Segundo executivo, Brasil Foods buscará crescer no mercado externo.Perdigão ficará com 68% de participação, enquanto a Sadia terá 32%.
O presidente dos Conselhos de Administração de Perdigão e Sadia, Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan, anunciaram oficialmente em entrevista nesta terça-feira (19), em São Paulo, a criação da Brasil Foods (BRF), resultante da fusão das duas empresas.
A nova empresa foi apresentada por Secches como "a grande multinacional brasileira de alimentos brasileiros processados". Furlan emendou que a BRF poderá ser, no curto prazo, "o maior exportador de carne processada do mundo". A Brasil Foods, entretanto, terá apenas a função institucional, sem a função de substituir qualquer das marcas do grupo.
No esquema desenhado para a fusão, a Brasil Foods será a sucessora da Perdigão. Os acionistas das duas empresas se tornarão acionistas da BRF e a Sadia se tornará, em um primeiro momento, subsidiária da nova empresa. Durante esse período, Sadia e BRF terão conselhos compostos pelos mesmos membros.
Sadia e Perdigão chegaram a trabalhar juntas no início da década na Brazilian Foods, uma associação para o mercado externo que não vingou. Em 2006, a Sadia, então maior, lançou oferta pela Perdigão. Desde então, a Perdigão comprou concorrentes menores e avançou em lácteos, com a incorporação da Eleva e da Batavo, ganhando tamanho.
No esquema desenhado para a fusão, a Brasil Foods será a sucessora da Perdigão. Os acionistas das duas empresas se tornarão acionistas da BRF e a Sadia se tornará, em um primeiro momento, subsidiária da nova empresa. Durante esse período, Sadia e BRF terão conselhos compostos pelos mesmos membros.
Sadia e Perdigão chegaram a trabalhar juntas no início da década na Brazilian Foods, uma associação para o mercado externo que não vingou. Em 2006, a Sadia, então maior, lançou oferta pela Perdigão. Desde então, a Perdigão comprou concorrentes menores e avançou em lácteos, com a incorporação da Eleva e da Batavo, ganhando tamanho.
Marcas e mudanças
Para apresentar a nova empresa ao público, e assegurar que os produtos que ele conhece continuarão no mercado, a Brasil Foods colocará no ar a partir desta quarta-feira (20) uma campanha publicitária estrelada pela atriz Marieta Severo (do seriado "A Grande Família", da TV Globo).
Já a atual estrela da campanha da Sadia - personagem que zomba das demais marcas - deve perder espaço: "O Juvenal vai embora ou vai mudar de foco", disse o executivo da Sadia. "O tempo da alfinetada acabou, agora é só amor", brincou Nildemar Secches.
"A BRF vai dar a face para os segmentos institucionais. As marcas têm sua vida, sua comunicação própria. Vamos continuar com Perdigão, Sadia, Qualy, Doriana, Batavo", ressaltou o executivo da Perdigão.
"No mercado interno, as marcas hoje e sempre vão continuar. São marcas com um grande conhecimento." "Do ponto de vista comercial, os consumidores não vão sentir nada no dia seguinte, todas as marcas estarão lá", acrescentou Furlan.
No mercado externo, o presidente do Conselho da Perdigão afirma que será feito um estudo para definir qual segmento será explorado por cada uma das denominações.
De acordo com dados divulgados durante a entrevista, Sadia e Perdigão operam comercialmente em 110 países. "Quase metade do nosso faturamento vem do exterior", afirmou Secches. A nova empresa já nasce líder em alimentos processados no país, com cerca de 120 mil funcionários.
Já a atual estrela da campanha da Sadia - personagem que zomba das demais marcas - deve perder espaço: "O Juvenal vai embora ou vai mudar de foco", disse o executivo da Sadia. "O tempo da alfinetada acabou, agora é só amor", brincou Nildemar Secches.
"A BRF vai dar a face para os segmentos institucionais. As marcas têm sua vida, sua comunicação própria. Vamos continuar com Perdigão, Sadia, Qualy, Doriana, Batavo", ressaltou o executivo da Perdigão.
"No mercado interno, as marcas hoje e sempre vão continuar. São marcas com um grande conhecimento." "Do ponto de vista comercial, os consumidores não vão sentir nada no dia seguinte, todas as marcas estarão lá", acrescentou Furlan.
