terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quase metade dos brasileiros compra produtos piratas, diz Fecomercio-RJ

Este ano, mais de 70 milhões de pessoas adquiriram falsificações. Fatia da população que vê relação entre pirataria e crime organizado recuou.

Quase metade dos brasileiros compraram produtos falsificados este ano, segundo pesquisa da Fecomercio-RJ/Ipsos. São cerca de 70,2 milhões de consumidores de produtos piratas – 13,8 milhões a mais de pessoas que o registrado em 2006.

Desde o início do levantamento, há quatro anos, CDs e DVDs figuram no topo da lista de produtos piratas mais consumidos. Apesar disso, nos últimos cinco anos, o percentual de brasileiros consumidores de CD ilegal caiu de 86% para 79%. Já o consumo de DVDs ilegais aumentou de 35% para 77%.

“O binômio que sustenta esta expansão é agilidade com que hoje os falsificadores podem reproduzir essas mídias, pelo avanço e disseminação da tecnologia, e o aumento significativo na venda de aparelhos de DVD”, diz a Fecomercio-RJ em nota.

Ainda de acordo com a pesquisa, o preço baixo é o fator decisivo na hora da compra - nenhum dos malefícios e prejuízos do consumo ilegal é levado consideravelmente em conta.

O levantamento também mostra que os consumidores de produtos piratas acreditam cada vez menos que a pirataria provoca desemprego. Em 2006, 64% dos brasileiros acreditavam que a pirataria causava desemprego. Em 2010, caiu para 56%. No mesmo período, o percentual de brasileiros que associam a pirataria ao crime organizado recuou de 70% para 60%.

A pesquisa ouviu 1000 pessoas de 70 (setenta) cidades, incluindo 9 (nove) regiões metropolitanas.

Por: G1 - Economia e Negócios

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ÁFRICA: Celeiro de oportunidades!!!

A analista do SEBRAE RN, Ann Cynthia Ferro, foi designada a uma missão técnica internacional à África, visitando os países de Cabo Verde e Guiné Bissau. A missão teve como objetivo apresentar e articular a realização de uma ferramenta de capacitação empreendedora chamada “Oficina SEBRAE de Empreendedorismo”. A técnica relata sua experiência em ambos os países e destaca o comportamento empreendedor do povo africano.

Cabo Verde - Campo Fértil

A missão técnica internacional começou no país de Cabo Verde na simpática ilhota chamada Praia.

A proposta é realizarmos uma Oficina de empreendedorismo para capacitar e orientar os empreendedores locais. O comércio é a economia forte na região. A cidade está em pleno desenvolvimento e novos empreendimentos são visíveis. Outras ilhas ao redor da capital, o turismo é forte e tem crescido bastante. Com isso, a prestação de serviços é um fator preocupante.

O SEBRAE em parceria com outras instituições viabilizarão a realização da ação que terá um impacto significante para o país em relação à capacitação, gestão, orientação empresarial e comportamento empreendedor. O que mais chama atenção do povo do país é a receptividade e o interesse na busca de novos conhecimentos.


Guiné Bissau - Nova Realidade

O país padece de estrutura física! Não tem saneamento básico, coleta de lixo, energia elétrica... Um caos!

Pensei que nesta cidade nada seria viável realizar no âmbito das ações de orientação empresarial e capacitação. Engano-me! Diante de tantas dificuldades o empreendedorismo por necessidade é uma das poucas opções de sobrevivência. Deparo-me com características empreendedoras que muitas vezes conhecemos apenas na sua palavra.

É simplesmente impressionante o poder de iniciativa, criatividade, persistência daquela gente! Milhares de empreendedores que dividem milimetricamente um espaço no chão onde expõem seus produtos em cima de lonas pretas e sob a proteção de guarda sol coloridos! O visual seria bonito se não fosse tamanha miséria. A poeira vermelha da estrada que antes foi asfalto compõe o quadro.

Pessoas vão e voltam nesta enorme avenida negociando dos mais variados produtos, desde frutas, roupas, material de construção, produtos importados, miudezas, artesanatos entre outros. Destaco o artesanato local, em todas as esquinas encontramos belas peças de madeira preta, típica da áfrica. Bijuterias, roupas, instrumentos musicais.

Como sobrevivem de venda de souvenires e lembrancinhas em um país onde o turismo passa longe de ser uma fonte de economia? É essa persistência que impressiona!

Foi a criatividade em negociar um produto ao se aproximar de uma banca (se assim pode ser chamada), onde o atendimento, poder de persuasão são as grandes armas que dispõem. Esses poucos exemplos aqui relatados se constituem em demonstrações inequívocas de comportamento empreendedor!

Pessoas que empreendem sem nem saber que são empresários no amplo sentido da palavra. Que podem ser exemplos no âmbito de micro empresas! Sem dúvidas as futuras ações em conseqüência das apresentações e articulações que foram realizadas nesta missão farão uma grande diferença para esses empresários.

Quando pensei que levaria conhecimento á essa missão, fui eu quem mais aprendi com o que vi!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Salário de 15% dos executivos de finanças é superior a R$ 500 mil

De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), ao lado de administradores, engenheiros dominam essa área

Talita Abrantes, de EXAME.com

Faixa de remuneração anual mais comum entre os profissionais do setor de finanças é de 201 mil a 500 mil reais

Dos profissionais que atuam na área de Finanças, 15% dos profissionais recebem remuneração anual superior a 500 mil reais. É o que indica pesquisa divulgada nesta sexta-feira 12 pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF).

Para chegar a este número, o IBEF consultou 350 profissionais. Desses, 39% já ocupam o cargo de diretoria da área financeira de alguma empresa. Outros 37% exercem função gerencial.

"Nos últimos anos, muitas pessoas bem qualificadas estão chegando ao mercado. Geralmente, são profissionais que conciliam a carreira acadêmica com a corporativa e que conseguem entregar bons resultados", afirma Antônio Sérgio de Almeida, organizador do Prêmio Revelação em Finanças IBEF SP/ KPMG, que foi entregue à pouco em São Paulo.

Essa combinação de fatores é fundamental, segundo ele, para que tantos jovens consigam alcançar cargos de liderança.

O equivalente a 32% dos profissionais entrevistados recebem uma remuneração anual de 201 mil a 500 mil reais. Outros 24%, salários totais de 101 mil a 200 mil reais por ano. Por fim, 22% deles fecham o ano com uma remuneração de 100 mil reais.

Para comprovar uma teoria que os especialistas em geração Y defendem há um tempo, o estudo mostrou que a mobilidade entre os profissionais de finanças nessa faixa etária é grande. Apenas 17% deles estão na empresa há mais de dez anos e 22%, entre cinco e dez anos.

Enquanto isso, 39% dos profissionais ouvidos permanecem na mesma empresa por até cinco anos.

Formação
Economia deixou de ser a graduação que mais forma profissionais para o setor de Finanças. Este ano, o curso perdeu para Administração e Engenharia nesta categoria. Segundo a pesquisa, 15% dos profissionais da área são economistas, enquanto 29% têm formação voltada para Administração de Empresas.

A massa de engenheiros também é maior do que a de economistas. Do total de pesquisados, 20% são formados em algum ramo da Engenharia. Outros 17% concluíram a graduação em Ciências Contábeis.

A pesquisa mostra que 78% dos profissionais já concluíram uma pós-graduação ou um curso de MBA. Além deles, 12% estão cursando uma especialização desse tipo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

iMasters InterCon 2010 começa hoje

A edição 2010 do iMasters InterCon tem início hoje, no WTC, em São Paulo. O objetivo é reunir os melhores profissionais da internet, por dois dias, para uma reflexão profunda e avançada sobre o seu futuro.

O conteúdo será apresentado em formato diferenciado, num único ambiente, com dois apresentadores - Luli Radfahrer (USP) e Manoel Lemos (Abril) -, tendo como referência os temas Massive Applications, Social Interfaces, Local, Data Visualization, Cloud Computing e Game Development.

Hoje, "sobem ao palco" Fernanda Weiden, do Google, Fabiano Coura, da R/GA, Raphael Vasconcellos, da Agência Click, Benny Spiewak da KLA, Karina Israel e Daniel Prado, da YDreams, Marco Sinhoreli, da Globo.com, e Daniel Bergqvist, da Opera Software.

Amanhã, é a vez de Marcus Vinícius Baldo, da USP, Anselmo Endlich, da Wine.com.br, Julio Vasconcellos, do Peixe Urbano, Leandro Castro, referência em Natural Computing e Rodrigo Gonzatto, do Instituto Faber-Ludens.

Quem ficou de fora pode acompanhar o InterCon 2010 pelo Twitter, seguindo o @iMInterCon, pela hashtag #intercon2010 ou pelo streaming do evento.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O DNA dos Profissionais Vencedores

“Doutor, o meu negócio depende de uma coisa só – do freguês, dos meus dois auxiliares e do fluxo de caixa. O resto é o resto!”, respondeu o dono de uma padaria em Poconé, Mato Grosso, ao ser perguntado sobre a causa do seu sucesso. O “padeiro de Poconé” nunca entrou numa escola, nunca aprendeu a departamentalizar o seu negócio. Mas tem uma rara competência: pensa de forma integrada sobre a essência do seu negócio!

O aprendizado de competências faz movimentos comparáveis aos do coração, de sístoles e diástoles. Em alguns momentos é necessário fazer uma contração (sístole), ou seja, integrar as competências que já temos, às vezes de forma dispersa. Em outros momentos, é preciso expandir (diástole) as suas fronteiras e aprender novas competências.

Primeiro, vamos pensar no movimento da contração, a sístole. A lição do padeiro de Poconé é bastante útil para salientar que existem três competências fundamentais que precisam ser integradas se desejamos ter sucesso em nossas carreiras e em nossos empreendimentos: (1) a gestão de pessoas; (2) a gestão de clientes; e (3) gestão de resultados.

Visualize, leitor, um triângulo: no vértice de cima, o cliente. Nos dois vértices de baixo, um representa as pessoas, o outro os resultados. No centro do triângulo, comprometimento.
Na minha experiência desde meus tempos de executivo, comprometimento é conseqüência da boa gestão de clientes, da boa gestão de pessoas e do foco nos resultados.
Não dá para falar em gestão de pessoas, sem falarmos na gestão de clientes. E vice-versa. Recursos humanos e marketing precisam aprender a andar de mãos dadas e não de costas um para o outro como tem sido a tônica. Quando maximizamos a sinergia de ambos, os resultados aparecem.

Acontece que dividiram o indivisível em três departamentos: o de marketing, o de RH e o de planejamento estratégico. E, infelizmente, vemos especialistas, experts, que só entendem de uma dessas três áreas que, no fundo, não são três. É uma só! E tem prevalecido o lema do “cada macaco no seu galho”. Isso pode até ter funcionado na Era Industrial, mas na Era dos Serviços os vencedores serão aqueles que conseguirem integrar 3 letras – P, C, e R: P de pessoas, C de clientes e R de resultados. Esse é o DNA dos profissionais vencedores.
Sempre nos queixamos dos feudos, dos departamentos, das “ilhas de competência”, que não conseguem se transformar no “arquipélago de excelência” com que sonhamos. Lutamos para integrar nossas equipes.

Mas desconfio que precisamos integrá-las antes na nossa mente. Na forma de pensar. Precisamos unir mentalmente o que nunca deveria ter sido separado. Enquanto pensarmos em departamentos especializados vai ser difícil integrar equipes. Quando mudarmos nossa forma de pensar será mais fácil mudar.

Já falei da sístole, da necessidade de integrar três competências essenciais ao sucesso. Agora vamos falar da necessidade de expandir as fronteiras do conhecimento em cada uma das três competências abaixo:

  • Precisamos entender que o sonho é a primeira etapa do Planejamento Estratégico. Precisamos valorizar o intangível, o emocional, o desejo, o ilógico que muitas vezes é o que determina o rumo das empresas. Estratégia não é apenas macro-econometrica, racional, lógica. Grandes empresas que existem hoje como Natura, Embraer, Alpargatas foram fruto de líderes que sonharam de olhos abertos, acordados. Não nasceram grandes. Começaram pequenas, sonharam grande e cresceram rápido.
  • Precisamos aprender que cliente não é responsabilidade apenas das áreas de marketing, vendas e comercial. É responsabilidade de todos, do porteiro ao presidente. Isso implica na nossa responsabilidade de preparar todos para interagir com os clientes. Infelizmente, muitas empresas perdem clientes porque as áreas de contabilidade, logística, jurídico, produção, etc. não foram preparadas para isso. Por isso criei em 1998 o termo clientividade. Criei uma palavra que não existe porque queria ir além do marketing. Muito além. Clientividade trata de atitudes e posturas. Vai muito além dos 4 Ps do Philip Kotler que fala de produto, preço, promoção e place, mas esqueceu do mais importante, do cliente, que deveria estar no centro do modelo. A clientividade fala do intangível, invisível, daquilo que o freguês não pega, nem vê, mas sente: atitudes!
  • A terceira diz respeito à necessidade de expandirmos a fronteira do conhecimento sobre liderança. Infelizmente, estamos formando líderes para uma realidade que já não existe mais. Se desejamos construir famílias mais felizes, empresas mais saudáveis e comunidades mais solidárias, precisamos mudar a forma de pensar a liderança, que não é sinônimo de carisma, nem de cargo ou posição social. Liderança não é coisa de uns poucos privilegiados, visionários. Liderança não é coisa de salvadores de empresas nem de salvadores da pátria.

Precisamos de líderes que não se contentam em formar seguidores, formam outros líderes. Não ficam felizes em fazer apenas o combinado, surpreendem pelos resultados. Não se conformam em oferecer empregos, oferecem causas. E não inspiram apenas pelo carisma, mas pelos valores.

E agora, leitor? Pense nas sístoles e diástoles de seu coração e liste quais as competências que você precisa integrar e as que você deve expandir para ampliar suas fronteiras como profissional.

Por: César Souza - Blog do Líder

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Incubadoras ajudam a lançar novos negócios; saiba como funcionam

Ser empreendedor é essencial para esse tipo de negócio, diz especialista.
Empresas costumam fazer parcerias governamentais e com universidades.

Ajudar um empreendimento inovador a entrar no mercado de maneira mais madura e competitiva é o principal objetivo das chamadas incubadoras de empresas. Para isso, esses centros de negócios apostam principalmente na capacitação dos futuros empreendedores, na articulação de políticas públicas e na geração e disseminação de conhecimento.

“A missão central é apoiar o nascimento e o fortalecimento de negócios inovadores”, diz Francilene Procópio Garcia, vice-presidente da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

“Para ter sucesso, para ajudar que empresas inovadoras cheguem cada vez mais ao mercado, é preciso de todo apoio que ela [incubadora] dá na área de aconselhamento técnico, captação de recursos, gestão de negócios, redução de riscos, além de acompanhar o amadurecimento da empresa como negócio, para que vá ao mercado lidar com suas concorrentes de maneira competitiva.”

Para ingressar no mundo dos negócios via incubadoras, tão importante quanto ter uma ideia inovadora é ter espírito empreendedor. “Às vezes é alguém muito bom tecnicamente, mas não é empreendedor. No processo de apoio inicial, ela se preocupa também em capacitar o empreendedor a bolar um bom plano de negócio”, destaca Francilene.

As incubadoras de negócios normalmente mantêm estreita relação com o meio acadêmico. “A maior parte das incubadoras de base tecnológica ou tem parceria com instituições acadêmicas ou tem algum tipo de mecanismo que a relacione com a Academia”, diz a vice-presidente da Anprotec.

“Existem incubadoras mais sociais, mas que também atuam se apropriando de conhecimento. É uma inovação que não é de ruptura, de quebra, mas que vai causar algum impacto de natureza. Quando insere design num trabalho de artesanato no Cariri para fazer melhor manejo do sisal é um conhecimento que está aplicando. Pode não ser altamente intenso em termos de tecnologia, mas mesmo as incubadoras de cunho mais social têm que ter lucro e precisam de inovação”, lembra Francilene.

Outras parcerias
Para atuarem de maneira mais efetiva, as incubadoras também estabelecem parcerias governamentais e empresariais. A Anprotec conta atualmente com 272 entidades associadas que representam cerca de 400 incubadoras de empresas e 6.300 empreendimentos.

Apesar da estreita relação com o meio acadêmico, as incubadoras não se destinam somente a estudantes universitários. “Em princípio, qualquer cidadão que queira empreender pode recorrer a uma incubadora”, diz.

Tecnologia
O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) foi criado há mais de uma década e é, hoje, segundo o diretor, Sérgio Risola, a maior incubadora da América. “Hoje temos 140 empresas incubadas e mais 100 associadas”, diz. O centro apoia empresas nascentes com vocação para tecnologia nas mais diferentes áreas, como medicina, saúde hospitalar, tecnologia da informação e meio ambiente, entre outras.

Para entrar no Cietec, Risola explica que o empreendedor tem que já ter passado a fase de pesquisa, um dos tripés que, ao lado de desenvolvimento e inovação (juntos, formam a sigla PDI), sustenta o projeto de um novo negócio. “O Cietec atua no fim do desenvolvimento para aquela empresa que está com um protótipo bem materializado. Em até um ano e meio tem que estar pondo o pé no mercado”, diz.

“O Cietec tem um balcão que recebe pessoas e tem um site muito ativo. A pessoa pode se inscrever no processo seletivo. Nas primeiras entrevistas a gente sempre bate muito naquelas teclas aparentemente triviais: Você tem experiência no tipo de coisa que quer fazer? Você conhece o mercado em que quer atuar ou está caindo de paraquedas? Você já ficou no comando e foi responsável por algum negócio? Ao comandar pessoas, você percebeu que tem esta competência, as pessoas te respeitam? Você está disposto a trabalhar acima de 12 horas por dia? Você conhece minimamente aspectos fiscais, tributários, marcos regulatórios do país?”, detalha o diretor do centro.

Risola diz que, ao ingressar em uma incubadora de tecnologia, o empreendedor passa a ter mais facilidade de acesso a recursos financeiros. Ainda assim, é importante que o futuro empresário tenha dinheiro para sustentar seu projeto por aproximadamente um ano ,sem contar com a entrada de novos aportes. “A pergunta final é: você quer mesmo fazer isso acima de qualquer coisa na sua vida agora?”, diz.

"Sabatina"
Se o candidato passar desta "sabatina”, o próximo passo é apresentar por escrito a ideia de negócio, explicando qual é o serviço que ele quer oferecer. “A pessoa tem que mostrar como vê o mercado, vai escrever se existe concorrência, o número de sócios que quer ter, em que mercado quer atuar. São as propostas básicas.” Se for pré-aprovado, ingressa então no Cietec para ficar um mês montando o plano de negócio.

Nesta etapa, o futuro empresário vai passar 15 dias em sala de aula e mais 15 dias recebendo consultoria. “Os professores vão dar mecanismos para entender o tamanho do mercado que ele quer atuar. Qual é a meta? Quer ganhar quanto? A gente precisa conhecer o tamanho da cabeça deste empreendedor”, fala Risola.

Depois, o candidato finaliza o plano de negócio que será, posteriormente, avaliado por um comitê de consultores das entidades parceiras do Cietec, como a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), entre outras.

“Os planos são julgados por critérios que nós determinamos, não tem aleatoriedade, subjetividade, é uma análise lógica”, informa o diretor do centro. Ele diz que leva quatro meses para que o interessado receba o veredicto se foi aprovado para entrar na incubadora. “Aí, pega a ‘chavinha’ para ficar de três até quatro anos aqui dentro conosco.”

