quinta-feira, 23 de julho de 2009

Custa caro ao bolso do natalense manter um carro

Poucos setores foram tão beneficiados recentemente com a intervenção governamental quanto o automobilístico. A redução e prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a trajetória descendente da taxa Selic (atualmente em 9,25% ao ano) provocou a esperada corrida às lojas e concessionárias. E com ela, novos custos foram agregados à vida financeira dos compradores dos automóveis, que somados à prestação do veículo - e à falta de um planejamento - podem desregrar o orçamento mensal do indivíduo.

"O carro é uma família", fala, sobre os gastos, o professor de economia e finanças da Faculdade de Natal (Fal), Marcos Guedes. Sem especificar extamente o quanto os custos com o veículo devem representar para o orçamento da família, ele alerta para o fato de que, às vezes, as pessoas chegam a sacrificar outros bens ou serviços para bancar os encargos financeiros do automóvel.

"Não dá para, por exemplo, economizar com a educação dos filhos como umasubstituição para manter o carro. O veículo deve ser também uma fonte de prazer, o que não vai acontecer se o financiamento representar uma penalização para a pessoa", afirma o especialista. O professor faz uma referência ao seu próprio caso como exemplo. "Acabei de pagar R$ 342,17 de IPVA", diz ele. O imposto é de um modelo Celta 2002 e, no pagamento, foi incluso o valor do licenciamento (R$ 60) e o seguro obrigatório (R$ 93,87).

Os gastos com combustível são outro elemento importante na planilha. Guedes fala que uma pessoa que vá e volte para o trabalho, deixe os filhos na escola e saia eventualmente à noite gasta, em média, quatro tanques de combustível por mês. Estimando um tanque com capacidade para 45 litros (modelo de carro popular) e o preço da gasolina a R$ 2,59, o valor mensal chega a R$ 116,55. No ano, este valor vai para R$ 5.520. Ou seja, em um ano o custo com combustível pode chegar a uma entrada de 20% no financiamento de um carro popular.

E a conta segue. No caso do professor, a cada 10 milquilômetros rodados ele desembolsa R$ 200 na troca de óleo e filtros. Além de R$ 800 reais com pneus cada vez que rodar 30 mil quilômetros.

Marcos Guedes ainda dá a dica para deixar uma reserva para imprevistos como problemas mecânicos. "Um simples problema com um cabo de embreagem, que me custaria em torno de R$ 30, se tornou em uma conta de R$ 1 mil", fala ele, explicando que, na ocasião da troca do cabo, o mecânico avisou que toda a embreagem estava com problemas e, como o carro já tinha mais de 40 mil quilômetros rodados, ele resolveu fazer um serviço maior.

Por Renato Lisboa da redação do DIARIODENATAL.COM.BR

Nenhum comentário: