
Assim como Cláudia e Ronaldo, muitos casais aproveitam a confiança e admiração que nutrem um pelo outro e se tornam sócios. Segundo pesquisa divulgada pelo International Stress Management do Brasil (ISMA-BR), casais que trabalham juntos entendem melhor as angústias e a carga horária do parceiro. A produtividade também é elevada. Em geral, eles ficam cerca de 12 horas diárias no emprego, enquanto a média nacional é de 9 horas.
Porém, não raro a proximidade excessiva faz com que a relação caia na monotonia e o casamento entre em crise. Viviane Scarpelo, psicóloga especialista em terapia de casais, afirma que relacionamentos afetivos entre sócios correm o risco de se desgastar mais facilmente porque eles não colocam limite para o trabalho. Segundo ela, os problemas da empresa são discutidos no café da manhã, no almoço, no jantar e em outros momentos em que o casal poderia descontrair, namorar ou conversar amenidades.
A falta de limite e a rotina voltada só para o trabalho pôs em xeque a união de Cláudia e Ronaldo. “Os momentos a dois eram raros. Não tinha mais sedução e nem conquista. Tudo o que eu fazia, ele estava junto. Além disso, como somos geniosos, era bem difícil um de nós ceder quando discordávamos. Os conflitos se tornaram constantes e a situação, insustentável”. A empreendedora diz que no auge da crise ela e o marido chegaram a ficar dois meses separados. A separação serviu para perceberem o quanto se gostavam e dar outro rumo à vida a dois. O primeiro passo foi procurar um terapeuta. Além disso, passaram a respeitar mais a opinião do outro, a não levar trabalho para casa e a agendar passeios. Eles também começaram a dividir melhor as funções de cada um na empresa. As mudanças solidificaram o casamento, que hoje já dura dez anos, e trouxeram bons resultados para os negócios. Eles são proprietários de cinco lojas Rei do Mate e têm planos de inaugurar em breve a sexta unidade.
Rita Silvino, 32, e Alexandre Novelli , 33, estão juntos desde 2004, mas só no ano passado resolveram aliar a vida de casados com a de sócios e abriram a Novelli Tech, empresa de consultoria em informática. Rita afirma que, por enquanto, ainda não sentiu nenhuma mudança no casamento, embora às vezes se surpreenda com atitudes do marido. “Em casa o Alexandre sempre foi mais tranquilo, fala pouco e é reservado. Não imaginava que ele fosse tão pró-ativo no trabalho. Conversa com todos funcionários, expõe opiniões e gosta de assumir riscos”. Rita diz não ter medo que a sociedade acabe com o casamento. “Nunca fomos acomodados. Gostamos bastante de viajar, namorar e sair. É claro que agora temos que aprender a administrar a vida de casado com a de sócios, mas quando há respeito, confiança e diálogo fica mais fácil resolver as possíveis desavenças”.
Viviane afirma que além de confiança e respeito também é importante que cada um realize atividades separadas como, por exemplo, a prática de esportes, encontros com amigos ou cursos. Isso ajuda a manter a individualidade e o interesse de um pelo outro.
Para quem consegue equilibrar sociedade e casamento, Viviane garante que a recompensa vem em dobro. “Se a parceria dá certo, o casal se torna mais unido e feliz por conseguir construir uma história de aprendizado e crescimento juntos”. Ronaldo concorda com ela. “Quando olho para trás não me arrependo em nenhum minuto por ter proposto a sociedade à Cláudia. Sem ela acho que jamais teria chegado onde estou”.
Ciúmes: Independente de trabalharem juntos ou não é importante que haja confiança. Não é saudável controlar os passos do parceiro e nem ficar olhando feio enquanto ele conversa com algum funcionário ou cliente.
Diferenças de opinião: Tente sempre dialogar. Seja diplomático ao fazer críticas. Não é só porque existe intimidade que é permitido ser ríspido. Ao se sentir julgado, o outro provavelmente adotará uma posição defensiva.
Parcerias Promissoras: Casais que se respeitam, que sabem conversar e não levam as divergências no trabalho para o lado pessoal, são os que têm mais chances de montar uma sociedade duradoura.
Competição: Tenha sempre em mente que vocês não são adversários. Caminhar lado a lado é a melhor maneira de atingir o sucesso. Cada um tem qualificações próprias que, se desenvolvidas, podem enriquecer a parceria.
Limites: O casal que deseja trabalhar junto deve impor limites ao trabalho. Tente fazer outras atividades junto com o parceiro que não sejam referentes à empresa, como namorar, viajar e ir ao cinema.
Por: Ana Cristina Dib (PEGN On line)
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