabide de empregos" para os herdeiros que não têm outra opção;
4. O modelo de gestão do empreendedor não serve necessariamente para a continuidade;
5. A figura do fundador deve ser cultivada;
6. Os herdeiros precisam saber separar os papéis de: irmãos, gestores e diretores. O almoço de família não é o momento ideal para se discutir questões da empresa;
7. Nenhuma solução profissional será possível sem resolver as questões societárias, por mais brilhante que seja o executivo contratado, ele nada poderá fazer.

O importante é que qualquer que seja a opção que os integrantes da empresa familiar escolham, sucessão familiar ou profissional que seja uma resolução tranqüila sobre o caminho escolhido. Sucessão, perpetuação, pode se tornar simples se houver tato para lidar com o individuo e se respeitarmos o tempo de cada um dos sócios e herdeiros olhando o individuo sem preconceitos e rótulos.

Enquanto não olharmos o indivíduo como a peça fundamental desta mudança às sucessões continuará tendo problema e muitas das vezes as organizações desaparecendo por falta de comunicação entre sócios herdeiros.

Por: Sandra Regina da Luz Inácio (Artigos.com)

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sandália dita a moda dos pés no São João em Campina Grande

Havaianas fabrica todo ano pares do calçado com tema junino. Estampa tem a assinatura do artista campinense Fred Ozanan.




A sandália Havaianas dita a moda dos pés no arraial do Parque do Povo, em Campina Grande (PB). Há pelo menos cinco anos a fábrica Alpargatas, com sede na cidade, estampa as "legítimas" com desenhos temáticos e que fazem menção ao que é considerado "O maior São João do Mundo". A versão "matuta" do calçado tem a assinatura do artista e chargista Fred Ozanan, que é campinense.


Por dia, centenas de pares são vendidos e o calçado ainda pode ser entregue em casa, junto com um cartão-postal também temático. É uma forma de diminuir o volume da bagagem para quem leva a sandália de lembrança para familiares e amigos. A peça custa R$ 19,99 e, antes mesmo do término do São João, algumas numerações já acabaram.


A fábrica de Campina Grande produz sete pares por segundo e é a responsável pelos calçados vendidos no país e no mundo.


Por: Glauco Araújo - G1

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Orientadas pela educação

Como as empresas estão transformando suas universidades corporativas em instrumentos de contratação, formação de líderes e aceleração de crescimento

Desde que surgiram nos Estados Unidos, no final da década de 80, as universidades corporativas se tornaram uma verdadeira febre. Subitamente, todas as grandes empresas americanas queriam ter a sua própria academia para forjar talentos a baixo custo e compensar, assim, a falta de profissionais qualificados no mercado. O Brasil, é claro, entrou nessa onda com algum atraso - mas pelo menos entrou. Até 2000, as universidades corporativas eram privilégio de pouco mais de uma dezena de multinacionais instaladas por aqui. Hoje, estão presentes em mais de 500 empresas de diferentes portes e ramos de atividades do país. E o que é melhor: algumas delas estão na linha de frente da educação corporativa, com inovações capazes de rivalizar com o que existe de melhor nos Estados Unidos e na Europa - e que vão além das demandas do setor de RH.

Um exemplo é a Chemtech, especializada em soluções de automação e engenharia para grandes indústrias. Lá, a educação é mais do que uma maneira de qualificar a força de trabalho - é, também, um meio de atrair, selecionar e contratar novos funcionários. Todos que almejam trabalhar na empresa são convidados a participar gratuitamente de um curso ministrado pela Universidade Corporativa Chemtech (UCC). O curso foi desenvolvido pela própria companhia, mas trabalha competências que são essenciais para qualquer profissional que pretenda se destacar no mercado.

Os "alunos" que apresentam as melhores médias de desempenho nas aulas são contratados. Já os que sobram ficam em uma lista de reserva, uma espécie de "back-up de competências" da Chemtech, como define Denise Lopes Cardoso, gerente-geral da empresa, cuja sede fica no Rio de Janeiro. "Ao mesmo tempo, eles têm total liberdade para procurar emprego em outras empresas.

Então, o curso acaba sendo útil para todos, inclusive para quem não é contratado", explica.Referência na busca de novas funções para sua universidade corporativa, a Natura adota um programa diferenciado de formação de líderes. "Mas o que nós fazemos é mais do que um treinamento. É um processo transformador", resume Marcelo Madarász, gerente de liderança da Natura. Uma das diferenças é o fato de que a Natura não se restringe à grade curricular trazida de MBAs ou dos cursos in company disponíveis no mercado. O programa foi montado pela própria empresa em parceria com a Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais, e é dividido em três eixos de abordagem. Cada um deles promove uma etapa desse "processo transformador" que habilita os participantes a ocupar cargos estratégicos de liderança dentro da Natura. Na prática, é uma universidade corporativa customizada, que desenvolve líderes já alinhados com os valores da empresa. Não por acaso, o programa adotado em 2007 já contou com a presença de personalidades como o filósofo e economista Jean Bartoli e o ativista José Junior, líder do grupo AfroReggae. "O objetivo é sempre trazer um olhar plural e holístico, alinhado com o jeito de ser da Natura", diz Madarász.

O limite é o mercado
O fato é que as universidades corporativas estão deixando de ser meros departamentos de qualificação dentro das empresas. Hoje, elas são vistas como unidades de negócios independentes - com planejamento, receitas próprias e autonomia para se relacionar não só com o público interno. É o que vem ocorrendo, por exemplo, na universidade do Hospital Mãe de Deus (HMD), de Porto Alegre. Criada em 2004 para dar suporte técnico às estratégias de crescimento do hospital, a Universidade Corporativa Mãe de Deus acabou se tornando um dos centros de especialização em saúde mais procurados do Rio Grande do Sul. "A ideia inicial era atender a demandas internas de qualificação, principalmente naquelas áreas em que os profissionais carecem de especialização em saúde, como a Administração", recorda Alceu Alves da Silva, diretor executivo do HMD. "Mas nós percebemos que a procura por esses cursos é muito grande e, por isso, decidimos oferecê-los também ao público externo. Isso possibilitou à nossa universidade crescer rapidamente", conta ele.

Hoje, o HMD registra marcas invejáveis na área de educação corporativa. Cada funcionário do hospital recebe até quatro horas de treinamento por mês, em média. "É um sucesso histórico no nosso setor", afirma Kátia Barreiro Magni, gerente de recursos humanos do HMD. Em média, diz ela, os hospitais brasileiros dão cerca de 2,8 horas de treinamento por mês a cada empregado. "Isso se considerarmos os melhores hospitais do país." Além disso, o HMD ganha prestígio ao se posicionar como uma instituição capaz de formar bons profissionais para o mercado da saúde, graças a alianças mantidas com universidades convencionais - sete, no total - e entidades médicas.

Recentemente, por exemplo, o HMD criou um curso em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. O objetivo é atender aqueles médicos que desejam se tornar cardiologistas, mas ainda não passaram nos exames seletivos para a residência nessa disciplina. "É claro que o curso não corresponde à residência. Mas é algo que habilita o médico a buscar a formação em cardiologia", destaca Silva.