Sobrevivência

“Temos, de 2002 a 2010, 95 empresas que saíram graduadas para caminhar sozinhas. Quando fizemos o balanço em dezembro de 2009, tínhamos 89 empresas graduadas – 75 estavam vivas no mercado ainda. Isso demonstra como a sobrevivência dessas empresas nascidas neste ambiente vão mais longe”, destaca Risola.

Ele cita ainda dados financeiros, que constam dos indicadores da entidade. O Cietec recebia R$ 1 milhão por ano do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cerca de R$ 90 mil por mês. “Está nos nossos indicadores, a cada R$ 1,00, a gente devolve R$ 5,80 em imposto das nossas empresas, sem contar o produto e a mão-de-obra. Em 2009, das empresas aqui dentro, um terço delas que já faturavam, faturaram R$ 41 milhões.”

Para concluir, Risola deixa o seguinte recado: “empreendedorismo tem risco, mas quando põe metodologia, diminui muito esses riscos”.

Por: Fabíola Glenia - G1 São Paulo

domingo, 14 de novembro de 2010

Havaianas terão comercial em rádio cubano

De olho na abertura do mercado de Cuba, empresas brasileiras costuram acordos para vender seus serviços e produtos na ilha.

Cubanos que forem às lojas estatais de Havana comprar sandálias Havaianas não encontrarão mais os calçados empilhados em prateleiras padronizadas, como há dois meses. Agora, "las legítimas" estão penduradas num display, colorido e modernoso, da marca. A mudança seria banal em qualquer lugar do mundo. Mas na ilha socialista não é, dizem empresários brasileiros de olho na iminente mudança estrutural da economia cubana.

Em quatro meses, o presidente Raúl Castro liberalizou 178 atividades de trabalho, anunciou o corte de 500 mil cargos públicos (um décimo do total), e prometeu apoiar pequenas empresas e reformar o sistema tributário. Externamente, há um encontro de interesses: tanto Raúl quer atrair negócios quanto empresários querem acesso ao promissor, mas ainda inóspito, mercado cubano. O Brasil entraria aí.

"Os cubanos estão ficando mais agressivos e o Brasil quer responder a essa demanda", afirma Maurício Borges, diretor da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), do governo federal.

Além da mudança na apresentação em lojas, as Havaianas ganharam a bênção de Raúl para veicular dois spots publicitários em uma rádio. A entrega de brindes também foi liberada. "Não há preconceito ideológico. Cuba tem uma demanda altíssima e é promissora para qualquer firma séria do Brasil", diz Jorge Miranda, da Rolldey, companhia catarinense que acaba de fechar um contrato de US$ 5 milhões para fornecer painéis de madeira a empresas cubanas (estatais, claro) de construção civil.

A Apex levou 27 empresas brasileiras para um evento em Havana, na semana passada, esperando que a viagem rendesse US$ 29 milhões em negócios. Ao final, deu US$ 48 milhões. O Brasil é o oitavo fornecedor de bens e serviços a Cuba e Borges diz que o País subirá rapidamente na lista em um futuro próximo.

Por: Agência Estado

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Eike Batista deixa em aberto possibilidade de aquisição de TV

Embora tenha dito que "interessa, sim", o empresário não falou sobre possíveis negociações. Silvio Santos disse que único negócio que não vender é o SBT.

Alvo de rumores de que estaria estudando a compra do SBT, o empresário Eike Batista deixou em aberto a possibilidade de adquirir a rede de televisão de Sílvio Santos. Perguntado se seria interessante ter um canal de televisão, visto que o Grupo EBX anunciou ontem uma joint venture com a multinacional de mídia, esportes e entretenimento IMG, Eike economizou na resposta: "Claro. Interessa, sim".

Apesar de parecer animado com a possibilidade, o empresário foi vago. "Estamos olhando tudo que dá para arbitrar e fazer melhor", disse. "O Brasil tem áreas de excelência em que compete com qualquer player mundial, mas tem outro lado que é o Brasil ineficiente. Em tudo o que é ineficiente enxergamos espaços grandes", disse hoje a jornalistas após participar de homenagem do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Rio (Firjan).

Em entrevista publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, Luiz Sandoval, executivo do Grupo Silvio Santos, disse que o único negócio que Silvio Santos não admite vender é o SBT. As especulações surgiram ontem, embaladas pelas notícias referentes aos problemas no banco Panamericano, pertencente ao grupo do apresentador, e ganharam vulto na rede de microblogs Twitter.


O SBT e outras empresas do Grupo Sílvio Santos foram dados como garantia em um empréstimo de R$ 2,5 bilhões tomados do Fundo Garantidor de Crédito para cobrir um rombo financeiro no banco. A postura de Eike difere do posicionamento adotado em julho, quando usuários do Twitter especularam sobre o interesse do empresário em entrar na área de comunicação com a compra do Jornal do Brasil. Na ocasião, ele negou os boatos. "Apesar da admiração pelo JB, respondendo a tweets sobre o assunto, investir em empresa de comunicação não está no foco da EBX neste momento", publicou ele no site sobre as mensagens recebidas. Sobre a atuação da joint venture com a IMG, Eike citou o potencial do sócio na área de conteúdo. "Eles têm mais de 20 mil horas de conteúdo anual, que divulgam através da mídia mundial. É uma empresa essencialmente de conteúdo", afirmou.


O empresário disse também que a expectativa é de que sejam gerados negócios na construção de arenas multiuso para receber shows e eventos esportivos. "Os americanos estão despertando para o potencial do consumo brasileiro", disse, citando que a demanda no País tende a explodir nos próximos anos. Ele não revelou o local dos possíveis investimentos nas arenas, mas disse que várias regiões serão estudadas.

A empresa formada a partir da parceria receberá o nome de IMGX, seguindo o mesmo padrão de outras empresas de Eike. Segundo Eike, outro investimento de peso que o seu grupo vai fazer é em uma fábrica brasileira de automóveis. "Queremos que ela (a fábrica) esteja produzindo dentro de três anos", disse. A ideia, disse, é atrair um parceiro com larga experiência em tecnologia. "Estamos falando com chineses, japoneses, europeus, americanos. Queremos a BMW no Brasil", afirmou, citando que a demanda de veículos nos próximos dez anos deve crescer expressivamente.

Por: Agência Estado

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Google aumenta o salário de todos os seus funcionários em 10%

Em e-mail a todos os funcionários, o CEO Eric Schimidt disse que o prêmio é um reconhecimento ao trabalho duro de toda equipe. Decisão deverá custar US$ 1 bilhão por ano à gigante de internet.

