domingo, 21 de junho de 2009

Saber ouvir é o segredo para o sucesso

Para o especialista em gestão Tom Peters, companhias precisam aprender a escutar funcionários e clientes
Ouvir, ouvir e (mais uma vez) ouvir. É aí que mora o segredo das boas práticas de gestão. A opinião é de Tom Peters, especialista no ramo e autor do best-seller ‘Reimagine!: Excelência nos Negócios Numa Era de Desordem’. “As empresas não vão mal porque não dominam equações, mas porque não ouvem. É preciso escutar sempre funcionários, clientes e fornecedores”, disse em palestra na ExpoGestão 2009, em Joinville (SC), nesta sexta-feira (19/06).

Principalmente em uma época de crise, essa habilidade se torna ainda mais fundamental. Segundo Peters, não são apenas os empresários que costumam falar mais do que ouvir. Atualmente, isso seria algo generalizado na nossa sociedade. Como exemplo, cita uma pesquisa americana que mostrou que os médicos interrompem os pacientes, em média, após 18 segundos. “E quem seria a melhor fonte para falar de sua doença?”

“Ninguém discorda que ouvir é uma característica fundamental para os negócios, mas ninguém faz isso. Conheci poucas escolas de negócios e mesmo empresas que façam ou ensinem isso. As quatro palavras mais importantes para qualquer companhia são: O que você acha?”.

O especialista chama atenção para a diferença entre ouvir e escutar. Não basta as mensagens entrarem por um ouvido e saírem pelo outro. “Quando você fala, os outros já escutam, porque você é o chefe”, brinca Peters.

Entre outros passos fundamentais rumo ao sucesso, está a importância da boa execução. “As companhias tendem a se preocupar muito com o planejamento. Pensam que se você tiver o plano certo, a execução dará certo, o que não é verdade. Eu diria que se você tiver a execução correta, não importa o plano. Admito que as duas coisas não são inteiramente verdadeiras, mas ainda assim acho a segunda a mais próxima da verdade”.

Capital humano
Conhecido por valorizar o papel dos funcionários dentro das grandes organizações, o especialista chama a atenção para a relevância do capital humano. “As pessoas importam. Se todos compreendessem isso, não teríamos chegado onde estamos. Os negócios, nove em cada dez vezes, não falham porque a GE não tem bons motores, mas por causa de uma série de erros nas relações humanas”.

Peters parte do pressuposto de que os profissionais querem fazer parte de algo maior e buscam, no mundo corporativo, desenvolverem-se. As empresas deveriam, portanto, investir nisso. “Ao desenvolver os funcionários, as companhias conseguem servir o cliente melhor. E é para isso que elas servem, para servir. E os líderes vivem para servir”.

Motor da economia
Polêmico, o americano provoca. Ataca as grandes corporações e exalta o poder das pequenas e médias empresas. “As grandes companhias não estão com nada. As médias e pequenas são as que movem verdadeiramente a economia. Não é a GM”, fala. "O que nós precisamos é de pequenos empreendedores. Temos que parar de ficar pensando em qual grande empresa nós vamos copiar agora”. Uma boa dose de estímulo para quem está começando.

Por: Elisa Campos - Época Negócios

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