A universidade corporativa é um dos fatores que sustentam o crescimento do HMD. Graças a ela, o hospital consegue encurtar caminhos para atingir suas metas estratégicas. Por exemplo: atualmente, o Mãe de Deus está buscando uma certificação internacional na área de qualidade e segurança hospitalar. "Para isso, temos de passar por uma nova etapa de qualificação dos nossos recursos humanos", explica Silva. Com a multiplicação de centros clínicos, capazes de realizar atendimentos e pequenos procedimentos cirúrgicos, os grandes hospitais tendem a se concentrar no atendimento de casos mais complexos, afirma ele. Daí a necessidade de se ter treinamentos e processos cada vez mais rígidos.

Muito além do RH
A universidade também baliza algumas práticas de gestão de pessoas do HMD. Prova disso é o programa "Evoluir", que orienta as carreiras de cada funcionário dentro do hospital. Basicamente, o sistema indica quais são as competências necessárias para se ocupar cada um dos cargos existentes dentro do HMD. Assim, um enfermeiro sabe exatamente o que precisa fazer para ser promovido, por exemplo, a chefe do departamento de enfermagem - e a universidade corporativa permite que ele desenvolva as competências necessárias para isso. "A gente diz quais são as vagas que temos em aberto e o perfil necessário para preenchê-las. Então, proporcionamos a qualificação necessária aos candidatos", explica Kátia.

Na prática, a universidade corporativa ultrapassa os limites do setor de RH e tem participação decisiva nos resultados do HMD. Entre 2006 e 2008, o número de "clientes novos" - isto é, pacientes que foram atendidos pela primeira vez no hospital - subiu de 70 mil para 90 mil. No ano passado, a meta de atendimentos foi batida com três meses de antecedência. "É uma forma de avaliar se o investimento em educação está dando retorno", resume Silva.

Por: Andreas Müller / Redação de AMANHÃ

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O boleto eletrônico vem aí

A partir de outubro, cobranças em papel serão digitalizadas e poderão ser consultadas e pagas pela internet, em caixas automáticos e até via celular.

Os bancos brasileiros processaram, no ano passado, cerca de 2,4 bilhões de boletos de cobrança. Foram compras em lojas de varejo, pagamentos de mensalidades escolares, cobranças de planos de saúde, condomínios e cartões de crédito, entre outras transações - um mar de papel que, na maioria das vezes, tem como destino os arquivos mortos ou o lixo. O boleto de cobrança é um resquício de uma era bancária que está ficando cada vez mais distante com a onda de modernização que está varrendo as instituições financeiras nas últimas décadas. Mas a hora das cobranças em papel parece ter chegado ao fim. A partir de 19 de outubro, os bancos brasileiros terão um sistema integrado capaz de exibir as informações dos boletos na internet, no caixa eletrônico ou no celular - ou seja, não será mais necessário imprimir e enviar papéis pelo correio. A expectativa é que pelo menos 700 milhões de boletos impressos deixem de circular nos primeiros 12 meses. Como nota Iezio Sousa, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban): "O papel não vai acabar de vez, mas o cliente terá chance de escolher".

Em outubro, um correntista do Bradesco, por exemplo, poderá ver na internet as cobranças emitidas pelo Itaú ou por qualquer uma das 60 instituições que integram o projeto. A adesão ao sistema é voluntária, mas os bancos que já entraram para o sistema representam 99% das cobranças. O modelo vai funcionar com a adesão do correntista. O cliente informará a um ou mais bancos a preferência pelos e-boletos e poderá visualizá-los nos meios eletrônicos disponíveis. Apesar do ambiente online, o boleto eletrônico será tratado exatamente como as cobranças em papel. O correntista poderá visualizar a cobrança, agendar o pagamento ou até mesmo recusar o boleto - e estará sujeito às mesmas consequências, como o protesto do que não for pago. O cliente do banco também poderá optar por redirecionar o boleto eletrônico para terceiros, indicando outro CPF ou CNPJ, e ainda consultar as cobranças de outras pessoas. "Isso poderá acontecer, por exemplo, quando os pais quiserem verificar as cobranças escolares emitidas em nome dos filhos", diz Joaquim Kavakama, superintendente da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). Somente serão exibidos os boletos com autorização prévia. "A exibição só acontecerá depois que o cliente informar ao banco quem poderá vê-los." Por trás do boleto eletrônico, funciona um sistema central, operado na CIP e que relaciona os boletos aos correntistas.

O projeto, batizado de Débito Direto Autorizado, ou DDA, promete ser a grande novidade tecnológica dos bancos em 2009. Um de seus principais objetivos é o combate às fraudes. Atualmente, várias quadrilhas interceptam as correspondências, adulteram o código de barras e criam um boleto idêntico ao original, mas com a conta de destino diferente. Quem paga nem nota e acaba repassando dinheiro aos criminosos. Empresas com boletos fraudados chegam a perder 500 000 reais por mês, segundo dados extraoficiais. Outros impactos do projeto estão na redução dos gastos com papel e impressão. Segundo Caio Canton, superintendente executivo do Citibank, o custo de impressão e postagem de um boleto para os bancos fica entre 20 e 25 centavos - mais de 500 milhões de reais, conforme dados de 2008. "Esses custos tendem a zero com o boleto eletrônico", diz. Para a Unilever, cliente do Citi e emissora de cerca de 150 000 cobranças mensais para clientes corporativos, é uma oportunidade e tanto, já que o corte nos custos de impressão poderá render uma renegociação do contrato com o banco. A empresa de logística e fretes DHL emite cerca de 9 000 faturas todos os meses, e também vê o corte de custos de entrega como um dos pontos positivos do projeto, já que chega a pagar até 60 centavos por boleto que vai para as regiões mais distantes. "A agilidade na entrega e a certeza do recebimento é outra vantagem", diz o diretor financeiro Marcos Steffen. Os bancos acreditam que o e-boleto também melhorará o serviço prestado nas agências. Apesar do crescimento da internet, as transações nos caixas comuns cresceram 12,5% nos últimos oito anos, de 4 milhões em 2000 para 4,5 milhões em 2008. "À medida que os boletos eletrônicos se popularizam, os bancos podem usar sua rede para operações mais complexas", diz Rodrigo Caramez, do HSBC, que opera 924 agências no Brasil.

A implantação dos e-boletos vai acontecer em fases. Em outubro estará disponível online apenas parte das cobranças, como mensalidades escolares, financiamentos, planos de saúde e aquisições em lojas de varejo. Em abril de 2010, integrarão o projeto cobranças com extrato, como cartão de crédito, contas de consumo, condomínios e consórcios. Depois, será a vez dos impostos. Só poderão participar do projeto, entretanto, as cobranças registradas, em que a empresa contrata um banco para operar o envio das faturas e o controle dos pagamentos. Empresas que fazem o procedimento dentro de casa, como as gigantes do varejo Lojas Renner e Casas Bahia, ficarão de fora se não contratarem o banco para fazer a emissão eletrônica. "A conveniência do boleto digital deve atrair os clientes e com isso motivar as empresas a registrar suas cobranças", afirma Sousa, da Febraban.