O Google anunciou nesta terça-feira uma surpresa mais do que bem-vinda para todos os seus funcionários: um aumento de 10% e mais bônus de US$ 1.000. O prêmio pelo bom desempenho de toda a equipe começa a valer a partir do dia 1º de janeiro de 2011.

A surpresa foi anunciada pelo CEO da companhia, Eric Schmidt, por meio de um e-mail interno. Nele, o executivo afirma que o aumento é apenas uma compensação pelos bom desempenho de todos os funcionários.

Pelas contas feitas pelo site Business Insider, o agrado deverá custar US$ 1 bilhão à gigante de internet por ano.

Veja abaixo a tradução do e-mail enviado aos funcionários do Google:

É com prazer que venho compartilhar com os funcionários do Google no mundo inteiro um notícia muito, muito boa. Mas primeiro, deixe-me dizer que nós temos os melhores funcionários de todo o mundo. ponto. O grupo mais brilhante e mais capaz. É por isso que fico feliz em vir trabalhar aqui todos os dias -- e tenho certeza que vocês sentem o mesmo. Queremos garantir que todos se sintam recompensados pelo trabalho duro e queremos continuar atraindo os melhores talentos para o Google.

Por isso decidimos dar um aumento de 10% a todos vocês a partir de 1º de janeiro. Esta decisão é mundial e vale para todos os níveis de empregados em reconhecimento a tudo que cada um fez pelo Google.

E tem mais. Nós vimos nos feedbacks no Googlegeist e em outra pesquisas que vocês consideram o salário mais importante do que qualquer outra forma de remuneração, como os bônus. Preocupados com isso, estamos transferindo parte do bônus de cada um para o salário mensal. Assim, parte do bônus será recebido mês a mês no contracheque. Isso também vale a partir de 1º de janeiro. Em breve vocês receberão um e-mail com os detalhes das mudanças. E uma última coisa... Todos receberão seus bônus de feriado em dinheiro.

Googlers, vocês são o que torna esta empresa maravilhosa, e nosso objetivo aqui é reconhecer toda a contibuição que têm dado à empresa. Obrigado por tudo que vocês fazem e por tornarem o Google um lugar onde mágicas acontecem.

Talvez seja este um dos motivos para o Google ser presença constante nas listas de Melhores Lugares para se Trabalhar.

Por: Época Negócios

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A regra de ouro da inovação

Estudo The Global Innovation 1000, da consultoria Booz & Company, mostra que o essencial para as empresas é ser bom no que realmente importa, não em tudo.

Qual o segredo que permite a algumas companhias lançar continuamente produtos e serviços que além de inovadores são lucrativos e sucessos de mercado? Ser bom no que importa, não em tudo. É o que aponta a sexta edição do estudo The Global Innovation 1000, da consultoria americana Booz & Company, que analisa as mil empresas de capital aberto ao redor do mundo que mais investiram em pesquisa e desenvolvimento em 2009. Ao contrário do que o senso comum poderia supor, o volume de investimentos em P&D não é a garantia para uma estratégia vencedora de inovação. O que realmente importa, segundo a pesquisa, é alinhar uma combinação de talento, conhecimento, ferramentas e processos, voltados a inovar, com as diretrizes gerais do plano de negócios da companhia.

Descubra quais são as empresas mais inovadoras do Brasil
Dentro deste contexto, a função dos líderes em inovação não é somente escolher a série correta de competências a perseguir, mas também decidir quais as que não importam tanto para atingir um desempenho acima da média.

A habilidade desses líderes está sendo testada em um momento particularmente difícil. Em 2009, pela primeira vez em 10 anos, os investimentos das empresas em P&D caíram de US$ 521 bilhões em 2008 para US$ 503 bilhões, uma queda de 3,5%, ou US$ 18 bilhões, mostrando que a recessão mundial, que ainda não mostrara seus impactos nos recursos destinados à inovação, afetou, sim, a estratégia das empresas na área.


Visão do todo

A análise das empresas presentes no The Global Innovation 1000 mostra que as estratégias
mais bem-sucedidas de negócios são aquelas que contemplam todos os setores da companhia. “Nossa análise sugere que, enquanto a maioria das empresas são relativamente competentes em executar habilidades críticas nas áreas de idealização, definição de projetos e desenvolvimento de produtos, elas têm um desempenho abaixo da média no estágio de comercialização. Claramente, há um gap entre a capacidade das companhias de criarem produtos inovadores e a habilidade de levá-los ao mercado com sucesso”, diz a pesquisa.

O estudo revela que as empresas que se concentram em desenvolver uma séri
e de competências voltadas à inovação claramente superam seus concorrentes, mas esse não é o único fator que explica o porquê do desempenho acima da média. É preciso também aliar isso à excelência nas demais áreas, como produção, logística, vendas, marketing e recursos humanos. Essa "regra de ouro" das empresas inovadoras foi detectada na edição de 2007 do estudo: as empresas que conseguiram alinhar perfeitamente suas mais diferentes áreas registraram um crescimento de receita 40% superior, garantindo um retorno melhor dos investimentos em inovação.

Estratégias para inovar
O estudo da Booz & Company revelou também que praticamente todas as empresas seguem pelo uma de três estratégias básicas para inovar: engajar o atuais e potenciais consumidores na criação de novos produtos e serviços, observar cuidadosamente os concorrentes e as tendências de mercado, e investir em pesquisa e desenvolvimento, buscando resolver necessidades não atendidas dos consumidores por meio da tecnologia.

As competências envolvidas para colocar em ação estes três modelos são essenciais para o sucesso da estratégia de inovação das companhias. Ao contrário das empresas mais revolucionárias na área, como Apple, Google, Xerox e Siemens, aquelas presentes no grupo das 25% com os piores
desempenhos, não dispensam tanta atenção na identificação e desenvolvimento de tais habilidades, mostra o estudo.

As companhias com pior desempenho citam apenas três competências como importantes: estar em contato com o consumidor no estágio de desenvolvimento de produtos, pesquisar o mercado pote
ncial durante a seleção de projetos e a capacidade de descobrir as necessidades do consumidor. Segundo a pesquisa, embora estes três aspectos sejam essenciais, os casos mais bem-sucedidos mostram que eles não são suficientes, pois precisam ainda ser integrados a outros atributos como acompanhamento das mais novas tecnologias e o gerenciamento da plataforma de produtos.

Investimentos em P&D
A queda nos investimentos em P&D foi acompanhada também por um recuo das receitas das companhias. A soma do gasto das empresas participantes do The Global Innovation 1000 caiu 11%, de US$ 15,1 trilhões para US$ 13,4 trilhões, quase três vezes mais que a queda em P&D. Como resulta
do, a relação entre os gastos em inovação e a receita subiu de 3,5% para 3,8%, o que indica que as companhias tentaram manter seus programas na área, considerados por elas essenciais.

A redução com os gastos em P&D, no entanto, não ocorreu em todos os setores. Muito pelo contrário, ela foi concentrada em três segmentos: automobilístico (-US$ 12,1 bilhões), da computação e eletrônicos (-US$ 9,7 bilhões), e de bens manufaturados (-US$ 1,3 bilhão). Os demais setores, em geral, mantiveram ou até aumentaram seus gastos com inovação.

No ranking geral, apesar do corte, a indústria automobilística (US$ 85 bilhões) continua sendo a que mais alocada recursos para inovação em 2009, seguida pelo setor de computação e eletrônicos (US$ 146,6 bilhões) e pela saúde (US$ 111,1 bilhões).

Em termos geográficos, as regiões atingidas mais duramente pela crise foram as que reduziram mais seus gastos em P&D. O Japão teve a queda mais acentuada, de 10,8%. Na sequência, aparecem a América do Norte (3,8%) e a Europa (0,2%). Por outro lado, as companhias chinesas e indianas aumentaram seus investimentos na área em 41,8%.


As mudanças fize
ram com que a lista das empresas que mais investem em inovação fosse bastante alterada (veja tabela abaixo). A Toyota, pela primeira vez desde 2006, perdeu o primeiro lugar para a Roche, após um corte de 20% em P&D. As empresas farmacêuticas tomaram em 2009 seis das dez primeiras posições da lista. Somente a Roche aumentou o percentual de investimentos de 11,6%, para US$ 9,1 bilhões.

As 10 mais inovadoras
O estudo da Booz & Company também pediu a 450 líderes em mais de 400 empresas de dez setores para nomear as empresas que eles consideram mais inovadoras. As respostas levam a Apple à primeira posição do ranking, com 79% dos votos, seguida pelo Google, com 49%, e a 3M, com 20% (veja tabela abaixo). A Apple ilustra bem o argumento de que não é apenas a quantidade investida em P&D que determina o sucesso de inovação, mas sim como ela é usada. A empresa de Steve Jobs investe apenas 3,1% de seu faturamento em P&D, menos do que a metade do que a média de seu setor.


Como se pode observar, apenas três empresas do Top 10 das mais inovadoras aparecem também no ranking das que mais gastam com P&D: Toyota, Samsung e Microsoft. Comparando os resultados financeiros das mais inovadoras com as que mais investem em P&D, observa-se que as mais inovadoras se destacam por ter maior crescimento de receita e do Ebitda. O caminho do sucesso pela inovação tem mais nuances do que apenas os aspectos financeiros. É um desafio e tanto para os gestores nos dias de hoje.
Por: Época Negócios

Um tipo de líder para cada projeto

Não existe um só líder da inovação. O que há são capacidades diferenciadas para cada tipo de desafio.

Imagine a cena. Na sala de reuniões, o CEO entrevista – um a um – executivos que se candidataram a uma cobiçada vaga num projeto estratégico. Os currículos são impecáveis. O histórico dos entrevistados é reluzente. Entre um café com adoçante e outro, o presidente ouve dos candidatos casos de sucesso que combinam criatividade e disciplina no lançamento de novos produtos, aceitação de riscos e expectativa de aprender com o fracasso, ótima condução de equipes, retenção de talentos e, por fim, paixão pela missão e pelo negócio. Todos os candidatos parecem perfeitos. Porém, o CEO ainda está desconfiado. Intuitivamente, sabe que o novo projeto – uma verdadeira joia lucrativa para o grupo – pede características pessoais diferenciadas do futuro diretor ou diretora. As entrevistas seguem. E a incerteza também.

O hipotético CEO seria uma alma gêmea do professor Jean-Philippe Deschamps, da escola de negócios IMD, de Lausanne, Suíça. Deschamps, autor de diversos clássicos dos negócios, como Produtos Irresistíveis (1996), tem estudado no último decênio a liderança voltada para a inovação. É o tema de que vai tratar, neste mês de setembro, no seminário Driving Strategic Innovation, do MIT. Sua conclusão: não existe um perfil único de líder que se encaixe a todas as facetas da inovação – seja ela uma nova categoria de produto, modelo de negócios, soluções de serviços ou melhorias técnicas. Existem qualidades distintas e específicas do líder que se aplicam melhor a esta ou àquela disciplina do processo. É uma questão, enfim, de vocação. A chave para descobri-la é o processo em si. Exemplos ajudam a esclarecer a tese de Deschamps:

Visionário - Também chamado pelo professor de “campeão da inovação”, encaixa-se como uma luva para o desafio mercadológico do tipo mais raro: a criação de uma nova categoria de produto ou serviço. Exemplo de líder visionário, segundo Deschamps, é Lewis Lehr , ex-presidente da 3M, que costumava dizer “eu sigo aqueles que, na empresa, perseguem os sonhos”. Sem esta liderança, inovações radicais, como a criação do post-it na 3M, ou das embalagens de celulose para enlatados da Tetra Pak, correriam sério risco de emperrar.

Arquiteto - Um tipo analítico e pragmático. É o ideal para a implementação de novos modelos de negócio ou novos sistemas que alteram o modelo antigo. Assim como o visionário, uma de suas características é possuir a concepção global do objetivo a ser alcançado, porém com atenção às minúcias da execução. Um exemplo é Ray Webster, o CEO da EasyJet entre 1995 e 2005, um dos arquitetos do modelo de sucesso de companhia aérea de baixo custo.

Conector - É a personalidade ideal para liderar projetos de soluções ao cliente, que normalmente envolvem diferentes departamentos da empresa, fornecedores e usuários. Este tipo combina maleabilidade na negociação com rigor de execução. “Conectores” estavam por trás da bem-sucedida reestruturação da IBM, convertida em provedora com soluções customizadas de serviços. “Devem combinar carisma com capacidade de orquestração”, diz Deschamps.

Treinador - O treinador “raçudo”, como Felipão, é perfeito para o tipo mais comum de inovação, a incremental, que visa aperfeiçoamentos em produtos e serviços. É um mestre de execução sincronizada e veloz, pois a rapidez para aterrissar nas prateleiras é vital, nesse caso. “É um líder que deve combinar as qualidades dos treinadores do esporte. É durão e exigente, mas também uma mãe na hora certa, dando todo o apoio à equipe”, conclui Deschamps.

