sexta-feira, 24 de julho de 2009

Aplicações em Títulos Públicos crescem 55%

FINANÇAS PESSOAIS

Os títulos tornaram-se mais interessantes a partir do momento em que os fundos de renda fixa perderam rendimento

A procura pelos títulos públicos bateu recorde de movimento financeiro e de número de investidores no Tesouro Direto, em maio. A modalidade em que pessoas físicas compram esses papéis diretamente do governo por meio da internet registrou aumento de 55% no volume movimentado em relação ao mesmo mês de 2008, passando de R$ 97,059 milhões para R$ 150,5 milhões. São 158,6 mil cadastrados no programa, com R$ 2,8 bilhões aplicados em papéis do Governo Federal.

Os títulos tornaram-se mais interessantes para o pequeno investidor pessoa física a partir do momento em que os fundos de renda fixa perderam rendimento com a queda da Selic, a taxa básica de juros. ´Há uma migração, pois são dois investimentos seguros, mas o Tesouro está rendendo mais´, comenta Roberto Vertamatti, diretor executivo de finanças da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Rendimento

De acordo com o diretor de produtos e estratégia da Infinity Asset, André Paes, mesmo que o Tesouro Direto também use a Selic como base de rendimento, quando a taxa básica cai, o juro cai para todos, o que faz os títulos públicos ainda ficarem na frente de outros ativos de renda fixa. ´O que o torna atrativo é o custo menor, pois a taxa de corretagem é de até 0,8% para os títulos públicos e, nos fundos de renda fixa, a taxa administrativa está em 3%´, explica o executivo.

Frente à caderneta de poupança, o Tesouro Direto também se mostra atrativo. Segundo Vertamatti, a expectativa é que a poupança tenha valorização de 7,5% este ano, com 6,17% de rendimento mais a Taxa Referencial (TR).

Já os títulos públicos devem render entre 8,5% e 9% líquidos. Mas se a aplicação for feita por mais tempo, como nos papéis com vencimentos em 2024, o rendimento pode ficar acima de 10%.

Facilidade

´O crescimento dessa opção de investimento ocorre também por causa da informação. Muita gente desconhecia os títulos e passou a investir depois que comparou com outras modalidades de mesmo risco´, explica Paes.

De acordo com ele, a comodidade para realizar e controlar as aplicações são grandes atrativos para os investidores. ´No caso do Tesouro Direto, se pode fazer a aplicação diretamente por meio do site do governo federal´, destaca.

PesquisaO diretor da Anefac recomenda a aplicação em papéis com rendimento pré-fixado. Ele explica que essa é a melhor opção para quem tiver interesse em um investimento mais duradouro, que pode ser corrigido com juros mais compensadores. ´Apesar da expectativa de crescimento da Selic em 2010, a longo prazo o juros devem cair, o que faz os títulos pré-fixados mais interessantes´, enfatiza o executivo.

A recomendação dos especialistas é que o interessado pesquise entre as corretoras a que disponibiliza a melhor taxa de corretagem. ´Encontra-se por 0,3% ou 0,4%. Mas se for um investidor antigo, é possível conseguir taxa zero´, pontua Roberto Vertamatti.

Por: Diário do Nordeste - Negócios

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