Os bancos não revelam os investimentos, mas os números da CIP dão a dimensão do projeto. Foram 20 milhões de reais na contratação da Tivit, empresa de serviços tecnológicos do grupo Votorantim, para a montagem do sistema. Outros 77 milhões de reais serão pagos nos próximos oito anos, a título de operação. Além dos aportes da CIP, cada um dos bancos terá de fazer seus próprios investimentos. Estima-se que, por ano, a oportunidade para empresas de serviços de TI será de 50 milhões a 100 milhões de reais. "A demanda ficará aquecida para projetos de consultoria e manutenção dos sistemas", diz Benjamin Quadros, presidente da brasileira BRQ IT Services, que presta serviços para o HSBC e tem hoje 60% de seu faturamento - de 180 milhões de reais em 2008 - como fruto de contratos do mercado financeiro.

No ano passado, os bancos investiram 16 bilhões de reais em tecnologia e não devem poupar esforços para disseminar o e-boleto. "A próxima fronteira da competição estará nos serviços adicionais em torno do boleto eletrônico", diz Ademir Cossiello, diretor executivo do Bradesco, responsável por 50% das emissões de cobranças no país. Uma das iniciativas do Itaú Unibanco é o envio de mensagem de texto ao celular do correntista para avisar sobre a chegada de novas cobranças. O Banco do Brasil investiu na preparação prévia dos clientes para o boleto eletrônico. Desde a segunda quinzena de maio, os correntistas podem visualizar as cobranças emitidas pelo BB, o que será ampliado para as cobranças emitidas por outros bancos com a integração prevista pelo DDA, daqui a quatro meses.

O projeto, porém, tem algumas limitações. Passada a data do vencimento, os boletos eletrônicos deverão ser impressos e pagos no banco emissor. Também poderá ocorrer um "spam de boletos": cobranças indesejadas que hoje chegam pelo correio podem tornar-se um bombardeio eletrônico. Iezio Sousa, da Febraban, diz que o usuário poderá simplesmente recusá-las, assim como faz com as cobranças em papel. Está em estudo uma opção para ignorar para sempre os boletos de determinadas empresas, mas esses são apenas projetos. Mesmo com os pequenos ajustes, a expectativa é que o e-boleto decole rapidamente. Da mesma forma como os cheques saíram pouco a pouco de cena, é possível que o boleto em papel seja, em poucos anos, apenas uma lembrança.

Por: Camila Fusco - Portal Exame

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Adesão ao Empreendedor Individual será feita pela internet

Figura jurídica que facilitará a formalização de autônomos entra em vigor em 1º de julho deste ano; contabilistas que aderiram ao Simples Nacional prestarão assistência gratuita aos informais.

As adesões ao Empreendedor Individual, figura jurídica que facilitará a formalização de empreendedores como manicures, costureiras, carpinteiros, cabeleireiros, sapateiros artesãos, entre outras profissões, serão feitas pela internet. A expectativa é de que até o fim de 2010 a adesão chegue a 1,1 milhão de pessoas.

A partir de 1º de julho, os interessados em formalizar seus negócios deverão acessar o Portal do Empreendedor (http://www.portaldoempreendedor.gov.br/). Nele, o profissional obterá o registro no CNPJ e as inscrições na Previdência Social e na Junta Comercial. A previsão é que esse processo dure no máximo 30 minutos.

As estratégias para implementação da nova figura jurídica estão sendo definidas pelo Ministério da Previdência, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Receita Federal, Sebrae, Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas) e bancos públicos.

O Empreendedor Individual foi criado pela Lei Complementar 128/08, que aprimorou a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (LC 123/06). A partir de 1º de julho de 2009, poderão se formalizar por meio desse mecanismo empreendedores da indústria, comércio e serviço - exceto locação de mão-de-obra e profissões regulamentadas por lei - com receita bruta anual de até R$ 36 mil. Os interessados devem ter no máximo um funcionário com renda de até um salário mínimo mensal.

A adesão ao Empreendedor Individual garantirá vários benefícios, como aposentadoria e auxílio-doença. Empreendedores do comércio e da indústria pagarão um valor fixo mensal de 11% sobre o salário mínimo - hoje R$ 51,15 - referente ao INSS pessoal, mais R$ 1 de ICMS. Prestadores de serviços arcarão com os mesmos 11% sobre o mínimo mais R$ 5 de ISS. Já os profissionais que atuam em atividades mistas (indústria ou comércio com serviços) pagarão os 11% do mínimo mais R$ 1 de ICMS e R$ 5 de ISS.

De acordo com a Resolução nº 58, aprovada em abril passado pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), o pagamento dos valores fixos a serem recolhidos pelos empreendedores individuais será feito até o dia 20 de cada mês, por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).

O Comitê estabeleceu que só poderá aderir a esse sistema o empreendedor que se formalizar a partir de 1° de julho de 2009. Aqueles que abrirem formalmente a empresa até 30 de junho deste ano só

poderão aderir em janeiro de 2010, prazo que se repetirá anualmente, de acordo com as regras do Simples Nacional.

Atendimento
Os empreendedores interessados na formalização poderão buscar informações nas centrais de relacionamento do Sebrae (0800-5700-800), do INSS (135) e da Receita Federal do Brasil (146), além dos portais dos órgãos envolvidos. A orientação e o atendimento direto a esse público serão feitos pelo Sebrae e pela Fenacon.

Os escritórios de contabilidade integrantes do Simples Nacional farão, gratuitamente, o registro e a primeira declaração anual desses empreendedores individuais, de acordo com a Lei 128/08. O trabalho de mobilização da categoria está sob a coordenação da Fenacon e tem o apoio do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Além da orientação, que inclui produção de cartilha e outros materiais informativos, o Sebrae também se prepara para auxiliar os empreendedores nos pontos de atendimento da Instituição e por meio de ações itinerantes. A estratégia inclui ainda a distribuição de materiais informativos nas agências e postos de atendimento bancário do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Os dois bancos, junto com o Banco do Nordeste, também devem lançar serviços financeiros diferenciados para os empreendedores que aderirem à nova lei.

Por: Dilma Tavares - Agência SEBRAE de Notícias

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terça-feira, 23 de junho de 2009

Brasil gerou 131,5 mil empregos em maio.

Foi o quarto mês consecutivo de resultado positivo após o pico da crise global no fim de 2008 e início de 2009.

O país gerou 131.557 novos empregos formais durante o mês de maio, como consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Foi o quarto mês consecutivo de resultado positivo após o pico da crise global, ao fim de 2008 e início deste ano. Foram admitidos 1.348.575 pessoas em maio e desligados 1.217.018 no período.

No acumulado do ano, foram gerados 180.011 novos empregos com carteira assinada, com forte retração em relação a janeiro e maio de 2008, quando houve a criação líquida de 1,051 milhão de vagas. Em 12 meses até maio, foram abertos 580.269 postos de trabalho.

No desempenho do mês de maio deste calendário, o destaque foi o agronegócio, com criação de 52.927 vagas, em especial na colheita de café e cana-de-açúcar. Já a indústria de transformação, que tem registrado no ano seus piores desempenhos, verificou em maio a geração de 700 vagas, mas, nos cinco primeiros meses de 2009, continua com resultado negativo, com a eliminação líquida de 146.478 empregos.

Por: Valor Econômico - On line.

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“Estamos no momento da virada”

O economista Gary Becker diz que o crescimento deve voltar a partir do próximo trimestre e se diz “cautelosamente otimista” com o mundo - e surpreso com o Brasil.

