sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Como as empresas podem reduzir os efeitos da valorização do dólar

Velocidade da escalada da moeda exige rapidez dos empreendedores para se ajustar ao novo cenário.

Com o dólar cotado acima de R$1,90, o maior patamar registrado desde julho de 2009, as pequenas e médias empresas precisam rever suas estratégias.  E logo. A velocidade da escalada da moeda norte-americana exige rapidez dos empreendedores para ajustarem suas ações ao novo cenário econômico. Confira a seguir algumas medidas que podem ajudar as empresas a reduzirem os efeitos negativos provocados pela valorização do dólar:

DÍVIDAS
“A primeira medida a tomar é parar de contrair dívidas em dólar”, avisa José Carlos Luxo, professor do Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento da Fundação Instituto de Administração (Proced-FIA).

Para quem tem dívidas em dólar, o melhor é tentar quitá-las o quanto antes, se possível. Assim, a empresa evita ficar refém de novas altas da moeda norte-americana. Mas se ainda restam muitas parcelas a serem pagas, a recomendação é tentar renegociar a dívida e postergar ao máximo as últimas prestações. Afinal, a perspectiva de médio prazo é que os juros caiam no Brasil e o real volte a se valorizar.


NATAL
Quem ainda precisa adquirir produtos e matérias-primas para suprir a demanda de fim de ano deve fazer isso agora. As compras devem ser pagas preferencialmente à vista. As encomendas para 2012, entretanto, ainda podem ser adiadas. Afinal, a aposta do mercado é que a cotação do dólar volte a cair já no início do ano que vem.

“Os empresários devem ser cautelosos ao tomar suas decisões, é claro. Cada um saberá analisar com mais conhecimento as particularidades do setor em que atua”, afirma o economista Francisco Pessoa, da LCA Consultores. “Mas eles também não devem se aterrorizar porque o ano que vem não será tão ruim assim”, aposta Pessoa.

VIAGENS
O turismo é um dos primeiros setores que sentem os efeitos da escalada do dólar. “É bem possível que agora haja uma diminuição da procura por viagens internacionais no fim do ano”, avisa Pessoa.

A saída para pequenas e médias agências de turismo é criar pacotes alternativos, que privilegiam países da América do Sul ou até mesmo os Estados Unidos, oferecendo mais alternativas aos clientes. “Mas se a crise realmente se agravar, os preços em países da Europa e nos Estados Unidos podem cair e, assim, anular os efeitos da alta do dólar”, declara Pessoa.

Para as empresas que têm viagens de negócios programadas para daqui até o fim do ano, a dica é comprar as passagens agora e adquirir a moeda em “parcelas”. Com a aquisição parcelada, é possível fazer um preço-médio, diminuindo o risco de comprar apenas em momentos em que a cotação esteja alta.

EXPORTAÇÃO
Para os exportadores, a alta do dólar representa um certo alento. Portanto, é tempo de trabalhar bastante para fechar o maior número possível de contratos neste período. Até porque o cenário é passageiro. Além da tendência de valorização do real se sustentar a médio prazo, a crise deve se agravar e a demanda do mercado externo vai se encolher ainda mais.

Por: Carolina Dall'olio - Estadão PME

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