No mercado externo, o presidente do Conselho da Perdigão afirma que será feito um estudo para definir qual segmento será explorado por cada uma das denominações.
De acordo com dados divulgados durante a entrevista, Sadia e Perdigão operam comercialmente em 110 países. "Quase metade do nosso faturamento vem do exterior", afirmou Secches. A nova empresa já nasce líder em alimentos processados no país, com cerca de 120 mil funcionários.
Divisão
O executivo informou que 68% do capital pertencerá a acionistas da Perdigão e 32% a acionistas da Sadia. "Como a maioria das multinacionais o controle de capital é difuso. Vale dizer que as decisões não serão tomadas por um único acionista, mas por um conjunto de acionistas", afirmou Secches.
Apesar da maioria do capital ficar nas mãos dos acionistas da Perdigão, os dois executivos negaram se tratar de uma venda. "Não houve venda. Os acionistas de um lado e de outro continuam acionistas, compartilhando responsabilidades", disse Furlan.
Segundo ele, a administração da nova empresa "será regida por um sistema de mérito, por profissionais". A presidência do Conselho da nova empresa será dividida entre Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan pelos próximos dois anos.
Secches afirmou que, para abreviar as negociações, as duas partes decidiram deixar de fora as instituições financeiras da Sadia. "Simplesmente separamos e fizemos a associação da parte operacional", declarou.
Essas instituições - o banco e a corretora Concórdia - foram assumidas pelas famílias Furlan e Fontana, acionistas da Sadia. O patrimônio final dessas instituições, após uma distribuição de dividendos, ficou em R$ 67 milhões, segundo Furlan.
Apesar da maioria do capital ficar nas mãos dos acionistas da Perdigão, os dois executivos negaram se tratar de uma venda. "Não houve venda. Os acionistas de um lado e de outro continuam acionistas, compartilhando responsabilidades", disse Furlan.
Segundo ele, a administração da nova empresa "será regida por um sistema de mérito, por profissionais". A presidência do Conselho da nova empresa será dividida entre Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan pelos próximos dois anos.
Secches afirmou que, para abreviar as negociações, as duas partes decidiram deixar de fora as instituições financeiras da Sadia. "Simplesmente separamos e fizemos a associação da parte operacional", declarou.
Essas instituições - o banco e a corretora Concórdia - foram assumidas pelas famílias Furlan e Fontana, acionistas da Sadia. O patrimônio final dessas instituições, após uma distribuição de dividendos, ficou em R$ 67 milhões, segundo Furlan.
CADE
Para capitalizar o novo negócio, a Brasil Foods vai fazer uma oferta pública de ações no valor estimado em R$ 4 bilhões. Esses recursos deverão ser utilizados para quitar parte dos R$ 10 bilhões em dívidas do futuro conglomerado. A oferta deverá chegar ao mercado no final de julho.
Nos próximos 15 dias, o acordo de fusão será avaliado pelos acionistas das duas empresas, e sua aprovação depende da adesão da maioria. Para Furlan, no entanto, devem haver "surpresas".
A formação da nova empresa será também submetida às autoridades brasileiras de concorrência (Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade e Secretaria de Acompanhamento Econômico - Seae).De acordo com Luiz Fernando Furlan, será criado uma espécie de comitê de integração, com participação de executivos de ambas as empresas, que funcionará ao longo dos próximos meses, com o objetivo de identificar pontos de economia com a criação da Brasil Foods.
Segundo o executivo, as empresas irão trabalhar na identificação de sinergias operacionais entre as duas companhias. Sem revelar um valor exato, Furlan disse que as diversas projeções de mercado, incluindo as feitas por Perdigão e Sadia, abrangem uma quantia entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões. O executivo afirmou que quatro empresas estão sendo convidadas a apresentar propostas para participar da identificação das sinergias. Segundo ele, a ideia é avaliar "sem 'emocionalismos'" as qualidades de cada empresa, em cada segmento de atuação.
Para capitalizar o novo negócio, a Brasil Foods vai fazer uma oferta pública de ações no valor estimado em R$ 4 bilhões. Esses recursos deverão ser utilizados para quitar parte dos R$ 10 bilhões em dívidas do futuro conglomerado. A oferta deverá chegar ao mercado no final de julho.