O economista Gary Becker, vencedor do Prêmio Nobel de economia de 1992 e professor da Universidade de Chicago, está no Brasil pela segunda vez, acompanhado de sua mulher, a historiadora iraniana Guity Nashat. A primeira vez foi 15 anos atrás, justamente quando o país estava estabilizando sua economia. “Achamos muita coisa diferente, mesmo numa viagem de apenas três dias”, disse Becker, em palestra na manhã desta quinta-feira no evento Insights com Época NEGÓCIOS. “Sabíamos que a economia está muito melhor, mas ficamos ambos surpresos com o aumento da confiança dos brasileiros e seu otimismo sobre o futuro.”

Ele próprio se diz “cautelosamente otimista” em relação ao futuro da economia mundial. E resume as razões para seu otimismo de longo prazo na sigla METT - iniciais das palavras, em inglês, Mercado, Educação, Comércio e Tecnologia. “São todas forças poderosas, que interagem umas com as outras para criar crescimento na economia global”, afirma.

Quanto aos motivos para cautela, o primeiro, naturalmente, é a recessão. Ou quando sairemos dela. “Há não muito tempo, muitos colegas diziam que estávamos entrando numa nova Grande Depressão. Escrevi um artigo para o Wall Street Journal dizendo que não”, afirma Becker. “Agora parece que estamos no momento da virada. O declínio do PIB americano está desacelerando. E parece que no terceiro trimestre vamos começar a ver algum crescimento.” Se for assim, terá havido uma recessão severa no mundo. Mas nada comparável à Grande Depressão.

Outro risco é a inflação. Antes da crise, os bancos americanos tinham, em média, US$ 8 bilhões em excesso de reservas (dinheiro não emprestado). Hoje, têm US$ 80 bilhões. Quando a economia reaquecer, essas instituições vão despejar esse dinheiro no mercado, com juros baixos. Naturalmente, uma combinação inflacionária. Para Becker, a missão do banco central americano, o Fed, será elevar os juros e vender títulos para retirar o excesso de dinheiro do mercado.

Por fim, este economista da escola liberal de Chicago se preocupa com o debate entre diferentes visões do capitalismo - anglo-saxão (focado em mercado e competição) versus francês (mais estatal). “Este primeiro está sob ataque, o que não é surpresa. Não há dúvida de que o sistema financeiro se comportou mal antes e durante a crise.” O problema, para ele, é que a política econômica do governo Obama está se movendo em direção ao modelo francês de capitalismo. “Está certo, a GM não foi bem administrada. Mas duvido que o governo faça melhor".

Por: Por Alexandre Teixeira - Época Negócios

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Franquias reduzem custos e tamanho de lojas para crescer no interior

Habib's, Yázigi e Nobel estão entre as redes em fase de 'interiorização'. Investimento necessário para abrir lojas no interior pode ser 50% menor.

À medida que o mercado de franquias no Brasil amadurece, as empresas mais antigas buscam formas de continuar a crescer, evitando que seus franqueados "se acotovelem" nos grandes centros urbanos do país.

Para garantir o ritmo de crescimento do setor – que projeta alta de 13% em 2009, após expansão de 19% no ano passado –, as grandes redes estão adaptando seus negócios para se expandir pelo interior, incluindo nessa estratégia cidades com menos de 100 mil habitantes.

Para aumentar a presença das marcas fora dos grandes centros, a adaptação passa tanto pela redução do espaço físico quanto do investimento inicial para a abertura do negócio, que pode cair mais de 50%.

Fast food
Conhecida por lojas de cerca de 350 metros quadrados, a rede de fast food Habib's desenvolveu uma versão "mini" de suas unidades pensando em bairros mais distantes e em municípios de menor porte.

São restaurantes de 150 metros quadrados, que exigem investimento de R$ 600 mil a R$ 700 mil do franqueado, cerca da metade do valor exigido para as lojas maiores, que varia de R$ 1,2 milhão a R$ 1,5 milhão.

Segundo o diretor de expansão do Habib's, João Augusto Ribeiro Penna, as lojas menores também têm custos fixos inferiores, pois o número de funcionários e o valor do aluguel também cai com a redução da área de vendas.

O tempo de retorno do investimento, porém, é o mesmo das lojas grandes, variando de 24 a 36 meses, uma vez que a projeção de faturamento dos Habib's "mini" é também menor.

Penna diz que a necessidade da criação de um novo modelo de restaurante foi percebido especialmente na prospecção de mercados no interior de São Paulo. Mas o projeto de expansão do Habib's neste ano inclui, segundo o executivo, as regiões Nordesde e Centro-Oeste.

"Vamos assinar os contratos para o franqueador master de São Luís (MA), que atenderá também a região de Teresina (PI)", ressalta Penna. Ao longo deste ano, também deve ser definida a trajetória de expansão da marca para Campo Grande e Cuiabá.

Livrarias
A Franchising Ventures, central que reúne dez marcas – entre elas, Livraria Nobel, Sapataria do Futuro, Zastrás Brinquedos e Café Donuts –, também adaptou as lojas da Nobel para cidades pequenas. Desta forma, a rede possibilitou a venda de livros em cidades que não tinham essa opção.

O diretor da empresa, Sérgio Milano Benclowicz, diz que é possível abrir uma loja de 50 metros quadrados da livraria a um custo total estimado de R$ 122 mil – justamente o modelo que mais cresce no interior do país. Para unidades de 250 metros quadrados, as maiores da rede, o investimento é de R$ 262 mil.

A Livraria Nobel tem 170 lojas no Brasil e estendeu sua expansão para o exterior, onde tem 16 lojas na Espanha, 3 em Angola e 2 em Portugal. O objetivo da Franchising Ventures é oferecer negócios complementares a seus associados. Por isso, algumas lojas da Nobel também têm uma unidade Café Donuts.

“Não existe obrigação. Se quiser, o franqueado pode se associar à Starbucks. Mas a relação com o mesmo franqueador reduz custos”, diz Benclowicz. Ele explica que, ao concentrar marcas, a Franchising Ventures reduz os custos dos associados com administração, que são divididos em forma de “condomínio” entre os franqueados das diferentes marcas.

Escola de inglês
Com 59 anos de mercado, a escola de idiomas Yázigi também busca o interior para aumentar o número de unidades de 402 para 500 até 2011. A empresa criou um modelo de escola para cidades a partir de 40 mil habitantes. O custo de instalação é de R$ 115 mil. Para as lojas de grande porte, recomendadas para municípios maiores, o investimento é de R$ 215 mil.

Para Alexandre Gambirasio Silva, diretor da rede, o sistema de franquias vai se desenvolver cada mais fora dos grandes centros. “O interior está sendo mesmo desbravado”, frisa. A escola diz que empreendedores em busca de um lugar mais tranquilo para viver estão entre aqueles que procuram abrir escolas de idiomas em cidades menores.

Por: Fernando Scheller - G1 Economia e Negócios

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Plano de Mercado reduz perda de oportunidades

Ferramenta leva a empresa a analisar melhor o seu ambiente de negócios e aprimorar o conhecimento do seu espaço no mercado.