Lewis Lehr – Nascido em 1921, entrou para a história dos negócios em 1981 como presidente da 3M. Era também um frasista brilhante. Uma de sua máximas: “Não existe um único negócio para o qual a gente não deva inventar uma nova tecnologia”

Por: Álvaro Oppermann - Época Negócios

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O difícil equilíbrio entre resultado e felicidade


Estou na Europa a convite de colegas professores principalmente da França. Deparei-me com um tema recorrente ao chegar ao meu destino, Paris, no início da semana passada. Por um lado, depois de uma década de esforços, os profissionais que induziram, ou foram induzidos, a alcançar os dois dígitos de resultados operacionais chegaram de certa forma ao objetivo.

Por outro lado, pesquisas que analisam a felicidade desses profissionais no Brasil e, principalmente, na Europa, indicam que eles não atingiram seus resultados pessoais e não viram seus horizontes de carreira ampliados.

O que fazer para equilibrar vida pessoal (felicidade, prazer, realização, família..) e desempenho profissional (sucesso, status, ascensão, remuneração…)?

Esse é o desafio que se apresenta aos profissionais que analisam atualmente os modelos de gestão.

Não podemos abandonar a trilha que nos leva aos resultados com foco em alta performance. Mas como ficamos todos nós nessa história? Entendo que só há uma forma de equilibrar esse jogo e ela passa obrigatoriamente pela reflexão concreta daquilo que nos leva à felicidade (destacando que ela tem um significado absolutamente individual, é efêmera e se dá em pequenas doses – veja post sobre o tema).

As grandes corporações não foram construídas na última década e não sabem falar do mundo dos sentimentos (leia “Não quero ter razão, quero é ser feliz”). Salvo exceções, a maioria tem mais de cinco décadas de vida (veja um contraponto em “Quer trabalhar no playground da Pixar?”). O modelo baseado em resultados ainda é o que norteia a nossa ação, mas as organizações estão percebendo que o crescimento do desempenho passa necessariamente pela compreensão madura do fator felicidade aplicado ao modelo de gestão.

Como eu sempre gosto de colocar, é fácil de falar, difícil de fazer. Este dificilmente seria o tema da próxima reunião da sua empresa. Não existe resposta automática, nem receita de bolo, mas se a dúvida está na sua cabeça agora já é um bom sinal. Observe o universo que o rodeia e se posicione. Assim como cada vez mais customizamos os produtos para nossos clientes, a carreira deverá destacar aspectos únicos para o indivíduo dentro da realidade dinâmica de cada organização. Estamos construindo agora esta reflexão que foge à imediata capacidade de compreensão num mundo corporativo viciado culturalmente em números, números e números…

Homenagem
Permitam-me homenagear meu ex-chefe Antonio Salgado, que durante 40 anos trabalhou na Nestlé e que faleceu na última quinta-feira. Foi meu orientador, nunca deixou de buscar resultados, mas tinha uma grande virtude: o fazia com equilíbrio, liderava nossas competências naturais e, talvez, sua personalidade seja o modelo que finalmente os estudos que ora se realizam vão acabar por encontrar. Saudades, Antonio, e um grande abraço, do seu eterno aprendiz.

Por: Carlos Faccina - Carreira 2.0 (Época Negócios)

Um "big brother" para os clientes

Com a ajuda de programas de geolocalização para celulares, empresas como Starbucks, Gap e Diesel conseguem saber exatamente onde estão seus clientes

No dia 23 de abril, os 3 milhões de usuários do site Foursquare, especializado em determinar a localização dos internautas com base em dados de GPS, foram surpreendidos com uma promoção. Naquela data - e somente nela -, qualquer consumidor que estivesse localizado a três quarteirões da badalada loja-modelo da Diesel na Union Square, em Nova York, seria premiado com uma camiseta personalizada da grife. Para isso, bastava realizar um "checkin" no Foursquare tão logo chegasse à loja da Diesel - por meio de um aplicativo, o site alardeia a localização do usuário para todos os seus amigos em redes sociais. Até o fechamento da loja, 44 pessoas haviam procurado a marca para retirar as camisetas - e cerca de 10% delas acabaram comprando alguma coisa na loja. Em agosto, foi a vez da Gap, uma das maiores redes de varejo de roupas dos Estados Unidos, lançar mão da ferramenta. Durante todo o dia 16 daquele mês, cada internauta que usasse o Foursquare para avisar seus amigos que se encontrava em qualquer loja Gap no país ganhava 25% de desconto nas compras. A exemplo da Diesel, a promoção durou um único dia - mas foi o suficiente para provocar um buchicho (ou buzz, como preferem os marqueteiros) em torno da marca.

Até então restritos a um grupo de jovens fanáticos por tecnologia e mídias sociais, os aplicativos especializados em geolocalização se tornaram recentemente uma febre entre grandes varejistas e fabricantes de bens de consumo. De um ano para cá, os mais de 7 milhões de usuários de sites como Foursquare, Gowalla e Booyah passaram a receber em seus smartphones ofertas de empresas como Starbucks, American Eagle, Sephora, Pepsi e Procter&Gamble de acordo com o local onde se encontram. A publicidade quase sempre se dá na forma de avisos do tipo: "Você está a 200 metros de uma de nossas lojas. Passe lá e aproveite nossa promoção". A mensagem é simples, direta e, para muitos consumidores, irresistível. "Antes, as pessoas só usavam a internet para pesquisar preços em lojas online", diz Michael Gartenberg, consultor do Gartner Group. "Agora, os aplicativos de localização oferecem a possibilidade de saber o que existe de mais quente também no mundo offline. Isso pode mudar toda a dinâmica de consumo." Os desenvolvedores de software estão investindo alto na tendência. Segundo dados da Associação Nacional de Venture Capital dos Estados Unidos, só no ano passado foram investidos mais de 100 milhões de dólares no desenvolvimento de aplicativos baseados em geolocalização. O Foursquare já conta com 15 000 empresas inscritas e chega a receber até 1 000 pedidos diários de companhias querendo oferecer brindes aos clientes que comparecerem às suas lojas. E tudo leva a crer que o burburinho em torno dessa tecnologia deva aumentar nos próximos meses. Desde o dia 18 de agosto, o Facebook, do polêmico jovem bilionário Mark Zuckerberg, passou a oferecer um serviço de localização a seus 500 milhões de usuários - por enquanto, ainda sem publicidade envolvida.

