segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Em sintonia com o país

SEBRAE utiliza rádio e internet para formar os novos empreendedores brasileiros.

Por Época Negócios

O Sebrae é hoje a principal voz do micro e pequeno empresário. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, criado em 1972, é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como principal objetivo levar conhecimento de gestão de negócios ao seu público-alvo. Mas faz mais do que isso. A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, sancionada no final de 2006, embora seja um assunto de caráter político, leva a sua assinatura. A base do texto que definiu as novas diretrizes para o setor levou em conta a proposta elaborada pela entidade, feita com base nas demandas e sugestões dos empresários do segmento. Seu papel foi fundamental para sensibilizar a sociedade sobre a importância da aprovação da lei. O Sebrae também atua fortemente em bancos, sistemas cooperativos e instituições de microcrédito, defendendo a necessidade de ampliação da oferta de serviços e produtos para empreendedores formais e informais. “Essas iniciativas não são papel do Sebrae, que tem um viés técnico e não político”, afirma seu presidente, Paulo Okamoto. “Mas não poderíamos deixar de apoiar os pequenos empreendedores nessa hora.” É justamente esse envolvimento com os assuntos que estimulam o empreendedorismo que rendeu ao Sebrae o título de marca de maior prestígio no setor de educação e ensino do anuário Época NEGÓCIOS 100. Importante: concorrendo com instituições de peso, como a Fundação Getulio Vargas, a Universidade de São Paulo, a Pontifícia Universidade Católica e a Universidade Paulista.


“Uma marca só tem valor quando presta serviço relevante ao seu público. O Sebrae sempre perseguiu essa missão”, diz Laura Chiavone, sócia da Limo Inc., consultoria especializada em planejamento de comunicação. Apesar disso, ou por isso mesmo, o Sebrae sabe que tem de aperfeiçoar constantemente seus serviços. Ultimamente, está concentrado em divulgar de forma mais abrangente sua marca. Uma pesquisa realizada há cinco anos pela entidade trouxe uma boa e uma má notícia. A boa: a maioria dos brasileiros conhece a marca Sebrae. A má: muita gente não sabe exatamente o que o Sebrae faz, apesar de a instituição apoiar mais de 2 mil projetos de educação e instrução empresarial em diferentes segmentos econômicos. As principais dúvidas dizem respeito a quem pode usar o serviço, como chegar até ele e o que ele oferece. “Tem gente que ainda acha que somos uma ONG”, diz Okamoto. Baseada nesse diagnóstico, a entidade resolveu mudar seu planejamento de comunicação, diminuindo o investimento na grande mídia e priorizando os veículos regionais. Em outras palavras, passou a usar mais o rádio como meio de divulgação de suas atividades e reduziu a verba que destinava a outros veículos. Uma clara opção pelas comunidades mais carentes em detrimento da classe média, que já conhece e utiliza os serviços do Sebrae de forma mais intensa.

Do volume total de investimento em comunicação e marketing, que gira em torno de R$ 32 milhões anuais, a entidade direcionou R$ 4 milhões para emissoras de rádio. “Trata-se do veículo mais adequado para atingir o maior número de comunidades distantes”, afirma Okamoto. De fato, os veículos regionais permitem uma exposição mais precisa e didática, já que, nesses canais, o tempo e o espaço são mais generosos. Um dos programas de educação pelo rádio que merecem destaque é o A Gente Sabe, a Gente Faz, voltado para as comunidades rurais, que já atingiu 4.814 municípios por meio de 536 emissoras locais.

Outro canal que está sendo bastante utilizado pelo Sebrae é a internet. Atualmente, o site da entidade oferece cinco cursos gratuitos a distância. Eles ensinam como montar uma empresa e dão noções de marketing e gestão para quem quer vender mais e melhor. As 662 turmas montadas até agora contaram com a participação de 132,4 mil alunos. Além disso, mais 42 cursos, voltados para as áreas de mar­keting, finanças e gestão de pessoas, entre outras, estão disponíveis nas 374 unidades do Sebrae e em outras 460 instituições parceiras. Para atrair o público jovem, lançou ainda o Desafio Sebrae, competição que já mobilizou 86 mil universitários. A proposta é que esses estudantes façam a simulação virtual da gestão de uma empresa fictícia. O objetivo é despertar o espírito empreendedor da juventude. Bom para a economia do país. As micro e pequenas empresas representam cerca de 90% do total de empresas brasileiras, absorvem mais da metade dos trabalhadores formais do país e respondem por 20% do PIB nacional, segundo dados do IBGE.

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