O Plano de Mercado é uma poderosa ferramenta de gestão para as empresas, especialmente as de menor porte. Mas, infelizmente, esse instrumento indispensável para o sucesso nos negócios é muito pouco utilizado nas pequenas empresas, resultando em uma gestão mais movida pela improvisação do que por uma trajetória planejada de inserção no mercado. Pela falta do plano, muitas empresas desperdiçam oportunidades ou não confirmam todo o potencial de crescimento que têm.

A utilização do Plano de Mercado leva a empresa a analisar melhor o seu ambiente de negócios e a aprimorar o conhecimento do seu espaço no ambiente econômico, podendo assim tomar as decisões mais apropriadas quanto aos seus produtos e serviços, preços, canais de comercialização, pontos-de-venda e promoção junto aos clientes.

As etapas de um Plano de Mercado seguem uma lógica racional de gestão: planejamento, execução, monitoramento e avaliação, o famoso PDCA (em inglês: plan, do, check, act). Na elaboração do planejamento, os componentes principais são a análise do ambiente, o conhecimento do espaço da empresa dentro do mercado, a avaliação do composto de produtos, dos pontos de venda e dos canais de comercialização e a definição das estratégias e das metas dentro de um cronograma que permita seu acompanhamento durante a execução. Depois é ir monitorando, medindo os resultados, ajustando e tomando decisões em busca do melhor desempenho.

Um exemplo internacional dessa ferramenta em formato eletrônico é um programa desenvolvido pela Palo Alto Software, nos Estados Unidos, denominado Marketing Plan Pro. O software vem conquistando um enorme sucesso de utilização pelas pequenas empresas daquele país.
O propósito do Sebrae é popularizar o uso desse instrumento de gestão. A meta é que dezenas de milhares de micro e pequenas empresas utilizem essa facilidade em todo o Brasil. Para tanto, baseado em experiências já existentes e em inovações que a tecnologia de informação e da comunicação nos permite, pretendemos disponibilizar o Plano de Mercado tanto de forma presencial quanto a distância, no conceito "faça você mesmo". A estratégia é licitar nacionalmente uma solução ajustada às condições brasileiras, valendo-se do benchmarking dessa ferramenta.

No mundo atual dos negócios, onde a competição pelos mercados é acirrada, torna-se necessário possuir armas para sobreviver e crescer. O Plano de Mercado é uma dessas armas de ataque e de defesa. Numa crise coexistem dificuldades e oportunidades no mercado. Uma empresa mais bem posicionada, e que utilize ferramentas importantes de auxílio à gestão, poderá conquistar importantes espaços no mercado, mesmo nesses momentos de turbulência.

Por: Luiz Carlos Barboza - Diretor técnico do Sebrae Nacional

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domingo, 21 de junho de 2009

Interessado em abrir uma franquia? Veja cuidados na hora da escolha

Pesquisar tipo de negócio e ponto ideal é fundamental, dizem consultores.Entre novidades do setor estão serviços de domésticas e personal trainer.

Em expansão no país, o setor de franquias cresceu 19% no ano passado e atingiu faturamento de R$ 55 bilhões. O número no mercado subiu de 1,2 mil para 1,4 mil entre 2007 e 2008. Além disso, consultores afirmam que a taxa de "mortalidade" desses negócios é baixa, de 2% a 3% no primeiro ano.

Entretanto, não existe sucesso garantido. Por isso, o G1 entrevistou consultores e especialistas no mercado de franquias para mostrar quais são os cuidados que as pessoas interessadas em abrir um negócio usando este modelo devem tomar para aumentar suas chances de êxito.

Primeiros passos
Para Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o primeiro passo é selecionar a atividade pretendida. “É necessário fazer uma autoanálise. Se eu me comunico bem, o varejo é uma boa ideia; se este não é o caso, nem tanto”, diz Cláudia Bittencourt, consultora em franquias.

É necessário também fazer bem as contas. Segundo o consultor Paulo Ancona Lopez, o segundo filtro deve ser financeiro. “É preciso ter dinheiro para comprar e instalar o negócio, além de capital de giro para um período de vacas magras, especialmente no início”, explica. O valor ideal da "reserva" é de quatro meses dos custos fixos do negócio.

Processo de seleção
O franqueado deve também “selecionar” o franqueador. “Não é só ler o folheto. Tem que ir lá conhecer e ver vale a pena pagar o valor da franquia cobrada. É preciso também conversar com outras unidades da rede que já estão em funcionamento”, ressalta Lopez.

Para Cláudia, como abrir uma franquia geralmente custa mais do que abrir um negócio por conta própria, o empreendedor tem que ter em mente que, na dúvida, pode desistir do acordo antes do início efetivo da operação. “Mesmo com o pré-contrato assinado, ainda é possível voltar atrás.”

Novo ou antigo
No que se refere à seleção de marcas, uma franquia nova no mercado tem potencial para crescer mais, mas também costuma ser uma opção mais arriscada.
“No caso da escolha de uma novidade, a pessoa tem que saber que está assumindo o risco junto com o franqueador”, frisa a consultora.

No caso de redes mais antigas, o risco é menor. Mas muitas vezes os espaços para lojas já estão todos tomados, sendo o novo entrante obrigado a “desbravar” novos territórios. “No caso do Habib’s e de O Boticário, por exemplo, os melhores pontos já estão ocupados”, exemplifica Paulo Ancona Lopez.

É necessário ter bom senso para que o negócio seja adequado a seu público e também leve em conta limitações logísticas. “É a velha fórmula: não adianta abrir uma Daslu em Itaquera”, diz Camargo, da ABF. “Muitas vezes, em vez de se expandir para várias capitais, pode ser melhor em termos logísticos crescer ao longo de uma autoestrada, por exemplo”, diz Lopez.

Para a consultora Cláudia Bittencourt, é fundamental montar um site na internet e fazer o cadastramento do negócio em ferramentas de busca, como o Google. Assim, o dono de uma escola de inglês pode assegurar que um potencial aluno, ao buscar “inglês” e o nome da cidade, vá encontrar sua unidade. “É uma medida que facilita o conhecimento e reduz custos”, diz ela.

Empregadas domésticas
Nesta semana, o setor apresentou novidades no setor de franquias na ABF Franchising Expo, em São Paulo. Entre elas está uma empresa de serviços domésticos norte-americana, a Molly Maid, que busca um franqueador master no Brasil (ou seja, um parceiro que compre os direitos da marca e multiplique o conceito pelo país).

Trata-se de um serviço de faxina em que as funcionárias circulam em carros cor-de-rosa e garantem o atendimento no horário marcado. Com 30 anos de existência, a empresa tem 750 fraqueados pelo mundo, em países como Canadá, Reino Unido, Portugal e Japão. Os investidores interessados no negócio Molly Maid terão de pagar US$ 250 mil pelo uso da marca.

O preço da Molly Maid é definido por hora, segundo William Gabbard, da holding EGS, que busca trazer o serviço para o país. O valor cobrado depende do nível de dificuldade do imóvel e das exigências do cliente. “Além do tamanho da casa, faz diferença no preço se a pessoa quer apenas que a casa seja limpa ou se exige que todos os livros sejam tirados da prateleira”, ressalta.

