segunda-feira, 29 de junho de 2009

Nordeste reduz diferença na indústria

Nos últimos cinco anos, o Nordeste foi a região que mais diminuiu diferenças na indústria em relação ao Sul e Sudeste. Pesquisa divulgada pelo IBGE aponta crescimento na participação no total de pessoal ocupado no setor, que passou de 11,7% para 12,7%

A Região Nordeste foi a que mais diminuiu diferenças entre o Sul e Sudeste, considerando o pessoal ocupado, salários e retiradas, salários médios, receita líquida de vendas e valor da transformação industrial, segundo Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que apresentou resultados de 2003 a 2007.

No período, o Nordeste foi o que mais ganhou em participação no total do pessoal ocupado, passando de 11,7% para 12,7%, enquanto a Região Sul, que passou de 26,4% para 25,2%, mostrou a maior perda. Nas demais regiões, as participações foram as seguintes: Sudeste (de 54,0% para 53,7%), Norte (de 3,4% para 3,6%) e Centro-Oeste (de 4,5% para 4,7%).

De acordo com a pesquisa, em 2007 o setor industrial da Região Nordeste possuía 912 mil pessoas ocupadas, 20 mil plataformas, e gerou R$ 10,9 bilhões em salários e retiradas, R$ 132 bilhões em receita líquida de vendas, R$ 129 bilhões de produção, a um custo de operação de R$ 71,9 bilhões, com valor de transformação de 57 bilhões.

No Ceará os números da indústria no mesmo ano mostram 4,4 mil empregos em 202 mil parques que geraram R$ 1,7 bilhão em salários e retiradas, R$ 17 bilhões em receita líquida, R$ 15 bilhões de produção a um custo de R$ 8 bilhões e valor de transformação de RS 6,9 bilhões. Em receita líquida, o Estado perde apenas para Bahia e Pernambuco, no Nordeste, que apresentaram no período resultados de R$ 66 bilhões e R$ 17,8 bilhões, respectivamente.

Em relação ao número de indústrias instaladas, o Ceará aparece também em terceiro lugar, mas a diferença é mínima em relação a Pernambuco, que possuía, em 2007, 4,47 mil parques, e a Bahia, onde havia 4,9 mil plataformas.

Segundo o coordenador da unidade de economia e estatística do Instituto de Crescimento Industrial do Ceará (Indi), Pedro Jorge Ramos Viana, o fato da indústria nordestina ainda ser mais voltada para o setor de transformação ajuda na aproximação dos números do Sul e Sudeste.

“É uma questão matemática. Enquanto aqui nós mantemos o crescimento, no Sul e Sudeste invariavelmente existem quedas. A indústria nordestina é voltada para produtos do dia-a-dia, que são menos afetados por crises. Já no Sul e Sudeste o maior volume é de bens duráveis, como máquinas e veículos, que são vulneráveis aos mercados externos”, explicou.

Brasil
De 2003 a 2007, o número de empresas no País subiu de 138,9 mil para 164,3 mil, um crescimento de 18%. Os trabalhadores passaram para 7,2 milhões, um aumento de 22%. O Sudeste e o Sul, somados, concentram 80,3% do número de unidades industriais. As demais são responsáveis por 19,7%.

Por: Carlos Henrique Coelho - O Povo on line

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