Uma das pioneiras no uso da geolocalização foi a rede de cafeterias americana Starbucks. No final de maio, a empresa ofereceu descontos de 1 dólar no preço do popular frappuccino aos chamados "prefeitos" de suas 11 000 lojas nos Estados Unidos - o título era dado ao usuário de Foursquare que mais fizesse "check-ins" (cliques no link da loja virtual enquanto o usuário está na loja física). A iniciativa aumentou em 50% o movimento nos pontos de venda - e criou um clima de brincadeira e competição entre os amantes da marca na internet. No Brasil, a francesa BIC, segunda maior fabricante de aparelhos de barbear do mundo, fez algo semelhante. Em outubro, a empresa lançou uma campanha para premiar com um kit de barbear as cinco primeiras pessoas que fizessem o "check-in" numa das quatro temakerias Koni Store em São Paulo. Em dois dias, os 20 kits disponíveis haviam esgotado.

No Vale do Silício, na Califórnia, onde se concentra a maioria dos desenvolvedores desses softwares, a ordem agora é ir além - e criar programinhas que simulem o que se convencionou chamar de game mechanics (ou mecânica de jogo), uma espécie de aplicativo que permite simular competições virtuais entre donos de smartphones. A recente campanha promovida pela Campbell Soup, líder mundial na venda de sopas enlatadas, oferece um bom exemplo do potencial dessa estratégia. Para promover a nova embalagem de seu produto - a primeira grande reformulação em quase 50 anos -, a empresa fechou uma parceria com a Stickybits, uma startup especializada em aplicativos para celular. O objetivo era desenvolver um software que permitisse aos usuários de smartphones escanear o código de barras dos pro dutos Campbell. A brincadeira consistia em avisar o internauta toda vez que ele se localizasse próximo a um supermercado que vendesse as tais latinhas. A partir daí, os consumidores puderam trocar informações sobre o produto, comparar preços e até concorrer a prêmios semanais de 500 dólares.

Apesar de todo o frisson gerado em torno da geolocalização, ainda é cedo para saber ao certo que tipo de impacto essa nova tecnologia terá sobre a imagem - e o caixa - das empresas. Segundo dados da consultoria Forrester Research, embora a penetração de smartphones nos Estados Unidos atualmente ultrapasse os 30% da base total de assinantes de celular, apenas 4% dos usuários já usaram algum tipo de aplicativo móvel de localização. E, desses, só 1% utilizou o serviço mais de uma vez por semana. "Pelo menos por enquanto, o retorno é muito mais em termos de buzz do que financeiro", diz Patrick Estrabom, sócio da consultoria It’s Digital. "Mas essa tecnologia tem tudo para continuar crescendo."

Por: Clara Vieira - Portal Exame

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Micro franquias com ênfase em serviços ganham mercado

Manutenção de jardins e piscinas, reparos rápidos em imóveis, reforço escolar, consertos de equipamentos, passeios com animais e cuidadores de pessoas idosas são alguns dos serviços que, antes, eram prestados por profissionais autônomos e agora são oferecidos por redes de franquias.

O número de empresas especializadas em atender a clientes dispostos a pagar mais por serviços práticos tem crescido no Rio Grande do Norte. O setor está em plena fase de expansão, principalmente, em função de redes de franquias, que apostam nesse segmento para obter lucratividade. As micro franquias na área de serviços são uma das novidades do Salão de Franquias da Feira do Empreendedor, que termina neste domingo, no Centro de Convenções de Natal.

Manutenção de jardins e piscinas, reparos rápidos nos imóveis, reforço escolar, consertos de equipamentos, passeios com animais e cuidadores de pessoas idosas são alguns dos serviços que, antes, eram prestados por profissionais autônomos e agora passaram a ser oferecidos por empresas especializadas. O maior grupo desse segmento, o Zaiom Brasil Franquias, participa do salão por acreditar no potencial do Rio Grande do Norte. O grupo espera abrir dez novas franquias no RN, além das cinco já existentes. “Detectamos no RN uma grande demanda para as nossas marcas”, ratifica consultor técnico do grupo, Valdecir Carlos de Jesus.

A Zaiom ficou conhecida em todo o País por criar as franquias Dr. Faz Tudo, Home Angels, Amigo Computador, The System, Dog Relax e Dr. Jardim, cujas características principais são disponibilizar a pessoas de alto poder aquisitivo serviços práticos que antes eram realizados por profissionais autônomos. “Nosso foco é serviço para os públicos A e B”, reforça o consultor do grupo, que cresce em média 10% ao mês. Para montar uma das sete franquias da rede, é preciso um investimento total de R$ 20 mil. Mas, a rentabilidade do franqueado chega a 30%, segundo Valdecir Carlos.

SALÃO

As franquias da organização estão sendo apresentadas como idéias de negócios para quem deseja abrir uma empresa com baixos riscos e em sintonia com as necessidades dos consumidores. Essa é uma das características do Salão de Franquias. Todos os 16 expositores apresentam sugestões de negócios diferenciados e que vão estar em alta nos próximos anos. “Esses espaço foi estruturado para oferecer modelos de negócios de acordo com as tendências que o mercado está exigindo. Com o aumento do número de idosos, será preciso profissionais para cuidar dessa população. Por isso, temos aqui a franquia Home Angels”, justifica o coordenador do Salão de Franquias, Leonel Pontes. Segundo ele, a franquia é ideal para quem deseja abrir uma empresa, mas não possui know how necessário. “O índice de mortalidade entre as franquias é de 5%, bem abaixo da taxa média 50%”. Isso porque o negócio já é testado, os processos são padronizados, tem marca consolidada e os riscos são menores.

A aposta é tão acertada que existem corporações especializadas em preparar empresas para virar franquia. A pernambucana Francomp é uma dessas formatadoras de franquias, que ajudam marcas a expandirem para outras localidades através do sistema de franchising. Presente no salão, a Francomp foi responsável pela formatação de parte das franquias potiguares que existem no mercado, como Pittsburg, Tirinete, Open Doors e Bombom Café. “O Rio Grande do Norte, assim como todo o Nordeste, tem um grande potencial para esse tipo de sistema. Hoje, já temos mais de 50 franquias formatadas na região”, contabiliza o diretor da Francomp, Walter Félix, que vê na Feira do Empreendedor uma excelente oportunidade de expansão dos serviços da marca. “A feira gera um forte canal de vendas e ainda reforça a divulgação das franquias estabelecidas”.

A expectativa é que até o encerramento a Feira do Empreendedor some 14 mil visitantes. “Estamos muito surpresos, pois, nesta edição, não registramos uma demanda grande para crédito. A maioria dos empreendedores vem em busca de orientações e análises mercadológicas. Isso significa que eles estão mais em busca de capacitação, ideias de negócios que possam ser viáveis e sustentáveis do que de recursos”, analisa o coordenador da Central de Atendimento do Sebrae-RN no evento, Edwin Aldrin.

Por: Cleonildo Mello - Agência SEBRAE de Notícias RN