Gabbard admite que o conceito da Molly Maid é diferente do brasileiro, uma vez que o serviço de limpeza doméstica no país é tradicionalmente feito por contratações individuais. Por isso, o objetivo é começar o trabalho por São Paulo, uma vez que os serviços domésticos são mais caros nos grandes centros urbanos.

Personal trainers
Será inaugurada em São Paulo, no mês de agosto, a primeira unidade de uma franquia norte-americana de condicionamento físico individual. De acordo com Cassiano Ximenes, franqueador master da Fitness Together, a novidade é voltada para a classe A. As sessões custarão R$ 100 e poderão ser compradas em pacotes a partir de 12 aulas.

Ximenes explica que o investimento em uma academia Fitness Together é de R$ 250 mil. O objetivo é espalhar o serviço pelo país para que os alunos possam realizar seus treinamentos em unidades de qualquer estado, uma vez que todas as informações serão armazenadas em um sistema que estará disponível online.

De acordo com o franqueador, além do condicionamento físico, com exercícios aeróbicos e musculação, a Fitness Together também oferecerá orientação nutricional aos alunos.

Por: Fernando Scheller - G1 Economia e Negócios

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Saber ouvir é o segredo para o sucesso

Para o especialista em gestão Tom Peters, companhias precisam aprender a escutar funcionários e clientes
Ouvir, ouvir e (mais uma vez) ouvir. É aí que mora o segredo das boas práticas de gestão. A opinião é de Tom Peters, especialista no ramo e autor do best-seller ‘Reimagine!: Excelência nos Negócios Numa Era de Desordem’. “As empresas não vão mal porque não dominam equações, mas porque não ouvem. É preciso escutar sempre funcionários, clientes e fornecedores”, disse em palestra na ExpoGestão 2009, em Joinville (SC), nesta sexta-feira (19/06).

Principalmente em uma época de crise, essa habilidade se torna ainda mais fundamental. Segundo Peters, não são apenas os empresários que costumam falar mais do que ouvir. Atualmente, isso seria algo generalizado na nossa sociedade. Como exemplo, cita uma pesquisa americana que mostrou que os médicos interrompem os pacientes, em média, após 18 segundos. “E quem seria a melhor fonte para falar de sua doença?”

“Ninguém discorda que ouvir é uma característica fundamental para os negócios, mas ninguém faz isso. Conheci poucas escolas de negócios e mesmo empresas que façam ou ensinem isso. As quatro palavras mais importantes para qualquer companhia são: O que você acha?”.

O especialista chama atenção para a diferença entre ouvir e escutar. Não basta as mensagens entrarem por um ouvido e saírem pelo outro. “Quando você fala, os outros já escutam, porque você é o chefe”, brinca Peters.

Entre outros passos fundamentais rumo ao sucesso, está a importância da boa execução. “As companhias tendem a se preocupar muito com o planejamento. Pensam que se você tiver o plano certo, a execução dará certo, o que não é verdade. Eu diria que se você tiver a execução correta, não importa o plano. Admito que as duas coisas não são inteiramente verdadeiras, mas ainda assim acho a segunda a mais próxima da verdade”.

Capital humano
Conhecido por valorizar o papel dos funcionários dentro das grandes organizações, o especialista chama a atenção para a relevância do capital humano. “As pessoas importam. Se todos compreendessem isso, não teríamos chegado onde estamos. Os negócios, nove em cada dez vezes, não falham porque a GE não tem bons motores, mas por causa de uma série de erros nas relações humanas”.

Peters parte do pressuposto de que os profissionais querem fazer parte de algo maior e buscam, no mundo corporativo, desenvolverem-se. As empresas deveriam, portanto, investir nisso. “Ao desenvolver os funcionários, as companhias conseguem servir o cliente melhor. E é para isso que elas servem, para servir. E os líderes vivem para servir”.

Motor da economia
Polêmico, o americano provoca. Ataca as grandes corporações e exalta o poder das pequenas e médias empresas. “As grandes companhias não estão com nada. As médias e pequenas são as que movem verdadeiramente a economia. Não é a GM”, fala. "O que nós precisamos é de pequenos empreendedores. Temos que parar de ficar pensando em qual grande empresa nós vamos copiar agora”. Uma boa dose de estímulo para quem está começando.

Por: Elisa Campos - Época Negócios

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

10 milhões de empreendedores

Esse é o número de brasileiros que abrem empresas visando uma boa oportunidade de mercado e de impulsionar a carreira. Pela primeira vez o número ultrapassa aqueles que se aventuram por necessidade.

Ser dono do próprio negócio é o objetivo de um crescente número de profissionais brasileiros, seja para evitar eventuais cortes nas empresas ou para pôr em prática uma ideia considerada inovadora, como o empresário Gabriel Tosi, de 28 anos. Ele largou a carreira de redator publicitário para criar a agência de assessoria de imagem em mídias sociais Full Interactive (leia essa e outras histórias de empreendedores aqui). Segundo consultorias de recursos humanos ouvidas pelo Portal EXAME, essa é uma boa alternativa para impulsionar a carreira. "Geralmente, quem pensa em abrir um negócio próprio quer fugir da insegurança que ronda o ambiente corporativo de hoje", afirma Priscila D´Addio, gerente de relacionamentos e novos negócios da Career Center. Dos clientes que procuram a consultoria para transição de carreira, 12% optam pelo negócio próprio.

Um levantamento recente realizado pela consultoria DBM mostra que o número de profissionais que optaram por abrir o próprio negócio no primeiro bimestre de 2009 superou em quatro vezes o total verificado no mesmo período do ano passado. Em comparação com o último bimestre de 2008, o salto foi de 80%, o que mostra uma tendência em aceleração.

Brasil empreendedor
O potencial empreendedor brasileiro foi medido em pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM). O estudo, no qual o Brasil figura na 13ª posição entre 43 países, constatou que pela primeira vez no país os chamados "empreendedores de oportunidade" - aqueles que enxergam um novo nicho de atuação e planejam minuciosamente a abertura do negócio - ultrapassaram os "empreendedores de necessidade" - os aventureiros que não têm planejamento prévio e acabam fechando o empreendimento pouco tempo após sua abertura. Segundo o GEM, a razão oportunidade/necessidade ficou em torno de 2,03, atrás apenas da França (8,35) e dos Estados Unidos (6,86).

O Brasil conta hoje com 14,6 milhões empreendedores, o equivalente a 12,6% da população adulta - ou um empreendedor para cada 13 habitantes. Do total, quase 10 milhões são considerados "empreendedores por oportunidade". O destaque fica para os jovens brasileiros – os mais empreendedores do mundo. Tanto entusiasmo leva um número cada vez maior de pessoas a decidirem trabalhar por conta. Segundo o Sebrae, hoje o país conta com 5 milhões de pequenos e médios negócios - o equivalente a uma empresa para cada 37 habitantes. Para 2015, calcula-se que o Brasil terá uma empresa para cada 24 habitantes, atingindo um nível similar às economias desenvolvidas da Europa. "As pequenas e médias empresas já contribuem com 20% do PIB brasileiro", diz Ricardo Tortorella, diretor-superintendente do Sebrae-SP. Por isso as PMEs se tornam cada vez mais importantes não só para o trabalhador, mas também para a economia do país.