Nos próximos 15 dias, o acordo de fusão será avaliado pelos acionistas das duas empresas, e sua aprovação depende da adesão da maioria. Para Furlan, no entanto, devem haver "surpresas".
A formação da nova empresa será também submetida às autoridades brasileiras de concorrência (Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade e Secretaria de Acompanhamento Econômico - Seae).De acordo com Luiz Fernando Furlan, será criado uma espécie de comitê de integração, com participação de executivos de ambas as empresas, que funcionará ao longo dos próximos meses, com o objetivo de identificar pontos de economia com a criação da Brasil Foods.
Segundo o executivo, as empresas irão trabalhar na identificação de sinergias operacionais entre as duas companhias. Sem revelar um valor exato, Furlan disse que as diversas projeções de mercado, incluindo as feitas por Perdigão e Sadia, abrangem uma quantia entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões. O executivo afirmou que quatro empresas estão sendo convidadas a apresentar propostas para participar da identificação das sinergias. Segundo ele, a ideia é avaliar "sem 'emocionalismos'" as qualidades de cada empresa, em cada segmento de atuação.
"Nos primeiros meses, não haverá interferência operacional numa e noutra empresa", ressaltou o presidente do Conselho da Sadia, lembrando que o projeto de fusão se iniciará com respeito às instituições que defendem a livre concorrência no país.
Eficiência e preços
O objetivo da nova empresa, de acordo com o executivo da Perdigão, será oferecer prestação de serviço "muito mais eficiente". "Queremos oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis em todos os lugares do mundo", disse.
De acordo com o executivo da Perdigão, a fusão ajudará a cortar custos e a conquistar uma "quantidade muito maior da população brasileira". "Vamos chegar para o Nordeste, o Centro-Oeste e o Norte com produtos de boa qualidade a preços acessíveis", ressaltou, lembrando que a participação de industrializados de carne no mercado americano é de 40%, enquanto no Brasil é de 15%. "Podemos triplicar." Para Furlan, as sinergias das duas empresas vão permitir o repasse dessas economias aos preços. "Não estamos fazendo uma associação para pôr em risco essa fidelidade que temos com os nossos consumidores. (...) (A fusão) trará melhores benefícios de qualidade e também de preço", ressaltou.
Durante a entrevista, Secches presenteou o corintiano Furlan com uma camisa do Corinthians com o símbolo da Brasil Foods. A Perdigão patrocina o Corinthians e já estampou na camisa do time a própria marca Perdigão e a marca Batavo, da qual é proprietária. A camisa, no entanto, não é oficial.
O objetivo da nova empresa, de acordo com o executivo da Perdigão, será oferecer prestação de serviço "muito mais eficiente". "Queremos oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis em todos os lugares do mundo", disse.
De acordo com o executivo da Perdigão, a fusão ajudará a cortar custos e a conquistar uma "quantidade muito maior da população brasileira". "Vamos chegar para o Nordeste, o Centro-Oeste e o Norte com produtos de boa qualidade a preços acessíveis", ressaltou, lembrando que a participação de industrializados de carne no mercado americano é de 40%, enquanto no Brasil é de 15%. "Podemos triplicar." Para Furlan, as sinergias das duas empresas vão permitir o repasse dessas economias aos preços. "Não estamos fazendo uma associação para pôr em risco essa fidelidade que temos com os nossos consumidores. (...) (A fusão) trará melhores benefícios de qualidade e também de preço", ressaltou.
Durante a entrevista, Secches presenteou o corintiano Furlan com uma camisa do Corinthians com o símbolo da Brasil Foods. A Perdigão patrocina o Corinthians e já estampou na camisa do time a própria marca Perdigão e a marca Batavo, da qual é proprietária. A camisa, no entanto, não é oficial.
Portal G1 Economia e Negócios (Com informações do Valor OnLine e da Reuters)
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Um comentário:
E a saída tem sido esta: "A união faz a força".
Foi o Itaú e o Unibanco, uniram-se e ultrapassaram o gigante e tradicional Bradesco. Agora a Perdigão e a Sadia, uniram-se e já estão a muitos zeros da concorrência. Enfim, tomara que todo mundo saia ganhando. A empresa que salvou sua marca e tirou seu "pescoço" da guilhotina, os muitos funcionários que podem, ou não, serem demitidos e a estrela da vez que é o consumidor.
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