domingo, 25 de outubro de 2009

Incorporação das classes de menor poder aquisitivo muda perfil do consumidor brasileiro

A classe C teve 27% de aumento de renda, o que possibilitou a disposição de comprar automóveis e produtos mais sofisticados

O perfil do consumidor brasileiro apresenta nova configuração, com a incorporação das classes de menor poder aquisitivo. Pelo menos é o que indica a pesquisa realizada pelo instituto Delloite no primeiro semestre de 2009. Os números foram apresentados na Brasil Shop – Feira e Congresso Internacional de Varejo, organizados pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

Ao apresentar a pesquisa da indústria de bens de consumo e varejo da Delloite, Ira Kalish, discutiu as tendências no varejo a nível mundial e local (Brasil). Segundo ele, o Brasil tem se destacado dentre os países emergentes como Índia e China. “O mundo está de olho no país, na atração de novos investimentos”.

Kalish afirmou que um dos destaques da pesquisa é o fato de o consumidor brasileiro estar mais informado e educado. "Ele procura conhecer melhor os produtos. Os varejistas, por sua vez, tendem a elaborar melhores estratégias para atrair esse público mais seleto".

De acordo com o consultor da empresa, Altair Rossato, a situação brasileira demonstra ritmo de crescimento, em razão da nova mudança no cenário econômico. "As classes D e E começam a apresentar novos perfis de consumo".

Para ele, a explicação para a mudança está nas políticas sociais desenvolvidas pelo governo federal, que atualmente, investe cerca de R$ 1 bilhão por mês em programas assistenciais direcionados às camadas mais pobres. Isso fomenta o varejo para atender às necessidades de uma esfera social que antigamente não consumia.

A pesquisa mostrou que a mobilidade social gerou aumento no consumo de bens. Os dados revelam que as classes A e B, por exemplo, trocaram de automóveis com mais frequência e investiram na substituição de eletroeletrônicos mais modernos.

A classe C teve 27% de aumento de renda, o que possibilitou a disposição de comprar automóveis e produtos mais sofisticados, como aparelhos de televisão de LCD, computadores e notebooks. A classe E mostrou disposição de reformar a casa, comprar máquina de lavar roupa e telefones celulares.

O Congresso Internacional de Varejo ainda promoverá discussões sobre formas de pagamento de bens de consumo e o shopping center do futuro. A programação será encerrada com a entrega do Premium Shopping Alshop. O objetivo da premiação é reconhecer os esforços da indústria varejista nos shopping centers.

Neste ano, Brasília foi escolhida para sediar o encontro, depois de nove anos em São Paulo. A mudança se deu em função da força do comércio varejista que a capital federal detém atualmente. O encontro começou na terça-feira, 20, discutindo as turbulências do mercado, e termina nesta quinta-feira, 22, com uma palestra do publicitário Washington Olivetto.

Fonte: Caderno Negócios Jornal O Povo

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