O empreendedor brasileiro
A pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor ouviu 2 000 pessoas de cada um dos 43 países participantes. Entre os brasileiros:
- 49% afirmam ter as habilidades e conhecimentos necessários para liderar o próprio negócio
- 44% veem boas oportunidades de começar um negócio próprio em seis meses
- 26% espera abrir nos próximos três anos
- 12% estão em estágio inicial do negócio

Além disso, outro fator pode incentivar ainda mais a abertura do negócio próprio: a lei complementar 128/08, que entra em vigor a partir de 1º de julho. A nova norma altera a legislação das pequenas e médias empresas, acrescentando o Microempresário Individual (MEI), que tem renda anual de até 36 000 reais - incluem-se aí cabeleireiros, doceiros e manicures, por exemplo. A lei pode - e vai - beneficiar os 10,3 milhões de trabalhadores informais que se encaixam nesse perfil. Para o governo isso é positivo. Com o aumento da base de trabalhadores legais, mais impostos serão arrecadados. Em contrapartida, eles terão benefícios como aposentadoria por idade ou por invalidez, seguro por acidente de trabalho e licença-maternidade.

O estudo do GEM aponta também alguns dos melhores mercados para investir nos próximos anos. No setor de serviços - o mais promissor - lideram as atividades de informática, mas há espaço para novos bares, lanchonetes e centros de estética, por exemplo. No comércio, os destaques são para os segmentos de materiais e equipamentos para escritórios, autopeças, quitandas, avícolas e sacolões. Na indústria, se destacam os ramos de fabricação de máquinas e equipamentos, edição e gráfica e confecção de artigos de vestuário - historicamente esse segmento vem puxando o bom desempenho da indústria nos pequenos negócios.

Por: Marcio Orsolini - Portal Exame

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terça-feira, 16 de junho de 2009

Economia americana deve apresentar recuperação em 2010, avalia FMI

economia dos Estados Unidos deve apresentar "sólida" recuperação em meados de 2010, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Para a equipe do organismo, pode estar suavizando a contração daquela economia, mas ela ainda permanece frágil.

O Fundo acredita que as autoridades dos EUA têm três desafios: estabilizar a economia, desenvolver uma estratégia para relaxar as grandes intervenções públicas e lidar com as consequências de longo prazo da crise, incluindo reforma do sistema financeiro e reequilíbrio dos orçamentos das famílias e do governo.

Em relatório anual sobre os Estados Unidos, o FMI prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) daquele país deve ter queda a uma taxa anualizada de 2,5% em 2009, pouco menos do que a contração de 2,8% estimada, em abril, para o período.

Em 2010, o organismo espera que a economia americana volte ao crescimento, mas a um ritmo fraco - o prognóstico é de expansão de 0,75%, ante expectativa anterior de atividade estável.

O FMI ressalvou, contudo, que fatores como a crise no setor imobiliário e elevação das taxas de juros ainda representam riscos para a recuperação da economia e citou um "nível incomum de incerteza" em suas previsões mais recentes.

"A combinação de pressões financeiras e ajustes nos mercados de trabalho e imobiliário deve limitar o crescimento por algum tempo", salientou o Fundo no documento.

Por: Valor Online, com agências internacionais.

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Caixa reduz juros de dez modalidades de financiamento para empresas

A Caixa Econômica Federal anunciou na tarde da terça-feira (9), em Brasília, a redução da taxa de juros de dez modalidades de financiamento para pessoa jurídica. No GiroCaixa, por exemplo, a redução da taxa máxima chega a 16,42% para o segmento de micro e pequena empresa. Esta é a sexta vez no ano que o banco reduziu taxas das operações comerciais. Os novos valores passarão a vigorar a partir da segunda-feira (15) em todas as agências bancárias da Caixa.

“Analisando o comportamento das curvas de juros futuras, a Caixa resolveu reduzir as taxas de vários produtos”, destaca o vice-presidente de Finanças da instituição, Márcio Percival. Ainda segundo ele, as novas taxas irão contribuir para a expansão do crédito e do consumo, medidas necessárias para a retomada dos níveis de crescimento, emprego e renda. A Caixa também anunciou a redução de juros de oito linhas voltadas para pessoa física.

Saiba quais foram as modalidades contempladas e suas novas e atuais taxas cobradas ao mês, respectivamente. São elas: Cheque Empresa Caixa, 6,29% e 6,33%; Cheque Empresa Caixa – micro e pequena empresa, 5,23% e 5,28%; Cheque Empresa Caixa – Folha de Pagamento, 5,09% e 5,13%; Cheque Empresa Caixa - caução dep/aplic fin, 4,78% e 4,82%; Cheque Empresa Caixa - unidade lotérica, 3,42 e 3,47%; Girocaixa pos/price PV, 2,80% e 3,35%. Também foram contempladas o Girocaixa, 2,58% e 2,72%; Girocaixa Empréstimo Locação pv, 1,40% e 1,57%; Girocaixa Empréstimo Locação sr, 1,26% e 1,43%; e Girocaixa Fácil, 2,57% e 2,64%.

Para a presidente da Caixa Econômica, Maria Fernanda Ramos Coelho, o banco vem se mantendo com as menores taxas de juros do mercado. “Nossa atuação aponta claramente que estamos cumprindo nossa missão de banco público, ampliando a oferta de crédito e reduzindo os juros com sustentabilidade”, afirma.

Para o gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros, Alexandre Guerra, os juros no Brasil ainda são muito caros. “Os juros permanecem altos, porém, mas estamos conseguindo caminhar com reduções gradativas. Cabe ao Banco do Brasil e a Caixa Econômica liderarem esse movimento de redução de juros”, disse Alexandre. Segundo ele, o ideal seria, que a redução das taxas bancárias fossem, no mínimo, equivalente à redução da taxa Selic, o que ainda não acontece no País.

Tratamento diferenciado
Presentes em todos as unidades da Federação, com cerca de 800 pontos de atendimento, sob a perspectiva de atuação nos projetos coletivos setoriais, o Sebrae apóia 2.159 projetos em todo o território nacional. A Caixa é parceira em 63 desses projetos, em 18 unidades federativas (AL, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PB, PI, PR, RJ, RO, RN, SE e TO).

Em junho de 2008 as duas instituições firmaram parceria, por meio de convênio guarda-chuva de cooperação técnica. O acordo visa à realização de diversas ações pra a ampliação do acesso ao crédito e aos serviços financeiros pelas micro e pequenas empresas, bem como o aumento de intercâmbio de informações, cooperação e outras atividades correlatas.

Em 2007, a Caixa passou a ter uma Superintendência Nacional (Sumpe), vinculada à vice-presidência da Pessoa Jurídica (Vipju), criada exclusivamente para desenvolvimento de produtos e estratégias para micro e pequenas empresas. Seu modelo de gestão de clientes prevê que pequenas empresas são aquelas com faturamento de até R$ 7 milhões. Atualmente, mais de 90% dos seus 741 mil clientes faturam até R$ 2,4 milhões. Esse dado mostra a interface que a Caixa possui com o público do Sebrae.

Por: Regina Xeyla - Agência SEBRAE de Notícias

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Para analistas, apesar de recessão, economia já está se recuperando

Apesar da classificação um tanto assustadora de “recessão técnica”, oficializada hoje com a divulgação do PIB do primeiro trimestre pelo IBGE, a economia brasileira já começou sua trajetória de recuperação, defendem os analistas.

