Desde o Plano Real, o prazo para financiamentos não é tão extenso no Brasil. A média é de 495 dias para a quitação de dívidas
O prazo médio dos financiamentos concedidos aos consumidores do comércio no mês de maio chegou a 495 dias, ou um ano e quatro meses de prestações. Este é o sinal mais forte da retomada da confiança na economia brasileira e o maior resultado pelo Banco Central, em sua série histórica, que começou junto com a criação do Plano Real, em julho de 1994.
O comércio vem estendendo o prazo de pagamento das compras há 15 anos, com a estabilização da economia. Esta elevação no período para a quitação de débitos acontece graças ao aumento de crédito na praça.
No mês de maio de 2008, o prazo médio chegava a 456 dias, já em setembro também do ano passado houve forte interrupção neste processo graças à crise financeira internacional, deflagrada com a quebra do banco americano Lehman Brothers.
Com a retração da economia mundial, os bancos pararam de emprestar e com isso o comércio reduziu os prazos para o crediário. O motivo alegado foi o temor por aumento de desemprego e com isso crescimento de inadimplência.
Confiança
No entanto, diferente de outros momentos de crise, desta vez os prazos longos de financiamentos ao consumidor estão voltando mais rapidamente. “Isso se deve à ação mais intensa dos bancos públicos de expandir o crédito para as famílias. Os bancos privados vêm a reboque”, diz o sócio da RC Consultores, Fábio Silveira.
A rápida recuperação do crediário também pode ser explicada pelo fim do pânico entre os bancos, o retorno da confiança na economia, a queda da taxa básica de juros e o início de uma reação no mercado de trabalho.
Este cenário contribui para que quase todos os prazos da economia estejam sendo esticados. O fato é bom para que consumidores, empresas e o próprio Governo passem a ganhar liquidez.
As linhas de crédito consignado e de veículos, que têm parcelamentos mais longos e menos arriscadas, puxam o aumento dos financiamentos.
No crédito consignado, por exemplo, o desconto é feito na folha de salários, com risco quase zero de calote. Já os veículos podem ser recuperados em caso de inadimplência.
Por: Jornal O Povo - Negócios
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