quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dizer “não” é a chave para o sucesso

Minha paixão é empreender. Gosto de fazer com que projetos ganhem corpo e alma. Empolgo-me ao dar forma a ideias que possam ter real impacto. Tenho prazer em bolar estratégias, buscar diferenciais competitivos, formar, motivar e energizar times. E foi isso que fiz durante boa parte da minha vida profissional.

Acredito que todo empreendedor tenha como qualidades inatas criatividade, energia, liderança e capacidade de articulação. São pessoas otimistas e desbravadoras, algumas destemidas até. Sabem o que querem e trabalham com elevado grau de intuição.

Dissertar sobre essas qualidades é chover no molhado. Em outras palavras, dizer que um empreendedor precisa ser otimista, criativo, visionário, ter boa intuição, etc., em nada contribui para a discussão do tema. Se o sujeito é empreendedor, há grande chance de já apresentar essas qualidades. Se não as possuir, o mais provável é: (I) não ter conseguido empreender; ou (II) ter perseguido outra atividade profissional.

Porém, a grande diferença entre um empreendedor de sucesso e outros tantos sem sucesso está não em ter essas qualidades inatas - mas em saber administrá-las. A chave para um negócio próspero é estruturar as fortes qualificações empreendedoras dentro de um processo racional e disciplinado.

O maior desafio do empreendedor é saber dizer uma simples palavra de três letras: não. Normalmente, o empreendedor nato atrai negócios e propostas inovadoras. Encontra inspiração no seu dia-a-dia para um sem-número de ideias ou formas de desenvolver novas atividades. O entusiasmo inicial é sempre grande. Vislumbra-se um excelente potencial de mercado, antecipam-se mudanças no comportamento do consumidor. Mas chega um momento em que é necessário firmar os pés no chão.

Não tenha receio de dizer não - para os outros e para você mesmo! Não se sinta amarrado a determinado projeto ou ideia antes de fazer todos os testes de sanidade e viabilidade e efetivamente se definir por ele. Se após meses de estudo e pesquisas você chegar à conclusão de que existe mais chance de insucesso, diga não, ou, como diriam os ingleses, "cut your losses". Melhor um final horroroso, mesmo passando um eventual "carão" com seus futuros sócios do que carregar uma cruz na qual não acredita.

O empreendedor não pode se envolver emocionalmente com uma ideia ou agir de forma impulsiva (mais um pouco é até saudável e natural!). Deixe sempre o projeto amadurecer, submeta-o ao maior número de críticas possível, realize pesquisas de mercado para comprovar a tese, teste o conceito sob a luz de vários cenários. Consulte gente com experiência no mercado. Não se preocupe tanto em proteger a nova ideia genial - normalmente, ela não é tão facilmente replicável. O mais importante é testar bem o conceito antes de aplicá-lo.

Todo projeto tem um período de gestação natural. Para mim, nunca foi menos do que nove meses. Do brotar da ideia até que ela comece a ganhar forma sempre se passaram, no mínimo, nove meses. Não tenho a menor ideia do porquê não serem oito ou dez - sempre ouvi que a natureza é sábia.

Por: Jair Ribeiro - PEGN on line

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