Segundos os dados do instituto, o PIB nacional teve contração de 0,8% nos primeiros três meses do ano, na comparação com o quarto trimestre de 2008. É a primeira vez que o país entra em recessão desde o primeiro semestre de 2003, marcado pelas turbulências causadas pela incerteza do mercado quanto às conseqüências da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesmo com os números negativos, a economia já mostra mais fôlego em relação ao final do ano passado, quando registrou queda de 3,6% no quarto trimestre de 2008 em relação ao trimestre anterior, a pior desde o início da série do IBGE, iniciada em 1996.

A tímida retração do PIB no primeiro trimestre chegou a surpreender o mercado, que esperava um recuo maior do que 1%. “O fim do poço ficou para trás. Ainda estamos caindo, mas estamos caindo menos. No segundo trimestre, deveremos fechar com um número positivo”, afirma Antonio Carlos Porto Gonçalves, professor de economia da FGV-RJ.

Assim como o governo, que vem batendo na tecla de que a configuração da “recessão técnica” é uma fotografia do passado, consultores e especialistas endossam o coro de que a economia brasileira já está em recuperação. “A desoneração do IPI, a desaceleração da inflação, os benefícios sociais e a política de valorização do salário mínimo estão ajudando o país a sair da crise”, afirma Francisco Pessoa, analista da consultoria LCA.

Indústria
“O ajuste de estoques da indústria também deve voltar a movimentar a economia”, completa. Como estava com nível alto de estoques no início da crise, o setor industrial cortou sua produção. Agora, com os estoques acabando, ela deve ser retomada.

No primeiro trimestre, no entanto, a indústria ainda foi a maior responsável pela contração do PIB. O segmento registrou queda de 3,1%, seguido pela agropecuária, com recuo de 0,5%, e pelos serviços, com ligeira alta de 0,8%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve recuo de 9,3%.

Se por um lado o desempenho da indústria prejudicou o resultado final do PIB, o consumo das famílias surpreendeu ao crescer 0,7%, contra o quarto trimestre de 2008, favorecido pelas políticas anticíclicas do governo. No entanto, essa fonte de crescimento pode estar secando.

“Houve muitos cortes no início do ano. As verbas rescisórias e mesmo o 13° salário ajudaram para que não houvesse redução do consumo. Daqui para frente, será diferente. Além disso, não acredito que os brasileiros tenham consumido mais do que iriam consumir com os incentivos fiscais, o que houve foi uma antecipação das compras que já ocorreriam”, defende Pedro Vartanian, professor de economia da Trevisan.

Além de um possível tropeço do consumo das famílias, no caminho do Brasil rumo a um novo ciclo de crescimento restam a recuperação do nível de investimento, que passou de 18,4% do PIB no primeiro trimestre de 2008 para 16,6% agora, e das exportações, que sofreram diminuição de 16% frente ao último trimestre.

Fechamento do ano
“Com o resultado de hoje (09/06), vamos rever a nossa expectativa de crescimento para o ano, de 0,5%, para cima”, diz Pessoa, da LCA. Segundo o boletim Focus da última segunda-feira (08/06), o mercado aposta em uma contração de 0,71%, enquanto o governo tem como meta o crescimento de 1%, previsto no Orçamento da União.

Por: Elisa Campos - Época Negócios

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sábado, 6 de junho de 2009

Mulheres aumentam a capacidade competitiva das empresas

Interessadas em melhorar a diversidade de ideias, companhias têm se preocupado mais em aumentar a proporção de mulheres no quadro de funcionários

A presença de mulheres dentro das empresas tem aumentado, mas ainda representa uma minoria. Levantamento feito pelo Instituto Great Place to Work mostra que o grupo feminino representa hoje 44,5% do total de funcionários das 10 Melhores Empresas Brasileiras para se Trabalhar. Essa proporção diminui quando se observa os cargos mais altos. Nas cadeiras de liderança as mulheres são 33% do total e no topo das organizações, entre presidentes ou CEOs, a relação desaba para 8%.

O que essa diferença significa para a empresa? Na opinião de Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil, o baixo número de mulheres pode afetar a capacidade competitiva da empresa. “Quanto maior a diversidade de pessoas e idéias, maior a flexibilidade das empresas para superar os problemas”, disse o executivo durante evento promovido pelo instituto Great Place to Work e Microsoft, que discutiu as boas práticas para as mulheres dentro das empresas.

Mais do que um desejo, a presença feminina é um pré-requisito dentro da Microsoft. Tanto que a empresa está realizando mundialmente um trabalho de equiparação de gêneros. Hoje, dos 577 funcionários da companhia no Brasil, 27% são mulheres. Já entre os 12 diretores que se reportam diretamente ao presidente, quatro são mulheres. Uma dessas mulheres é Claudia Ferris, que está à frente da diretoria de grandes negócios da Microsoft.

Há 14 anos na empresa, a executiva afirma que já teve de falar mais grosso e mais alto do que gostaria para ser levada a sério. “Quando comecei na área de vendas, tinha apenas 25 anos. Nas reuniões, sentia que a qualquer momento os clientes iriam perguntar onde estava o meu chefe”, lembra. Claudia afirma que, apesar do desejo de querer receber o mesmo tratamento e ter as mesmas oportunidades, as mulheres continuam apreciando as gentilezas. “Gosto que me dêem preferência para entrar e sair do elevador”, conta a diretora da Microsoft.

Características "mais femininas" como a sensibilidade, têm sido cada vez mais valorizadas no ambiente corporativo. No entanto, muitos lamentam que algumas mulheres, quando chegam num cargo de chefia, tendem a endurecer. "Já ouvi muitos funcionários reclamarem da tirania de suas chefes", conta o Miguel Anjel Filgueira Monzu, diretor de RH da AstraZeneca.

A explicação para este tipo de comportamento está na própria formação dessas profissionais. "O modelo de liderança para as mulheres que hoje estão na faixa etária acima de 35 anos é todo masculino. Elas seguem os padrões e os exemplos que tiveram durante sua vida", afirma Alessandra Paulelli, gerente de recursos humanos da Microsoft.

Procura-se mulheres
Assim como na Microsoft, na IBM também há um esforço para garantir a participação de mulheres na organização. Com mais de 18 mil empregados no país, a solução encontrada para garantir a presença de mulheres foi a criação de um comitê. Além de discutir o assunto, ele pretende reforçar a importância da contratação e da promoção do grupo feminino dentro da empresa. Além de um comitê para acompanhar a participação de mulheres, há outros três que tratam de interesses de negros, gays e portadores de deficiência.

Em empresas de TI, como a IBM e a Microsoft, a contratação de mulheres é mais difícil devido à escassez de mão-de-obra. “O número de mulheres dentro do mercado de TI ainda é pequeno, como se vê nas faculdades de Engenharia ou Ciências da Computação. Muitas vezes nós mesmos temos que formar esses profissionais”, diz Osvaldo Luís do Nascimento, diretor de recursos humanos da IBM. Para Nascimento, o aumento da participação das mulheres não é apenas uma questão social. “Não é benemerência, é uma necessidade fundamental para os negócios da empresa”, afirma.

Por: Silvia Balieiro - Época Negócios

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