quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Varejo amplia número de parcelas

Prazo máximo para parcelar eletroeletrônicos e itens de informática, sem acréscimo, pode chegar a 15 vezes

Nunca as lojas ofereceram prazos tão longos para parcelamento sem juros no próprio cartão, que tem sempre um banco como sócio. Hoje, o prazo máximo para parcelar eletrodomésticos, eletrônicos e itens de informática, sem acréscimo, pode chegar a 15 vezes no Ponto Frio, no Extra e no Carrefour. No fim do mês passado, as Casas Bahia parcelavam em até 17 vezes sem juros. Esse movimento é uma clara indicação de que o comércio não espera uma alta de juros tão cedo, enquanto o mercado financeiro já especula sobre a provável elevação da taxa básica.

"Ofertas de prazos tão longos sem juros como os atuais é algo inédito", afirma o vice-presidente da Associação Nacional do Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. No passado recente, lembra, anúncios de parcelamento em 12 vezes sem juros no cartão da loja eram raros.

Há várias interpretações para o alongamento de prazos. Segundo Ribeiro de Oliveira, a hiper concorrência entre varejistas ampliou as condições de pagamento. "Em São Paulo, as Casas Bahia querem manter a liderança diante da chegada do Magazine Luiza à capital e da compra do Ponto Frio pelo Grupo Pão de Açúcar".

Além disso, diz, as lojas devem ter grande volume de estoques negociados em condições favoráveis com a indústria, isto é, prazos mais longos de pagamento. Para o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, esse movimento de prazos mais longos no cartão das próprias lojas é a volta dos bancos privados ao crédito para a pessoa física, já que nesse tipo de financiamento feito por meio do cartão da loja sempre há uma instituição financeira no negócio. "Os bancos privados querem recuperar a fatia de mercado que perderam para os bancos públicos", afirma Borges.

ParticipaçãoDe acordo com dados do Banco Central, os bancos privados detinham 65,8% dos empréstimos para empresas e consumidores em setembro de 2008. Em agosto deste ano, eles respondiam por 59,6% do crédito. Agora, mesmo com a perspectiva de alta dos juros, os bancos não querem perder mais espaço.

Fonte: Caderno Negócios Jornal Diario do Nordeste.

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