sábado, 6 de junho de 2009

Mulheres aumentam a capacidade competitiva das empresas

Interessadas em melhorar a diversidade de ideias, companhias têm se preocupado mais em aumentar a proporção de mulheres no quadro de funcionários

A presença de mulheres dentro das empresas tem aumentado, mas ainda representa uma minoria. Levantamento feito pelo Instituto Great Place to Work mostra que o grupo feminino representa hoje 44,5% do total de funcionários das 10 Melhores Empresas Brasileiras para se Trabalhar. Essa proporção diminui quando se observa os cargos mais altos. Nas cadeiras de liderança as mulheres são 33% do total e no topo das organizações, entre presidentes ou CEOs, a relação desaba para 8%.

O que essa diferença significa para a empresa? Na opinião de Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil, o baixo número de mulheres pode afetar a capacidade competitiva da empresa. “Quanto maior a diversidade de pessoas e idéias, maior a flexibilidade das empresas para superar os problemas”, disse o executivo durante evento promovido pelo instituto Great Place to Work e Microsoft, que discutiu as boas práticas para as mulheres dentro das empresas.

Mais do que um desejo, a presença feminina é um pré-requisito dentro da Microsoft. Tanto que a empresa está realizando mundialmente um trabalho de equiparação de gêneros. Hoje, dos 577 funcionários da companhia no Brasil, 27% são mulheres. Já entre os 12 diretores que se reportam diretamente ao presidente, quatro são mulheres. Uma dessas mulheres é Claudia Ferris, que está à frente da diretoria de grandes negócios da Microsoft.

Há 14 anos na empresa, a executiva afirma que já teve de falar mais grosso e mais alto do que gostaria para ser levada a sério. “Quando comecei na área de vendas, tinha apenas 25 anos. Nas reuniões, sentia que a qualquer momento os clientes iriam perguntar onde estava o meu chefe”, lembra. Claudia afirma que, apesar do desejo de querer receber o mesmo tratamento e ter as mesmas oportunidades, as mulheres continuam apreciando as gentilezas. “Gosto que me dêem preferência para entrar e sair do elevador”, conta a diretora da Microsoft.

Características "mais femininas" como a sensibilidade, têm sido cada vez mais valorizadas no ambiente corporativo. No entanto, muitos lamentam que algumas mulheres, quando chegam num cargo de chefia, tendem a endurecer. "Já ouvi muitos funcionários reclamarem da tirania de suas chefes", conta o Miguel Anjel Filgueira Monzu, diretor de RH da AstraZeneca.

A explicação para este tipo de comportamento está na própria formação dessas profissionais. "O modelo de liderança para as mulheres que hoje estão na faixa etária acima de 35 anos é todo masculino. Elas seguem os padrões e os exemplos que tiveram durante sua vida", afirma Alessandra Paulelli, gerente de recursos humanos da Microsoft.

Procura-se mulheres
Assim como na Microsoft, na IBM também há um esforço para garantir a participação de mulheres na organização. Com mais de 18 mil empregados no país, a solução encontrada para garantir a presença de mulheres foi a criação de um comitê. Além de discutir o assunto, ele pretende reforçar a importância da contratação e da promoção do grupo feminino dentro da empresa. Além de um comitê para acompanhar a participação de mulheres, há outros três que tratam de interesses de negros, gays e portadores de deficiência.

Em empresas de TI, como a IBM e a Microsoft, a contratação de mulheres é mais difícil devido à escassez de mão-de-obra. “O número de mulheres dentro do mercado de TI ainda é pequeno, como se vê nas faculdades de Engenharia ou Ciências da Computação. Muitas vezes nós mesmos temos que formar esses profissionais”, diz Osvaldo Luís do Nascimento, diretor de recursos humanos da IBM. Para Nascimento, o aumento da participação das mulheres não é apenas uma questão social. “Não é benemerência, é uma necessidade fundamental para os negócios da empresa”, afirma.

Por: Silvia Balieiro - Época Negócios

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