domingo, 15 de agosto de 2010

Franquias estão se popularizando, diz presidente da ABF

Nenhum mercado se expandiu tanto no Brasil quanto o segmento de franquias em 10 anos. De 2002 até agora, o setor dobrou de tamanho e nos últimos três anos cresceu 50%. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), só em 2009, 264 empresas se tornaram franqueadoras, engordando a lista de quase 80 mil unidades em funcionamento.

Com esse sucesso, empreendedores veem hoje no segmento de franquias uma opção de investimento mais segura, principalmente para quem está começando a empreender. Além da segurança oferecida por uma marca já estabelecida no mercado, o apoio e orientação oferecidos pelo franqueador estão entre as vantagens que atraem investidores para as franquias. Esse crescimento tem motivado uma popularização do setor, com o surgimento de redes mais acessíveis, com investimentos que vão de R$5 mil a R$50 mil. Segundo o presidente da ABF, Ricardo Bomeny, essa é uma tendência que vem caminha junto com o acesso mais amplo ao crédito no setor. Confira a seguir entrevista exclusiva do presidente da ABF ao Empreendedores sobre esse momento do mercado de franquias.

O senhor acredita que existe uma tendência à popularização das franquias?
Sim. Uma onda do que chamamos de microfranquias, que requerem investimento de R$ 5 mil a R$ 50 mil, tem se fortalecido de uns cinco anos para cá. Isso é consequência direta de uma nova realidade na oferta de crédito para o setor. Diversas marcas têm feito acordos de financiamento com bancos parceiros, com a ajuda da ABF, com o obejtivo de aumentar o acesso aos pequenos empreendedores.

O que a ABF pode fazer pelos micro e pequenos empreendedores?
Além do Portal do Franchising, que contém informações detalhadas sobre inúmeras redes de franquias em todos os setores do mercado para quem está procurando uma franquia, a ABF tem um acordo com o Sebrae para o fomento de novas franqueadoras, por meio de uma incubadora de marcas, que oferece toda a orientação e apoio jurídico para as empresas que querem se tornar franquias.

Quais os fatores que levaram ao sucesso do sistema no Brasil?
Em primeiro lugar, eu diria que o sistema alcançou um alto grau de maturação, com franqueadores mais preparados. Existe uma preocupação maior com o treinamento e capacitação de franqueados e franqueadores. Em segundo, a oferta de crédito hoje também é maior. Há apenas cinco anos era muito mais difícil ter acesso a crédito para comprar uma franquia. Apesar de as taxas ainda não serem as ideiais, houve uma significativa redução dos juros e da burocracia no setor. Outro motivo é a criação do regime de tributação SuperSimples, com uma carga tributária menor e menos burocracia. E também, é claro, toda a segurança que o investimento em uma marca conhecida oferece, o que fica evidente no baixo índice de mortalidade das franquias, cerca de 3%.

O que o senhor aconselha para os empresários que querem transformar seus negócios em franquias?
Antes de mais nada, é preciso buscar o que chamamos de formatação da empresa. O negócio deve adquiirir o formato de uma empresa franqueadora, o que inclui estar de acordo com a legislação sobre o sistema, desenvolver um detalhado plano de negócios, estudar minuciosamente como funciona o contrato de franquias, e muito importante, procurar a ajuda de um consultor associado à ABF. A ajuda de um especialista é fundamental nesse processo. É preciso entender as particularidades do sistema, como de que forma criar um fundo de marketing e a estrutura de apoio ao franqueado.

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