terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Uma década de fusões e aquisições gigantes e decepcionantes

Por José Paulo Kupfer

O jovem colega Rodrigo Martins, aqui do portal Estadão, que cuida dos assuntos informáticos do meu blog e enfrenta minha ignorância tecnológica, me botou para mediar a categoria “Negócio”, na interessante Retrospectiva colaborativa que a moçada do portal inventou. O desafio é selecionar os 15 principais negócios concretizados nos últimos dez anos, seja no Brasil, seja no mundo.

Por coincidência, o ”Valor” republicou, esta semana, uma coluna de Dennis K. Berman, que escreve no “The Wall Street Journal”, justamente com um raio-X dos grandes negócios do período. A sua conclusão é a de que o recorde não foi só no número de aquisições ou fusões. Mas, também, de operações fracassadas ou que ficaram longe dos objetivos.

Com base em dados da empresa de pesquisas Dealogic, Berman informou que, de 2000 até agora foram assinados, em todo o mundo, 316.657 acordos de compra ou fusão de empresas – o que dá uma média de 87 por dia. Esses negócios foram avaliados em um total de US$ 25,2 trilhões, o que equivale à metade do produto interno bruto anual mundial.

É o caso de concordar com Berman na escolha do negócio da década: a compra do banco de investimentos americano Lehman Brothers pelo banco britânico Barclays, efetivada há pouco mais de um ano. A curiosidade é que este não é o talvez óbvio negócio da década pelo volume de recursos envolvido. Na verdade, o Barclays arrematou a sesquicentenária instituição financeira por módicos US$ 1,75 bilhão. O fim do legendário Lehman Brothers, tragado no epicentro da maior crise econômica mundial em seis décadas, justifica a indicação.

Analisando as 25 maiores maiores fusões ou aquisições da década, Berman contabilizou apenas nove em que a cotação das ações no fim de dez anos registrava ganhos em relação ao valor dos papéis na data de anúncio do negócio. Alguns exemplos: a compra da Texaco pela Chevron. Triplicou, no período, o valor de mercado da empresa resultante.

Já há listas, no blog da Retrospectiva, área “Negócio”, de destacadas fusões ou aquisições no mercado brasileiro. No caso dos negócios internacionais, Berman listou os dez maiores. São os seguintes:

1) Santander – ABN Amro

2) Time Warner – AOL

3) AT&T – BellSouth

4) Glaxo Wellcome- SmithKline Beecham

5) Pfizer-Wyeth

6) Sanofi/Synthelabo-Aventis

7) Mitsubishi Tokyo-UFJ Holdings

8 ) Procter&Gamble-Gillette

9) Pfizer-Pharmacia

10) J.P. Morgan Chase-Bank One

2 comentários:

João Homem disse...

Muito bom o texto!
Parto do princípio de que Eu sou uma empresa. Daí uso todas as ferramentas de administração de empresas em mim!

Abraço!
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Anônimo disse...

Blog legal.