segunda-feira, 1 de junho de 2009

O talento e a crise

Conta a história que no ápice da crise de 1929, a quinta pessoa mais rica da Alemanha cometeu suicídio ao se jogar na frente de um trem porque perdeu mais de 1 bilhão de dólares com o crash. O fato que interessa é que o suicida alemão tinha uma fortuna avaliada em mais de 9 bilhões de dólares.

Na verdade em toda e qualquer tipo de crise existem os alarmistas que se gabam por ter previsto que uma hora a bolha iria estourar, os otimistas que dizem: - calma, que logo tudo passará!, os prático-realistas que se preocupam em como sobreviver e quem sabe tirar uma casquinha dessa confusão toda e os loucos por notícias que ficam desesperados e perdem a noção da realidade tamanha a enchente de péssimas informações. Esses são os primeiros a sucumbir.

O talento sabe que em toda crise há a oportunidade, mas não falo só da oportunidade de novos negócios ou geração de receita, quero discutir com você a oportunidade de se transformar e amadurecer como pessoa, de ter uma visão mais sistêmica do seu negócio e do mundo.

Oportunidade para fortalecer parcerias e relacionamentos com clientes, fornecedores e principalmente com os seus funcionários. Agora, mais do que nunca, essa história de “nossa empresa é uma grande família” será testada.

No caso dos negócios diminuírem, fica a oportunidade para rever processos, fazer mais com menos, reviver e fortalecer os grupos de melhorias que estavam lá escondidinhos durante a bonança, para ouvir mais e melhor o cliente ou quem sabe criar algo inesperado que encante o mercado. E não perder a maior de todas as oportunidades: a reflexão e ação para a mudança de postura profissional, para aprender e reaprender com o que foi feito de errado e quem sabe partir para uma forte mudança no modelo de negócios da empresa.

Foi no ano da crise de 1929 que a Unilever chegou ao Brasil e começou sua história. Outro exemplo? Nesse ano a Lojas Americanas completa 80 anos de mercado. Passou de quase falida para um dos ícones do comércio eletrônico brasileiro. Para finalizar, temos a fábrica de tecidos Tatuapé que hoje é conhecida como Santista Têxtil. Todas viveram suas crises, se transformaram e saíram mais fortes.

Mas o que espero de verdade é que o Mundo e seus grandes líderes não percam a oportunidade de mudar o que é preciso, que cooperem entre si, que evitem o protecionismo infundado, que deixem de acreditar em prosperidade ad eternum e entendam, de uma vez por todas, que só unindo forças tudo melhorará.

É assim que a sua empresa deve agir para sofrer menos em épocas de crise.

Por: Paulo Araújo (Revista Ser Mais)

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