
Ele próprio se diz “cautelosamente otimista” em relação ao futuro da economia mundial. E resume as razões para seu otimismo de longo prazo na sigla METT - iniciais das palavras, em inglês, Mercado, Educação, Comércio e Tecnologia. “São todas forças poderosas, que interagem umas com as outras para criar crescimento na economia global”, afirma.
Quanto aos motivos para cautela, o primeiro, naturalmente, é a recessão. Ou quando sairemos dela. “Há não muito tempo, muitos colegas diziam que estávamos entrando numa nova Grande Depressão. Escrevi um artigo para o Wall Street Journal dizendo que não”, afirma Becker. “Agora parece que estamos no momento da virada. O declínio do PIB americano está desacelerando. E parece que no terceiro trimestre vamos começar a ver algum crescimento.” Se for assim, terá havido uma recessão severa no mundo. Mas nada comparável à Grande Depressão.
Outro risco é a inflação. Antes da crise, os bancos americanos tinham, em média, US$ 8 bilhões em excesso de reservas (dinheiro não emprestado). Hoje, têm US$ 80 bilhões. Quando a economia reaquecer, essas instituições vão despejar esse dinheiro no mercado, com juros baixos. Naturalmente, uma combinação inflacionária. Para Becker, a missão do banco central americano, o Fed, será elevar os juros e vender títulos para retirar o excesso de dinheiro do mercado.
Por fim, este economista da escola liberal de Chicago se preocupa com o debate entre diferentes visões do capitalismo - anglo-saxão (focado em mercado e competição) versus francês (mais estatal). “Este primeiro está sob ataque, o que não é surpresa. Não há dúvida de que o sistema financeiro se comportou mal antes e durante a crise.” O problema, para ele, é que a política econômica do governo Obama está se movendo em direção ao modelo francês de capitalismo. “Está certo, a GM não foi bem administrada. Mas duvido que o governo faça melhor".
Por: Por Alexandre Teixeira - Época Negócios
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