quarta-feira, 14 de abril de 2010

Qual é o melhor estilo de liderar

Depende da situação. Um bom líder deve ser flexível e quem assume melhor esse papel são as mulheres, mostra pesquisa do Hay Group

Por Karla Spotorno

Muitos executivos questionam qual é a melhor maneira de dirigir suas equipes. Delegando responsabilidades ou por meio de ordens? De forma afetiva ou democrática? Nem um nem outro, aponta uma pesquisa recente da consultoria Hay Group. O ideal é adotar vários estilos de liderança e aplicar o mais apropriado a cada circunstância. Assim agem os líderes de maior sucesso, segundo o estudo. “Diferentes situações, equipes e pessoas reagem melhor a um ou outro tipo de abordagem”, afirma Caroline Marcon, gerente do Hay Group Insight, o braço de pesquisas da consultoria especializada em Recursos Humanos.

Trocar um estilo por outro exige flexibilidade e, principalmente, autoconhecimento. O líder precisa acrescentar ao seu repertório as formas de atuar que não são naturais ao seu jeito de ser. A pesquisa mostrou que executivas de sucesso lideram de maneiras diferentes com maior frequência do que os homens bem-sucedidos. Claudia Goulart, presidente da General Electric Healthcare para a América Latina, conta que atua, em muitas situações, segundo o estilo coercitivo (veja o quadro ao lado). “Em equipes multidisciplinares e geograficamente distantes, como a minha, não é eficaz liderar democraticamente”, afirma Claudia, 47 anos.

Para Flávia Leão, consultora do Hay Group, o executivo precisa considerar três questões ao definir como vai dirigir sua equipe. A primeira é a complexidade da situação. A segunda, a maturidade da equipe. E a terceira, a urgência da solução. Há sete anos na presidência da fabricante de camisas catarinense Dudalina, Sonia Hess de Souza, 54 anos, passou a acumular recentemente a diretoria de operações da empresa. Essa posição tem exigido que assuma um estilo treinador. “Tenho ajudado os executivos e líderes a buscarem soluções cada vez mais simples. É o que a empresa precisa agora”, diz Sonia.

Em uma pesquisa encomendada ao Hay Group pelo Lidem, grupo de mulheres líderes empresariais presidido por Sonia, descobriu-se que a executiva brasileira é flexível para intercalar os estilos e atua mais frequentemente em três deles: o democrático, o afetivo e o coercitivo. Marise Barroso, diretora-geral da Amanco Brasil, conta que a maneira democrática prepondera na sua companhia. “Planos e até demissões são decididos conjuntamente pela diretoria”, afirma Marise, 46 anos, que assumiu a direção-geral da fabricante de tubos e conexões no Brasil depois de ser eleita pelos diretores da empresa.

Uma das principais conclusões do estudo do Lidem com 40 executivas e seus 225 funcionários mostra que a brasileira precisa fortalecer, principalmente, os estilos dirigente e treinador. Conquistar a excelência em diferentes formas de liderar é tão importante quanto o desempenho individual, mostra o estudo do Hay Group. E mais: uma liderança eficiente pode afetar em até 70% o clima e o ambiente de trabalho e, consequentemente, o desempenho das equipes.

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