Aumento de 11,6% na arrecadação em 2008 contribuiu com 55,5% da alta da atividade informal no país
A alta carga tributária foi a principal responsável no ano passado pelo aumento da economia subterrânea no país. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, o índice que mede a informalidade no Brasil aumentou 27,6% de 2007 para 2008 e avançou 27,1% na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) no período, chegando a um patamar de 120,7 pontos.
A entidade usa a definição "economia subterrânea" para identificar produção de bens e serviços não reportada ao governo de maneira a evadir impostos, contribuições e custos envolvidos na formalidade.
O indicador não dimensiona em termos financeiros esse tipo de atividade no país, apenas monitora os movimentos para promover avanço de políticas públicas que resolvam o problema. Só no segundo semestre, essa economia avançou 21,4% mais do que o PIB, com o índice passando de 99,4 pontos no final de junho para 120,7 no final do ano.
Segundo o professor da FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho, responsável pelo estudo, o aumento de 11,6% na arrecadação em 2008 deu contribuição de 55,5% para a alta da atividade informal no país.
Essa variável, entretanto, deverá influenciar menos o indicador deste ano, devido à redução do recolhimento que tem sido observado desde janeiro. Do mesmo modo, o nível de emprego mais baixo deve ajudar a desacelerar esse tipo de negócio no país.
A FGV mede o nível de atividade do país pela taxa de desemprego calculada pelo IBGE, que caiu 15,1% e participou com 18,8% para a expansão da informalidade. Nesse quesito, se o desemprego cai, a economia informal avança, pois o consumo aumenta e é distribuído nos dois lados da economia.
A exportação, terceira variável importante para calcular o indicador, deu uma contribuição de 8,8% para o crescimento da economia informal. A redução de 9,6% das vendas internacionais de produtos industrializados, devido à alta do dólar, gerou aumento da atividade de negócios não formais no país. Essa item também tende a contribuir menos para esse tipo de atividade neste ano.
O quesito corrupção, cujo levantamento é feito pela PRS Group mensalmente e apurado junto a representantes do setor produtivo para avaliar a percepção sobre o espaço para ações de corrupção, cresceu 16,7% no ano passado e deu contribuição de 16,9% para o aumento da economia subterrânea no país.
Por: Bianca Ribeiro, do Valor Online
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