sexta-feira, 24 de julho de 2009

Queda do juro é fundamental

RETOMADA DE INVESTIMENTOS

A continuidade do movimento de queda da taxa básica de juros é absolutamente necessária para que os empresários retomem os investimentos no País. A avaliação é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, que não revelou, no entanto, qual nível considera adequado para que a Selic represente um estímulo para os investimentos produtivos. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros do Brasil começa hoje e termina na quarta-feira.

´Do ponto de vista de médio a longo prazo, seria absolutamente necessário que o Brasil considerasse o impacto que tem os juros sobre as decisões de investimento. O Brasil, praticamente de 2004 para cá, constituiu um ciclo de expansão sustentado nos investimentos que foi o maior desde os anos 1970, desde o milagre econômico´, afirmou.

´Se há um sinal de recuperação econômica, certamente há melhora no cenário de decisões de investimento a longo prazo se cai a taxa de juros´, completou o diretor do Ipea.

Pochmann destacou que a redução dos juros poderia garantir uma folga fiscal para setores econômicos não beneficiados pelas medidas tributárias anunciadas desde o início da crise internacional.

´É possível considerar também em termos de folga fiscal desonerações em outros setores que seriam muito importantes do ponto de vista da retomada dos investimentos. Não apenas o setor de bens de capital, mas setores regionalmente importantes que de certa maneira poderiam ser considerados na base da desoneração de alguns tributos´, afirmou o especialista.

O presidente do Ipea disse ainda que a redução da alíquota de IPI para setores industriais acabou tendo efeito principalmente para as Regiões Sul e Sudeste, as mais industrializadas do País. Para ele, um acordo nacional que envolvesse governo federal, governadores e prefeitos poderia reduzir a tributação que incide sobre comércio e serviços.

´Seria interessante um acordo nacional que envolvesse governadores e prefeitos, por que eles detêm uma parcela da tributação considerável sobre os serviços e sobre o consumo, caso do ICMS´, citou.

Por: Diario do Nordeste - Negócios

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