Estudo de Harvard diz que a maioria das empresas não consegue mais competir sozinha.
Um amplo estudo produzido pela Universidade de Harvard tornou-se recentemente uma das principais peças em defesa do trabalho colaborativo. O relatório, intitulado Shift Index, ou Índice de Mudança, mostra como o isolamento das companhias está corroendo seu valor e sua capacidade de gerar riqueza. Segundo os estudiosos de Harvard, entre 1965 e 2005, a taxa de retorno sobre o ativo das empresas norte-americanas sofreu uma erosão de 75%. O abismo entre vencedores e perdedores no mercado americano também se aprofundou nessas quatro décadas, dobrando de tamanho.
Um dos fatores principais para esse processo é que um número cada vez menor de companhias tem conseguido vencer a competição, inovando e criando patentes que deem uma vantagem duradoura. Em um mercado em que a capacidade de pesquisa e a troca de informações está se ampliando rapidamente, são poucas as descobertas difíceis de copiar ou suplantar em um espaço de tempo relativamente curto. Isso significa que a situação confortável de capitalizar sobre invenções por um longo período está desaparecendo em muitos casos. Segundo o Shift Index, a intensidade da competição na economia americana dobrou nos últimos 40 anos.
Baseado nessas descobertas, um grupo de especialistas escreveu o livro The Power of Pull (“O poder da atração”, em tradução livre). Na obra, John Hagel, John Seely Brown e Lang Davison afirmam que está ocorrendo uma mudança na fonte de criação de valor de mercado, e que a melhor saída para empresas competirem é colaborar. “A fonte de criação de valor está em participar de diversos fluxos de conhecimento e inovação”, conclui o trio em seu relatório.
Teórico demais? Um exemplo: na indústria farmacêutica, o laboratório Eli Lilly deu-se conta de que não valia mais a pena jogar sozinho porque simplesmente não estava conseguindo acompanhar o ritmo de desenvolvimento promovido por laboratórios e pesquisadores pelo mundo. O laboratório decidiu criar um programa de parcerias externas no desenvolvimento de drogas para combater mal de Alzheimer, câncer, diabetes e osteoporose. É uma parceria que traz benefícios ao laboratório e aos parceiros. “Todos os anos, pesquisadores em universidades e centros de pesquisa desenvolvem compostos cujo potencial nunca é plenamente avaliado. Queremos mudar isso”, diz Alan D. Palkowitz, presidente de pesquisa e tecnologia do Eli Lilly.
Neste processo, pesquisadores submetem confidencialmente a estrutura dos seus compostos. Os custos do processo correm por conta da companhia. Se algo for efetivamente desenvolvido, o Eli Lilly negocia com os pesquisadores e instituições externas o licenciamento das drogas. “Cada vez mais a inovação depende de redes [networks] fora dos muros da empresa”, diz Palkowitz. Na opinião dos especialistas, colaborar pode ser inclusive uma solução para rivais. Eles acreditam que a união entre empresas líderes pode promover a capacidade de elas voltarem a gerar inovações que sejam difíceis de bater e consigam assim reverter o processo de perda de valor pelo qual têm passado.
Por Edição Edson Porto com Álvaro Oppermann
Um amplo estudo produzido pela Universidade de Harvard tornou-se recentemente uma das principais peças em defesa do trabalho colaborativo. O relatório, intitulado Shift Index, ou Índice de Mudança, mostra como o isolamento das companhias está corroendo seu valor e sua capacidade de gerar riqueza. Segundo os estudiosos de Harvard, entre 1965 e 2005, a taxa de retorno sobre o ativo das empresas norte-americanas sofreu uma erosão de 75%. O abismo entre vencedores e perdedores no mercado americano também se aprofundou nessas quatro décadas, dobrando de tamanho.Um dos fatores principais para esse processo é que um número cada vez menor de companhias tem conseguido vencer a competição, inovando e criando patentes que deem uma vantagem duradoura. Em um mercado em que a capacidade de pesquisa e a troca de informações está se ampliando rapidamente, são poucas as descobertas difíceis de copiar ou suplantar em um espaço de tempo relativamente curto. Isso significa que a situação confortável de capitalizar sobre invenções por um longo período está desaparecendo em muitos casos. Segundo o Shift Index, a intensidade da competição na economia americana dobrou nos últimos 40 anos.
Baseado nessas descobertas, um grupo de especialistas escreveu o livro The Power of Pull (“O poder da atração”, em tradução livre). Na obra, John Hagel, John Seely Brown e Lang Davison afirmam que está ocorrendo uma mudança na fonte de criação de valor de mercado, e que a melhor saída para empresas competirem é colaborar. “A fonte de criação de valor está em participar de diversos fluxos de conhecimento e inovação”, conclui o trio em seu relatório.
Teórico demais? Um exemplo: na indústria farmacêutica, o laboratório Eli Lilly deu-se conta de que não valia mais a pena jogar sozinho porque simplesmente não estava conseguindo acompanhar o ritmo de desenvolvimento promovido por laboratórios e pesquisadores pelo mundo. O laboratório decidiu criar um programa de parcerias externas no desenvolvimento de drogas para combater mal de Alzheimer, câncer, diabetes e osteoporose. É uma parceria que traz benefícios ao laboratório e aos parceiros. “Todos os anos, pesquisadores em universidades e centros de pesquisa desenvolvem compostos cujo potencial nunca é plenamente avaliado. Queremos mudar isso”, diz Alan D. Palkowitz, presidente de pesquisa e tecnologia do Eli Lilly.
Neste processo, pesquisadores submetem confidencialmente a estrutura dos seus compostos. Os custos do processo correm por conta da companhia. Se algo for efetivamente desenvolvido, o Eli Lilly negocia com os pesquisadores e instituições externas o licenciamento das drogas. “Cada vez mais a inovação depende de redes [networks] fora dos muros da empresa”, diz Palkowitz. Na opinião dos especialistas, colaborar pode ser inclusive uma solução para rivais. Eles acreditam que a união entre empresas líderes pode promover a capacidade de elas voltarem a gerar inovações que sejam difíceis de bater e consigam assim reverter o processo de perda de valor pelo qual têm passado.
Por Edição Edson Porto com Álvaro Oppermann





A crise é de liderança. Vivemos, também no futebol, o verdadeiro “apagão da liderança” que começa com os dirigentes da CBF há décadas encastelados no poder, decidindo o que bem entendem sem consultar ninguém e sem prestar contas à sociedade. Aos dirigentes interessa que sejam apontados bodes expiatórios pelos fracassos – em 2006 foi o Roberto Carlos naquele lance displicente; em 2010 os “culpados” são o Felipe Melo e o Julio César. Enquanto se apontam jogadores, os dirigentes se escondem e continuam reinando nos bastidores e se eximem das responsabilidades que deveriam assumir.

