segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Carros voltam a ter financiamentos em 80 meses

Longos financiamentos voltam a ser ofertados no mercado. Entre as opções estão os prazos de 120 dias para pagar a primeira parcela e quase sete anos para quitar a dívida

As facilidades para comprar o carro novo estão de volta ao mercado. As concessionárias oferecem financiamentos de até 80 meses, com a primeira parcela para o carnaval de 2010. Mas se as condições parecem tentadoras, especialistas apontam que o cliente deve planejar o orçamento antes desse tipo de compra.

Há 20 dias o diretor da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e da Fortal Automóveis, Raimundo Brasileiro, oferta veículos novos da Ford com financiamento em até 80 meses, sendo a primeira parcela para 120 dias. Quem optar por esse financiamento hoje quitará o veículo depois de assistir à Copa do Mundo de Futebol no Brasil e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. De acordo com Brasileiro, os longos financiamentos voltaram a aquecer o mercado.

Para o presidente do Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Ceará (Sindivel), Everton Fernandes, os prazos dos financiamentos estavam reduzidos por conta da queda de oferta de crédito, devido aos temores de reflexos da crise econômica. Fernandes acredita que os indicadores econômicos deste ano apontam para um futuro mais claro, que permitem planejamentos a longo prazo.

Mas o presidente do Sindivel alerta os clientes que planejam esse tipo de compra. "O valor da parcela não deve ultrapassar 30% do orçamento e o financiamento não deve ter um prazo maior que o tempo estimado para o uso do veículo. Sendo assim, se a ideia é manter um carro por três anos, o valor total deve ser pago em 36 meses", explica. "Se preciso, é melhor adquirir um carro usado", completa.

Fernandes lembra ainda dos custos com manutenção, que aumentam conforme o tempo de uso do carro e ainda os gastos, além da parcela do financiamento. ``O consumidor deve calcular as despesas com IPVA, renovação do seguro, trocas de pneu etc. Estes gastos também tem que entrar no planejamento antes de fechar negócio``, aconselha, ressaltando que o grande número de parcelas somado aos custos extras ode gerar inadimplência.

Mas para o diretor da Fenabrave, Raimundo Brasileiro, as vendas estão com boa aceitação e ``historicamente, não tem muita inadimplência. A classe média baixa paga bem``. Ainda assim Everton Fernandes orienta aos consumidores que não conseguirem cumprir com o pagamento que negocie com a empresa, podendo inclusive devolver o carro para amenizar a dívida.


PALAVRA

- O valor da parcela não deve ser maior que 30% do orçamento.
- Faça uma projeção de renda para os próximos meses ou anos.
- Quanto maior o período de uso do carro, mais gastos com manutenção. Considere as despesas no cálculo da parcela.
- O veículo gera custos com gasolina, IPVA, renovação de seguro, revisão, troca de pneus etc.
- Tenha garantia de que pode pagar pelo menos seis parcelas caso perca o emprego.
- Economize em outras despesas cotidianas.

Fonte: Caderno Negócios Jornal O Povo

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