sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Famílias brasileiras querem comprar mais

Aumento na renda, acesso ao crédito e estabilidade no emprego são condições que favorecem esse cenário

As famílias brasileiras estão dispostas a consumir mais nos próximos meses. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio divulgada nesta quarta-feira, 24, mostra que, de janeiro para fevereiro deste ano, o índice de Intenção do Consumo das Famílias subiu de 135,5 para 135,8.

Aumento na renda, acesso ao crédito e estabilidade no emprego são condições que favorecem esse cenário, na avaliação do economista da CNC, Fábio Bentes. Componentes do INC, esses indicadores tiveram resultado positivo esse mês. "Em média, as famílias estão otimistas em relação às condições de consumo. Dos sete indicadores que compõem o INC, seis ainda estão bastante distantes do ponto de indiferença."

O destaque positivo é a perspectiva de consumo de bens duráveis, que passou de 140,8 para 150,7 pontos, e o negativo é a avaliação das famílias sobre o consumo atual (de 107,3 para 101,9 pontos). A pesquisa considera insatisfação apenas indicadores abaixo de 100 pontos.

A estimativa do economista da CNC para o primeiro semestre do ano é de aumento das vendas do em relação ao mesmo período de 2009. Há um ano, a economia brasileira sofreu os efeitos da crise internacional. "É um efeito estatístico. Como o primeiro semestre de 2009 foi muito ruim, quando comparamos com o momento atual, podemos imaginar que se criará um distanciamento favorável", previu.

Pentes também avaliou que um dos fatores que podem atrapalhar as projeções positivas para o comércio são as perspectivas de aumento da taxa de juros pelo Banco Central, atualmente em 8,75% ao ano. A medida pode encarecer o crédito. "O único ponto de interrogação é o crédito. Existe uma perspectiva de avanço do juros para conter o que alguns chamam de ´euforia´ do consumo", informou.

Dentre os demais indicadores, a pesquisa da CNC registrou deterioração da avaliação sobre a renda atual (de 146,3 para 143,7 pontos) e pequena queda em relação à satisfação com o emprego e a perspectiva profissional, embora todas ainda se mantenham acima dos 100 pontos.

De janeiro para fevereiro, avançou de 138,4 para 139 pontos a perspectiva de consumo e a intenção de comprar a prazo ( de 145,2 para 146,2 pontos). A pesquisa da Confederação Nacional do Comércio começou a ser divulgada em janeiro deste ano com objetivo de antecipar tendências. Para calcular as estimativas de fevereiro, ouviu cerca de 18 mil pessoas.

Fonte: Caderno Negócios Jornal O Povo

Nenhum comentário: